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Artigo - Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral

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23 e<br />

Peréz et al. 14 uma albumina baixa em pacientes oncológicos com<br />

TNE, sendo <strong>de</strong>monstrado valores <strong>de</strong> 1,7 g/dL e 2,48 g/dL. Em<br />

concordância com estes resultados, observou-se, nos pacientes<br />

<br />

homens (2,86 g/dL) quando comparado com as mulheres (3,01<br />

<br />

estas diferenças. A terapia antineoplásica po<strong>de</strong> acarretar diversas<br />

alterações, <strong>de</strong>ntre elas as bioquímicas, sendo comum a anemia e<br />

a <strong>de</strong>snutrição protéica 24 , sugerindo ser uma possível causa <strong>de</strong>ssas<br />

alterações neste estudo. A glicemia elevada, observada em 30,6%<br />

<br />

<br />

doenças metabólicas, sendo ainda questionado o cumprimento do<br />

<br />

Analisando-se o tipo da dieta empregada, segundo Alva et<br />

al. 23 , as fórmulas semi-elementares foram as mais utilizadas<br />

(40%), seguidas das hipercalóricas (44,4%). Peréz et al. 14<br />

<br />

seguidas das ricas em fibras (10,1%) e fórmulas padrões<br />

(normocalóricas/normoprotéicas) (5,7%). Os dados <strong>de</strong>ste estudo<br />

mostraram maior utilização <strong>de</strong> dieta com característica hipercalórica/hiperprotéica<br />

(51,5%) e <strong>de</strong> fórmula padrão (27,3%),<br />

enquanto que 9,15% necessitaram <strong>de</strong> dieta oligomérica e apenas<br />

calóricas/hiperprotéicas<br />

po<strong>de</strong>rá ser explicado pela necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> serem atingidas as necessida<strong>de</strong>s nutricionais estimadas, visto<br />

que pacientes oncológicos necessitam <strong>de</strong> um aporte calórico e<br />

lismo<br />

próprio da doença.<br />

As necessida<strong>de</strong>s calórico-protéicas foram <strong>de</strong> 2149,5 Kcal e<br />

92,05 g <strong>de</strong> proteínas para o sexo masculino e <strong>de</strong> 1947,5 Kcal e<br />

83,4 g <strong>de</strong> proteína para o sexo feminino, com média <strong>de</strong> 2088,3<br />

Kcal e 94,5 g <strong>de</strong> proteína, corroborando com os achados <strong>de</strong> Alva<br />

et al. 22 , que observaram uma oferta <strong>de</strong> 2434,0 Kcal e a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>de</strong> 100% das calorias e <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> proteínas. Ao se analisar a<br />

a<strong>de</strong>quação da dieta do presente trabalho, <strong>de</strong>tectou-se que toda a<br />

amostra recebeu aporte a<strong>de</strong>quado para cobrir suas necessida<strong>de</strong>s<br />

ciado<br />

pelo reduzido número <strong>de</strong> complicações ocorridas (20,5%).<br />

Por outro lado, Melo et al. 19 , em estudo prospectivo <strong>de</strong> pacientes<br />

com TNE no pós-operatório <strong>de</strong> cirurgia <strong>de</strong> cabeça e pescoço,<br />

<br />

proteínas, com a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> 70,9% e 75,1% respectivamente.<br />

A TNE é consi<strong>de</strong>rada uma das melhores alternativas <strong>de</strong><br />

provisão <strong>de</strong> nutrientes, porém <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar a frequência<br />

<strong>de</strong> complicações mencionadas na literatura. Dentre elas<br />

estão as gastrointestinais, as mecânicas e as metabólicas 25 .<br />

As gastrointestinais incluem a constipação, náuseas, vômitos,<br />

distensão abdominal e diarréia, consi<strong>de</strong>rada a principal <strong>de</strong>las,<br />

sendo responsável por 5% a 30% das intercorrências. Uma das<br />

causas mais frequentes <strong>de</strong> diarréia refere-se ao uso <strong>de</strong> algumas<br />

medicações, hipoalbuminemia, contaminação da fórmula enteral<br />

e infusão rápida da dieta, intolerância a algum componente da<br />

fórmula ou infecção da dieta e/ou equipo 7,26 .<br />

No que se refere a essas manifestações, apenas 25% dos<br />

pacientes apresentaram diarréia, com igual incidência para a<br />

<br />

Rev Bras Nutr Clin 2009; 24 (3): 149-54<br />

153<br />

constipação e náusea; provavelmente pelo número reduzido<br />

da amostra. Deve-se consi<strong>de</strong>rar que a administração da dieta<br />

<br />

na ocorrência <strong>de</strong> diarréia. Esta também foi a intercorrência<br />

mais observada por Dantas & Paiva 27 , acometendo 16% dos<br />

pacientes, seguindo-se da estase gástrica (5%), constipação<br />

(1,2%) e vômitos (1,2%). Um maior percentual <strong>de</strong> pacientes<br />

(69%) sem alterações foi observado por Melo et al. 19 , estando<br />

em concordância com o presente estudo (79,5%).<br />

<br />

<br />

dietoterápico a<strong>de</strong>quados aos sintomas, catabolismo da doença<br />

e necessida<strong>de</strong>s individuais, visto que a TNE é comumente<br />

empregada no pré-operatório, pós-operatório ou ainda no curso<br />

da doença, como a melhor forma <strong>de</strong> prover nutrientes para a<br />

manutenção ou recuperação do estado nutricional.<br />

CONCLUSÃO<br />

O EN dos pacientes adultos oncológicos, principalmente<br />

do estômago e esôfago, que receberam TNE por 7-10 dias,<br />

mostrou-se variável, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do parâmetro antropomé-<br />

<br />

<br />

bioquímico não mostraram relação com o sexo, <strong>de</strong>vendo-se ser<br />

atribuídas à DEP, terapêutica empregada e progressão tumoral.<br />

Estes dados constaram uma baixa freqüência <strong>de</strong> intercorrências<br />

<br />

nos resultados positivos da TN, associado ainda à a<strong>de</strong>quada<br />

oferta calórico-protéica.<br />

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