INTRODUÇÃO A escolha a<strong>de</strong>quada da terapia nutricional ao paciente enfermo auxilia no tratamento clínico, melhora o prognóstico e evita complicações 1 . Existe também uma relação direta com o estado nutricional do paciente 2 . A <strong>de</strong>snutrição é frequentemente observada em hospitalizados 3,4 e está relacionada tanto com as patologias como com a prescrição dietética aplicada. Este estado nutricional po<strong>de</strong> afetar a evolução clínica do paciente 5 , aumentando o tempo <strong>de</strong> permanência hospitalar 6 , incidência <strong>de</strong> infecções 7 , aumento da morbi-mortalida<strong>de</strong> 8,9 e outras complicações 9 . No Brasil 1,2 e <strong>de</strong>mais países da América Latina 9,10 , a <strong>de</strong>snutrição hospitalar se faz presente. Este fato se comprova na pesquisa realizada com 4000 pacientes pelo Inquérito Brasileiro <strong>de</strong> Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI) 1 . A pesquisa revelou que 48,1% dos pacientes apresentavam-se <strong>de</strong>snutridos e que, <strong>de</strong>stes, 12,5% eram <strong>de</strong>snutridos graves. Com relação à terapia nutricional, apenas 7,3% dos pacientes recebiam algum tipo <strong>de</strong> tratamento nutricional e 6,1 % <strong>de</strong>stes foi por <strong>Nutrição</strong> <strong>Enteral</strong> 1 . Outro estudo realizado na América Latina com mais <strong>de</strong> 9000 pacientes mostrou que cerca <strong>de</strong> 50% dos pacientes estavam <strong>de</strong>snutridos, <strong>de</strong>stes 11% apresentavam estado grave e foi utilizado em apenas 8,8% dos internados algum tipo <strong>de</strong> terapia nutricional 9 . Além dos países menos <strong>de</strong>senvolvidos, a <strong>de</strong>snutrição po<strong>de</strong> ser encontrada em locais como Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, como <strong>de</strong>monstrou uma pesquisa realizada no período <strong>de</strong> 1970 a 1990 na qual <strong>de</strong>tectou-se em 50% dos hospitalizados algum nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição 11 . Muitos trabalhos <strong>de</strong>monstram incidência <strong>de</strong> risco nutricional em outros países da América do Norte e da Europa 12 o tratamento dietoterápico a<strong>de</strong>quado po<strong>de</strong> melhorar o estado clínico do paciente, evitar <strong>de</strong>snutrição e diminuir complicações 1 . Por todos esses motivos, sabe-se que o uso da terapia nutricional enteral é bastante indicado em inúmeros casos, principalmente porque a nutrição enteral mantém a integrida<strong>de</strong> da mucosa intestinal 13 e reduz infecções 14 . <strong>de</strong>snutrição e também possui ação direta no processo da pato- na encefalopatia hepática e em outras doenças do trato digestório 12 . Outros benefícios são evi<strong>de</strong>nciados na administração da NE, como fornecimento <strong>de</strong> nutrientes completos, utilização do sistema porta, reforço na barreira da mucosa intestinal e redução na formação <strong>de</strong> bactérias oportunistas no intestino <strong>de</strong>lgado 15,16 . do tempo <strong>de</strong> internação 17 . A prescrição dietética da NE precisa ser direcionada às Ms.Vanessa Taís Nozaki - energía fueron a 1593,5 ± 481Kcal/dia y el promedio <strong>de</strong> recomendaciones 2138,4 ± 406,1 kcal / día. Conclusión: Los requisitos y la aportación <strong>de</strong> calorías no llegó a las recomendaciones propuestas, y se encontró con la malnutrición en los pacientes. Rev Bras Nutr Clin 2009; 24 (3): 143-8 144 necessida<strong>de</strong>s nutricionais <strong>de</strong> cada paciente e ao seu estado nutricional 18 . É necessário haver preocupação com a evolução do tratamento durante a internação, essa progressão precisa atingir as necessida<strong>de</strong>s gradativamente até que o paciente consuma quantida<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> nutrientes. No entanto, observa-se que <strong>de</strong> nutrientes 18-21 . Este estudo teve como objetivo analisar os requerimentos cional enteral. MÉTODOS Este estudo foi aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá (UEM) (Registro número 203/2004) e todos os pacientes ou responsáveis assinaram o termo <strong>de</strong> consentimento e livre esclarecido. Fizeram parte da amostra 72 pacientes em uso <strong>de</strong> terapia nutricional enteral (TNE), internados em quatro hospitais gerais, sendo três na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maringá (PR) e outro no município <strong>de</strong> Sarandi-Paraná (Brasil). Os critérios <strong>de</strong> inclusão foram: ida<strong>de</strong> igual ou maior que 18 anos; em uso <strong>de</strong> NE entre o quinto e o décimo dia <strong>de</strong> evolução (tempo recomendado para que a terapia já tenha alcançado as necessida<strong>de</strong>s nutricionais); o uso apenas <strong>de</strong> NE total (excluindose pacientes com nutrição oral e/ou parenteral). Pacientes com e<strong>de</strong>ma e/ou impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aferição das medidas antropométricas foram excluídos da amostra. Os dados analisados foram: sexo, ida<strong>de</strong>, diagnóstico clínico, prescrição dietética, oferta da dieta, volume da dieta/dia, calorias/dia, tempo <strong>de</strong> evolução da dieta, tempo para iniciar o TNE, período <strong>de</strong> internação, evolução clínica (óbito e alta), uso <strong>de</strong> NE após alta. Utilizou-se para cálculo do gasto energético basal (GEB) as equações propostas por Harris e Benedict 22 e para o gasto energético total (GET) optou-se pelos fatores <strong>de</strong> lesão e ativida<strong>de</strong> propostos por Long et al. 23 . Os dados referentes à antropometria foram coletados no cional <strong>de</strong>sses pacientes o Índice <strong>de</strong> Massa Corpórea (IMC), a Prega Cutânea Tricipital (PCT) e a Área Muscular do Braço (AMB). Foram aplicados para os pacientes <strong>de</strong> 18 a 65 anos os parâmetros propostos por Frisancho 24 , nos quais os pontos <strong>de</strong> corte adotados foram consi<strong>de</strong>rados a<strong>de</strong>quados entre os percentis 15 a 75 para a PCT e acima do p15 para AMB. Para avaliar o Saú<strong>de</strong> (OMS) 25 . Para os pacientes acima <strong>de</strong> 65 anos adotou-se os parâmetros <strong>de</strong> Chumlea et al. 26 , em que foram consi<strong>de</strong>rados a<strong>de</strong>quados os pacientes que apresentaram IMC e PCT entre os percentis 5 a 95 e para o AMB acima do percentil 5. Para analisar os dados foram aplicados “Teste t Stu<strong>de</strong>nt”
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