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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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60<br />

R.B.S.H. 9(1):1998<br />

- o olhar fixo, prolongado, inquisitivo, <strong>de</strong> forma a “penetrar”<br />

outro;<br />

- a voz, que é a princípio troca <strong>de</strong> sons vocais, carregados tensões<br />

afetivas a corporais, e <strong>de</strong>pois se torna palavra, ressonância <strong>de</strong><br />

um corpo <strong>de</strong>ntro do outro;<br />

- a mímica, expressão motora do rosto e também do corpo, estágio<br />

inicial do <strong>de</strong>senvolvimento da criança, inconsciente, mas<br />

que <strong>em</strong> seguida se torna linguag<strong>em</strong> para o outro, traduzindo atitu<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> abandono, <strong>de</strong> sedução, <strong>de</strong> isolamento, <strong>de</strong> abertura,<br />

aceitação, etc.;<br />

- o objeto <strong>em</strong> si: crianças <strong>de</strong> berço esten<strong>de</strong>m um objeto à outra<br />

pessoa, solicitando o estabelecimento <strong>de</strong> contato, s<strong>em</strong> contudo<br />

largá-lo; mais tar<strong>de</strong> o objeto se torna meio <strong>de</strong> troca, passando<br />

outro, com ruptura <strong>de</strong> contato. Através do objeto, o corpo do<br />

outro é sentido: suas tensões, seus <strong>de</strong>sejos, seus movimentos,<br />

seus gestos...<br />

Assim, nos estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento o indivíduo transita dos<br />

estados fusionais até o estado <strong>de</strong> individualida<strong>de</strong>. Há um movimento <strong>em</strong><br />

direção ao mundo para se projetar e um recolhimento para se introjetar,<br />

afirma-nos Kell<strong>em</strong>an (1992) <strong>em</strong> sua teoria que parte do estudo do corpo.<br />

Para ele:<br />

“As formas externas do corpo a as formas internas dos órgãos<br />

nos falam da motilida<strong>de</strong> celular, da organização e do movimento<br />

da psique e da alma. Os sentimentos gerados por essas formas<br />

constitu<strong>em</strong> o ,fundamento dos programas cerebrais, da<br />

consciência, <strong>de</strong> nosso modo <strong>de</strong> pensar e sentir-”.<br />

(op. cit., p. 12)<br />

Nessa linha <strong>de</strong> pensamento, Boa<strong>de</strong>lla (1991) nos afirma que<br />

“A sensação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma pessoa está diretamente<br />

ligada à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se conscientizar daquilo que o seu<br />

corpo sente“.<br />

(op. cit., p. 19)<br />

Para esse estudioso, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> viver as transições envolvidas no<br />

processo <strong>de</strong> nascimento: sensorial, circulatória, gravitacional e alimentar,<br />

mesmo antes da linguag<strong>em</strong>, o senso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da criança vai se

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