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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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R.B.S.H. 9(1):1998<br />

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significativa da cultura, passível <strong>de</strong> isolamento no comportamento cultural.<br />

Dessa forma, a cerimônia <strong>de</strong> casamento, a aliança, as roupas, as<br />

flores, os presentes, a festa, entre outros, são unida<strong>de</strong>s significativas,<br />

<strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> traços culturais. No tocante aos complexos culturais, a<br />

mesma autora <strong>de</strong>screve como sendo um “conjunto <strong>de</strong> traços associados,<br />

formando um todo funcional” (p. 147). Assim, o casamento é visto como<br />

um complexo cultural, uma vez que cont<strong>em</strong>pla os vários traços culturais<br />

já apontados.<br />

Referindo-se aos padrões culturais, HERSKOVITS (1963) salienta<br />

que são resultantes do agrupamento <strong>de</strong> complexos culturais <strong>de</strong> um interesse<br />

ou t<strong>em</strong>a central, do qual <strong>de</strong>rivam o seu significado. Dessa maneira, o<br />

matrimônio po<strong>de</strong> ser visto com o padrão cultural <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> que<br />

cont<strong>em</strong>pla o casamento como um complexo, que por sua vez inclui vários<br />

traços culturais.<br />

A respeito <strong>de</strong> matrimônio, CAMPBELL (1990) vislumbra como<br />

sendo o restabelecimento simbólico da unida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> sua orig<strong>em</strong>, do hom<strong>em</strong><br />

e da mulher. Para esse autor, o casamento “é a día<strong>de</strong> reunida <strong>em</strong> um”, além<br />

<strong>de</strong> ser um modo <strong>de</strong> se entrar <strong>em</strong> contato com o seu outro lado, quer f<strong>em</strong>inino<br />

ou masculino.<br />

Para estudar um casamento, enten<strong>de</strong>mos ser necessário apresentar<br />

os el<strong>em</strong>entos que constitu<strong>em</strong> a cultura, apontados por MARCONI &<br />

PRESOTO (1992), a saber: conhecimentos, crenças, valores, normas e<br />

símbolos; <strong>de</strong>stes, buscar<strong>em</strong>os algumas conceituações, procurando um<br />

maior aprofundamento nos el<strong>em</strong>entos relativos aos termos valor e símbolo,<br />

por acatar a idéia <strong>de</strong> que estes cont<strong>em</strong>plam os rituais, <strong>de</strong>ntre eles<br />

o casamento, com seus diversos traços culturais evi<strong>de</strong>nciados pelos símbolos.<br />

Assim, pautadas <strong>em</strong> MARCONI & PRESOTO (1992), passar<strong>em</strong>os<br />

a <strong>de</strong>screver a respeito <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses termos, a iniciar pelo conceito <strong>de</strong><br />

crenças, como sendo “uma atitu<strong>de</strong> mental do indivíduo, que serve <strong>de</strong> base<br />

à ação voluntária” (p. 47). Este cont<strong>em</strong>pla conotações <strong>de</strong> ações tanto intelectualizadas,<br />

como do âmbito <strong>em</strong>ocional.<br />

As mesmas autoras faz<strong>em</strong> alusão aos tipos <strong>de</strong> crenças apontadas por<br />

Goo<strong>de</strong>nough, como sendo: as pessoais (aceitas pelo indivíduo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da crença dos <strong>de</strong>mais), as <strong>de</strong>claradas (aceitas e mencionadas <strong>em</strong><br />

público, para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r e justificar as ações frente aos outros) e as públicas<br />

(aquelas com as quais os m<strong>em</strong>bros concordam, aceitam e <strong>de</strong>claram como<br />

suas crenças comuns). Enten<strong>de</strong>mos que o casamento po<strong>de</strong> tramitar entre os<br />

aspectos <strong>de</strong> crença que vai das pessoais até as públicas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong><br />

como os seus m<strong>em</strong>bros aceitam esse evento.

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