Anais do II Simpósio Nacional de Musicologia - EMAC - UFG
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Esse pensar po<strong>de</strong> se manifestar em forma <strong>de</strong> perguntas básicas como, por exemplo: qual o<br />
meu objetivo? Como <strong>de</strong>vo agir para conseguí-lo? Qual a melhor maneira <strong>de</strong> solucionar as dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> execução que encontro? Estu<strong>do</strong> 4 horas <strong>de</strong> piano, vou conversar no facebook ou saio para o shopping?<br />
Tais perguntas traduzem um pensamento ético e reflexivo que aponta ao aluno a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> estabelecer um conjunto <strong>de</strong> princípios, critérios e valores que têm por objetivo solucionar uma situação<br />
existencial, dar rumo à própria conduta, nortear e julgar suas ações durante o estu<strong>do</strong> como também<br />
estabelecer relações e hierarquias entre esses valores. As situações dilemáticas da vida <strong>do</strong> estudante<br />
colocam claramente essa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>linean<strong>do</strong> assim, no campo <strong>do</strong> ensino/aprendizagem <strong>do</strong> piano um<br />
caminho sinuoso e multifaceta<strong>do</strong>, o caminho da ética, da estética, da moral e da autonomia.<br />
...o <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia<br />
Movida pelo interesse <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r melhor problemas que percebo na prática pedagógica<br />
<strong>do</strong> professor <strong>de</strong> piano, levantei como hipótese <strong>de</strong> pesquisa a proposição <strong>de</strong> que ele po<strong>de</strong> enriquecer<br />
seu trabalho e minorar o problema da inibição, ausência <strong>de</strong> reflexão e falta <strong>de</strong> motivação <strong>do</strong> aluno para<br />
estudar se oferecer a ele um ambiente propício ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua sensibilida<strong>de</strong> e autonomia. Esta<br />
relação foi estabelecida a partir da seguinte indagação: se os problemas <strong>do</strong>s alunos são geralmente esses,<br />
que conquistas <strong>de</strong>veriam ser suscitadas a fim <strong>de</strong> ajudá-los a resolver os conflitos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s?<br />
As capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crítica, <strong>de</strong> fazer escolhas, <strong>de</strong> abstrair, o <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> si mesmo, a<br />
racionalida<strong>de</strong>, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> motivar-se intrinsecamente foram as respostas encontradas.<br />
Sabemos que estas são potencialida<strong>de</strong>s circunscritas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um campo <strong>de</strong>limita<strong>do</strong> pela<br />
sensibilida<strong>de</strong> e pela autonomia, são conseqüências <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia.<br />
Sabemos também que a autonomia é uma das diversas faces da conduta humana e refere-se<br />
a um nível <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento psicológico, possui uma dimensão individual. Por outro la<strong>do</strong>, não existe<br />
autonomia pura, uma capacida<strong>de</strong> absoluta <strong>do</strong> sujeito isola<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia pressupõe<br />
a relação com o outro.<br />
Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> então que o <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia pressupõe a relação com o<br />
outro, concluí que o professor <strong>de</strong> piano po<strong>de</strong> enriquecer seu trabalho e facilitar o enfrentamento <strong>do</strong>s<br />
conflitos e dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> seus alunos se oferecer a eles um ambiente cooperativo, propício ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa dimensão <strong>de</strong> sua personalida<strong>de</strong>.<br />
A discussão <strong>de</strong>sta questão envolve, pelo menos, <strong>do</strong>is aspectos complementares da relação<br />
entre o ensino <strong>do</strong> piano e o <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia:<br />
1º) O ensino <strong>do</strong> piano enquanto uma ativida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> contribuir, <strong>de</strong> forma importante,<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento da sensibilida<strong>de</strong> e da autonomia <strong>do</strong> aluno.<br />
2º) O <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia enquanto um objetivo que po<strong>de</strong> proporcionar, ao<br />
professor <strong>de</strong> piano, recursos que tomam o processo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem <strong>de</strong>sse instrumento mais<br />
efetivo e prazeroso.<br />
A conclusão que ora apresento foi, portanto, extraída da análise e discussão <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is<br />
aspectos complementares da relação entre o ensino <strong>do</strong> piano e o <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia.<br />
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