Appai aproxima a comunidade escolar do universo de livros e ...

“Pretendíamos que eles
trabalhassem na escola.
Os outros estudantes queriam
saber o que estavam
desenhando e eles contavam
toda a história do
local, como foi o caso do
Cemitério dos Escravos,
onde hoje se enterram
indigentes e pessoas carentes,
revelando quanta
riqueza há na região da
Baixada e deixando a todos
encantados”, conta Ana Maria.
Muito além de estimular habilidades específi cas, o
projeto levantou muitas informações sobre a época,
o modo de vida da população e levou os estudantes
e educadores a refl etirem sobre o que representou
a Baixada para a história do Brasil: “A intenção era
levar um olhar crítico sobre essa realidade. Toda
a riqueza que o país produzia passava por aqui. A
maneira inadequada de exploração do solo levou a
febre amarela para Iguaçu Velho, o que obrigou a
população a se transferir para outro centro. Estou
satisfeito em contribuir para desvendar os tesouros
de nossa cidade”, afi rmou Cleber.
Para a jovem Taynara Martins, do 2º ano, que se diz
compulsiva por desenho e reproduziu a Fazenda São
Bernardino, a oportunidade de conhecer sua origem
foi muito importante. Segundo ela, o mais bacana foi
chegar em casa e contar que teve contato com lugares
que sua família, que mora ali há anos, não conhecia:
“Meus pais se espantaram não só com meus trabalhos,
porque não imaginavam que eu era uma artista,
apesar de saberem que eu desenhava, mas também
Revista Appai Educar
Além de retratar os pontos
turísticos e históricos das cidades
os alunos tiveram oportunidade
de conhecer um pouco mais
sobre a região em que moram
com a existência desses
sítios arqueológicos. Foi
uma troca de experiências
muito grande”.
Entre os destaques
estão retratadas a Torre
Sineira das ruínas da Igreja
de Nossa Senhora da
Piedade e a Fazenda Nova
Bernardino, produtora de
açúcar e lenha, e sede de
todo o comércio de Nova
Iguaçu. Outro local abordado foi o extinto Porto Iguaçu,
de onde vinha toda mercadoria produzida pelos
barões do café, que era escoada pela Estrada Real
para outras partes do país.
No futuro, a ideia da professora Márcia é realizar
uma exposição itinerante, que seguirá do auditório
para o espaço escolar todo, e depois para a Casa de
Cultura de Nova Iguaçu. Para a educadora o projeto
foi um encontro muito feliz da arte com outras áreas
do conhecimento: “Valeu muito poder registrar essas
histórias. No fi nal todos fi caram satisfeitos porque
estavam se autodescobrindo através do local em que
vivem. Esse é realmente um novo olhar sobre Nova
Iguaçu”, conclui Márcia.
Colégio Estadual Dr. Mário Guimarães
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Fotos: Marcelo Ávila