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aos movimentos sociais reunirem um máximo de diversidade<br />

sem diluição de suas diferenças constitutivas, transformando a<br />

operação de protesto em uma rede de guerra em rede. Tendo os<br />

grupos de afinidade como unidade móvel de ação virtual, a luta<br />

se desenvolve como uma guerra em rede onde nos cluster operatórios<br />

os grupos de afinidades processam em paralelo as atividades<br />

combativas. A ação política deve ser ao mesmo tempo eficaz<br />

na produção de prejuizos simbólicos e logísticos aos adversários<br />

e simpática e convincente para um público que a acompanha.<br />

Em todos os casos, a mediação se faz através das interfaces<br />

– protocolares, programatórias ou combativas –, onde, por<br />

um lado, estão garantidos os princípios reguladores das relações<br />

e conexões através de uma paramentação ética; e por outro, os<br />

modos de comunicação interativa suplantam as informações disponíveis<br />

no sistema. Desta maneira, as interfaces impulsionam<br />

a participação e o compartilhamento inibindo o consumo meramente<br />

contemplativo formador de fans e audiências. Se a globalidade<br />

se definia como a submissão de uma totalidade aberta<br />

e irrefreável às regulações conservadoras da preservação e do<br />

consenso, a participação e o compartilhamento se revelam os novos<br />

fundamentos para a construção de uma mundialização ativa<br />

e afirmativa das singularidades de sua vasta multidão. Na contramão<br />

da noção de glocalidade que marca a submissão dos lugares<br />

aos ditames do poder global das redes de regulação, a nova<br />

mediação vai revelar o aparecimento das logalidades, traduzindo<br />

o movimento de conexão dos diferentes grupos de defesa e resistência<br />

em lutas de ruptura e afirmação de seu poder comunicacional<br />

colaborativo. A guerra em rede é sempre logal e destitui o<br />

poder glocal de efetividade, esvaziando sua função regulatória.<br />

Um outro mundo se descortina desde a entrada em cena do<br />

Zapatismo até a eclosão do ciberativismo em Seattle, não mais<br />

um mundo meramente possível mas um mundo virtual nascen-<br />

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