Anais do II Simpósio Nacional de Musicologia - EMAC - UFG

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Primeira página do manuscrito autógrafo da ópera Farrapos
(redução para piano com indicações da orquestração)
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Outro aspecto de Farrapos que vai nos mostrar mais uma característica wagneriana da obra
é a utilização da técnica de composição contínua (durchkomponiert) utilizada por Wagner. Os números
musicais ainda são perfeitamente identificáveis (monólogos, duetos, quarteto, concertato com solistas e
coro, etc.), estando, porém, conectados uns aos outros de modo a criar um todo orgânico e uma sequência
dramática e musical. Eggers estabelece dessa forma, uma estrutura que aproxima Farrapos das primeiras
óperas de Wagner, como por exemplo, O Navio Fantasma e Tannhaüser.
Em setembro de 1936, a imprensa ocupou-se quase diariamente de Farrapos. Entrevistas,
anúncios e crônicas devem ter criado uma grande expectativa no público em relação à ópera. Mesmo
depois da estreia, a imprensa acompanhou as demais récitas com a publicação diária de artigos. Várias
associações prestaram homenagens aos autores, tendo sido inclusive ofertada uma placa de bronze,
com o relevo da face de Eggers, ao Teatro São Pedro. Alguns jornais entrevistaram músicos e pessoas
influentes no meio cultural porto-alegrense e, por meio desses depoimentos, podemos ter a medida de
como repercutiu a obra na sociedade porto-alegrense. O depoimento de José Corsi, regente da Banda
Municipal de Porto Alegre, nesse sentido é significativo.
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