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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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54<br />

construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual, o autor nos diz ainda que “a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual<br />

não resulta apenas do sexo anatômico; ela se <strong>de</strong>senvolve também a partir<br />

das i<strong>de</strong>ntificações da primeira infância e, notadamente, daquelas que se<br />

constro<strong>em</strong> <strong>em</strong> torno do complexo <strong>de</strong> Édipo. (...) Ao mesmo t<strong>em</strong>po, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

sexual se apóia, ainda, sobre os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> f<strong>em</strong>inilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> virilida<strong>de</strong><br />

propostas pela cultura” (Lipianski, p. 27).<br />

Conclusão<br />

R.B.S.H. 9(1):1998<br />

É fato que os transtornos sexuais têm sido mais profundamente<br />

estudados e valorizados, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva psicanalítica ou comportamental.<br />

Porém a partir do exposto, se nos atermos especificamente<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses dois limites, estar<strong>em</strong>os <strong>de</strong>svinculando nossa prática clínica<br />

da realida<strong>de</strong> vivida pelos pacientes. São inúmeras as forças que interag<strong>em</strong><br />

na construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> condicionando o indivíduo tanto<br />

no nível da representação quanto <strong>de</strong> sua prática sexual.<br />

Estreitarmos nosso horizonte <strong>de</strong> compreensão dos transtornos sexuais,<br />

torna reduzido o sucesso nesse campo, visto que os clientes buscam<br />

psicólogos para tratamentos, e estes muitas vezes se mostram <strong>de</strong>spreparados<br />

para fornecer o serviço. Sob esse prisma, Kusnetzoff (1987) afirma<br />

que “lamentavelmente, nossas faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina não contam, até<br />

agora, com programas <strong>de</strong> treinamento <strong>em</strong> Sexologia para médicos, isso faz<br />

com que, quando consultados, escondam sua ignorância, procurando<br />

diminuir a angústia <strong>de</strong> seus pacientes com ansiolíticos, calmantes ou qualquer<br />

outro medicamento, na melhor das hipóteses ineficazes para (o tratamento)<br />

da disfunção sexual”. É observável que, mesmo no campo científico,<br />

as pesquisas estão sujeitas à restrições <strong>em</strong> função dos tabus a que os<br />

sujeitos estão submetidos. Soma-se a isso o fato <strong>de</strong> que as universida<strong>de</strong>s<br />

que formam psicólogos possu<strong>em</strong> com organizadores <strong>de</strong> seus programas<br />

curriculares profissionais que não <strong>de</strong>spertaram uma real preocupação no<br />

tocante a esse t<strong>em</strong>a, seja por <strong>de</strong>sinformação ou por preconceitos. A partir<br />

<strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, Kusnetzoff faz uma <strong>de</strong>núncia (dirigindo-se aos leitores):<br />

“... é mais provável que o leitor <strong>de</strong>ste livro, ao terminar a leitura, saiba<br />

bastante mais sobre a sexualida<strong>de</strong>... que a imensa maioria dos profissionais<br />

médicos e psicólogos...”. Mais à frente ele continua: “... é dificil encontrar<br />

terapeutas a<strong>de</strong>quados. A maior parte da população não está b<strong>em</strong><br />

informada e, sobretudo, existe resistência ao t<strong>em</strong>a. Os preconceitos sociais<br />

ganham a partida e a ignorância é a regra. Po<strong>de</strong>mos imaginar, facilmente,<br />

como é o panorama aqui mesmo, na América Latina”.

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