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direitos, contra um leque tão amplo de atores, por um tempo<br />

tão longo” (Lessig, 2005). A ponto de conteúdos inteiros dos<br />

cidadãos, ao ser transferidos por sites colaborativos da Internet,<br />

tornarem-se propriedade intelectual de proprietários destes últimos.<br />

Exercido por uma multiplicidade de sujeitos, o poder de<br />

criar em rede (a colaboração) vai sendo cada vez mais freado<br />

pelo poder de “pagar para criar em rede” (a permissão) praticado<br />

pelos oligopólios industriais da cultura e da mídia, instauradores<br />

de uma espécie de feudalismo digital, onde o usuário torna-se<br />

preso à terra que ele mesmo povoa. Esses autores corroboram<br />

com a visão de Antonio Negri e Michael Hardt (2005), que sustentam<br />

que a propriedade privada dos bens informacionais só<br />

reduzem as capacidades de cooperação e de comunicação, que<br />

são as bases da inovação numa economia em que o valor se concentra<br />

na qualidade imaterial do trabalho, ou seja, na competência<br />

de incorporar nos processos e nos produtos informação,<br />

cultura e afeto. Daí vai brotar a crítica, pois, sendo cooperativo o<br />

trabalho imaterial, o seu produto não se limita a ser propriedade<br />

um único indivíduo, mas de uma atividade comum cooperativa.<br />

Nesse sentido, a Internet, na sua configuração econômica atual,<br />

veicula uma ideologia de liberdade desregulada, quando, na prática,<br />

é subsumida às arquiteturas e protocolos que mantêm sua<br />

cultura sobredeterminada por um biopoder capaz de estimular a<br />

criação de subjetividades.<br />

Por outro lado, embora haja verdade na conversa em torno<br />

da Web 2.0 com seus blogs, wikis, folksonomics, YouTubes e<br />

redes sociais, ela dificilmente coincidiria com a opinião veiculada<br />

pelos apólogos da Internet sobre o significado da mudança<br />

na comunicação e nos negócios. Na nova web, eles anunciam,<br />

a publicidade encontraria a nova voz dos grupos da cultura da<br />

mídia, um público auto-organizado e participativo que a transformaria<br />

em uma honesta recomendação crítica feita por seus<br />

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