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BOAVIDA<br />
No Palco<br />
Criança ensina adultos<br />
“Óscar e a Senhora Cor de Rosa”, em cena no Teatro Nacional D. Maria II até 9 de Março, fala-nos do<br />
mistério da Vida descoberto por uma criança, num luminoso e comovente monólogo escrito por Eric<br />
Emmanuel- Schmitt.<br />
Maria Mesquita<br />
Lídia Franco propôs a ideia<br />
de se fazer a encenação<br />
deste monólogo a Marcia<br />
Haufrecht, que já a tinha<br />
acompanhado noutras viagens<br />
teatrais (Frozen e Vidas Publicadas).<br />
A resposta é a representação de<br />
uma história muito humana sobre<br />
um menino, Óscar, doente terminal<br />
de leucemia, que, junto a uma voluntária<br />
de apoio a crianças na<br />
mesma condição, vai vivendo a<br />
vida ao passo de gigante. A Senhora<br />
Cor-de-Rosa, assim denominada<br />
por ser a cor das batas que<br />
estas voluntárias utilizam nas alas<br />
de Pediatria dos hospitais franceses,<br />
resolve por sua vez propor um jogo<br />
a Óscar. Por cada dia que passa, ele<br />
64 TempoLivre <strong>Fevereiro</strong> <strong>2008</strong><br />
vive 10 anos, e ele, como retribuição,<br />
aproveita esses 10 anos ao<br />
máximo. Para Óscar, cada dia/10<br />
anos, é vivido em desafio à morte,<br />
olhando de forma divertida para o<br />
mundo dos adultos (ao qual na<br />
realidade ele nunca chegará), para<br />
o mundo das outras crianças que<br />
também o rodeiam, para a Vida que<br />
em breve se irá esgotar. Lídia<br />
Franco afirma que esta é a peça<br />
mais bonita que leu nos últimos<br />
tempos (e que é um hino à felicidade,<br />
uma vez que é uma criança a<br />
ensinar aos adultos a forma de se<br />
viver cada momento, de forma a<br />
não nos lamentarmos por não termos<br />
tido tempo ou oportunidade<br />
de fazer o que queríamos ter feito.<br />
O monólogo, já representado em<br />
dezenas de países por grandes<br />
Lídia Franco<br />
actrizes, surge das cartas que Óscar<br />
escrevia a Deus todos os dias.<br />
Cartas narradas pela Sr.ª Cor-de-<br />
Rosa, cartas de um menino que<br />
viveu mais do que muitos adultos.<br />
A AFILHADA DE SANTO ANTÓNIO<br />
Um musical dedicado a Santo António,<br />
escrito por António Torrado<br />
ao estilo dos antigos autos, em cena<br />
no Teatro da Comuna, até meados<br />
de Março.<br />
Com encenação de João Mota, também<br />
ele devoto a Santo António, este<br />
musical é uma homenagem de forma<br />
muito criativa e divertida a um dos<br />
Santos que “mais trabalho tem” ao<br />
longo de todo o ano, nas “especialidades”<br />
amorosas e afins. Quando os<br />
pedidos são mais do que quem os<br />
pede, quando há tanto para fazer e<br />
tanto para dar, e quando se tem a<br />
imensa responsabilidade de andar<br />
com o Menino ao colo, nem Santo<br />
António aguenta tanta pressão!<br />
Assim lhe aparece em súplica<br />
uma devota afilhada que por acaso<br />
se chama Antónia. O Santo Padroeiro<br />
fica com o coração derretido ao<br />
ver a pobrezinha órfã pedir-lhe<br />
auxílio para a sua vida, mas, como<br />
não gosta de dar tudo de uma só<br />
vez, e acha que a felicidade total<br />
tem de ser ganha aos pouquinhos,<br />
acabamos por ver as aventuras e<br />
desventuras que Antónia passa até<br />
conseguir a Paz que procura. Para<br />
terminar em beleza, a jovem Antónia<br />
termina, qual Cinderela, nos<br />
braços de um amado, que é, quase<br />
por magia (ou fé? Ou milagre do<br />
Santo?), príncipe…