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dois passos: a enumeração é um começo<br />
e um prenúncio. Temos ainda a<br />
Serra de Arga ou a da Peneda, ou a do<br />
Gerês, embora nestas duas últimas<br />
serranias estejamos a colocar a fasquia<br />
a uma distância mais larga; esses são,<br />
todavia, é bom reconhecer, destinos<br />
sempre à mão de passear e dos de<br />
maior valia na área do ecoturismo<br />
nacional. Mais perto temos, efectivamente,<br />
com que entretecer andanças e<br />
mergulhos na natureza. Actualizemos<br />
a informação, que a há e que faz parte<br />
dos mais recentes artifícios de sedução<br />
do concelho. Foram inauguradas há<br />
bem pouco tempo algumas rotas que<br />
proporcionam uma intimidade dos<br />
caminhantes com os espaços naturais<br />
deste recanto do Alto Minho. São sete<br />
os percursos pedestres sugeridos por<br />
este roteiro, cuja informação detalhada<br />
é possível obter no posto de turismo<br />
de Viana: Trilhos dos Moinhos de<br />
Água de Montaria, na Serra de Arga,<br />
Trilho do Monte de Santa Luzia, Trilho<br />
dos Canos de Água, Trilho dos Moinhos<br />
de Vento de Montedor, Trilho do<br />
Chão, Trilho do Monte Galeão e Trilho<br />
da Ribeira de Santo Simão.<br />
PERCURSOS URBANOS<br />
No que toca aos percursos urbanos,<br />
o centro histórico de Viana do<br />
Castelo é um dos mais agradáveis e<br />
bem conservados do norte português.<br />
É um espaço habitado e<br />
vivo, com algumas esplanadas<br />
estratégicas, como as que nos esperam<br />
na prazenteira Praça da República.<br />
Aí mesmo damos também<br />
com dois dos incontornáveis edifícios<br />
históricos da cidade, o dos antigos<br />
Paços do Concelho, com o seu<br />
recorte medieval e inconfundíveis<br />
arcos góticos, e o da renascentista<br />
Casa da Misericórdia, e respectiva<br />
igreja, que conserva um incomparável<br />
acervo de azulejaria. O<br />
Chafariz (mais ou menos) central é<br />
também de Quinhentos, desses<br />
tempos que viram partir do cais de<br />
Viana aventureiros e povoadores<br />
como Gonçalo Velho, rumo às ilhas<br />
atlânticas, Fernão Martins, explorador<br />
da costa africana, e João Álvares<br />
Fagundes, que terá ido fundar<br />
uma colónia vianense à Terra Nova.<br />
No outro extremo do largo temos<br />
uma mostra de um dos mais celebrados<br />
quinhões do património<br />
cultural local: o Museu do Traje. Da<br />
Praça da República irradiam várias<br />
artérias, a explorar em passos perdidos<br />
pelo emaranhado do centro<br />
histórico, até se descobrir a gótica<br />
(e eclética, por mor dos posteriores<br />
acrescentos) sé. O escriba gosta<br />
particularmente da que dá pelo<br />
nome de Gago Coutinho, ruela em<br />
arco, com sedutora perspectiva dos<br />
antigos Paços do Concelho e da<br />
Casa da Misericórdia. No lado<br />
oposto e no final do arco brilha a<br />
Capela de Malheiros, jóia representativa<br />
que ressalta à primeira vista<br />
o que é: um exemplar do melhor<br />
barroco que em Portugal o viajante<br />
pode encontrar. ■<br />
Humberto Lopes [texto e fotos]<br />
<strong>Fevereiro</strong> <strong>2008</strong> TempoLivre 21