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golpista Michelleti e a reatualização da notícia revelando que o<br />

general líder do golpe fôra preso como o chefe de uma quadrilha<br />

de roubo de carros de luxo em 1993 circularam amplamente<br />

na rede. Os golpistas, por sua vez, incapazes de esconder dos<br />

hondurenhos sua condenação internacional, passaram a prodigalizar<br />

insultos a Hillary e Obama nos programas das TVs hondurenhas.<br />

Este processo culminou com o presidente dos EUA sendo<br />

chamado de “negrinho que não sabe onde é Tegulcigapa” pelo<br />

Ministro da Relações Exteriores de Honduras em um programa<br />

popular da TV aberta hondurenha. A declaração espalhada pelo<br />

Twitter e corroborada pelo clipe do YouTube repercutiu de forma<br />

contundente internacionalmente.<br />

Importante assinalar em todos esses casos a perda do monopólio<br />

da edição e reprodução das falas e imagens pelas TVs e<br />

demais mídias massivas. O poder de atualização das imagens dos<br />

blogs, do YouTube e do Twitter proporcionado a seus usuários<br />

deu um diferente alcance às suas narrativas. Podendo escolher o<br />

que atualizar das imagens disponíveis para narrar o acontecimento<br />

e conversar, a mídia livre pôde decidir a quem imputar a responsabilidade<br />

pelo conflito. As imagens e os discursos feitos pelas<br />

mídias de massa uma vez reproduzidos e analisados e reutilizados<br />

se revelavam apropriados para sustentar narrativas diferentes da<br />

história contada pelas mídias corporativas. Deste modo, blogueiros,<br />

tuiteiros e tubeiros fizeram frente aos discursos dos veículos<br />

massivos através das imagens e falas produzidas por estas próprias<br />

mídias, na medida em que tinham o poder de atualizá-las de<br />

modo diferente, mesclando-as com suas próprias falas e imagens.<br />

Temos neste debate dois polos importantes. De um lado<br />

está em jogo a relação dos meios com as populações enquanto<br />

constituem um público, onde vai sobressair a questão do lugar<br />

que este público ocupa nesta relação. Trata-se de saber se ele é<br />

um consumidor relativamente passivo formado pelos produtos<br />

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