— 20 — que se lhe segue logo a leste são abundantes em castanha {Bcrtholletia), ao passo que esta preciosa arvore falta quasi totalmente na parte occi<strong>de</strong>ntal <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Almeirim, além da boca <strong>do</strong> Paru. A travessia <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> Arumanduba, quan<strong>do</strong> ainda bastante profundamente inunda<strong>do</strong>, é feita em canoas muito pequenas; a raiz <strong>de</strong>sta como <strong>de</strong> quasi todas as serras da região <strong>de</strong> Almeirim é cercada por extensos mirityzaes (matta <strong>de</strong> palmeiras " mirity", Mauritia flexnosa L. f.). 14-7: Cheguei, <strong>de</strong> regresso, a Belém on<strong>de</strong> permaneci um mez, cuidan<strong>do</strong> da continuação <strong>do</strong>s trabalhos enceta<strong>do</strong>s em junho, além da preparação e classificação provisória <strong>do</strong> abundante material <strong>de</strong> herbário trazi<strong>do</strong> da viagem. 14-8: Embarquei para
— 21 — 23 e 24-8: De Altamira pela péssima "Estrada <strong>do</strong> Ambé " que também é chamada " Estrada <strong>do</strong> Povo" mas em realida<strong>de</strong> explorada por commerciantes syrios; a primeira meta<strong>de</strong> atravessa capoeiras e roças em solo <strong>de</strong> argilla vermelho arroxea<strong>do</strong> muito fértil; na segunda meta<strong>de</strong>, em terreno silico-argilloso, pre<strong>do</strong>mina a matta on<strong>de</strong> o " acapú " ainda se conserva freqüente. Essa estrada atravessa o alto Ambé e termina no curso superior <strong>do</strong> Tucuruhy, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> em 25-8, com menos <strong>de</strong> um dia <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida em canoa, alcancei Victorla. Na margem <strong>do</strong> alto Tucuruhy <strong>de</strong>scobri o Bombax macrocalyx D., cujo cálice <strong>de</strong> fôrma espathacea é entre os Bombax tão anormal quanto o é o <strong>do</strong> Pithecolobium macrocalyx (ha pouco menciona<strong>do</strong>) n'este ultimo gênero botânico; o interessante é que as duas espécies sem nenhuma affinida<strong>de</strong>, mas notáveis pela idêntica anomalia em relação aos caracteres <strong>de</strong> seus gêneros, habitam a mesma região. Nas águas rasas <strong>de</strong> forte correnteza, <strong>do</strong> alto Ambé como <strong>do</strong> alto Tucuruhy, vive a Thurnia spliaerocc/hala Hook. f., uma das duas representantes d'uma familia rara, conhecida <strong>de</strong> poucas localida<strong>de</strong>s (Guiana ingleza, Manáos, Óbi<strong>do</strong>s, região <strong>do</strong> Trombetas, e Xingu). 27-8: Desci n'um vapor fluvial até Gurupá, porto on<strong>de</strong> na subida tinham embarca<strong>do</strong> os <strong>do</strong>is trabalha<strong>do</strong>res ao meu serviço; um d'estes, bom matteiro, homem <strong>de</strong> toda confiança, vinha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Altamira gravemente <strong>do</strong>ente <strong>de</strong> febre palustre, e isso me moveu a permanecer naquella cida<strong>de</strong>zinha <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> recursos médicos, para tratar o enfermo na medida das minhas possibilida<strong>de</strong>s. Obtive feliz resulta<strong>do</strong>, e ao mesmo tempo reuni bôa collecção <strong>de</strong> plantas nos arre<strong>do</strong>res da localida<strong>de</strong>, os quaes, como já disse, se <strong>de</strong>stacam pela extrema varieda<strong>de</strong> c a exhuberancia magnífica da vegetação. De regresso a Belém em 14-9, pernaneci na capital somente 11 dias que mal me chegaram para acabar a preparação das amostras <strong>de</strong> plantas e pôr as mesmas em or<strong>de</strong>m. 25-9: Embarquei para o logar Antônio lemos, na margem <strong>do</strong> Tajapuru, o principal <strong>do</strong>s " canaes" <strong>de</strong> Breves, na parte central <strong>do</strong> immenso estuário amazônico; empreguei os dias seguintes em excursões, por terra e por água. aos arre<strong>do</strong>res <strong>do</strong> dito logar e ao "furo" Macujubim que liga o Tajapuru a outros canaes a leste. A ex-futura cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Antônio Lemos foi fundada sob os auspícios <strong>do</strong> político <strong>do</strong> mesmo nome para nella se iiiitallar a se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Breves, sen<strong>do</strong>, porém, os seus improvisa<strong>do</strong>s habitantes <strong>de</strong>pressa anniquila<strong>do</strong>s ou dispersos por uma formidável epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> paludismo; encontrei, no emtanto, os mora<strong>do</strong>res das duas únicas casas ainda habitadas com bastante saú<strong>de</strong> apesar das difficulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alimentação. Essa parte <strong>do</strong> estuário amazon'co consiste em innumeras ilhas e uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> canaes <strong>de</strong> vários tamanhos cujo maior, o Tajapuru, <strong>de</strong>speja constantemente água <strong>do</strong> Amazonas no rio Pará; to<strong>do</strong>s esses canaes estão sujeitos ao regimen das marés que alagam também (em todas as enchentes ou somente nas maiores) as ilhas com excepção <strong>de</strong> poucos trechos mais altos. Visitei vários d'estes, nos arre<strong>do</strong>res próximos <strong>de</strong> Antônio Lemos e na região <strong>do</strong> Macujubim e seu affluente Macujubimzinho, on<strong>de</strong> a matta é bellissima e parece ser mais variada em espécies que nos arre<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Belém; as arvores pre<strong>do</strong>minantes são aliás as mesmas, embora acerescidas pela presença freqüente <strong>do</strong> " cedro-rana" e d'uma das espécies <strong>de</strong> "angelim" (Dinicia excelsa D.) que ambas pertencem ás maiores arvores da Amazônia; faltam em compensação certas espécies características <strong>de</strong> Belém, como a " folha <strong>de</strong> ouro'" e a " folha <strong>de</strong> prata". A vegetação das ilhas inundáveis, como se acha á margem <strong>do</strong>s rios navegáveis, foi optimamente <strong>de</strong>scripta pelo extineto dr. Jacques Huber (vêr Boletim <strong>do</strong> Museu Paraense vol. III), faltan<strong>do</strong> apenas mencionar as duas arvores gran<strong>de</strong>s cujos troncos com casca bastante lisa avermelhada ou esbranquiçada e muni<strong>do</strong>s <strong>de</strong> enormes " sapopemas" se assemelham ao ponto <strong>de</strong> serem freqüentes vezes <strong>de</strong>signadas pelo mesmo nome <strong>de</strong> " pracuúba": Mora paracnsis D., "pracuúba vermelha" ou "p. branca" (leg. caesalp.), e Glycoxylon Ilubrri D., "pracuúba <strong>do</strong>ce" ou "páo <strong>do</strong>ce" (sapotaceas). Precisa-se
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