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#15N. O movimento parecia nunca ter um fim e se confundia<br />

com a própria forma rizomática de sua convocação e alastramento<br />

na Internet. Ele mostrava sua força utilizando o mecanismo<br />

do hashing (criador da própria lógica dos sistemas de troca de<br />

arquivo P2P) enquanto um modo de “transformar uma grande<br />

quantidade de informações em uma pequena quantidade”.<br />

Tecnicamente, o hashing cria uma “impressão digital” de um<br />

arquivo na forma de uma cifra. Assim, o arquivo pode mudar<br />

de nome, mas a identidade dele continua intacta, gerando mais<br />

confiança na qualidade do arquivo. Esse modo técnico de produção<br />

de reputação foi apropriado para a estrutura de convocação,<br />

disseminação e ativação dos movimentos das ocupações globais.<br />

Ao nomear os movimentos com uma hashtag, os ativistas<br />

reúnem uma quantidade enorme de relatos e informações sob<br />

uma única palavra (exemplo, #15M). Criam uma “tag de ordem”<br />

comum, pois vai ganhar significado a partir do aluvião de<br />

tweets, postagens e publicações feitos pela multidão conectada.<br />

Embora sejam todos singulares, eles levam uma assinatura única<br />

(a hashtag), permitindo ao acontecimento sair debaixo do<br />

espaço público das ruas para se colocar sobre o espaço público<br />

da atenção midiática. Assim, tal como o #15M de 2011, o movimento<br />

#12M em 2012 expressou, com esse nome, a identidade<br />

única daquilo que, na realidade, revelava-se como uma multiplicidade<br />

de narrativas. Elas se juntam em um enxameamento<br />

de dados, em tempo real nas redes sociais, forçando a subversão<br />

da sociedade dos metadados das grandes corporações: ao invés<br />

de ser o paraíso do monitoramento, esta sociedade se vê transformada<br />

em campo de agregação do capital social. Através de<br />

sua modificação, vai gerar uma força de produção de atenção<br />

e mobilização política contrária às regras próprias de alimentação<br />

do mercado no capitalismo cognitivo – sobretudo as regras<br />

criadoras de mecanismos para capturar os fluxos dos dados nas<br />

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