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VIAGENS<br />
foguetes são ali os primeiros convidados<br />
de qualquer celebração. Não<br />
há noivos que não partam para a<br />
lua-de-mel a cheirar a pólvora: nenhum<br />
enlace valenciano tem validade<br />
sem o rebentamento nesse dia<br />
de uma vigorosa "mascletá".<br />
Entre as festas mais agitadas, como<br />
são todas as da Comunidade Valenciana,<br />
as Fallas serão talvez as mais<br />
conhecidas (ver caixa). Mas há outros<br />
momentos igualmente significativos<br />
da folia valenciana que inundam de<br />
pólvora os dias festivos, como as festas<br />
de Moros y Cristianos, encenações<br />
das velhas lutas entre cristãos<br />
e sarracenos na época da Reconquista.<br />
A mais impressionante de todas<br />
tem lugar alguns quilómetros a<br />
sul de Valência, em Alcoy. Todos os<br />
anos, em Abril, milhares de figurantes<br />
representando ambos os exér-<br />
48 TempoLivre <strong>Fevereiro</strong> <strong>2008</strong><br />
citos, cristão e muçulmano, saltam<br />
para a rua, envolvendo-se em "batalhas<br />
urbanas" com arcabuzes e muita<br />
pólvora seca.<br />
A cidade mediterrânica raramente<br />
perde a sua proverbial claridade,<br />
e um passeio até ao litoral, à emblemática<br />
praia de Malvarosa, reforça<br />
a imersão nessa luz tão mag-<br />
VIAGENS INATEL<br />
Com partidas de Santarém, Lisboa,<br />
Setúbal e Évora, o <strong>Inatel</strong> tem programada,<br />
entre 16 e 21 de Março<br />
próximo, por altura das Fallas, uma<br />
viagem a Valência. Preço: 550 euros<br />
por pessoa em quarto duplo.<br />
Informações e reservas nos balcões<br />
de venda da sede e delegações do<br />
Instituto.<br />
nificamente pintada pelos pintores<br />
valencianos. Azorín, que viveu<br />
algum tempo em Valência (e publicou<br />
as suas impressões dessa experiência<br />
num volume memorialístico<br />
intitulado Valencia y Madrid) assinalou<br />
justamente que "Valencia es<br />
la tierra de los pintores. Y de los<br />
pintores desposados con la luz".<br />
Azorín conheceu na intimidade<br />
essa luz que ilumina tantos quadros<br />
de Sorolla (visitáveis nos acervos<br />
museológicos da cidade), e foi certamente<br />
nessa luminosidade tão<br />
serena quanto sensual que terá<br />
pensado quando escreveu que "no<br />
la color, sino el aire es lo qua ha pintado<br />
Sorolla". E porquê? Ele mesmo<br />
esclarece. Por uma razão tão elementar<br />
como a de que "lo que existe<br />
en Valencia es el aire". ■<br />
Humberto Lopes [texto e fotos]