Monografia: Fundamentos Matemáticos da Separabilidade - UFMG
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CAPÍTULO 1. ESTADOS, MAPAS E CONES 13<br />
Quando o cone em questão é o cone dos operadores positivos, costuma-se<br />
usar simplesmente o símbolo ≥, pois de fato é a generalização natural do<br />
ordenamento padrão de R; isso justifica a notação ρ ≥ 0, para indicar que ρ é<br />
um operador positivo.<br />
Conjuntos convexos compactos sempre possuem pontos especiais, que<br />
podem ser encarados como uma generalização dos vértices de um politopo:<br />
Definição 1.12. Um ponto puro de um conjunto convexo é um ponto que não pode<br />
ser escrito como combinação convexa de outros pontos que pertençam ao conjunto.<br />
Note que a definição de ponto puro não é muito interessante quando nosso<br />
conjunto convexo é um cone; o seu único ponto puro é o vértice. Para ele,<br />
utilizamos o conceito de raio extremo:<br />
Definição 1.13. Um raio extremo de um cone convexo é um raio que passa por um<br />
ponto puro <strong>da</strong> base.<br />
Definição 1.14. Seja P um conjunto. O menor conjunto convexo C que contém<br />
todos os pontos de P é conhecido como casco convexo de P, denotado C = conv P.<br />
Essas definições são motiva<strong>da</strong>s pela existência do teorema de Minkowski:<br />
Teorema 1.15. (Minkowski)<br />
Qualquer conjunto convexo compacto é igual ao casco convexo de seus pontos<br />
puros. Qualquer cone convexo é igual ao casco convexo de seus raios extremos.<br />
Outro conceito muito importante em análise convexa (ou em to<strong>da</strong> a matemática)<br />
é o de cone dual. Relações de duali<strong>da</strong>de podem simplificar muitas<br />
contas, e trazer à tona relações obscuras entre áreas diferentes <strong>da</strong> matemática.<br />
Definição 1.16. Seja V um cone convexo pertencente a um espaço de Hilbert real de<br />
dimensão finita H. Então o conjunto<br />
é o cone dual de V.<br />
V ∗ = {A ∈ H : 〈A, B〉 ≥ 0 ∀B ∈ V}<br />
Existem várias proprie<strong>da</strong>des úteis dos cones duais, que são fáceis de provar<br />
porém tediosas. Irei simplesmente listá-las.<br />
• V ∗ é sempre fechado e convexo.<br />
• Se V é fechado, então V ∗∗ = V.<br />
• V 1 ⊆ V 2 ⇒ V ∗ 1 ⊇ V ∗ 2 .<br />
• Se A e B são cones convexos, então V = conv A ∪ B ⇒ V ∗ = A ∗ ∩ B ∗ .<br />
Agora temos to<strong>da</strong>s as nossas armas em punho. Podemos partir para a<br />
demonstração do principal teorema <strong>da</strong> monografia, e detalhar a estrutura do<br />
espaço de estados.