15.06.2013 Views

Fevereiro 2008 - Inatel

Fevereiro 2008 - Inatel

Fevereiro 2008 - Inatel

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

BOAVIDA<br />

Consumo<br />

Carlos Barbosa de Oliveira<br />

Assistimos, com maior ou<br />

menor relutância, a uma<br />

fúria legífera com epicentro<br />

em Bruxelas, assente<br />

num desvelo proibicionista que nos<br />

torna cada vez menos independentes<br />

nas opções de consumo.<br />

Esta sanha proibicionista que nos<br />

tirou da mesa os “jaquinzinhos” e<br />

os galheteiros, elevou os fumadores<br />

à condição de seres humanos de<br />

segunda, cujo convívio não é recomendável,<br />

e ameaça (para já só em<br />

Inglaterra...) privar fumadores e<br />

obesos do acesso ao Serviço Nacional<br />

de Saúde, tende a transformar<br />

os consumidores em soldadinhos<br />

de chumbo obedientes aos ditames<br />

de quem governa o mundo ou de<br />

quem o ameaça (A suspensão do<br />

Lisboa/ Dakar é apenas um exemplo<br />

recente...).<br />

Há algo de contraditório, quando<br />

se legisla de modo a coarctar a<br />

escolha dos consumidores. A contradição<br />

explica-se, porém, pela<br />

incapacidade de a União Europeia<br />

legislar contra os interesses de poderosos<br />

grupos económicos (caso<br />

contrário as cadeias de fastfood<br />

apontadas como responsáveis pelo<br />

aumento da obesidade das gerações<br />

mais jovens já teriam sido<br />

obrigadas a fechar e a União Europeia<br />

teria deixado de subsidiar a<br />

cultura do tabaco). Resta, por isso,<br />

A ASAE e a defesa<br />

dos consumidores<br />

Inúmeros boatos foram postos a circular, nos últimos tempos, em relação à actividade da ASAE. Alguns<br />

órgãos de comunicação social ajudaram a sua propagação, contribuindo para descredibilizar um<br />

organismo cuja actuação devia ser saudada pelos consumidores.<br />

56 TempoLivre <strong>Fevereiro</strong> <strong>2008</strong><br />

impor limites ao consumo de certos<br />

produtos, estabelecendo sanções<br />

aos prevaricadores, e criar um acervo<br />

de normas securitárias que estabeleçam<br />

um crivo apertado em torno<br />

dos fornecedores de bens e<br />

serviços.<br />

Mais do que uma perspectiva<br />

securitária, a defesa do consumidor<br />

devia ter, hoje em dia, uma forte<br />

componente de consciencialização<br />

cívica e social (lembro a propósito<br />

que no último Congresso das associações<br />

de consumidores realizado<br />

em Outubro em Sidney, as preocupações<br />

dominantes foram a<br />

Responsabilidade Social das Empresas,<br />

o consumo sustentável e o<br />

endividamento...) que tem permanecido<br />

em segundo plano quando<br />

se trata de legislar em defesa dos<br />

consumidores.<br />

Dentro desta nova tendência, as<br />

questões de segurança alimentar<br />

assumiram no final do século passado<br />

um papel preponderante na<br />

política de defesa dos consumidores,<br />

muito por força dos problemas<br />

surgidos com a doença das<br />

vacas loucas, os OGM, as dioxinas,<br />

o uso de antibióticos na alimentação<br />

do gado, ou a gripe das aves.<br />

É neste contexto que surgem na<br />

Europa as Agências de Segurança<br />

Alimentar.<br />

Portugal seguiu a tendência europeia<br />

com a criação da ASAE, uma<br />

entidade reclamada pelos mais<br />

variados quadrantes, que criticaram<br />

(e bem...) a morosidade da sua<br />

criação. Não deixa de ser por isso<br />

curiosa, a saga contra a ASAE a que<br />

a comunicação social tem dado<br />

guarida. Quase se pode dizer que<br />

colunista que não tenha criticado a<br />

actuação da ASAE, não é digno<br />

desse nome. A situação não é só caricata...<br />

é também injusta. A ASAE<br />

tem desempenhado um papel de<br />

grande relevância, contribuindo<br />

para uma melhor e mais saudável<br />

concorrência, perseguindo os mixordeiros<br />

e os agentes da contrafacção<br />

e dando mais credibilidade<br />

a quem age de acordo com os<br />

ditames da legislação em vigor.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!