STF na Mídia - Para a pasta superior
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LEONARDO AUGUSTO<br />
CORREIO BRAZILIENSE / DF - POLÍTICA - pág.: A03. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />
Conde<strong>na</strong>dos se espelham em Tatico<br />
Os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP),<br />
João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT) no<br />
processo do mensalão espelham-se em um exparlamentar<br />
para tentar escapar da cadeia. Passados<br />
quase dois anos da publicação do acórdão de<br />
conde<strong>na</strong>ção pelo Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>),<br />
José Fuscaldi Cesilio, mais conhecido como Tatico,<br />
ainda está em liberdade. Uma série de manobras<br />
jurídicas somadas ao ritmo de funcio<strong>na</strong>mento da Corte<br />
atrasam a ida do empresário para a cadeia, onde terá<br />
que cumprir pe<strong>na</strong> de sete anos. A maior parte do<br />
processo correu enquanto Tatico era deputado federal<br />
do PTB. Eleito pelo Distrito Federal em 2002 e por<br />
Goiás em 2006, ele exerceu dois mandatos.<br />
Tatico foi conde<strong>na</strong>do por apropriação indébita e<br />
sonegação de impostos que totalizaram R$ 878 mil.<br />
Segundo ação movida pelo Ministério Público<br />
Federal (MPF), o ex-deputado não repassou ao<br />
governo federal contribuições previdenciárias de<br />
empregados das empresas do setor de curtume que<br />
mantinha em Goiás. A sonegação ocorreu entre<br />
janeiro de 1995 e agosto de 2002.<br />
As tentativas de evitar a prisão de Tatico tiveram início<br />
imediatamente após a publicação da sentença contra<br />
o ex-deputado, em 27 de setembro de 2010. Em 1º de<br />
outubro, a defesa entrou com pedido de extinção da<br />
pe<strong>na</strong>, que seria cumprida em regime semiaberto,<br />
alegando que o réu havia completado 70 anos, o que<br />
lhe daria o direito de ser poupado da punição,<br />
conforme o Código Pe<strong>na</strong>l. Tatico, no entanto,<br />
completou os 70 anos no dia seguinte à decisão do<br />
<strong>STF</strong>, o que extinguia a possibilidade de não aplicação<br />
da sentença.<br />
Entre a chegada do pedido ao tribu<strong>na</strong>l e o envio da<br />
documentação para análise do MPF, que indeferiu a<br />
solicitação, correu prazo total de um mês e 17 dias.<br />
Em nova tentativa de protelação, sete dias depois da<br />
publicação do acórdão, em 10 de dezembro, os<br />
advogados entraram com pedido para realização de<br />
sustentação oral no plenário da Corte, para<br />
argumentar sobre supostas dúvidas que teriam <strong>na</strong><br />
sentença, os chamados embargos declaratórios. A<br />
solicitação foi indeferida pelo MPF no mesmo dia.<br />
O processo ficou então inconcluso, ou seja, esperando<br />
posicio<strong>na</strong>mento do relator da ação, o hoje ministro<br />
aposentado Carlos Ayres Britto, que seguiu o MPF. A<br />
decisão foi para o plenário e, em 1º de dezembro de<br />
2011, quase um ano depois, portanto, foi julgada, com<br />
os ministros negando o pedido de sustentação oral.<br />
Nesse período, a defesa acrescentou ao processo<br />
uma série de documentos obtidos <strong>na</strong> Receita Federal<br />
e <strong>na</strong> Previdência Social.<br />
Também em 1º de dezembro, o ministro Luiz Fux<br />
pediu vista ao processo, o que acontece para, por<br />
exemplo, esclarecer dúvidas sobre a ação. Os<br />
documentos só foram devolvidos em 8 de agosto<br />
deste ano, portanto, oito meses depois de seguirem<br />
para o gabinete de Fux. Em 22 de outubro, a defesa<br />
de Tatico entrou com documentação "reiterando<br />
pedidos feitos anteriormente". Desde a última<br />
segunda-feira, o processo está com a presidência do<br />
<strong>STF</strong> para decisão, em segredo de Justiça. O<br />
presidente da Corte, Ayres Britto, no entanto, se<br />
aposentou no domingo por ter completado 70 anos. O<br />
cargo será assumido pelo ministro Joaquim Barbosa<br />
amanhã.<br />
7 anos<br />
Tempo da pe<strong>na</strong> de prisão imposta a Tatico<br />
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