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principal resultado é a produção de um mundo sem intermediários<br />

da cultura, baseada na produção livre e incessante do comum,<br />

sem quaisquer níveis de hierarquia que reproduza exclusivamente<br />

a dinâmica de comunicação um-todos.<br />

Na nossa avaliação, esses dois modos de midialivrismo<br />

têm uma mesma base comum: a lutas antidisciplinares dos anos<br />

60 e 70. E conjugam do mesmo verbo: liberar-se. Mas eles possuem<br />

genealogias distintas. O midialivrismo de massa quer se<br />

liberar do poder concentrador da propriedade dos meios de comunicação;<br />

o ciberativista quer radicalizar os direitos fundamentais<br />

(ou mesmo subverter o sentido liberal destes), sobretudo a<br />

liberdade de expressão. Ambos reivindicam uma outra economia<br />

política dos meios, em que a propriedade dos meios deve ser<br />

comum, isto é, que a cooperação na produção social de conteúdos<br />

midiáticos seja regida por uma estrutura decisória coletiva<br />

da sociedade civil e por um direito de autor que permita que os<br />

conteúdos circulem livremente pela sociedade, e não apenas se<br />

torne uma máquina arrecadadora de patentes.<br />

O midialivrista de massa origina-se na política radical dos<br />

novos movimentos sociais (urbanos, estudantis, sindicais, operários,<br />

etc.) que realizam também uma atividade transversal de<br />

luta pela democratização em países tais como o Brasil (mergulhado<br />

em uma ditadura militar), e se organizam em torno de rádios<br />

livres e comunitárias, imprensa alternativa e experiências<br />

de produção de vídeos e documentários com e sobre as classes<br />

populares. Revela-se em rota de colisão contra o industrialismo<br />

midiático, seja em sua forma jurídica das regulações, concessões<br />

e fontes de financiamento estatais; seja em sua forma econômica<br />

com a redução do mercado de mídia a poucos veículos, o que<br />

força a publicidade a investir seus recursos apenas nesses meios;<br />

seja em sua forma corporativa da existência de normas que restringem<br />

a atividade de imprensa, por exemplo, apenas àqueles<br />

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