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Álgebra I - Departamento de Matemática

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10 Capítulo 1. Noções Básicas da <strong>Álgebra</strong><br />

diferença que nos resta é a da generalida<strong>de</strong> com que os problemas algébricos<br />

são hoje enunciados e estudados.<br />

Mesmo esta tendência para a generalização do âmbito da <strong>Álgebra</strong> sempre<br />

esteve presente no passado. Inicialmente, reflectiu-se apenas nas sucessivas<br />

generalizações do conceito <strong>de</strong> número (<strong>de</strong> natural, para racional positivo,<br />

para mais recentemente incluir números negativos, complexos e irracionais).<br />

No século XIX, reconheceu-se que muitas das i<strong>de</strong>ias ditas “algébricas” se<br />

aplicavam igualmente a objectos que não são números, como por exemplo<br />

vectores, matrizes e transformações.<br />

À lenta expansão do domínio da <strong>Álgebra</strong> suce<strong>de</strong>u-se uma brusca explosão,<br />

quando se compreen<strong>de</strong>u que é possível estudar proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> qualquer<br />

operação algébrica sem especificar a natureza dos objectos sobre os quais<br />

essa operação actua, nem <strong>de</strong>screver como o resultado da operação <strong>de</strong>ve ser<br />

calculado. Na realida<strong>de</strong>, este estudo faz-se simplesmente postulando (i.e., tomando<br />

como hipótese) um <strong>de</strong>terminado conjunto <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s algébricas<br />

básicas que a operação é suposta verificar, como por exemplo a comutativida<strong>de</strong><br />

e a associativida<strong>de</strong>. A <strong>Álgebra</strong> tornou-se finalmente axiomática (se<br />

bem que com um atraso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2000 anos em relação à Geometria). Esta<br />

foi a inovação mais significativa introduzida no século passado, e justifica o<br />

uso do nome “ <strong>Álgebra</strong> Geral”, quando nos referimos à <strong>Álgebra</strong> dos nossos<br />

dias.<br />

A axiomatização da <strong>Álgebra</strong> exigiu antes do mais a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estruturas<br />

algébricas abstractas. No caso mais simples, uma estrutura algébrica<br />

abstracta é formada por um conjunto não-vazio X, dito o suporte da estrutura,<br />

e uma operação binária em X, que não é mais do que uma função<br />

µ : X × X → X. Diferentes conjuntos <strong>de</strong> suposições, ou axiomas, exigidos<br />

a esta operação, conduzem à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> diferentes estruturas algébricas<br />

abstractas. Estas <strong>de</strong>finições não incluem qualquer hipótese sobre a natureza<br />

dos elementos do conjunto X, nem sobre os procedimentos a seguir para<br />

calcular os valores da função µ.<br />

Certas convenções simples são universalmente seguidas. Se µ : X × X →<br />

X for uma operação binária em X, é comum escolher um símbolo como por<br />

exemplo “+” ou “∗” para a representar, escrevendo “x + y” ou “x ∗ y” em<br />

vez <strong>de</strong> “µ(x, y)”. Frequentemente indicamos a operação por simples justaposição,<br />

i.e., escrevemos “xy” em vez <strong>de</strong> “µ(x, y)”. A utilização <strong>de</strong> notações<br />

como “x + y” e “xy” não significa <strong>de</strong> modo algum que os símbolos <strong>de</strong>signem<br />

as usuais operações sobre números. A este respeito, a única convenção geralmente<br />

aceite é que o símbolo “+” só é utilizado para <strong>de</strong>signar operações<br />

comutativas, i.e., operações tais que µ(x, y) = µ(y, x). Para simplificar a<br />

nossa terminologia, sempre que lidarmos com uma operação comutativa representada<br />

pelo símbolo “+” diremos que usamos notação aditiva. Em todos<br />

os outros casos, a notação diz-se multiplicativa. Usamos sistematicamente

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