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Anais do II Simpósio Nacional de Musicologia - EMAC - UFG

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Artigos<br />

oGAnS: múSicoS <strong>de</strong> ReLiGiõeS AFRo-BRASiLeiRAS:<br />

i<strong>de</strong>ntidA<strong>de</strong>S e RepReSentAçõeS <strong>de</strong> po<strong>de</strong>R<br />

Menu<br />

André Luiz Monteiro <strong>de</strong> Almeida 1 (<strong>EMAC</strong>-<strong>UFG</strong>)<br />

prestos@gmail.com.br<br />

Ana Guiomar Rêgo Souza 2 (<strong>EMAC</strong>-<strong>UFG</strong>)<br />

anagsou@yahoo.com.br<br />

Resumo: Os ogans, em especial da Umbanda e Cam<strong>do</strong>mblé possuem papeis focais na manutenção <strong>de</strong> tais cultos e na formação<br />

das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s míticas nacionais, das religiosida<strong>de</strong>s e brasilida<strong>de</strong>. A partir <strong>de</strong> levantamento bibliográfico e teórico, bem<br />

como aquisição <strong>de</strong> informação através <strong>de</strong> entrevistas informais, foi constata<strong>do</strong> que os ogans e suas ativida<strong>de</strong>s religiosas não<br />

só preservam as narrativas ancestrais e estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s seus antepassa<strong>do</strong>s nas comunida<strong>de</strong>s religiosas a qual atuam,<br />

mas também promoveram trocas sociais e simbólicas que extrapolam os terreiros, inserin<strong>do</strong> e validan<strong>do</strong> as ancestralida<strong>de</strong>s<br />

africanas como componentes legítimo da brasilida<strong>de</strong>.<br />

palavras-chave: Hologramática; Brasilida<strong>de</strong>; Ancestralida<strong>de</strong>; Macumba.<br />

oGAnS: musicians of Afro-Brazilian Religions: i<strong>de</strong>ntity and power representations<br />

Abstract: The Ogans, particularly Cam<strong>do</strong>mblé and Umbanda, have mains roles maintaining such worship and shaping<br />

national mythical i<strong>de</strong>ntity, religiosity and Brazilianness. From a bibliography and theorical review, and also data collection<br />

from informal interviews, was found that the ogans and their religious activities not only preserve the ancestral narratives<br />

and power structures of their ancestors in religious communities where they are, but also promoted social and symbolic<br />

exchanges that go beyond the religious communities, adding and authenticating African ancestry as legitimate components<br />

of the Brazilianness<br />

Keywords: Hologramatic; Brazilianness; Ancestry; Macumba.<br />

introdução<br />

Em diversas religiões da matriz afro-brasileira é encontrada uma classe <strong>de</strong> inicia<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s como “ogans”. A disseminação <strong>de</strong>ste nome em um amplo espectro <strong>de</strong> cultos sugere que<br />

estes compartilhem elementos provenientes das diversas manifestações arcaicas <strong>do</strong> Can<strong>do</strong>mblé brasileiro<br />

e, mais remotamente, <strong>de</strong> outras práticas religiosas <strong>de</strong> origens africanas encontradas na América Latina.<br />

Devi<strong>do</strong> à ausência <strong>de</strong> instituições regula<strong>do</strong>ras reconhecidas e aceitas, tanto os usos e significa<strong>do</strong>s para<br />

o termo “ogan” variam lautamente entre os diversos cultos (FERRO s/d). Entretanto, nos imaginários<br />

da Umbanda e <strong>do</strong> Can<strong>do</strong>mblé (as maiores religiões afro-brasileiras), este termo é utiliza<strong>do</strong>, no mais das<br />

vezes, para nominar os responsáveis pela música ritualística.<br />

Em ambas as religiões o termo “ogan” po<strong>de</strong> também <strong>de</strong>signar indivíduos <strong>do</strong> gênero masculino<br />

que <strong>de</strong>sempenham oficialmente funções em um terreiro, sen<strong>do</strong> este um sacer<strong>do</strong>te escolhi<strong>do</strong> por um<br />

Orixá para não entrar em transe durante os rituais (trabalho). Porém alguns terreiros <strong>de</strong>stas mesmas<br />

<strong>de</strong>nominações utilizam este substantivo para <strong>de</strong>nominar apenas os sacer<strong>do</strong>tes músicos. Estes são os<br />

responsáveis pela música sacra durante os trabalhos e, mesmo não entran<strong>do</strong> em transe, é cri<strong>do</strong> que os<br />

ogans participem <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> mediação entre os “planos físico e espirituais” através da “intuição<br />

espiritual”. Para exercerem suas funções, estes sacer<strong>do</strong>tes utilizam atabaques consagra<strong>do</strong>s para tal<br />

1 Atuação Profissional: Biólogo (PUC-GO), Especialista em Ensino <strong>de</strong> Artes Integradas (<strong>EMAC</strong>-<strong>UFG</strong>). Cursa o Mestra<strong>do</strong><br />

“Música Na Contemporaneida<strong>de</strong>” (<strong>EMAC</strong>-<strong>UFG</strong>) e a graduação “Educação Musical”. E-mail: prestos@gmail.com.br /<br />

Telefone: (62)92862792.<br />

2 Atuação Profissional: Professora da Graduação e <strong>do</strong> PPG em Música da <strong>EMAC</strong>/<strong>UFG</strong>. E-mail: anagsou@yahoo.com.br /<br />

Telefone: (62)99964235.<br />

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