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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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R.B.S.H. 9(1):1998<br />

formando a partir das complexas relações sociais do seu mundo particular,<br />

que inclui o cuidado dos pais e o processo <strong>de</strong> condicionamento<br />

que levará à formação <strong>de</strong> sua personalida<strong>de</strong>, à formação da autoconsciência<br />

e sentimento que a criança t<strong>em</strong> <strong>de</strong> pertencer a um ou a outro<br />

sexo.<br />

Des<strong>de</strong> muito cedo, talvez pelo fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> cuidadas por uma pessoa<br />

do mesmo gênero, as meninas se sent<strong>em</strong> menos diferenciadas que os<br />

meninos e, segundo a teoria psicanalítica, mais contínuas e relacionadas<br />

com o mundo objetal externo e também como diferent<strong>em</strong>ente orientadas ao<br />

seu mundo objetal interior. Em conseqüência, os relacionamentos e as<br />

questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência/in<strong>de</strong>pendência são vivenciadas <strong>de</strong> forma diferente<br />

por meninas e meninos.<br />

Para os meninos, separação e individuação se encontram vinculadas<br />

à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, uma vez que a separação da mãe é essencial para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da masculinida<strong>de</strong>. Já para as meninas, as questões <strong>de</strong><br />

f<strong>em</strong>inilida<strong>de</strong> ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> f<strong>em</strong>inina não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da consecução da separação<br />

da mãe ou do processo <strong>de</strong> individuação.<br />

Em nosso entendimento, convém ressaltar que essas experiências<br />

não significam que as mulheres tenham fronteiras do ego “mais fracas” que<br />

os homens; pelo contrário, tudo indica que as meninas sa<strong>em</strong> <strong>de</strong>sse período<br />

com uma base para a “<strong>em</strong>patia”, inserida na sua <strong>de</strong>finição primária do eu,<br />

<strong>de</strong> um modo como não acontece com os meninos.<br />

Essas diferenças <strong>de</strong> sexo na formação da personalida<strong>de</strong> acontec<strong>em</strong><br />

no início da vida da criança e receb<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> influência dos chamados<br />

jogos infantis. Uma relação entre jogos e brinca<strong>de</strong>iras comumente<br />

vivenciadas <strong>em</strong> nosso meio e a formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero pelas crianças<br />

serão o que focalizar<strong>em</strong>os a seguir.<br />

III. JOGOS E BRINCADEIRAS INFANTIS - uma<br />

possível influência na formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero<br />

Jogos infantis, recreação, competições, representações... significam<br />

qualquer ativida<strong>de</strong> que proporcione prazer e tenha significado para qu<strong>em</strong><br />

com ela se envolva no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e no processo <strong>de</strong> ensino/aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Sab<strong>em</strong>os que a criança brinca porque a brinca<strong>de</strong>ira é agradável <strong>em</strong><br />

si (Bettelheim, 1988 e Piaget, 1990). Huizinga (1993) também nos afirma<br />

que a ativida<strong>de</strong> lúdica t<strong>em</strong> o po<strong>de</strong>r especial <strong>de</strong> fascinar aqueles que com ela<br />

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