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Anais do II Simpósio Nacional de Musicologia - EMAC - UFG

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D. Terezinha Fonseca afirma ainda que eles viajavam para outras cida<strong>de</strong>s levan<strong>do</strong> peças<br />

teatrais e “os famosos atos varia<strong>do</strong>s”, com gran<strong>de</strong> sucesso. Ela ressalta que a figura <strong>do</strong> maestro,<br />

compositor e pianista era essencial na vida musical da cida<strong>de</strong> e da região: “sem o sr. Vicente não se fazia<br />

nada!!!!” (FONSECA, 2012).<br />

Em sua atuação junto à igreja, Fonseca (2012) comenta que o compositor participava das<br />

cerimônias ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> cantores solistas da cida<strong>de</strong>, como D. Glorinha Paiva (aluna <strong>do</strong> Sr. Vicente), Sr.<br />

Menotti Sisti, Jandira Paiva, Maria <strong>de</strong> Jesus, Oneida Junqueira, Geral<strong>do</strong> Arcanjo entre outros. Segun<strong>do</strong><br />

ela, “a Semana Santa (<strong>do</strong> Monsenhor Fonseca) era brindada pelas Missas <strong>de</strong> Angelis, São Miguel Arcanjo,<br />

a 4 vozes com solos <strong>de</strong> clarineta (Álvaro) e Vicente Me<strong>de</strong>iros no harmônio”. (FONSECA, 2012)<br />

Vicente Me<strong>de</strong>iros participou ativamente das festivida<strong>de</strong>s religiosas, especialmente na época<br />

em que o Monsenhor José Guimarães Fonseca esteve à frente da Matriz Sagrada Família em Três Corações<br />

(perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1922 a 1966). O compositor afastou-se das ativida<strong>de</strong>s religiosas, segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> sua<br />

filha, a partir <strong>do</strong> momento em que as missas passaram a ser celebradas em português, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong>-se o<br />

latim. Tal fato é resulta<strong>do</strong> das ações <strong>do</strong> Concílio Vaticano <strong>II</strong>, que aconteceu entre 1962 e 1965 e que se<br />

constituiu como uma gran<strong>de</strong> reflexão sobre as ações da igreja católica frente às mudanças contemporâneas.<br />

Numa publicação <strong>de</strong> 1998, cujo objetivo era resgatar personalida<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três<br />

Corações, Nogueira contribui com algumas informações sobre Vicente Me<strong>de</strong>iros:<br />

Homem ín<strong>do</strong>le e simples, <strong>de</strong>dicou a vida à música que era sua paixão e ao trabalho. Deixou <strong>de</strong><br />

herança aos filhos e a seu povo, diversas partituras <strong>de</strong> sua autoria. Encantou a to<strong>do</strong>s que tiveram<br />

o privilégio <strong>de</strong> vê-lo e ouvi-lo tocar piano. Colocava o sentimentalismo à frente <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> e dava<br />

um colori<strong>do</strong> especial a suas apresentações. Chefe <strong>de</strong> família exemplar, educou seus filhos com<br />

amor. No dia 19 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1969 seu coração parou, e aquelas mãos mágicas já não mais<br />

tocavam o piano inseparável, aquela voz forte já não transmitia mais. Seu corpo repousa em paz<br />

no cemitério <strong>de</strong> São João Batista, na sempre sua Três Corações. (Nogueira, 1998, p.60).<br />

Atualmente, a rua em que o compositor residiu na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Corações recebeu o seu<br />

nome: Maestro Vicente Me<strong>de</strong>iros. De sua vasta obra, recuperamos, até agora partituras manuscritas<br />

avulsas, três ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> composições sen<strong>do</strong> um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a peças sacras, duas partituras<br />

editadas para piano, uma peça para piano e banda <strong>de</strong> sopros com a parte <strong>do</strong> piano e algumas das partes<br />

instrumentais, outra peça para piano e banda <strong>de</strong> sopros da qual restou apenas a parte <strong>do</strong> piano, letras <strong>de</strong><br />

canções, algumas partituras <strong>de</strong> canções e um discurso proferi<strong>do</strong> em um recital <strong>de</strong> alunos.<br />

Nos limites <strong>de</strong>ste texto, apresentamos a seguir o ca<strong>de</strong>rno com composições <strong>de</strong> obras sacras,<br />

com alguns apontamentos analíticos iniciais. Apresentamos também outras partituras sacras que eram<br />

utilizadas pelo compositor nas cerimônias religiosas, que serão utilizadas como indícios das práticas<br />

musicais religiosas da época numa tentativa <strong>de</strong> escrita da sua história na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Corações, no<br />

perío<strong>do</strong> em que o compositor em questão ali atuou.<br />

3. As obras sacras<br />

Gran<strong>de</strong> parte das obras sacras preservadas <strong>de</strong> Vicente <strong>de</strong> Paula Me<strong>de</strong>iros encontra-se reunida<br />

em um pequeno ca<strong>de</strong>rno intitula<strong>do</strong> “Composições <strong>de</strong> Vicente <strong>de</strong> Paula Me<strong>de</strong>iros”, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />

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