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ESTRATÉGIAS DE VIDA E DE MORTE - Departamento de História ...

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Os agricultores pobres utilizavam-se do trabalho escravo muito raramente e suas<br />

produções não se voltavam para a comercialização e sim para sua própria subsistência.<br />

Utilizavam seus exce<strong>de</strong>ntes para realizar trocas nas vendas por outros produtos<br />

necessários.<br />

O cativo era um fator <strong>de</strong> riqueza na socieda<strong>de</strong> escravista dos séculos passados, e<br />

para os pequenos produtores essa mão-<strong>de</strong>-obra significava um acréscimo na força <strong>de</strong><br />

trabalho, com uma conseqüente elevação do seu padrão <strong>de</strong> vida, mas a base agrícola<br />

continuava a ser familiar. Porque, como foi dito por Antonio Sampaio, a aquisição <strong>de</strong><br />

escravos estava vinculada à acumulação <strong>de</strong> capital que resulta do trabalho familiar.<br />

Tabela 3. Valor médio <strong>de</strong> escravos por período<br />

Período 1852-1863 1864-1874 1875-1885<br />

Valor 2:780$000 66:990$000 87:105$000<br />

quantida<strong>de</strong> 7 99 142<br />

Valor médio p/<br />

escravo<br />

397$143 676$667 613$415<br />

Fonte: Inventários post-mortem São José dos Pinhais. 1852-1885<br />

Na tabela acima temos o valor médio dos escravos em diversos períodos. O<br />

valor não está <strong>de</strong>flacionado, exatamente para mostrar a variação <strong>de</strong> preços dos cativos<br />

no período. Deve-se levar em consi<strong>de</strong>ração para todo o período que quando se apresenta<br />

o valor auferido à um escravo nos inventários, muitas vezes os cativos estavam já<br />

velhos ou inutilizados, colaborando assim, para a queda no preço médio. Isso ocorre,<br />

por exemplo, <strong>de</strong> maneira mais visível, no primeiro período da tabela, 1852 - 1863. É<br />

mais visível pois, por ser pouco o número <strong>de</strong> escravos (somente sete), po<strong>de</strong>mos<br />

facilmente notar a diferença <strong>de</strong> valor. Miguel e Justa, escravos com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 55 e 58<br />

respectivamente, não passam <strong>de</strong> 100$000 cada um, enquanto que Joaquim, <strong>de</strong> 44, é<br />

avaliado por 700$000 no inventário. Quer dizer, os escravos valiam <strong>de</strong> acordo com a<br />

amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua vida: além <strong>de</strong> estar perto da morte, os escravos acima <strong>de</strong> 50 anos já<br />

não tinham a mesma força para trabalhar do que os mais jovens.<br />

Para o período, também se <strong>de</strong>ve estar ciente do impacto que o trabalho cativo<br />

sofreu com o fim do tráfico <strong>de</strong> escravos no início da década <strong>de</strong> 1850. Sem a importação<br />

<strong>de</strong> africanos, as regiões mais distantes dos gran<strong>de</strong>s produtores como São Paulo, Rio <strong>de</strong><br />

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