18.04.2013 Views

Álgebra I - Departamento de Matemática

Álgebra I - Departamento de Matemática

Álgebra I - Departamento de Matemática

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

22 Capítulo 1. Noções Básicas da <strong>Álgebra</strong><br />

inversa <strong>de</strong> uma transposição é a mesma transposição. No exemplo acima, α,<br />

β, e γ são iguais às respectivas inversas, e ε e δ são inversas uma da outra.<br />

Dois ciclos dizem-se disjuntos se as suas órbitas <strong>de</strong> comprimento maior do<br />

que 1 são disjuntas. Quaisquer ciclos disjuntos π e ρ comutam, i.e., πρ = ρπ,<br />

e qualquer permutação é um produto <strong>de</strong> ciclos disjuntos (um ciclo por cada<br />

uma das suas órbitas <strong>de</strong> comprimento maior do que 1). Mais precisamente,<br />

temos em Sn o seguinte resultado sobre factorização, que <strong>de</strong> certo modo é<br />

análogo ao Teorema Fundamental da Aritmética 9 :<br />

Proposição 1.3.4. Qualquer permutação π em Sn é um produto <strong>de</strong> ciclos<br />

disjuntos. Esta factorização é única a menos da or<strong>de</strong>m dos factores.<br />

Observe-se que, em geral, temos<br />

(x1, x2, . . . , xm) = (x1, xm) . . . (x1, x3)(x1, x2)<br />

logo é possível factorizar permutações <strong>de</strong> Sn usando como factores apenas<br />

ciclos <strong>de</strong> comprimento 2 (naturalmente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que n ≥ 2). Neste caso, no<br />

entanto, os factores não são únicos e a sua or<strong>de</strong>m é relevante, porque se<br />

torna indispensável usar transposições que não são disjuntas.<br />

Exemplos 1.3.5.<br />

1. No caso da permutação π <strong>de</strong> S4 acima, temos<br />

<br />

1<br />

2<br />

2<br />

1<br />

3<br />

4<br />

<br />

4 1<br />

=<br />

3 2<br />

2<br />

1<br />

3<br />

3<br />

<br />

4 1<br />

4 1<br />

2<br />

2<br />

3<br />

4<br />

4<br />

3<br />

i.e., po<strong>de</strong>mos escrever esta permutação na forma π = (1, 2)(3, 4) = (3, 4)(1, 2).<br />

2. Da mesma forma, o ciclo (1, 2, 4, 3) po<strong>de</strong> ser escrito como um produto <strong>de</strong><br />

transposições:<br />

(1, 2, 4, 3) = (1, 3)(1, 4)(1, 2).<br />

Observe-se que este ciclo também admite, por exemplo, as factorizações<br />

(1, 2, 4, 3) = (2, 1)(2, 3)(2, 4) = (1, 3)(1, 4)(1, 2)(2, 4)(1, 3)(2, 4)(1, 3).<br />

O exemplo anterior mostra que, na factorização <strong>de</strong> uma permutação<br />

como um produto <strong>de</strong> transposições, estas não são unicamente <strong>de</strong>terminadas.<br />

Note-se também que o número <strong>de</strong> transposições utilizadas não é único.<br />

Apesar <strong>de</strong>sta falta <strong>de</strong> unicida<strong>de</strong>, é possível provar que o número <strong>de</strong> factores<br />

necessários tem parida<strong>de</strong> fixa, i.e., é sempre par ou sempre ímpar. Para este<br />

fim, sendo π uma permutação com órbitas O1, O2, . . . , OL, com comprimentos<br />

n1, n2, . . . , nl, <strong>de</strong>finimos P (π) = L<br />

i=1 (ni − 1), e provamos:<br />

9 “Qualquer natural n ≥ 2 é um produto <strong>de</strong> números primos, que são únicos a menos<br />

da or<strong>de</strong>m dos factores” (ver Capítulo 2).<br />

<br />

,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!