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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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58<br />

R.B.S.H. 9(1):1998<br />

anças/bonecas, arrumar a casa, cozinhar, lavar e passar, <strong>de</strong>ntre outros. Aos<br />

meninos vão sendo atribuídos os papéis masculinos através <strong>de</strong> brinquedos<br />

como carrinhos, bolas e outros objetos que lhes permitam comandar situações,<br />

tais como pistolas, espadas, etc.<br />

E as cantigas <strong>de</strong> roda? São um ex<strong>em</strong>plo marcante da vivência lúdica<br />

<strong>em</strong> todas as partes do mundo e <strong>em</strong> cujo conteúdo se encontra uma estreita<br />

alusão à <strong>de</strong>finição da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero através do estabelecimento<br />

<strong>de</strong> papéis sexuais.<br />

Estabelecer uma relação entre a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e as brinca<strong>de</strong>iras<br />

infantis é o que se preten<strong>de</strong> neste trabalho.<br />

II. CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE – refletindo<br />

alguns teóricos<br />

O reconhecimento <strong>de</strong> si mesmo ou a formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

criança é o passo inicial da estruturação <strong>de</strong> sua personalida<strong>de</strong>. Constrói-se<br />

após o nascimento, num processo simbiótico com as figuras parentais, até<br />

expressar-se como individualida<strong>de</strong> <strong>em</strong> atitu<strong>de</strong>s e sentimentos sobre o eu. É<br />

uma construção que ocorre <strong>em</strong> interação entre o sujeito e o meio, por<br />

aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Um importante componente <strong>de</strong>sse processo é a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual,<br />

também chamada <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, que consiste na autoconsciência<br />

e sentimento que o indivíduo t<strong>em</strong> <strong>de</strong> pertencer a um ou a outro sexo.<br />

Para Money (1968), um dos estudiosos pioneiros nessa área, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

sexual é o senso <strong>de</strong> si mesmo como hom<strong>em</strong> ou como mulher; é a<br />

experiência pessoal ou privada do papel sexual, que consiste no quanto<br />

a pessoa diz ou faz para indicar aos <strong>de</strong>mais, ou a si mesmo, o grau <strong>em</strong><br />

que é hom<strong>em</strong>, mulher ou ambivalente. Assim, o papel sexual é a<br />

expressão pública da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, é o conjunto <strong>de</strong> condutas associadas à<br />

sexualida<strong>de</strong> esperadas e socialmente exigidas do indivíduo, <strong>de</strong> acordo<br />

com o seu gênero.<br />

Definimos gênero como um el<strong>em</strong>ento constitutivo das relações<br />

baseadas nas diferenças que distingu<strong>em</strong> os sexos ou nas diferenças percebidas<br />

entre os sexos. Gênero implica a construção social e histórica do<br />

ser mulher e do ser hom<strong>em</strong>. Dessa forma, o conceito <strong>de</strong> gênero encontra-se<br />

imbricado nos conceitos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual, papel sexual e no <strong>de</strong><br />

relações entre os sexos.

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