STF na Mídia - Para a pasta superior
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Diego Abreu<br />
ESTADO DE MINAS / MG - POLÍTICA - pág.: 04. Qua, 21 de Novembro de 2012<br />
O Supremo sob nova direção<br />
Brasília - Na véspera de tomar posse no cargo de<br />
presidente do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o<br />
ministro Joaquim Barbosa exercerá hoje, pela<br />
primeira vez, o comando do plenário durante o<br />
julgamento do processo do mensalão. Ele vai<br />
acumular nesta tarde as funções de relator da Ação<br />
Pe<strong>na</strong>l 470 e de presidente interino da Corte, <strong>na</strong> única<br />
sessão plenária prevista para esta sema<strong>na</strong>. Em pauta<br />
está a continuidade do cálculo das pe<strong>na</strong>s dos réus<br />
conde<strong>na</strong>dos por envolvimento com o esquema de<br />
compra de apoio parlamentar ocorrido no primeiro<br />
mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.<br />
No começo da sessão, três ministros devem se<br />
manifestar sobre a pe<strong>na</strong> aplicada a Rogério Tolentino,<br />
ex-advogado do empresário Marcos Valério, que, por<br />
enquanto, já soma 5 anos e 3 meses de cadeia.<br />
Depois que Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Marco<br />
Aurélio votarem quanto à punição de Tolentino por<br />
lavagem de dinheiro, os ministros devem iniciar a<br />
dosimetria dos deputados, ex-parlamentares e<br />
assessores.<br />
Os ministros não arriscaram a ordem dos réus que<br />
terão as pe<strong>na</strong>s calculadas hoje, uma vez que o relator,<br />
Joaquim Barbosa, pegou todos de surpresa <strong>na</strong><br />
sema<strong>na</strong> passada. Depois de anunciar que apreciaria<br />
inicialmente as pe<strong>na</strong>s dos réus do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro,<br />
ele iniciou a sessão do último dia 12 com a dosimetria<br />
dos conde<strong>na</strong>dos do núcleo político, como o ex-ministro<br />
José Dirceu, conde<strong>na</strong>do a mais de 10 anos de prisão.<br />
Um ministro ouvido pelo Estado de Mi<strong>na</strong>s acredita que<br />
Joaquim Barbosa apresentará hoje as pe<strong>na</strong>s do<br />
deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), expresidente<br />
da Câmara, conde<strong>na</strong>do por corrupção<br />
passiva, peculato e lavagem de dinheiro. A expectativa<br />
é de que, mesmo se a<strong>na</strong>lisarem a situação do petista,<br />
os ministros não avancem ainda no debate sobre a<br />
perda de mandato do parlamentar. A tendência é de<br />
que a definição sobre a cassação imediata dos três<br />
deputados conde<strong>na</strong>dos no processo fique para o fim<br />
do julgamento. Também hoje é possível que o plenário<br />
trate das pe<strong>na</strong>s do ex-diretor de Marketing do Banco<br />
do Brasil Henrique Pizzolato.<br />
Inversão Diante das inovações levadas por Joaquim a<br />
plenário, Marco Aurélio não descarta uma nova<br />
inversão <strong>na</strong> sessão de hoje. "Não sei como vai ser a<br />
sessão de amanhã (hoje). É uma surpresa. A gente vai<br />
ver, porque quando íamos tratar do núcleo fi<strong>na</strong>nceiro,<br />
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL<br />
tivemos o núcleo político", observou. O ministro disse<br />
esperar que "reine a paz" enquanto Joaquim Barbosa<br />
estiver presidindo as sessões. "Na presidência não há<br />
como a pessoa ser trepidante", frisou.<br />
Iniciado no começo de agosto, o julgamento chega<br />
hoje à 47ª sessão. Entre os 37 réus julgados, 25 foram<br />
conde<strong>na</strong>dos. Até a sema<strong>na</strong> passada, o Supremo havia<br />
definido as pe<strong>na</strong>s de nove deles. Após a conclusão<br />
referente ao último réu do núcleo operacio<strong>na</strong>l, os<br />
ministros do Supremo terão de a<strong>na</strong>lisar a situação dos<br />
acusados de participação em esquema de corrupção<br />
<strong>na</strong> Câmara e no Banco do Brasil, e também dos<br />
deputados e assessores envolvidos <strong>na</strong> compra de<br />
apoio parlamentar.<br />
No rol de conde<strong>na</strong>dos estão congressistas e exparlamentares<br />
que eram filiados ao PP, ao PL (atual<br />
PR), ao PTB e ao PMDB <strong>na</strong> época do mensalão. Até o<br />
fim do mês, somente mais três sessões serão<br />
realizadas no Supremo. Diante do apertado<br />
calendário, é provável que o julgamento se estenda<br />
até dezembro.<br />
"Quietinho"<br />
Dois dias antes de tomar posse no cargo de vicepresidente<br />
do Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal (<strong>STF</strong>), o<br />
ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não terá<br />
protagonismo no cargo, pois adotará um estilo low<br />
profile. Depois de mais de três meses de desavenças<br />
com Joaquim Barbosa, que será empossado como<br />
presidente da Corte amanhã, Lewandowski afirmou:<br />
"Eu vou substituir Joaquim nos momentos que se<br />
fizerem necessários. Vou ter um protagonismo<br />
mínimo, low profile. Não vou sugerir absolutamente<br />
<strong>na</strong>da. Vou ficar bem quietinho <strong>na</strong> vice, bem vice, vou<br />
ser tipo assim, um vice José Alencar". <strong>Para</strong> ele, os<br />
bate-bocas em plenário durante o julgamento do<br />
mensalão ficaram para trás.<br />
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