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Anais do II Simpósio Nacional de Musicologia - EMAC - UFG

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Artigos<br />

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música por mulheres, principalmente em âmbito <strong>do</strong>méstico, abrin<strong>do</strong> um novo espaço <strong>de</strong> trabalho para<br />

as mulheres e contribuin<strong>do</strong> para a transformação <strong>de</strong> sua inserção na socieda<strong>de</strong> da época. Os objetivos<br />

da pesquisa envolvem essas e outras questões correlatas, procuran<strong>do</strong> compreendê-las na trama da<br />

socieda<strong>de</strong> da cultura.<br />

1. meto<strong>do</strong>logia e Referencial teórico<br />

A pesquisa focaliza a atuação <strong>de</strong> mulheres como professoras ou estudantes <strong>de</strong> música, no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, através da leitura <strong>de</strong> periódicos e da literatura especializada,<br />

enfatizan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ologias e legislação da época. A pesquisa se <strong>de</strong>tém apenas sobre a educação formal e<br />

não-formal (GHANEM TRILLA e ARANTES, 2010), não abrangen<strong>do</strong> o ensino informal, sobre o qual<br />

há necessida<strong>de</strong>s mais específicas na obtenção <strong>de</strong> informações.<br />

O recorte temporal (segun<strong>do</strong> reina<strong>do</strong>) <strong>de</strong>corre da presença <strong>de</strong> acontecimentos importantes<br />

para a pesquisa, como a criação <strong>do</strong> Colégio Pedro <strong>II</strong> e <strong>do</strong> Imperial Conservatório <strong>de</strong> Música, além <strong>de</strong><br />

abrigar uma gradativa entrada feminina no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho com música, sobretu<strong>do</strong> como professoras,<br />

e <strong>de</strong> registrar a publicação <strong>do</strong> primeiro jornal da chamada “imprensa feminina” (jornal edita<strong>do</strong> por uma<br />

mulher e dirigi<strong>do</strong> ao sexo feminino), funda<strong>do</strong> em 1852, por Joana Paula Manso <strong>de</strong> Noronha, no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro (JINZENJI, 2010).<br />

O enfoque a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> tem bases na dialética e na fenomenologia, que subsidiam tanto os<br />

referenciais da concepção histórica da pesquisa, quanto os liga<strong>do</strong>s à educação. A visão <strong>de</strong> história utilizada<br />

é a da história da cultura (BURKE, 2010). O tempo na história é concebi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma prioritariamente<br />

não-linear, implican<strong>do</strong> na presença <strong>de</strong> diferentes tempos e significa<strong>do</strong>s sobrepostos em uma mesma<br />

socieda<strong>de</strong> (FREIRE, 1994). Quanto à visão <strong>de</strong> educação, a pesquisa procura recuperar concepções<br />

da época e articulá-las com concepções educacionais recentes, em especial com a pós-mo<strong>de</strong>rna,<br />

buscan<strong>do</strong> interpretar o fenômeno através <strong>do</strong> diálogo entre essas diferentes visões, a partir <strong>do</strong>s seguintes<br />

procedimentos meto<strong>do</strong>lógicos:<br />

1. Revisão <strong>de</strong> literatura, abrangen<strong>do</strong> temas liga<strong>do</strong>s à educação, à educação musical e aos<br />

papéis femininos no século XIX, interpretan<strong>do</strong>-os a partir <strong>de</strong> uma visão dialética, que os articula com os<br />

papéis masculinos, não visualiza<strong>do</strong>s necessariamente como antagônicos.<br />

2. Levantamento <strong>de</strong> informações em periódicos da época. Objetiva-se levantar anúncios<br />

<strong>de</strong> aulas particulares e <strong>de</strong> colégios e buscar aproximação com o pensamento, hábitos e costumes da<br />

socieda<strong>de</strong> oitocentista, visan<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong>r significa<strong>do</strong>s sociais subjacentes. A valorização das<br />

subjetivida<strong>de</strong>s, visualizadas nas opiniões e notícias em jornais, encontra respal<strong>do</strong> no olhar fenomenológico<br />

e no entendimento da história da cultura.<br />

3. Leitura <strong>do</strong>s textos da legislação educacional da época, a partir da literatura<br />

especializada, buscan<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong>r o papel atribuí<strong>do</strong> à música e à educação musical, bem como as<br />

concepções <strong>de</strong> educação subjacentes, confrontan<strong>do</strong>-a com anúncios veicula<strong>do</strong>s pela imprensa.<br />

4. interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s. Freire (1994, 1996, 1998, 2010), Burke (2010), Del<br />

Priore (2007), entre outros, oferecem suporte teórico e meto<strong>do</strong>lógico à interpretação da educação feminina,<br />

enfatizan<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>s sociais subjacentes. Quanto aos referenciais mais específicos da área <strong>de</strong> educação,<br />

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