Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana
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1. INTRODUÇÃO<br />
“Menina não entra,<br />
menina não po<strong>de</strong>”<br />
O lúdico e a construção<br />
da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>7<br />
Tereza Cristina Pereira Carvalho Fagun<strong>de</strong>s<br />
“L<strong>em</strong>bro-me <strong>de</strong> que, quando <strong>em</strong> criança divertia-me com<br />
as histórias da Turma da Luluzinha, intrigava-me com o Clube<br />
do Bolinha on<strong>de</strong> Zeca, Zico e Alvinho, li<strong>de</strong>rados pelo Bola,<br />
impunham “Menina não entra”...<br />
Todos nos já ouvimos falar que menina não po<strong>de</strong> isso, menina não<br />
po<strong>de</strong> aquilo, <strong>em</strong> algum momento da história <strong>de</strong> nossas vidas. As meninas<br />
como mandatos a ser<strong>em</strong> cumpridos e os meninos como or<strong>de</strong>ns que eles<br />
po<strong>de</strong>m impor ao “outro sexo”.<br />
Nesse sentido, há uma série <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras infantis e cantigas <strong>de</strong><br />
roda que se relacionam, intimamente, com a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gênero e, notadamente, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> f<strong>em</strong>inina.<br />
Des<strong>de</strong> cedo as meninas são levadas a brincar <strong>de</strong> casinha, reproduzindo<br />
papéis historicamente <strong>de</strong>stinados à mulher, como cuidar <strong>de</strong> cri-<br />
Recebido <strong>em</strong> 05.04.98 Aprovado <strong>em</strong> 21.04.98