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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE<br />

ALBERTO DANIEL ENZWEILER<br />

ESTRUTURAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E DESENVOLVIMENTO<br />

DE CONTROLES FINANCEIROS DE UMA EMPRESA DE COMÉRCIO DE<br />

VEÍCULOS SINISTRADOS<br />

ESTUDO DE CASO<br />

NOVO HAMBURGO, 2008


2<br />

ALBERTO DANIEL ENZWEILER<br />

ESTRUTURAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E DESENVOLVIMENTO<br />

DE CONTROLES FINANCEIROS DE UMA EMPRESA DE COMÉRCIO DE<br />

VEÍCULOS SINISTRADOS<br />

ESTUDO DE CASO<br />

Centro Universitário Feevale<br />

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas<br />

Curso de Administração de Empresas – Hab.em Administração de Empresas<br />

Professor orienta<strong>do</strong>r: Prof. Ms. Flávio Stein<br />

Novo Hamburgo, maio de 2008.


3<br />

Alberto Daniel Enzweiler<br />

Trabalho de Conclusão <strong>do</strong> Curso de Administração de Empresas –<br />

Habilitação Administração de Empresas, com o título Estruturação <strong>do</strong><br />

Planejamento Estratégico e Desenvolvimento de Controles financeiros de uma<br />

Empresa de Comércio de Veículos Sinistra<strong>do</strong>s - Estu<strong>do</strong> de Caso, submeti<strong>do</strong> ao<br />

corpo <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Centro Universitário Feevale, com requisito necessário para a<br />

obtenção <strong>do</strong> grau de Bacharel em Administração de Empresas.<br />

Aprova<strong>do</strong> por:<br />

________________________________<br />

Prof. 1<br />

Banca Examina<strong>do</strong>ra<br />

________________________________<br />

Prof. 2<br />

Banca Examina<strong>do</strong>ra<br />

________________________________<br />

Prof. Ms. Flavio Stein<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Novo Hamburgo, maio de 2008.


"Homo homini lupus”<br />

“Bellum omnium contra omnes”<br />

(O homem é o lobo <strong>do</strong> homem.)<br />

(É a guerra de to<strong>do</strong>s contra to<strong>do</strong>s)<br />

Tomas Hobbes – “Leviathan” 1651<br />

4


A Deus,<br />

pelo <strong>do</strong>m da vida<br />

A meus pais,<br />

por terem me ensina<strong>do</strong> que<br />

a honestidade é o bem mais valioso.<br />

À Silvia minha esposa<br />

companheira em to<strong>do</strong>s os momentos.<br />

Aos meus filhos Danielle e Guilherme<br />

amores da minha vida.<br />

5


6<br />

AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, pelo <strong>do</strong>m da vida e fonte de inspiração.<br />

A meus pais, Alfre<strong>do</strong> (in memoriam) e Alzira, pelos ensinamentos e pela<br />

educação recebi<strong>do</strong>s.<br />

À minha esposa Silvia, meu amor e fiel companheira de todas as horas.<br />

Aos meus filhos Danielle e Guilherme, meus herdeiros, pela paciência<br />

nesta caminhada.<br />

Aos colegas, professores, orienta<strong>do</strong>r Prof. Flávio Stein, pelo<br />

crescimento intelectual e dedicação.<br />

Àqueles que me apoiaram incondicionalmente nesta caminhada.<br />

A to<strong>do</strong>s vocês, minha eterna gratidão.


7<br />

RESUMO<br />

Em meio à globalização crescente, as empresas encontram-se envoltas em<br />

um torvelinho cada vez mais complexo. A falta de planejamento pode trazer<br />

inúmeras dificuldades às empresas. Para isso, faz-se necessário formular um<br />

planejamento orienta<strong>do</strong> por estratégias a caminho <strong>do</strong>s objetivos a serem<br />

alcança<strong>do</strong>s. Nesse âmbito, desenvolvem-se mecanismos de controle para que se<br />

caminhe em direção ao sucesso. A práxis por si só não fornece elementos plausíveis<br />

para o destaque das organizações; é preciso completar o conhecimento adquiri<strong>do</strong> no<br />

quotidiano. Neste senti<strong>do</strong>, o planejamento e a formulação de objetivos orientam a<br />

organização rumo ao destino que esta deseja chegar. Este estu<strong>do</strong> deseja ajudar<br />

uma empresa no ramo de comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s a formar um<br />

planejamento estratégico e organizar seus objetivos instituin<strong>do</strong> mecanismos de<br />

controle. O méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> na pesquisa é o estu<strong>do</strong> de caso através de pesquisa<br />

bibliográfica para a fundamentação teórica com coleta de da<strong>do</strong>s na empresa. A<br />

empresa, além de implementar o planejamento estratégico, deve prosseguir<br />

adequan<strong>do</strong> a proposta constantemente às mudanças de merca<strong>do</strong>. Essa tarefa<br />

compete aos gestores da empresa, que têm o conhecimento e o poder de mudar a<br />

organização. Para tal, faz-se necessário o constante aperfeiçoamento e atualização<br />

de sistemas, processos, atitudes, para que o planejamento não seja vulnerável à<br />

desatualização.<br />

Palavras-Chave: Planejamento, Estratégia, Estu<strong>do</strong> de Caso, Controla<strong>do</strong>ria,<br />

Planejamento Estratégico.


8<br />

ABSTRACT<br />

Into the crescent globalization, the companies are every day more involved<br />

into the complexes world. Do not plan the activities can bring many problems to the<br />

company. Furthermore, is necessary to make a plan based on strategies going<br />

trough to the objectives proposed, for it some mechanisms of control must be<br />

developed looking for the success. The Praxis, on its one <strong>do</strong>es not give elements for<br />

pointing the company, is necessary to complete the knowledge every day, on this<br />

way to develop a plan with objectives formulated can drive the organization trough<br />

the destiny choose. This study wants to help a company in the branch of to<br />

commercialize rough vehicles to get a strategic plan and to organize the objectives<br />

with control mechanisms. The method used on this research is a case study with<br />

bibliographical research getting a theory based with information collected from the<br />

company. The company, besides to implement a strategic plan needs to be<br />

actualized with markets changes. This activity competes to the managers once they<br />

have knowledge and power to change the organizations if it needs. For it is<br />

necessary a constant improvement and actualization of the system, process and<br />

attitudes, making the planning <strong>do</strong> not became outdated.<br />

Keywords: Plan, Strategy, Case study, Controller, Strategic Plan.


9<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1: Meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> Planejamento Estratégico. ............................................... 27<br />

Figura 2: Glossário de Planejamento Estratégico..................................................... 27<br />

Figura 3: As cinco forças competitivas básicas ........................................................ 38<br />

Figura 4: Modelo de painel de controle <strong>do</strong>s objetivos............................................... 45<br />

Figura 5: Formulário de planos de ação ................................................................... 51<br />

Figura 6: Sistema de informação de controla<strong>do</strong>ria e a interação com o processo de<br />

gestão....................................................................................................... 55<br />

Figura 7: A empresa como sistema aberto............................................................... 57<br />

Figura 8: Subsistemas <strong>do</strong> sistema empresa............................................................. 59<br />

Figura 9 Estrutura da controla<strong>do</strong>ria .......................................................................... 64<br />

Figura 9: aspectos mais importantes inerentes ao planejamento e controle<br />

orçamentário de uma organização......................................................... 71<br />

Figura 10: Organograma da empresa....................................................................... 83


10<br />

LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1: Diferença entre o negócio míope e o negócio estratégico....................... 30<br />

Quadro 2: Modelo de priorização de estratégias ...................................................... 48<br />

Quadro 3: Cronograma <strong>do</strong> processo de planejamento estratégico .......................... 50<br />

Quadro 4: Processo de gestão e sistemas de informações...................................... 67<br />

Quadro 5:Pontos fortes e pontos fracos ................................................................... 92<br />

Quadro 6: Oportunidades e ameaças....................................................................... 92<br />

Quadro 7: Painel de controle <strong>do</strong>s objetivos .............................................................. 94<br />

Quadro 8: Plano de ação A ...................................................................................... 95<br />

Quadro 9: Plano de ação B ...................................................................................... 96<br />

Quadro 10: Plano de ação C .................................................................................... 97<br />

Quadro 11: Plano de ação D .................................................................................... 98<br />

Quadro 12: Demonstrativo de resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercício ........................................... 104<br />

Quadro 13: Fluxo de caixa...................................................................................... 106<br />

Quadro 14: Balanço patrimonial ............................................................................. 107


11<br />

SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................13<br />

1 REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................................................19<br />

1.1 CONTROLADORIA ESTRATÉGICA.......................................................................................................................19<br />

1.1.1 Planejamento estratégico.............................................................................................................................19<br />

1.1.1.1.Vantagem competitiva ...............................................................................................................................22<br />

1.1.1.2.Vantagens e desvantagens <strong>do</strong> planejamento estratégico ............................................................................23<br />

1.2 METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO..............................26<br />

1.2.1 Negócio .......................................................................................................................................................28<br />

1.2.2 Missão .........................................................................................................................................................30<br />

1.2.3 Princípios ....................................................................................................................................................32<br />

1.2.4 Análise de ambiente ....................................................................................................................................34<br />

1.2.4.1 Ambiente externo ....................................................................................................................................35<br />

1.2.4.2 Ambiente interno .....................................................................................................................................41<br />

1.2.5 Visão ...........................................................................................................................................................43<br />

1.2.6 Objetivos.....................................................................................................................................................43<br />

1.2.7 Estratégia competitiva.................................................................................................................................45<br />

1.2.8 Plano de ação, divulgação e acompanhamento ...........................................................................................49<br />

1.3 PLANEJAMENTO OPERACIONAL ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO.....................................................................53<br />

1.4 A ORGANIZAÇÃO COMO SISTEMA ...................................................................................................................55<br />

1.5 SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS..........................................................................................................................57<br />

1.6 CONTROLADORIA ............................................................................................................................................60<br />

1.6.1 Origem da controla<strong>do</strong>ria .............................................................................................................................60<br />

1.6.2 Definição de controla<strong>do</strong>ria..........................................................................................................................61<br />

1.6.3 Estruturação da controla<strong>do</strong>ria .....................................................................................................................63<br />

1.6.4 O ambiente e as funções da controla<strong>do</strong>ria...................................................................................................64<br />

1.6.5 Instrumentos da controla<strong>do</strong>ria.....................................................................................................................66<br />

1.7 PAPEL DO CONTROLLER ..................................................................................................................................67


12<br />

1.8 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO...................................................................................................70<br />

1.8.1 Orçamento de caixa.....................................................................................................................................72<br />

1.8.1.1 Demonstrativo de resulta<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong> .....................................................................................................73<br />

1.8.1.2 Balanço patrimonial.................................................................................................................................74<br />

1.8.1.3 Ponto de equilíbrio ..................................................................................................................................74<br />

1.8.1.4 Indica<strong>do</strong>res financeiros............................................................................................................................75<br />

2 METODOLOGIA ..........................................................................................................................................77<br />

2.1 TIPOS DE PESQUISA .........................................................................................................................................77<br />

2.2 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................77<br />

2.3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................................................78<br />

2.3.1 Técnicas de coleta de da<strong>do</strong>s ........................................................................................................................79<br />

2.3.2 Méto<strong>do</strong> para análise de da<strong>do</strong>s .....................................................................................................................79<br />

3 ESTUDO DE CASO.......................................................................................................................................81<br />

3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA .................................................................................................................................81<br />

3.2 DIAGNÓSTICO DA EMPRESA ............................................................................................................................82<br />

3.2.1 Estrutura organizacional..............................................................................................................................82<br />

3.2.2 Recursos humanos.......................................................................................................................................84<br />

3.2.3 Finanças ......................................................................................................................................................84<br />

3.2.4 Administração .............................................................................................................................................85<br />

3.3 PROPOSIÇÃO E ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ........................................................................................86<br />

3.3.1 Planejamento estratégico.............................................................................................................................86<br />

3.3.2 Negócio .......................................................................................................................................................87<br />

3.3.3 Missão .........................................................................................................................................................87<br />

3.3.4 Princípios ....................................................................................................................................................88<br />

3.3.5 Análise de ambiente ....................................................................................................................................88<br />

3.3.6 Visão ...........................................................................................................................................................92<br />

3.3.7 Objetivos.....................................................................................................................................................93<br />

3.3.8 Plano de ação ..............................................................................................................................................94<br />

3.4 PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO....................................................................................................................99<br />

3.4.1 Indica<strong>do</strong>res financeiros .............................................................................................................................107<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................111<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................................114


13<br />

INTRODUÇÃO<br />

Em meio às mudanças crescentes, encontram-se, no torvelinho moderno, as<br />

organizações. Face ao grau de complexidade da sociedade atual e de suas<br />

relações, identifica-se a necessidade de haver meios de controlar as ações. Uma<br />

vez criada a empresa, há a necessidade de uma séria preocupação com a gestão da<br />

mesma. Para isso, existem inúmeros mecanismos apropria<strong>do</strong>s a organizarem e<br />

monitorarem o desempenho <strong>do</strong>s departamentos da entidade.<br />

A contabilidade nasceu da necessidade da informação sobre as operações<br />

realizadas pelas organizações e o controle <strong>do</strong> patrimônio. Assim, desde os<br />

primórdios da humanidade há indícios de meios de organização, obviamente de<br />

forma muito rudimentar. Ao passar <strong>do</strong>s tempos, o homem foi evoluin<strong>do</strong> a maneira de<br />

obter a informação que desejava. A complexidade foi se evidencian<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong><br />

momento em que as relações entre organizações, povos e culturas cresceram,<br />

aumentan<strong>do</strong> a capacidade de relacionamento comercial.<br />

Nos dias atuais, a informação por si só não representa nada, se não for<br />

organizada, sistematizada e de inteira confiabilidade. Para isso, foram estabeleci<strong>do</strong>s<br />

mecanismos de controle que tendem a aprimorar e possibilitar o cruzamento de<br />

informações, a fim de serem usa<strong>do</strong>s como instrumento de auxílio para a tomada de<br />

decisões na organização.<br />

Na prática cotidiana observa-se que, inúmeras vezes, não há o verdadeiro<br />

conhecimento e a total consciência disto. No Brasil, muitas empresas criadas já<br />

sucumbem no primeiro ano de atividade. Isso é reflexo da falta de informação e


14<br />

incapacidade de gestão das pessoas, muitas vezes não porque são incapazes<br />

tecnicamente, mas sim, mal preparadas para assumirem a administração <strong>do</strong><br />

negócio. Movidas pelo impulso, ou mesmo porque possuem capital inicial, são<br />

motivadas a terem seu próprio empreendimento. Porém, mal sabem como se<br />

expressam as relações comerciais entre organizações, clientes, fornece<strong>do</strong>res e<br />

governo. Isso não significa dizer que há falta de empreende<strong>do</strong>rismo no Brasil, mas<br />

sim, falta de preparo <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res para enfrentarem a complexidade das<br />

relações com o ambiente.<br />

Em pesquisa nacional, realizada no primeiro semestre de 2007, o SEBRAE<br />

(2007), verificou as taxas de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras<br />

no perío<strong>do</strong> de 2000 a 2005, com base em da<strong>do</strong>s cadastrais das Juntas Comerciais<br />

Estaduais, e demonstraram os seguintes resulta<strong>do</strong>s:<br />

• 22,0% para as empresas com até <strong>do</strong>is anos de existência (2005);<br />

• 31,3% para as empresas com até três anos de existência (2004);<br />

• 35,9% para as empresas com até quatro anos de existência (2003);<br />

• 49,4% para as empresas com até <strong>do</strong>is anos de existência (2002);<br />

• 56,4% para as empresas com até três anos de existência (2001);<br />

• 59,9% para as empresas com até quatro anos de existência (2000).<br />

Conforme entrevistas realizadas pelo SEBRAE (2006), a determina<strong>do</strong> número<br />

de empresários, fica claro que há fatores que levam as empresas a terem uma vida<br />

prematura em suas atividades. Destes, 71% estão concentra<strong>do</strong>s nas questões<br />

relacionadas às falhas gerenciais, que são o descontrole de fluxo de caixa, situação<br />

de alto endividamento, falhas de planejamento e falta de conhecimentos gerenciais.<br />

Porém, em pesquisa recente realizada por esta mesma instituição, com mais<br />

de 14 mil empresários, revela-se que a taxa de mortalidade das pequenas empresas<br />

caiu pela metade nos últimos três anos. Como pode ser observa<strong>do</strong> na pesquisa, até<br />

2002, praticamente 50% das micro e pequenas empresas fechavam antes de<br />

completar <strong>do</strong>is anos. Em 2005, essa taxa caiu para 22%; o que demonstra<br />

condições econômicas favoráveis e melhor planejamento das empresas que,


15<br />

conseqüentemente, melhoraram o resulta<strong>do</strong>. Conforme pesquisa, a estabilidade da<br />

economia foi determinante para a sobrevivência das empresas, e mesmo que o<br />

Brasil não tenha apresenta<strong>do</strong> taxas elevadas de crescimento, nos últimos anos não<br />

tiveram turbulência. Tal fato aju<strong>do</strong>u quem planejou sua entrada no merca<strong>do</strong>, como<br />

também a permanência <strong>do</strong>s existentes.<br />

Embora a situação econômica tenha ajuda<strong>do</strong> de forma extraordinária, a<br />

classe empresarial tem feito sua parte; está mais preparada e tem estuda<strong>do</strong> o<br />

merca<strong>do</strong>. Para 71% <strong>do</strong>s empresários bem sucedi<strong>do</strong>s, o planejamento é o item mais<br />

importante para a sobrevivência da empresa. Há três anos o item era indica<strong>do</strong> por<br />

apenas 24%, embora a receita <strong>do</strong> bom negócio também passe por organização<br />

(54%) e marketing (47%). Enquanto existe planejamento entre os bem sucedi<strong>do</strong>s,<br />

quem fechou as portas admite que o principal causa<strong>do</strong>r seja a falha na<br />

administração.<br />

O assunto exposto neste trabalho vem ao encontro a uma realidade explícita<br />

em inúmeras organizações. O espírito empreende<strong>do</strong>r, inerente aos seres humanos<br />

mais perspicazes, faz com que empresas nasçam e cresçam de maneira<br />

extraordinária. Inúmeras delas morrem mesmo jovens, não pela incapacidade<br />

administrativa <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res, mas sim, pela falta de informação e<br />

ingenuidade acadêmica <strong>do</strong>s mesmos. Estes profissionais operam a organização por<br />

atos cognitivos adquiri<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> tempo pela experiência, baseada em fatos<br />

por eles vivencia<strong>do</strong>s.<br />

Ora, por uma questão de lógica, concluem que uma vez conquista<strong>do</strong> o<br />

sucesso num processo, assim este sempre será. Neste senti<strong>do</strong>, ignoram, talvez por<br />

desinformação ou propriamente por falta de conhecimento, a volatilidade <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>. Deve-se levar em conta o sistema cada vez mais globaliza<strong>do</strong> que enfrenta<br />

inúmeras mudanças em to<strong>do</strong>s os aspectos, afetan<strong>do</strong> diretamente o ponto crucial,<br />

que é a vida das organizações.<br />

Observada esta realidade, o assunto aqui estuda<strong>do</strong> tem fundamental<br />

importância. Confronta realidades vividas numa empresa de comércio de veículos<br />

sinistra<strong>do</strong>s, que podem afetar toda sua estrutura por má previsão ou falta de um


16<br />

planejamento estratégico e de controla<strong>do</strong>ria. Desta forma, faz-se necessário um<br />

levantamento da realidade vivenciada e de como é administrada cada situação<br />

interposta por intempéries temporais.<br />

Assim, propõe-se neste estu<strong>do</strong>, enunciar uma reflexão sobre o tema <strong>do</strong><br />

planejamento e controla<strong>do</strong>ria estratégica de uma empresa de comércio de veículos<br />

salva<strong>do</strong>s. Para tanto, elaborar-se-á um planejamento e controla<strong>do</strong>ria estratégica<br />

para uma empresa de comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s. O intuito é indicar como este<br />

planejamento de controla<strong>do</strong>ria pode influenciar no processo de tomada de decisões<br />

da empresa.<br />

A partir <strong>do</strong> planejamento e de sua execução e controle, sob a perspectiva <strong>do</strong><br />

processo de gestão, se entende o controle organizacional. Deste mo<strong>do</strong>, observa-se<br />

que a decisão é a tarefa mais importante na organização. Porém, a habilidade <strong>do</strong><br />

decisor em desenvolver e analisar as alternativas disponíveis para a solução de<br />

problemas, isto é, qual o caminho a trilhar, é de fundamental importância. Uma vez<br />

proposta de maneira não inteligível ou sem comprometimento, a proposta pode<br />

sucumbir e o problema persistir. Neste senti<strong>do</strong>, a área de controla<strong>do</strong>ria tem a função<br />

de promover a eficácia das decisões através <strong>do</strong> monitoramento <strong>do</strong>s objetivos<br />

estabeleci<strong>do</strong>s. Deve investigar e diagnosticar as razões de insucesso ou desvios de<br />

resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s, indican<strong>do</strong> as correções quan<strong>do</strong> necessárias, fazen<strong>do</strong> o elo<br />

com os gestores, a fim de sustentar a integridade <strong>do</strong> processo decisório.<br />

Em meio ao torvelinho moderno, com suas armadilhas merca<strong>do</strong>lógicas,<br />

escolheu-se o tema deste trabalho para ser debati<strong>do</strong>, visan<strong>do</strong> a aplicação <strong>do</strong>s<br />

conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s na academia. Várias teorias e méto<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s<br />

ao longo <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s acadêmicos, resolven<strong>do</strong> dúvidas ou então embaralhan<strong>do</strong><br />

totalmente o aluno. Não clareiam por total a estrada a ser seguida durante o<br />

percurso. Percebe-se aqui que, levan<strong>do</strong>-se em conta a jovialidade <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da<br />

Administração, está cada vez mais impregnada e mesclada, tornan<strong>do</strong> os atos e<br />

deliberações <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r algo de profunda reflexão apriori a práxis. Este motivo<br />

desafia<strong>do</strong>r proposto é a razão da protagonização deste humilde instrumento de<br />

estu<strong>do</strong>. Reconhece-se a necessidade da análise de cenários com intuí<strong>do</strong> de prever<br />

e preparar a organização para o futuro. Isso não significa adivinhar o que estará por


17<br />

vir, mas sim analisar o ambiente de forma que o planejamento contemple possíveis<br />

situações vin<strong>do</strong>uras a serem vivenciadas pela organização. Como será o<br />

posicionamento da empresa perante um acontecimento imprevisto no cenário<br />

mundial? Exemplifica-se aqui o aconteci<strong>do</strong> no início deste milênio com as torres<br />

gêmeas nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. A organização que estava preparada para um<br />

acontecimento como este, no mínimo saiu na frente <strong>do</strong>s seus concorrentes que não<br />

foram capazes de fazer a leitura deste provável fato. Volta-se a afirmar que não é<br />

uma adivinhação, mas saber qual a postura da empresa perante um acontecimento,<br />

qual caminho a ser trilha<strong>do</strong>.<br />

Como contribuição, enumera-se a apresentação deste trabalho à empresa, a<br />

fim de ser um meio de ajuda nos processos internos. Pode-se, com este trabalho,<br />

clarear a visão <strong>do</strong>s administra<strong>do</strong>res em virtude <strong>do</strong> processo de tomada de decisões<br />

na organização, bem como servir de ferramenta para orientar ações <strong>do</strong>s<br />

administra<strong>do</strong>res em função da estratégia e de controles. A visão <strong>do</strong> to<strong>do</strong> e sua<br />

decomposição em partes, almejan<strong>do</strong> detalhar um plano de ação, vem como ajuda no<br />

crescimento e organização da empresa. Desta forma, contribuir-se-á com a<br />

verdadeira afirmação da teoria colocada em prática.<br />

Partir-se-á da hipótese de que as empresas que tiverem um planejamento<br />

estratégico no século XXI, estarão melhor preparadas para enfrentar a<br />

competitividade <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>; e o processo de tomada de decisões é pertinente ao<br />

planejamento estratégico, uma vez que este é elemento chave na ênfase <strong>do</strong><br />

pensamento estratégico. Assim, a análise de cenários ajuda na leitura e prepara<br />

melhor a organização para enfrentar o mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong> e cada vez mais<br />

complexo.<br />

Enumeran<strong>do</strong>, a proposta desta pesquisa se estrutura em:<br />

Objetivo Geral:<br />

• Elaborar um planejamento de controla<strong>do</strong>ria para uma empresa de<br />

comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s, avalian<strong>do</strong> como este pode influenciar no<br />

processo de tomada de decisões.


18<br />

Objetivos Específicos:<br />

• Revisar a teoria envolven<strong>do</strong> planejamento e controla<strong>do</strong>ria.<br />

• Apresentar o histórico e a estrutura da empresa.<br />

• Elaborar o diagnóstico da empresa.<br />

• Identificar pontos fortes e fracos e oportunidades e ameaças.<br />

• Definir planejamento e controles.<br />

• Identificar a estratégia de custeio.<br />

• Conhecer a estratégia financeira e orçamentária.<br />

• Explanar alguns méto<strong>do</strong>s de implantação <strong>do</strong> planejamento e controles.<br />

O primeiro capítulo é composto pelo referencial teórico, almejan<strong>do</strong><br />

fundamentar o tema proposto neste estu<strong>do</strong>. São aborda<strong>do</strong>s assuntos como a<br />

controla<strong>do</strong>ria estratégica, meto<strong>do</strong>logia de elaboração e implementação <strong>do</strong><br />

planejamento estratégico, orçamentário e financeiro, e a controla<strong>do</strong>ria. O segun<strong>do</strong><br />

capítulo faz referência à meto<strong>do</strong>logia usada no terceiro e último capítulo, que é o<br />

estu<strong>do</strong> de caso. Esse último capítulo apresenta o histórico da empresa, sen<strong>do</strong> feito<br />

um diagnóstico e apresentada a estrutura organizacional. A partir daí, se propõe um<br />

planejamento estratégico e orçamentário.


19<br />

1 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

Este capítulo objetiva abordar as principais temáticas, fundamentan<strong>do</strong><br />

teórica e empiricamente o problema e os objetivos relaciona<strong>do</strong>s à pesquisa.<br />

1.1. Controla<strong>do</strong>ria Estratégica<br />

Segun<strong>do</strong> o lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, uma das<br />

definições para estratégia pode ser a “arte de explorar condições favoráveis com o<br />

fim de alcançar os objetivos específicos” (FERREIRA, 1999, p.841). Neste senti<strong>do</strong>,<br />

na administração de empresas, faz-se necessária a exploração da realidade<br />

vivenciada no micro e macro ambiente, a fim de projetarem-se os objetivos a serem<br />

alcança<strong>do</strong>s pela organização. Observa-se que o planejamento está inerente a<br />

estratégia, pois pressupõe planificar e preparar um roteiro a ser segui<strong>do</strong> com intuito<br />

de atingir-se o resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong>.<br />

1.1.1 Planejamento estratégico<br />

Planejamento estratégico, sob o ponto de vista da administração pode ser<br />

entendi<strong>do</strong> como:<br />

Uma técnica administrativa que procura ordenar as idéias das pessoas, de<br />

forma que se possa criar uma visão <strong>do</strong> caminho que se deve seguir<br />

(estratégia). Depois de ordenar as idéias, são ordenadas as ações, que é a<br />

implementação <strong>do</strong> Plano Estratégico, para que, sem desperdício de<br />

esforços, caminhe na direção pretendida. (ALMEIDA, 2003, p.13).


20<br />

Ora, verifica-se de forma bem clara a ordenação e a preparação das idéias a<br />

serem colocadas em prática, transforman<strong>do</strong>-as em ações, ten<strong>do</strong> em vista um ou<br />

mais objetivos específicos. Estes objetivos são toma<strong>do</strong>s como preceito pela<br />

organização, a fim de serem o foco <strong>do</strong> negócio. A ordenação das idéias é de<br />

fundamental importância para o sucesso <strong>do</strong> plano, facilitan<strong>do</strong> o entendimento <strong>do</strong><br />

caminho a ser trilha<strong>do</strong> em busca <strong>do</strong>s objetivos propostos. Outro ponto importante a<br />

ser considera<strong>do</strong> nesta definição é o que envolve a coerência das atitudes para que<br />

se evite desperdícios ocorri<strong>do</strong>s durante o processo. De nada adianta o empenho<br />

num trabalho árduo em busca de resulta<strong>do</strong>, se durante a colocação em prática <strong>do</strong><br />

planejamento haja retrabalho, perda ou ociosidade de tempo. Outro ponto<br />

importante a ser verifica<strong>do</strong> é a eficácia <strong>do</strong> processo. Para o sucesso <strong>do</strong><br />

planejamento estratégico da entidade, os envolvi<strong>do</strong>s não podem somente ser<br />

eficientes, desenvolven<strong>do</strong> bem suas obrigações, mas também ser eficazes, obten<strong>do</strong><br />

assim, resulta<strong>do</strong> para o êxito <strong>do</strong> plano.<br />

A natureza sistêmica das decisões contidas no planejamento estratégico é<br />

importante, pois o processo que envolve sua elaboração pode ser<br />

decomposto, ou, em outras palavras, descentraliza<strong>do</strong> para todas as áreas<br />

que são por ele de alguma forma afetadas, e que são o palco onde decisões<br />

em to<strong>do</strong>s os níveis são tomadas com freqüência. Isso porque o<br />

planejamento estratégico da organização, de acor<strong>do</strong> com essa visão<br />

sistêmica, deve refletir o conjunto <strong>do</strong>s planos de todas as áreas. Neste<br />

senti<strong>do</strong>, para surtir o efeito deseja<strong>do</strong> com o planejamento estratégico,<br />

devem-se entender os objetivos pretendi<strong>do</strong>s pela empresa como um to<strong>do</strong> e<br />

suas repercussões em cada uma de suas áreas, através da análise da<br />

natureza <strong>do</strong> problema que deseja resolver com sua a<strong>do</strong>ção.<br />

(NASCIMENTO, 2007, p.128).<br />

To<strong>do</strong> esse processo explana<strong>do</strong> até então, envolve o mo<strong>do</strong> de pensar da<br />

organização. Através <strong>do</strong> planejamento estratégico é que os questionamentos são<br />

efetua<strong>do</strong>s. As principais indagações envolvem questões em torno sobre o que,<br />

como, quan<strong>do</strong>, quanto, para quem, por que, por quem e onde fazer. Pode-se, desta<br />

maneira, dizer que planejamento estratégico “pressupõe a necessidade de um<br />

processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e<br />

implementação na empresa” (OLIVEIRA, 2003, p.35). Esse processo de tomada de<br />

decisões envolve componentes individuais e organizacionais, evidencian<strong>do</strong> o ser de<br />

cada membro da entidade, assim como toda a organização enquanto estrutura. O<br />

planejamento estratégico se faz complexo justamente por envolver inúmeros fatores


21<br />

condicionantes à sua realização. Abrange como já dito, to<strong>do</strong>s os seres que<br />

compõem a organização, levan<strong>do</strong> em conta a individualidade inerente a cada ser<br />

humano. Já a estrutura organizacional é diretamente influenciada pela ação <strong>do</strong><br />

homem em decorrência de sua natureza, isto é, a decisão tomada por alguém<br />

resulta numa intervenção no processo, poden<strong>do</strong> seguir o planeja<strong>do</strong> ou distanciar a<br />

organização <strong>do</strong> que ora foi proposto. Todas essas variáveis tornam o planejamento<br />

estratégico algo complexo, deven<strong>do</strong> este ser cuida<strong>do</strong>samente elabora<strong>do</strong> e, num<br />

contínuo processo, ser revisto, para que possa estar atualiza<strong>do</strong> e condizente com a<br />

realidade vivida.<br />

Nas variadas ópticas, a definição mais comum de estratégia é de que se<br />

trata de um conjunto delibera<strong>do</strong> de ações orientadas para desenvolver e<br />

manter as vantagens competitivas. E competitividade é a capacidade de a<br />

empresa formular, implementar e divulgar estratégias concorrenciais que lhe<br />

permitam manter ou ampliar, de forma dura<strong>do</strong>ura, uma posição sustentável<br />

no merca<strong>do</strong>. (OLIVEIRA, 2007, p.28).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, pensar em controla<strong>do</strong>ria estratégica, significa primeiro<br />

planejar estrategicamente. Isso exige <strong>do</strong> controller o uso de informações e eleva<strong>do</strong><br />

grau de sensibilidade para a correta identificação das oportunidades e ameaças que<br />

a to<strong>do</strong> o momento estão presentes no ambiente empresarial.<br />

Conforme Luís Martins de Oliveira (2007), diversos autores definem<br />

estratégia como processo em que os gestores avaliam as oportunidades ambientais<br />

externas, bem como a capacidade e os recursos internos num prazo de três a cinco<br />

anos, a fim de decidirem sobre metas e sobre um conjunto de planos de ação para a<br />

realização dessas metas. Assim, o moderno gerenciamento das corporações deve<br />

constituir-se num processo cíclico e contínuo de formular estratégias; comunicar<br />

essas estratégias a toda organização, desenvolver e pôr em prática táticas para<br />

implementar as estratégias, bem como controles para aprimorar as etapas da<br />

implementação e depois o sucesso no alcance das metas estratégicas.<br />

Dessa forma, a controla<strong>do</strong>ria se torna vital para o planejamento, a longo<br />

prazo, de qualquer tipo de organização. A crescente complexidade nas relações<br />

entre as organizações, a competitividade cada vez mais acirrada, a globalização da


22<br />

economia, os aspectos sociais, entre outros, exigem um gerenciamento cada vez<br />

mais eficaz das entidades. A controla<strong>do</strong>ria contribui apoian<strong>do</strong> e fornecen<strong>do</strong><br />

subsídios aos gestores no planejamento e controle das atividades, por meio da<br />

manutenção de um sistema de informações permitin<strong>do</strong> integrar as várias funções e<br />

especialidades.<br />

1.1.1.1. Vantagem competitiva<br />

Pa<strong>do</strong>veze (2007), diz que a competitividade sempre esteve presente no<br />

mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios com maior ou menor evidência, dependen<strong>do</strong> da situação<br />

política, geográfica ou cultural em que se situa a empresa. O que a empresa<br />

necessita, para obtenção de sucesso, é ter vantagem competitiva. Essa vantagem<br />

sobre os concorrentes é mais <strong>do</strong> que simplesmente uma estratégia competitiva. É a<br />

comprovação da diferenciação da organização frente aos concorrentes. Essa<br />

diferenciação se dá pela liderança em custos, isto é, quan<strong>do</strong> a empresa tem custos<br />

menores que os concorrentes, poden<strong>do</strong> praticar preços melhores que a média <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>.<br />

A liderança em custos pode ser conseguida mediante abordagens tais<br />

como:<br />

• economias de escala de produção, perfeitamente possíveis com a<br />

ampliação da participação da empresa no merca<strong>do</strong>;<br />

• efeitos positivos da curva de aprendizagem;<br />

• rígi<strong>do</strong>s controles de custos de fabricação e de despesas<br />

administrativas;<br />

• minimização de custos em áreas como pesquisa e<br />

desenvolvimento;<br />

• sinergia entre força de vendas e publicidade. (OLIVEIRA, 2007,<br />

p.33).<br />

Outra vantagem se dá pela diferenciação, ou seja, quan<strong>do</strong> o produto tem<br />

valor adiciona<strong>do</strong> nas áreas de significância real para os clientes e estes estão<br />

dispostos a pagar um valor maior pela diferenciação.<br />

A abordagem principal dessa estratégia é diferenciar a oferta de produtos,<br />

de mo<strong>do</strong> que os clientes possam perceber, valorizar e estar sempre<br />

dispostos a adquirir o produto devi<strong>do</strong> principalmente ao fator diferencial.<br />

(OLIVEIRA, 2007, p.34).


23<br />

1.1.1.2. Vantagens e desvantagens <strong>do</strong> planejamento estratégico<br />

A formalização <strong>do</strong> planejamento estratégico na organização estabelece<br />

padrões, refletin<strong>do</strong> diretamente nos resulta<strong>do</strong>s da empresa. A integração <strong>do</strong>s<br />

participantes ocorre de forma científica e organizada com as variáveis que envolvem<br />

o negócio. Auster Moreira Nascimento (2007) diz que o processo se propõe a<br />

assegurar que as organizações coordenem suas atividades intelectuais, levan<strong>do</strong> o<br />

futuro em consideração e que seus administra<strong>do</strong>res ajam racionalmente.<br />

Desta forma, pode-se dizer que, como benefícios <strong>do</strong> planejamento,<br />

encontram-se os seguintes pontos:<br />

• Comunicação – o processo de planejamento estimula a comunicação<br />

entre os membros de diversos setores da organização. Motiva assim o<br />

diálogo em torno das questões estratégicas.<br />

• Motivação – A performance esperada pelos membros da organização é<br />

fator de motivação, já que os membros participam <strong>do</strong> processo de<br />

planejamento.<br />

• Padrões – São estabeleci<strong>do</strong>s padrões a serem segui<strong>do</strong>s, estimulan<strong>do</strong> a<br />

eficácia de to<strong>do</strong>s os setores da organização.<br />

• Renovação – O diálogo em torno <strong>do</strong> ambiente mutável encoraja os<br />

membros da organização a respeito de mudanças.<br />

• Prioridades – As prioridades da organização são evidenciadas, fazen<strong>do</strong><br />

com que as metas sejam conhecidas por to<strong>do</strong>s e possa-se saber o rumo<br />

da organização.


24<br />

• Proação – A prática de uma gestão pró ativa. Antes que a organização<br />

seja afetada por alguma mudança já há mobilização dentro da<br />

organização, a fim de se adaptar ou combatê-la.<br />

• Alocação de recursos – A alocação de recursos se dá de forma<br />

globalizada e de forma criteriosa, a fim de viabilizar o empreendimento.<br />

• Equilíbrio – Permite a empresa evitar ameaças, atenuan<strong>do</strong> seus efeitos,<br />

poden<strong>do</strong> ao mesmo tempo, tirar proveito das oportunidades.<br />

• Conciliação entre oportunidades e ameaças e forças e fraquezas.<br />

Em contrapartida, nem to<strong>do</strong>s os fatores são favoráveis ao planejamento<br />

estratégico. Podem-se destacar alguns aspectos negativos, tais como:<br />

• A administração se torna mais inflexível pelo uso de uma meto<strong>do</strong>logia.<br />

Isso faz com que decisões individuais e criativas sejam desencorajadas,<br />

visto que o processo decisório é coletivo e sistêmico.<br />

• O tempo <strong>do</strong>s principais gestores é volta<strong>do</strong> ao planejamento estratégico<br />

enquanto que poderiam aplicá-lo nas operações, trazen<strong>do</strong><br />

dispendiocidade ao processo.<br />

• Mesmo com experiência <strong>do</strong>s profissionais, o processo traz intranqüilidade<br />

aos gestores, pois prevê resulta<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s em projeções de outras<br />

pessoas.<br />

• Espalha inquietação entre os membros da empresa pela introdução de<br />

mudanças nas formas em que se operacionalizam as atividades.<br />

• A estratégia exige um comprometimento arrisca<strong>do</strong> com uma escolha<br />

específica.


25<br />

Ora, as situações mudam, os ambientes se desestabilizam, as empresas no<br />

mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong> estão como uma nau em meio ao oceano a navegar em dias de<br />

sol e noites enluaradas, como também dias e noites de tempestade, trazen<strong>do</strong><br />

insegurança e desconforto. Neste senti<strong>do</strong>,<br />

Apesar de o conceito de estratégia estar basea<strong>do</strong> em estabilidade, grande<br />

parte <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> de estratégia focaliza mudanças. Mas embora as fórmulas<br />

para mudanças estratégicas possam sair facilmente, o gerenciamento das<br />

mesmas, em especial quan<strong>do</strong> envolvem mudanças de perspectiva, é difícil.<br />

O próprio encorajamento da estratégia para lidar com elas... prejudica a<br />

capacidade delas para reagir às mudanças no ambiente... A estratégia,<br />

como esta<strong>do</strong> mental, pode cegar a organização, levan<strong>do</strong>-a à sua própria<br />

obsolescência. (MINTZBERG, 2000, p.23).<br />

Conforme defendi<strong>do</strong> nessa tese, o planejamento estratégico engessa a<br />

gestão, limitan<strong>do</strong> a criatividade e a capacidade de mudanças. A estratégia está<br />

justamente em deixar a embarcação à procura das melhores correntes, a fim de que<br />

por si se alinhe e rume ao porto seguro. Assim, pode-se afirmar que a estratégia da<br />

organização está em não se deter a nenhuma estratégia, para que, no momento<br />

oportuno, possa assegurar a melhor condição de se aproveitar da oportunidade para<br />

alcançar o sucesso.<br />

Esse posicionamento pode ser extremamente perigoso, pois exige maior<br />

capacidade <strong>do</strong>s gestores em estarem alertas às mudanças. O planejamento<br />

estratégico traça uma linha, uma diretriz, permean<strong>do</strong> o caminho a ser trilha<strong>do</strong> pela<br />

organização, porém limita os gestores. Então, em meio a esta polêmica, deve-se<br />

aceitar a idéia <strong>do</strong> planejamento estratégico ou não?<br />

Opta-se aqui, neste ponto, em não evidenciar o que é certo ou erra<strong>do</strong>, pois é<br />

sabi<strong>do</strong> que existem organizações que gozam de grande sucesso nas duas<br />

situações. Ressalta-se que cada empresa deve saber traçar conscientemente o seu<br />

caminho dentro de sua cultura organizacional. Contu<strong>do</strong>, este estu<strong>do</strong> continuará<br />

analisan<strong>do</strong> a presença da estratégia na organização, pois a controla<strong>do</strong>ria tem como<br />

uma das principais funções o estabelecimento e a manutenção de um plano de<br />

operações integra<strong>do</strong>. Conforme Paulo Schmidt (2006) o principal objetivo de uma<br />

atividade é a geração de caixa e o planejamento é necessário para atingi-la.


26<br />

1.2. Meto<strong>do</strong>logia de Elaboração e Implementação <strong>do</strong> Planejamento<br />

Estratégico<br />

Apresentar-se-á, nesta seção, uma meto<strong>do</strong>logia para a elaboração e<br />

implementação <strong>do</strong> planejamento estratégico nas empresas. A partir de reflexões de<br />

diversas disciplinas durante o curso, evidenciaram-se méto<strong>do</strong>s a fim de, por<br />

referenciais teóricos, elaborarem-se planejamentos estratégicos. O importante é<br />

verificar a condição de poder se colocar em prática os modelos propostos na teoria.<br />

Há várias possibilidades para a elaboração <strong>do</strong> planejamento estratégico. Propõe-se<br />

aqui, um modelo basea<strong>do</strong> em Vasconcellos e Pagnocelli no livro Construin<strong>do</strong><br />

estratégias para vencer (2001).


27<br />

Figura 1: Meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> Planejamento Estratégico.<br />

Fonte: Vasconcelos e Pagnocelli, 2001, p.30.<br />

Ainda, no mesmo pensamento, os autores apresentam um glossário de<br />

Planejamento Estratégico, evidencian<strong>do</strong> cada fase.<br />

Figura 2: Glossário de Planejamento Estratégico.<br />

Fonte: Vasconcelos e Pagnocelli, 2001, p.31.


28<br />

Assim, pode-se desenvolver o planejamento estratégico. Nos próximos sub<br />

capítulos, serão apresenta<strong>do</strong>s mais profundamente estes passos.<br />

Negócio<br />

O primeiro passo no planejamento estratégico envolve a definição de<br />

negócio. Neste ponto, pergunta-se quem é o cliente, qual o produto e/ou serviço da<br />

empresa, o que se quer oferecer ao cliente. É importante distinguir-se esses pontos<br />

<strong>do</strong> que é realmente o negócio, pois negócio e produto são distintos. O produto é o<br />

negócio numa visão míope; há uma tendência em confundir-se produto com o<br />

negócio. O cliente procura o benefício que o produto da empresa oferece, sen<strong>do</strong><br />

assim, o negócio envolve uma visão estratégica, ten<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> mais amplo <strong>do</strong> que<br />

propriamente o produto.<br />

Portanto, ten<strong>do</strong>-se uma correta visão de negócio, obtêm-se benefícios<br />

diversos. Daí a importância da equipe estar envolta ao processo. Destaca-se a<br />

seguir alguns benefícios enumera<strong>do</strong>s por Vasconcelos e Pagnocelli (2001).<br />

* O negócio ajuda a focar no diferencial competitivo. Ora, o negócio implica<br />

no produto que pode ser identifica<strong>do</strong> como míope ou estratégico. Uma identificação<br />

míope <strong>do</strong> negócio envolve somente o produto e não a estratégia envolta no mesmo.<br />

Esta estratégia se referencia ao diferencial competitivo que vai além <strong>do</strong> produto em<br />

si, e sim atua sob medida aos interesses <strong>do</strong> cliente.<br />

• O Negócio orienta os investimentos. A visão estratégica <strong>do</strong> negócio abre<br />

horizontes, fazen<strong>do</strong> com que se tenha maior capacidade de<br />

discernimentos de qual rumo tomar e onde investir.<br />

• O Negócio orienta o Marketing. Como visto, a visão míope <strong>do</strong> negócio se<br />

volta ao produto em si. Ora, há necessidade de provocar e despertar o<br />

desejo <strong>do</strong> cliente pelo produto. Isso se faz pela visão estratégica <strong>do</strong><br />

negócio, oferecen<strong>do</strong> não o produto em si, mas o desejo <strong>do</strong> cliente em tê-


29<br />

lo, valorizan<strong>do</strong> a marca. Neste senti<strong>do</strong>, a marca pode expandir,<br />

despertan<strong>do</strong> desejo <strong>do</strong>s clientes por novos produtos da empresa.<br />

• O Negócio orienta o treinamento. Para o sucesso <strong>do</strong> negócio é<br />

necessário que a equipe esteja bem preparada. Com a visão estratégica<br />

<strong>do</strong> negócio bem definida, pode-se treinar e motivar a equipe para<br />

resolver os problemas <strong>do</strong> cliente de maneira diferenciada.<br />

• O Negócio orienta o posicionamento. A posição da empresa no setor é<br />

importante. A visão estratégica de negócio clareia para a empresa qual<br />

seu lugar no merca<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> agregar valor ao seu produto.<br />

• O Negócio orienta a terceirização. Ao definir-se qual o negócio da<br />

empresa, pode-se decidir qual o foco. Em vez de focar-se no produto em<br />

si, pode-se orientar o trabalho, por exemplo, para o marketing,<br />

terceirizan<strong>do</strong>-se a produção.<br />

• O Negócio ajuda a identificar quem é concorrente. Pela visão estratégica<br />

de negócio define-se quem é o real concorrente. Não se concorre com o<br />

produto das outras empresas, mas sim com o benefício que o mesmo<br />

traz.<br />

• O Negócio ajuda a conquistar merca<strong>do</strong>. O benefício de um novo produto<br />

substitui outro produto já ultrapassa<strong>do</strong>. Novas tecnologias superam as<br />

antigas fazen<strong>do</strong> com que os produtos se tornem obsoletos.<br />

• O Negócio ajuda a criar merca<strong>do</strong> futuro. Conquistan<strong>do</strong> novos merca<strong>do</strong>s,<br />

a empresa se pode oferecer novos projetos, crian<strong>do</strong> novas necessidades<br />

de consumo, amplian<strong>do</strong> horizontes.<br />

• O Negócio evita a miopia estratégica. Através da definição estratégica<br />

<strong>do</strong> negócio podem-se identificar os principais segmentos de merca<strong>do</strong>,<br />

desenvolven<strong>do</strong>-se ações concretas para o planejamento estratégico.


30<br />

Conforme Vasconcelos e Pagnocelli (2001), se o cliente compra o benefício<br />

e a empresa está focada na venda <strong>do</strong> produto e/ou serviço, perder-se-á o cliente,<br />

sen<strong>do</strong> que ele procurará outra organização que consiga entender o benefício que ele<br />

quer comprar. A seguir alguns exemplos de empresas com sua visão de negócio e o<br />

seu produto.<br />

Quadro 1: Diferença entre o negócio míope e o negócio estratégico<br />

EMPRESA<br />

NEGÓCIO MÍOPE<br />

(PRODUTO)<br />

NEGÓCIO ESTRATÉGICO<br />

(NEGÓCIO)<br />

Nike Tênis Atitude<br />

Fedex Encomendas Paz de espírito<br />

Rossi Residencial Construção civil Realizar sonhos<br />

Ran<strong>do</strong>m Carretas Soluções para o transporte<br />

Arezzo Sapatos Moda<br />

Kopenhagen Chocolate Presentes<br />

FONTE: Pesquisa <strong>do</strong> autor com adaptações.<br />

Conforme este quadro percebe-se claramente a diferença entre o negócio<br />

míope e o negócio estratégico. Enquanto que o negócio míope foca essencialmente<br />

o produto, o negócio estratégico vai além, procuran<strong>do</strong> criar uma necessidade de<br />

consumo na mente <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res.<br />

Missão<br />

A determinação da missão pode ser a etapa mais crítica <strong>do</strong> planejamento da<br />

empresa, sen<strong>do</strong> que ela atua como referência na orientação de to<strong>do</strong> o processo de<br />

planejamento empresarial e decisório em seu senti<strong>do</strong> mais amplo.<br />

A missão é a determinação <strong>do</strong> motivo central <strong>do</strong> planejamento estratégico,<br />

ou seja, a determinação de “onde a empresa quer ir”. Corresponde a um<br />

horizonte dentro <strong>do</strong> qual a empresa atua ou poderá atuar. Portanto, a<br />

missão representa a razão de ser da empresa. (OLIVEIRA, 2003, p.77).


31<br />

A missão escrita deve refletir uma visão explícita <strong>do</strong> negócio da empresa e<br />

de seu âmbito e forma de atuação. Oliveira (2007) fala que, quan<strong>do</strong> ao definir-se a<br />

missão da empresa, pode-se optar, através das diretrizes empresariais por um<br />

âmbito de maior ou de menor abrangência. Quanto maior o âmbito de abrangência,<br />

as ameaças e também as oportunidades ambientais serão maiores.<br />

A missão deve refletir uma preocupação fundamental com as necessidades<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, permitir à empresa adaptar-se rapidamente a suas exigências<br />

e oferecer produtos a preços competitivos e com rentabilidade adequada.<br />

Com essa abordagem a empresa atua em harmonia com o ambiente onde<br />

vive, reconcilian<strong>do</strong>, por meio de uma seleção adequada <strong>do</strong>s produtos e<br />

serviços a serem vendi<strong>do</strong>s, as necessidades de merca<strong>do</strong> com sua<br />

capacidade tecnológica, financeira e de mão-de-obra. (OLIVEIRA, 2007<br />

p.41).<br />

Neste senti<strong>do</strong> a missão deve:<br />

• Assegurar um propósito único dentro da organização.<br />

• Ser referência para a alocação de recursos.<br />

• Estabelecer uma orientação geral para a empresa.<br />

• Ser uma orientação ao longo prazo.<br />

Segun<strong>do</strong> Vasconcelos e Pagnocelli (2001), há vários benefícios que a<br />

empresa pode obter explicitan<strong>do</strong> a sua visão:<br />

• A Missão orienta a partida. Através da definição da missão, consegue-se<br />

desenvolver estratégias, concentrar recursos e começar a trabalhar.<br />

• A Missão evita a armadilha <strong>do</strong> sucesso. A empresa, em seu auge, não<br />

pode esquecer sua missão. O perigo da perda de orientação que a<br />

missão propõe é eminente se esta é deixada de la<strong>do</strong>. Em questão de<br />

pouco tempo o fracasso se evidenciará. Por isso, afirma-se que a missão<br />

sempre deve ser a estrela guia, orientan<strong>do</strong> o caminho a ser trilha<strong>do</strong>,<br />

funcionan<strong>do</strong> como alicerce <strong>do</strong> plano estratégico, orientan<strong>do</strong> seu<br />

comportamento futuro.


32<br />

• A Missão atrai, motiva e retém talentos. A missão clara e objetiva ajuda<br />

a equipe a olhar mais longe e enxergar o to<strong>do</strong>, substituin<strong>do</strong> aquilo que<br />

poderia ser visto como uma causa vazia. Cria unidade e envolvimento,<br />

geran<strong>do</strong> um quadro de referência na mente das pessoas.<br />

• A Missão orienta a formulação de objetivos. A empresa necessita<br />

alcançar resulta<strong>do</strong>s, que são os objetivos, consistentes propostos pela<br />

missão. Os objetivos traduzem quantitativa e qualitativamente o<br />

cumprimento da missão. Somente uma definição clara da missão<br />

possibilita resultarem objetivos claros e realísticos.<br />

• A missão ajuda a aumentar a produtividade. A missão se torna um<br />

propósito a ser alcança<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s na organização. Daí a necessidade<br />

de to<strong>do</strong>s na organização conhecerem a missão da empresa.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a missão é a razão de existir da empresa no seu negócio,<br />

pois orienta e distingue a organização das outras dentro de um mesmo negócio.<br />

Assim, várias empresas orientadas por uma mesma visão de negócio, são<br />

concorrentes entre si, mas a missão de cada uma faz referência por qual razão que<br />

ela existe.<br />

Para definir-se a missão da empresa, identifica-se num primeiro momento a<br />

missão atual. Procuram-se respostas para perguntas tais como: O que a empresa<br />

faz? Como ela faz? Onde ela faz? Com qual responsabilidade social? Já, para a<br />

identificação de missão futura as perguntas são: O que a empresa deverá fazer?<br />

Como ela deverá fazer? Onde ela deverá fazer? Com qual responsabilidade social?<br />

Princípios<br />

Os princípios envolvem o conceito de alicerce para o processo decisório da<br />

empresa. A maneira de como a empresa se comporta no cumprimento de sua<br />

missão.


33<br />

Para cumprir a Missão no seu Negócio a empresa precisará de alguns<br />

balizamentos para impedir que os fins justifiquem os meios.<br />

Os <strong>do</strong>is pilares que servem de sustentação na orientação e balizamento de<br />

uma empresa são a Missão e os Princípios. Enquanto a Missão atua como<br />

um norte, os Princípios servem de balizamento para decisões e<br />

comportamentos na empresa. (VASCONCELOS e PAGNOCELLI, 2001,<br />

p.139).<br />

Seguin<strong>do</strong> o pensamento <strong>do</strong>s autores, a explicitação <strong>do</strong>s princípios começa a<br />

se dar com o resgate da cultura da empresa. Identificam-se os traços marcantes <strong>do</strong><br />

comportamento da empresa ao longo <strong>do</strong>s anos, as suas crenças e seus valores.<br />

Para isso, devem ser assimila<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s na empresa, deven<strong>do</strong> ser poucos e<br />

redigi<strong>do</strong>s de forma clara e concisa. Isso facilita o conhecimento <strong>do</strong>s mesmos para<br />

assim serem coloca<strong>do</strong>s em prática.<br />

Faz-se necessário checar a consistência <strong>do</strong>s princípios e adequá-los para<br />

que sejam avalia<strong>do</strong>s à luz das tendências relevantes para a realidade em que se<br />

vive. É preciso ver quais as tendências relevantes para que estes princípios estejam<br />

de acor<strong>do</strong> com o que o século XXI exige. Assim, devem se tornar inesquecíveis<br />

dentro da organização, de forma detalhada e concisa, sen<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong>s e pratica<strong>do</strong>s<br />

por to<strong>do</strong>s. Assim, trarão diversos benefícios à empresa:<br />

• Os Princípios criam diferencial competitivo. Ten<strong>do</strong> em vista a<br />

globalização da concorrência neste século como uma das tendências<br />

relevantes, os princípios ajudam a empresa a criar diferenciais<br />

competitivos significativos.<br />

• Os princípios balizam o processo decisório. Eles ajudam na tomada de<br />

decisão que, geralmente se caracteriza por um ato solitário e sob<br />

pressão. Com os princípios bem defini<strong>do</strong>s, o profissional pode ter o “algo<br />

a mais” necessário, além da experiência e profun<strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong><br />

que faz.<br />

• Os princípios orientam o comportamento. As empresas de sucesso<br />

estão baseadas em princípios que dão suporte à tomada de decisão.<br />

Estes princípios servem de alicerce e contraditoriamente dão mais


34<br />

flexibilidade ao processo decisório, pois dão o respal<strong>do</strong> necessário que o<br />

toma<strong>do</strong>r da decisão necessita.<br />

• Os princípios balizam as estratégias. Os princípios são o alicerce <strong>do</strong><br />

comportamento da empresa, orientan<strong>do</strong> as estratégias a serem<br />

desenvolvidas. Neste senti<strong>do</strong>, a organização, ten<strong>do</strong> seus princípios bem<br />

fundamenta<strong>do</strong>s, não se distancia de suas crenças, desenvolven<strong>do</strong> ações<br />

orientadas pelos mesmos.<br />

• Os princípios orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento. Os<br />

perfis busca<strong>do</strong>s durante o recrutamento de pessoal, devem vir de<br />

encontro aos princípios da organização. Desta maneira os talentos<br />

desenvolverão ações que darão vantagem competitiva à empresa no<br />

merca<strong>do</strong>.<br />

• Os princípios fundamentam a avaliação. Os princípios podem ser usa<strong>do</strong>s<br />

para orientar os processos de avaliação, minimizan<strong>do</strong> a subjetividade no<br />

processo. Na avaliação pode ser considera<strong>do</strong> se o fator de sucesso da<br />

empresa vai ao encontro <strong>do</strong>s princípios baliza<strong>do</strong>res.<br />

Análise de ambiente<br />

É sabi<strong>do</strong> que a empresa está inserida e se relaciona com o ambiente.<br />

O ambiente compreende uma rede de entidades que influencia a forma de<br />

atuar das organizações. Ele é o principal fator ao qual uma empresa devese<br />

adaptar e, para o qual deve planejar, pois é uma fonte de incertezas, que<br />

dificulta o processo administrativo que, por essa razão, tenta minimizá-lo e<br />

controlá-lo. (NASCIMENTO, 2007, p.118).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o ambiente organizacional:<br />

[…] também é a fonte de recursos, da qual as organizações se suprem para<br />

realizar suas atividades e fins, relacionadas à produção de bens e serviços.<br />

Esses recursos compreendem as matérias-primas, o capital, e outros<br />

elementos necessários às operações. (NASCIMENTO, 2007, p.118).


35<br />

O ambiente organizacional em que se encontra a empresa pode ser<br />

classifica<strong>do</strong> em ambiente interno e ambiente externo. O ambiente interno envolve os<br />

meios utiliza<strong>do</strong>s pela empresa para o cumprimento de sua missão. Já o ambiente<br />

externo é o conjunto de variáveis que afetam a empresa direta ou indiretamente.<br />

Essas variáveis exercem influência sobre o seu comportamento e sobre a forma de<br />

comunicação dela com estes fatores. O diagnóstico <strong>do</strong> ambiente é uma<br />

oportunidade de mostrar o comprometimento da alta administração com o trabalho<br />

em equipe, de se conhecer atitudes e opiniões sobre a organização e analisar a<br />

satisfação <strong>do</strong>s financia<strong>do</strong>res, parceiros, colabora<strong>do</strong>res e beneficiários <strong>do</strong>s serviços<br />

da organização. A reunião de diagnóstico de ambiente é basicamente um<br />

levantamento de informações através de um brainstorm, ou chuva de idéias, que<br />

ajude a organização a encontrar oportunidades e identificar ameaças no ambiente<br />

externo e a descrever as forças e as fraquezas da organização.<br />

Ambiente externo<br />

O ambiente externo envolve a empresa. É forma<strong>do</strong> por diversas variáveis<br />

que a empresa não pode controlar, mas que influenciam o seu comportamento. A<br />

análise deste ambiente é realizada sob vários pontos de vista, consideran<strong>do</strong><br />

aspectos importantes tais como a análise de cenário e a análise das forças<br />

competitivas.<br />

Análise de cenários<br />

A estrutura mundial globalizada está em constante modificação e as<br />

empresas enfrentam incertezas quanto ao rumo que estas mudanças podem tomar.<br />

A partir desta percepção, muitos méto<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>s por pesquisa<strong>do</strong>res<br />

e empresas para lidar com estas incertezas. O surgimento da análise de cenários<br />

permitiu uma abordagem mais completa das incertezas que afetam o ambiente<br />

industrial e muitas empresas estão a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> esta técnica no planejamento<br />

estratégico.


36<br />

Dentro da análise de cenários, evidenciam-se variáveis de natureza<br />

econômica, social, política e tecnológica. Estas variáveis representam fatores<br />

ambientais às quais a empresa deve volver sua atenção.<br />

Variável Política<br />

Conforme Nascimento (2007), as condições políticas ambientais<br />

representam atitudes que o governo exerce frente aos vários segmentos econômicos<br />

e às condições políticas gerais <strong>do</strong> país. Como principais variáveis pode-se citar:<br />

regime de governo, planos e objetivo de governo, política energética, prioridades<br />

governamentais, política externa entre outras.<br />

Variável Econômica<br />

Essa pode ser uma das variáveis mais importantes. Seguin<strong>do</strong> o raciocínio de<br />

Nascimento (2007), as condições econômicas mutáveis atuam como restrições<br />

importantes para qualquer organização, sen<strong>do</strong> excelentes indica<strong>do</strong>res de<br />

prioridades. Porém, podem por outro la<strong>do</strong>, trazer elementos cria<strong>do</strong>res de<br />

oportunidades para crescer.<br />

As condições econômicas que cercam as organizações melhoram e<br />

declinam à medida que elas reajam às situações que lhes afetam. Entre os<br />

principais fatores que compõem essa variável, estão: crescimento <strong>do</strong><br />

Produto Interno Bruto; taxa de inflação; distribuição de renda; taxa interna<br />

de juros; taxa de desemprego; política cambial; balança de pagamentos etc.<br />

(NASCIMENTO, 2007, p.120)<br />

Justifica-se, portanto, a importância dessa variável, poden<strong>do</strong> ser crucial à<br />

vida da empresa.<br />

Variável Social<br />

No ambiente há variáveis relacionadas à população. São variáveis relativas<br />

às mudanças culturais, educação, expectativa de vida, forças demográficas e outras.


37<br />

A maioria delas pode ser medida diretamente através de levantamento junto<br />

à população, entretanto, esse procedimento não é possível para outras<br />

cujos comportamentos são mais difíceis de serem previstos, requeren<strong>do</strong>-se<br />

inferências para suas previsões, como por exemplo uma mudança de hábito<br />

da população. (NASCIMENTO, 2007, p. 120).<br />

Variável Tecnológica<br />

Segun<strong>do</strong> Nascimento (2007), o componente tecnológico ambiental inclui<br />

novas abordagens para a produção de bens e serviços e novas tecnologias<br />

envolven<strong>do</strong> a administração e o processamento de informações. A rapidez com que<br />

as tecnologias mudam pode ser fator de oportunidade, trazen<strong>do</strong> novos horizontes à<br />

empresa. Também pode ser uma ameaça, no senti<strong>do</strong> de que uma nova tecnologia<br />

provoca mudança nos valores das pessoas. Assim, é elemento de fundamental<br />

importância a ser avalia<strong>do</strong> durante a análise ambiental.<br />

Análise das Forças Competitivas<br />

O desenvolvimento de uma estratégia competitiva determina o mo<strong>do</strong> como a<br />

empresa deve competir, quais são suas metas e quais as políticas necessárias para<br />

realizá-las. Este desenvolvimento consiste em relacionar a empresa com o seu meio<br />

de atuação, ou seja, relacionar a empresa com as outras que ela compete, de mo<strong>do</strong><br />

a compreender a concorrência e assim identificar as características estruturais que<br />

possibilitam a formulação de estratégias na busca de vantagens competitivas.<br />

Assim, a rentabilidade de uma indústria é função de sua estrutura e é ela<br />

que estabelece as regras da concorrência que, segun<strong>do</strong> Porter, dependem de cinco<br />

forças competitivas básicas, conforme figura a seguir.


38<br />

Figura 3: As cinco forças competitivas básicas.<br />

Fonte: Disponível em: .<br />

A pressão conjunta destas cinco forças determina a lucratividade da<br />

organização, ten<strong>do</strong> em vista que os preços, custos e investimentos, que os<br />

elementos básicos da rentabilidade são influencia<strong>do</strong>s em diferentes graus de<br />

intensidade por cada uma destas forças competitivas. De fato, os preços que as<br />

empresas podem cobrar são influencia<strong>do</strong>s pelo poder de negociação <strong>do</strong>s<br />

compra<strong>do</strong>res, pois estes, quan<strong>do</strong> muito fortes, exigem serviços de eleva<strong>do</strong> valor<br />

relativo que repercutem nos custos e nos investimentos e, com isto, nos preços <strong>do</strong>s<br />

produtos.<br />

O poder de negociação <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res determina os custos de matériaprima<br />

e de outros insumos, influin<strong>do</strong> nos custos. A intensidade da rivalidade entre as<br />

empresas influencia os preços, como também os custos de competir em áreas como<br />

desenvolvimento de produto, propaganda e esforço de venda. A ameaça da entrada<br />

de novos participantes fixa limite à estratégia de preços, bem como no volume de<br />

investimento, com o objetivo de deter novos entrantes e, finalmente, a ameaça de<br />

produtos substitutos influi nos preços que a organização pode cobrar, estabelecen<strong>do</strong><br />

assim, um teto para os mesmos.<br />

Assim, a análise das cinco forças competitivas corresponde à busca da<br />

melhor posição para a empresa, a partir da qual são identifica<strong>do</strong>s os pontos fortes e


39<br />

pontos fracos peculiares a cada situação de merca<strong>do</strong>, bem como a influência destas<br />

forças na definição das estratégias competitivas.<br />

Novos entrantes<br />

A ameaça de novos entrantes caracteriza-se como a possibilidade de<br />

entrada de novas empresas que trazem recursos geralmente substanciais, como<br />

nova capacidade de produção e um grande desejo de ganhar parcela <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

A entrada de novos concorrentes pode apresentar como conseqüência uma redução<br />

da rentabilidade das empresas já existentes, visto que a entrada de novos<br />

concorrentes implica em uma queda nos preços e no aumento da demanda por<br />

insumos, o que leva a um inflacionamento nos custos <strong>do</strong> produto final.<br />

Concorrentes<br />

A rivalidade entre os concorrentes de uma empresa pode ser definida como<br />

a disputa por posição entre as empresas que já atuam em um mesmo merca<strong>do</strong>. Ela<br />

é caracterizada pelo uso de táticas como: concorrência de preços, batalha de<br />

publicidade, introdução e aumento <strong>do</strong>s serviços ou das garantias <strong>do</strong>s compra<strong>do</strong>res.<br />

Segun<strong>do</strong> Porter(1986), as organizações são mutuamente dependentes e, portanto,<br />

os movimentos competitivos de uma empresa têm efeitos imediatos nos seus<br />

concorrentes, o que estimula a competitividade.<br />

Conforme o referi<strong>do</strong> autor, a concorrência de preços, por exemplo, é<br />

altamente instável, e muito provavelmente deixe toda a empresa em pior situação <strong>do</strong><br />

ponto de vista da rentabilidade. A redução de preços é facilmente imitada pelos<br />

concorrentes rivais; uma vez iguala<strong>do</strong>s, eles reduzem as receitas de todas as<br />

empresas, a menos que a elasticidade-preço da indústria seja bastante alta.


40<br />

Produtos Substitutos<br />

A identificação de produtos substitutos é conquistada através de pesquisa na<br />

busca de outros produtos que possam desempenhar a mesma função na indústria.<br />

Os produtos substitutos podem limitar ou mesmo reduzir as taxas de retorno de uma<br />

empresa ao forçarem o estabelecimento de um teto nos preços que as empresas<br />

podem fixar como lucro.<br />

Em senti<strong>do</strong> amplo, todas as empresas em uma indústria estão competin<strong>do</strong><br />

com as indústrias de produtos substitutos, de mo<strong>do</strong> que “quanto mais atrativa a<br />

alternativa de preço-desempenho ofereci<strong>do</strong> pelos produtos substitutos, mais firme<br />

será a pressão sobre os lucros da indústria." (Porter,1986,p.39).<br />

Poder de Negociação <strong>do</strong>s Compra<strong>do</strong>res<br />

Conforme Porter, os compra<strong>do</strong>res competem com a indústria forçan<strong>do</strong> os<br />

preços para baixo, barganhan<strong>do</strong> por melhor qualidade ou mais serviços e jogan<strong>do</strong><br />

os concorrentes uns contra os outros, poden<strong>do</strong> até comprometer a rentabilidade da<br />

indústria. A maior ou menor pressão <strong>do</strong>s compra<strong>do</strong>res no que se refere à redução<br />

<strong>do</strong>s preços depende de certas características <strong>do</strong> grupo de compra<strong>do</strong>res em relação<br />

à sua situação no merca<strong>do</strong>, bem como da importância relativa de suas compras em<br />

comparação com seus negócios totais.<br />

Poder de Negociação <strong>do</strong>s Fornece<strong>do</strong>res<br />

Os fornece<strong>do</strong>res podem ameaçar as empresas ao elevarem os seus preços<br />

ou diminuírem a qualidade <strong>do</strong>s produtos e serviços forneci<strong>do</strong>s e, com isto, podem<br />

comprometer a rentabilidade de uma indústria, caso ela não consiga repassar os<br />

aumentos <strong>do</strong>s custos em seus próprios preços. As condições que tornam os<br />

fornece<strong>do</strong>res poderosos tendem a refletir aquelas que tornam os compra<strong>do</strong>res<br />

poderosos.


41<br />

Depois de realizadas estas análises, são explicitadas as Ameaças e<br />

Oportunidades identificadas durante esse processo.<br />

Ameaça, nesse contexto, é definida como uma situação desfavorável<br />

oriunda <strong>do</strong> ambiente externo existente, que poderá prejudicar de forma<br />

quantitativa ou qualitativa o desempenho da entidade em relação a um ou<br />

mais fatores-chave. Inversamente Oportunidade consiste numa situação<br />

favorável decorrente <strong>do</strong> ambiente externo que a entidade poderá aproveitar<br />

de forma eficaz para melhorar quantitativa ou qualitativamente seu<br />

desempenho relativamente a um ou mais fatores-chaves. (OLIVEIRA, 2007,<br />

p.44)<br />

Essas oportunidades e ameaças devem ser relacionadas, para que se<br />

tomem plena ciência dessas, saben<strong>do</strong> como posicionar a organização frente essas<br />

variáveis. Evidente que as ações de oportunidades superam a expectativa de<br />

resulta<strong>do</strong> da empresa, trazen<strong>do</strong> maiores lucros. Já as ações de ameaças devem ser<br />

combatidas para não prejudicarem a expectativa de lucratividade. Cabe à empresa,<br />

após realizar uma análise adequada da evolução passada e das tendências de<br />

comportamento futuro, definir estratégias e programar ações para o aproveitamento<br />

das oportunidades ou para a redução e neutralização das ameaças.<br />

Ambiente interno<br />

Conforme Oliveira (2003), a finalidade da análise interna é colocar em<br />

evidência as deficiências e qualidades da empresa. Essa análise deve ser feita sob<br />

vários pontos de vista, consideran<strong>do</strong> aspectos importantes, tais como: marketing,<br />

finanças, produção, recursos humanos, instalações, competências internas e gestão.<br />

O primeiro passo é criar uma relação de variáveis que devem ser<br />

monitoradas, por exemplo: reputação da empresa, participação de merca<strong>do</strong>,<br />

qualidade <strong>do</strong> produto, qualidade <strong>do</strong> serviço, eficácia <strong>do</strong> preço, boa comunicação,<br />

poder de venda, inovação tecnológica, cobertura geográfica, fluxo de caixa,<br />

estabilidade financeira, instalações, força de trabalho, produtividade, pontualidade,<br />

dedicação <strong>do</strong>s funcionários, flexibilidade, atendimento a clientela, etc. A lista é<br />

imensa e deve-se conhecer bem a organização, de mo<strong>do</strong> a lembrar-se apenas das<br />

forças e fraquezas relevantes.


42<br />

Em seguida, deve-se criar uma escala onde cada uma destas variáveis é<br />

avaliada em relação aos objetivos da organização. Costuma-se classificá-la como:<br />

força importante, força sem importância, neutralidade, fraqueza importante ou<br />

fraqueza sem importância. Como a organização raramente pode investir em todas as<br />

áreas ao mesmo tempo, os itens fraquezas importantes e forças importantes devem<br />

ser prioriza<strong>do</strong>s ao se traçar estratégias de marketing e receber orçamento. O<br />

ambiente interno pode ser controla<strong>do</strong> pelos dirigentes da empresa, uma vez que ele<br />

é o resulta<strong>do</strong> das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da<br />

organização. Desta forma, durante a análise, quan<strong>do</strong> for percebi<strong>do</strong> um ponto forte,<br />

ele deve ser ressalta<strong>do</strong> ao máximo; e quan<strong>do</strong> for percebi<strong>do</strong> um ponto fraco, a<br />

organização deve agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, no ambiente interno, as forças são as características ou<br />

qualidades da empresa, tangíveis ou não, que podem influenciar positivamente seu<br />

desempenho. As fraquezas correspondem às características da empresa, tangíveis<br />

ou não, que podem influenciar negativamente seu desempenho.<br />

Pontos fortes estão aqui defini<strong>do</strong>s como características intrínsecas à<br />

empresa que a colocam em posição estrategicamente favorável para um<br />

desempenho eficaz relativamente a um ou mais fatores-chaves. Ao<br />

contrário, pontos fracos consistem em características existentes na<br />

organização que a colocam em posição estrategicamente desfavorável para<br />

um desempenho eficaz em relação a um ou mais fatores-chaves.<br />

(OLIVEIRA, 2007, p.44).<br />

A análise interna demanda uma avaliação crítica das políticas e<br />

procedimentos estabeleci<strong>do</strong>s dentro da empresa.<br />

Em suma, o objetivo da análise <strong>do</strong> ambiente interno é identificar as<br />

potencialidades e vulnerabilidades da empresa, permitin<strong>do</strong> completar a<br />

plataforma iniciada quan<strong>do</strong> da análise externa, a qual se constituirá na base<br />

a partir da qual serão escolhi<strong>do</strong>s os objetivos e formuladas as estratégias<br />

para a consecução. (OLIVEIRA, 2007, p.45).


43<br />

Visão<br />

A visão, diferentemente <strong>do</strong> negócio, missão e princípios, que são defini<strong>do</strong>s<br />

consideran<strong>do</strong> o momento atual e projeta<strong>do</strong>s em função de tendências futuras, está<br />

focada diretamente no futuro.<br />

Visão é conceituada como os limites que os proprietários e principais<br />

executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um perío<strong>do</strong> de<br />

tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Nesse contexto, a visão<br />

proporciona o grande delineamento <strong>do</strong> planejamento estratégico a ser<br />

desenvolvi<strong>do</strong> e implementa<strong>do</strong> pela empresa. A visão representa o que a<br />

empresa quer ser. (OLIVEIRA, 2003, p.88).<br />

Deste mo<strong>do</strong>, a visão identifica os limites que os principais responsáveis pela<br />

empresa conseguem enxergar dentro de um perío<strong>do</strong> mais longo e uma abordagem<br />

mais ampla. Proporciona o grande delineamento <strong>do</strong> planejamento estratégico a ser<br />

desenvolvi<strong>do</strong> e implementa<strong>do</strong> pela empresa.<br />

A visão descreve o futuro deseja<strong>do</strong> e o que se deve realizar para que seja<br />

alcança<strong>do</strong>. Define o que se quer alcançar; que tipo de empresa se quer e como a<br />

empresa quer que os clientes a vejam. Para isso, faz-se necessário o uso de<br />

palavras simples e significativas, fáceis de serem reconhecidas. Que tenha validade<br />

para longo tempo, não deven<strong>do</strong> ser trocada por vários anos, e deve ser geral, sem<br />

especificações.<br />

Ao definir-se a visão, fazem-se perguntas como: Qual o futuro deseja<strong>do</strong>? O<br />

que se deve fazer para alcançá-lo? O que se quer alcançar? Que tipo de empresa<br />

que se quer? Como a empresa quer que os clientes a vejam? Como a empresa quer<br />

que a sociedade a veja?<br />

Objetivos<br />

Objetivos são resulta<strong>do</strong>s que a empresa deve alcançar, em prazo<br />

determina<strong>do</strong>, para concretizar sua visão competitiva no ambiente atual e no futuro. A


44<br />

empresa como entidade jurídica não tem vontade própria, mas é motivada pelas<br />

pessoas que a dirigem. Portanto, os objetivos estabeleci<strong>do</strong>s necessitam ser<br />

conheci<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s os indivíduos da empresa, e estes, por sua vez, devem<br />

cooperar para que sejam alcança<strong>do</strong>s com sucesso. Ora, a vontade não sen<strong>do</strong><br />

própria da entidade jurídica em si, mas sim das pessoas que a compõem, não pode<br />

ser esquecida ou menosprezada, já que os indivíduos definiram por si os objetivos a<br />

serem almeja<strong>do</strong>s.<br />

Objetivos são sempre estabeleci<strong>do</strong>s a partir de anseios e expectativas<br />

humanas quanto a uma situação futura que satisfaça esses anseios. Para<br />

atingir os seus objetivos, porém, é preciso, também, que o indivíduo ou o<br />

grupo disponha de um conjunto de meios, cuja aplicação o conduza aos<br />

objetivos estabeleci<strong>do</strong>s. (OLIVEIRA, 2003, p.170).<br />

De maneira geral, os objetivos são estabeleci<strong>do</strong>s pela alta administração da<br />

empresa (proprietários, alta direção), que detém o poder ou a maior parcela dele.<br />

Neste caso os funcionários estão numa situação passiva. Porém, os objetivos<br />

também podem ser estabeleci<strong>do</strong>s numa proporção inversa, isto é, debaixo para<br />

cima. Isso reflete a participação ativa <strong>do</strong>s funcionários, comprometen<strong>do</strong>-os quanto a<br />

aspectos motivacionais e da participação com responsabilidade.<br />

O comprometimento com os objetivos da empresa pode trazer, conforme<br />

afirmam Vasconcelos e Pagnocelli (2001), vários benefícios à empresa. Podem<br />

detalhar e quantificar a visão da empresa orientan<strong>do</strong> o processo decisório,<br />

fundamentan<strong>do</strong> a avaliação de desempenho, orientan<strong>do</strong> o plano de investimentos,<br />

atrain<strong>do</strong> e manten<strong>do</strong> talentos e levantan<strong>do</strong> uma “bandeira”. Ainda tiram a empresa<br />

<strong>do</strong> comodismo, orientan<strong>do</strong> a formulação de estratégias.<br />

O referi<strong>do</strong> autor explicita que os objetivos devem apresentar característica<br />

como serem desafiantes, porém viáveis, terem prazo defini<strong>do</strong>, serem mensuráveis e<br />

coerentes entre si. Para isso, são propostas quatro etapas para o processo de<br />

definição <strong>do</strong>s objetivos. Primeiro se define o horizonte <strong>do</strong>s objetivos que os moldura.<br />

Escolhem-se temas mais pertinentes à empresa, consideran<strong>do</strong> tendências<br />

relevantes para o século. Parte-se então para a definição <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res de<br />

desempenho, a fim de avaliarem os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s. Por fim, se preenche o


45<br />

painel de controle <strong>do</strong>s objetivos para organizar-se temas, indica<strong>do</strong>res de<br />

desempenho e horizonte facilitan<strong>do</strong> sua visualização e controle. A figura a seguir<br />

mostra um modelo de painel de controle <strong>do</strong>s objetivos.<br />

Figura 4: Modelo de painel de controle <strong>do</strong>s objetivos.<br />

Fonte: Vasconcelos e Pagnocelli (2001) com adaptações <strong>do</strong> autor.<br />

Estratégia competitiva<br />

Com o advento da globalização, aumentou a necessidade de pensar-se em<br />

estratégia. Tornou-se algo de caráter obrigatório a diferenciação perante este<br />

torvelinho. “A estratégia é uma necessidade para qualquer empresa, não importa<br />

seu tamanho, pois o único mo<strong>do</strong> de sobreviver é se diferenciar <strong>do</strong>s concorrentes.”<br />

(VASCONCELOS e PAGNOCELLI, 2001, p.289). Neste senti<strong>do</strong>, a estratégia se<br />

aproxima da necessidade de diferenciação da empresa frente suas concorrentes.<br />

Ora, a definição de estratégias assume ponto crucial no planejamento.<br />

A estratégia é, extremamente, importante para a empresa, e o executivo<br />

deve saber que o momento propício aos movimentos estratégicos é tão<br />

importante quanto o movimento em si.<br />

A finalidade das estratégias é estabelecer quais serão os caminhos, os<br />

cursos, os programas de ação que devem ser segui<strong>do</strong>s para serem<br />

alcança<strong>do</strong>s os objetivos e desafios estabeleci<strong>do</strong>s. (OLIVEIRA, 2003, p.192).<br />

Conforme o autor, a estratégia está basicamente relacionada à ligação da<br />

empresa com seu ambiente, sen<strong>do</strong> que a empresa procura definir e operacionalizar


46<br />

estratégias que maximizam os resulta<strong>do</strong>s da relação estabelecida. Porém, não se<br />

pode esquecer da busca pela diferenciação no merca<strong>do</strong> atual.<br />

Estratégia significa “a arte <strong>do</strong> general”. Ora, a arte <strong>do</strong> general está<br />

intrinsecamente voltada à arte e à ciência de conduzir as forças militares, com o<br />

intuito de derrotarem o inimigo ou amenizar uma possível derrota. Sen<strong>do</strong> assim, no<br />

ambiente <strong>do</strong> planejamento, a estratégia se volta ao administra<strong>do</strong>r ou equipe<br />

administrativa em conduzir a empresa no torvelinho globaliza<strong>do</strong>, para conquistar o<br />

merca<strong>do</strong> eminente. Se mal conduzida, a empresa sucumbirá no merca<strong>do</strong> da mesma<br />

maneira que uma nau sucumbe quan<strong>do</strong> atingida por uma ogiva incandescente em<br />

plena guerra.<br />

Não é estranho comparar-se a arte da administração à arte de comandar<br />

uma tropa na guerra. Ambas dependem de percepção, inteligência e vocação <strong>do</strong>s<br />

comandantes à frente de seus comanda<strong>do</strong>s. Daí a importância da sutileza <strong>do</strong><br />

conhecimento para incorporar ações de diferenciação <strong>do</strong>s oponentes, conquistan<strong>do</strong><br />

o sucesso almeja<strong>do</strong>. Essas ações se dão pelo arsenal da empresa, que são as<br />

estratégias escolhidas. Se forem boas, a empresa estará bem municiada. Caso<br />

contrário, a vitória caberá ao inimigo.<br />

A estratégia deverá ser, sempre, uma opção inteligente, econômica e viável.<br />

E, sempre que possível, original e até ardilosa; dessa forma, constitui-se na<br />

melhor arma de que pode dispor uma empresa para otimizar o uso de seus<br />

recursos, tornar-se altamente competitiva, superar a concorrência, reduzir<br />

seus problemas e otimizar a exploração das possíveis oportunidades.<br />

(OLIVEIRA, 2003, p.193).<br />

Segun<strong>do</strong> Vasconcelos e Pagnocelli (2001), a estratégia competitiva envolve<br />

o que a empresa decide fazer e não fazer. Para isso, deve-se considerar o ambiente,<br />

concretizan<strong>do</strong> a visão, atingin<strong>do</strong> os objetivos, respeitan<strong>do</strong> os princípios, visan<strong>do</strong><br />

cumprir a missão no seu negócio.<br />

Para a definição das estratégias pode-se, segun<strong>do</strong> os autores, seguir alguns<br />

passos. Num primeiro momento se formulam as estratégias, decidin<strong>do</strong>-se o que<br />

fazer e o que não fazer. As estratégias escolhidas não devem ser confundidas com


47<br />

ações, pois estas são o detalhamento das estratégias. Há necessidade de clareza<br />

para o bom entendimento e uma quantidade razoável ao alcance. Devem considerar<br />

as tendências relevantes crian<strong>do</strong> vantagem competitiva dura<strong>do</strong>ura, compatíveis com<br />

os recursos da organização, possuir coerência entre si. O compromisso das pessoas<br />

envolvidas no processo é importante, pois estarão cientes <strong>do</strong> limite de risco aceito<br />

pela empresa, fundamentadas em seus princípios de forma crítica e inova<strong>do</strong>ra.<br />

A checagem da consistência das estratégias é importante antes da<br />

implementação das mesmas, pois se pode verificar algum ponto fraco e assim<br />

descartar a que não passa nessa espécie de controle de qualidade. Para a<br />

checagem pergunta-se: É uma decisão? Considera o ambiente e as tendências<br />

relevantes? Ajuda a concretizar a visão? Está direcionada a um ou mais objetivos?<br />

Respeita os princípios? Ajuda a cumprir a missão dentro <strong>do</strong> negócio? Está clara para<br />

to<strong>do</strong>s que a lerem? É uma estratégia ou uma ação? Cria vantagem competitiva<br />

dura<strong>do</strong>ura? É viável e compatível com os recursos da empresa? É coerente com as<br />

demais estratégias? Promove o compromisso das pessoas envolvidas? Ela respeita<br />

o limite de risco defini<strong>do</strong> pela empresa? É criativa e inova<strong>do</strong>ra? A priorização das<br />

estratégias deve obedecer a um calendário, sen<strong>do</strong> que a implementação de algumas<br />

se faz necessário antes de outras. O quadro a seguir propõe um modelo de<br />

priorização de estratégias.


Quadro 2: Modelo de priorização de estratégias<br />

48


49<br />

Plano de ação, divulgação e acompanhamento<br />

O último passo <strong>do</strong> planejamento estratégico está na identificação,<br />

<strong>estruturação</strong> e posterior administração <strong>do</strong>s projetos necessários ao seu<br />

desenvolvimento.<br />

Projeto pode ser considera<strong>do</strong> um trabalho com datas de início e término<br />

previamente estabelecidas, coordena<strong>do</strong>r responsável, resulta<strong>do</strong> final<br />

predetermina<strong>do</strong> e no qual são aloca<strong>do</strong>s os recursos necessários a seu<br />

desenvolvimento. (OLIVEIRA, 2003, p.248).<br />

O mesmo autor ainda menciona algumas definições importantes:<br />

* Atividade: é a maior unidade ou parte dentro de um projeto.<br />

* Programa: é o conjunto de projetos homogêneos quanto a seu objetivo<br />

maior.<br />

* Administração de projeto: é o esforço no senti<strong>do</strong> de melhor alocar os<br />

recursos, ten<strong>do</strong> em vista atingir os objetivos estabeleci<strong>do</strong>s.<br />

* Plano de ação: é o conjunto das partes comuns <strong>do</strong>s diversos projetos,<br />

quanto ao assunto que está sen<strong>do</strong> trata<strong>do</strong> (recursos humanos, tecnologia<br />

etc). (OLIVEIRA, 2003, p.248).<br />

De acor<strong>do</strong> com Vasconcelos e Pagnocelli (2001), há alguns passos a serem<br />

segui<strong>do</strong>s para a execução <strong>do</strong> planejamento. O primeiro passo dispõe da criação de<br />

forças-tarefa <strong>do</strong>s objetivos, responsável pela elaboração e implantação <strong>do</strong> plano de<br />

ação <strong>do</strong> objetivo. O próximo passo corresponde à elaboração <strong>do</strong> cronograma <strong>do</strong><br />

processo, onde devem constar todas as atividades ligadas ao processo de<br />

planejamento estratégico.


50<br />

Quadro 3: Cronograma <strong>do</strong> processo de planejamento estratégico<br />

CRONOGRAMA DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO<br />

ATIVIDADES<br />

Formulação <strong>do</strong>s planos de ação<br />

Reunião de apresentação e compatibilização <strong>do</strong>s planos de ação<br />

Aprovação formal <strong>do</strong> plano estratégico e <strong>do</strong>s planos de ação<br />

Evento de lançamento <strong>do</strong> plano estratégico<br />

Reuniões mensais de acompanhamento <strong>do</strong> planejamento estratégico e planos de<br />

ação<br />

Atualização anual <strong>do</strong> plano estratégico<br />

Formulação de novos planos de ação<br />

Fonte: pesquisa <strong>do</strong> autor com adaptações.<br />

DATAS<br />

ação.<br />

O terceiro passo proposto pelos autores, revela a formulação <strong>do</strong>s planos de<br />

Cabe agora ao coordena<strong>do</strong>r reunir a força-tarefa para detalhar as<br />

estratégias sob forma de ações, indican<strong>do</strong> também os resulta<strong>do</strong>s<br />

espera<strong>do</strong>s, os responsáveis, os recursos adicionais necessários à<br />

implantação das ações e o “prazograma”, que é o cronograma de<br />

implantação das ações. Essas atividades são para o horizonte de um ano,<br />

uma vez que o plano de ação deve ser anual. (VASCONCELOS e<br />

PAGNOCELLI, 2001, p.314).<br />

A participação de vários membros da empresa é importante, uma vez que<br />

cada um pode participar com idéias, a fim de serem consolidadas ao plano. Assim o<br />

processo se torna participativo, permitin<strong>do</strong> uma visão global, evitan<strong>do</strong> a duplicidade<br />

de ações, promoven<strong>do</strong> o envolvimento <strong>do</strong>s outros níveis da empresa.<br />

No quarto momento, se compatibiliza os planos de ação. Visa-se identificar<br />

ações seqüenciais e idênticas. Para isso pode-se utilizar o formulário a seguir, que<br />

relaciona as estratégias competitivas e suas ações com os objetivos.


51<br />

Figura 5: Formulário de planos de ação.<br />

Fonte: Vasconcelos E Pagnocelli (2001, p.318).<br />

O passo seguinte funciona como um filtro antes de submeter o plano<br />

estratégico e os planos de ação à apreciação da diretoria. Asseguram-se os<br />

recursos para as ações, a fim de serem aprova<strong>do</strong>s ou revistos sob o ponto de vista<br />

financeiro. É nesse ponto que se avalia a viabilidade financeira <strong>do</strong>s objetivos e<br />

estratégias propostos, preparan<strong>do</strong> a execução da implantação e garantin<strong>do</strong> o que se<br />

pode, o que se quer atingir.<br />

O último passo na execução <strong>do</strong> planejamento envolve a aprovação formal <strong>do</strong><br />

plano estratégico e <strong>do</strong>s planos de ação, que se dá através de uma reunião especial


52<br />

da diretoria. Deve encaminhar sua decisão ao conselho de administração, quan<strong>do</strong><br />

for o caso, para que se faça uma aprovação formal. Assim, se obtém a garantia <strong>do</strong>s<br />

recursos para implantação.<br />

Após to<strong>do</strong>s esses procedimentos é necessário divulgar esse plano<br />

estratégico com seus planos de ação a to<strong>do</strong>s os funcionários, objetivan<strong>do</strong> alcançar o<br />

sucesso com a participação de to<strong>do</strong>s. Dessa maneira, to<strong>do</strong>s saberão como e aonde<br />

a empresa quer chegar, fazen<strong>do</strong> com que os diversos níveis da empresa assumam<br />

compromisso com o proposto.<br />

Conforme Vasconcelos e Pagnocelli (2001), ainda se faz necessário<br />

acompanhar, avaliar resulta<strong>do</strong>s e corrigir rotas. Neste senti<strong>do</strong>,<br />

O processo de planejamento estratégico deve ser acompanha<strong>do</strong> da<br />

seguinte forma:<br />

Negócio: deve-se verificar se as principais decisões estão em consonância<br />

com o negócio da empresa.<br />

Missão: deve-se analisar se ela está sen<strong>do</strong> cumprida e está sen<strong>do</strong> utilizada<br />

como referência para os processos decisórios, de seleção e de capacitação<br />

de talentos.<br />

Princípios: deve-se verificar se as principais decisões estão em consonância<br />

com os princípios da empresa.<br />

Ambiente: examinar se ocorreu algum fato novo nos ambientes externos<br />

e/ou interno, que mereça ser incluí<strong>do</strong> no plano.<br />

Visão: deve-se verificar se as principais decisões estão em consonância<br />

com a visão da empresa.<br />

Objetivos: examinar se existe algum fato novo e relevante ocorri<strong>do</strong> no<br />

ambiente externo e/ou interno, que implique mudança <strong>do</strong>s objetivos.<br />

Estratégias competitivas: examinar se existe algum fato novo e relevante<br />

ocorri<strong>do</strong> no ambiente externo e/ou interno que implique que mudança das<br />

estratégias competitivas.<br />

Ações: para ser eficiente, o acompanhamento <strong>do</strong>s prazos e recursos<br />

adicionais deve ser proativo, isto é, antecipar-se aos fatos. Ele não existe<br />

apenas para constatar que uma ação não foi efetivada por falta de recursos<br />

ou por problemas de tempo. (VASCONCELOS e PAGNOCELLI, 2001,<br />

p.347).<br />

O principal executivo da empresa deverá conduzir a avaliação <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s, deven<strong>do</strong> estar constantemente monitoran<strong>do</strong> o processo de planejamento<br />

estratégico. Para resulta<strong>do</strong>s abaixo <strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s não se pode aceitar meras<br />

justificativas, pois pode comprometer o sucesso da empresa. Através de balancetes<br />

e <strong>do</strong> orçamento é que se obterão informações mensais. E, se o plano estratégico<br />

estiver em sintonia com o ambiente e a empresa, deverá ser atualiza<strong>do</strong>,


53<br />

acompanhan<strong>do</strong> as mudanças relevantes deste ambiente. Estan<strong>do</strong> o ambiente em<br />

movimento, a atualização se torna fundamental para não tornar o plano estratégico<br />

com to<strong>do</strong>s os seus custos obsoleto e desatualiza<strong>do</strong>. Por conseguinte, à obtenção de<br />

bons resulta<strong>do</strong>s, se faz necessário:<br />

* Envolvimento e comprometimento da alta direção.<br />

* Envolvimento e comprometimento da equipe gerencial.<br />

* Análise constante <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e tomada de ação e de correção.<br />

concorrentes.<br />

* Constante acompanhamento <strong>do</strong>s cenários e <strong>do</strong>s movimentos <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

* Flexibilidade para adequação às necessidades <strong>do</strong>s clientes e tendências<br />

O planejamento é importante, porém de nada vale se não conduzi<strong>do</strong><br />

estrategicamente.<br />

Planejamento Operacional Orçamentário e Financeiro<br />

Feito o planejamento estratégico, implantan<strong>do</strong> o mesmo, se executa o<br />

planejamento operacional. Conforme Nascimento (2007), o planejamento<br />

operacional tem sua origem e natureza em direcionar a execução das decisões no<br />

processo de gestão. É a representação quantitativa das diretrizes anunciadas no<br />

planejamento estratégico. Assim, o planejamento operacional passa a ser a base de<br />

controle e avaliação de desempenho, qualifican<strong>do</strong> a eficácia da execução <strong>do</strong><br />

planejamento estratégico. “Para que isso seja possível, o planejamento operacional<br />

tem como produto o orçamento (...), que corresponde ao detalhamento das<br />

operações planejadas, normalmente abrangen<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> de um ano.”<br />

(NASCIMENTO, 2007, p.139).


54<br />

Nascimento (2007), citan<strong>do</strong> Anthony e Govindarajam, relata que estes<br />

caracterizam o orçamento da seguinte maneira:<br />

* Estima o potencial de lucro;<br />

* É apresenta<strong>do</strong> em termos monetários, embora as cifras possam ser<br />

fundamentadas em valores não monetários como as unidades produzidas ou<br />

vendidas;<br />

* Geralmente é feito para um ano;<br />

* É um compromisso gerencial, pois foi aprova<strong>do</strong> pelos executivos que se<br />

comprometeram com o mesmo;<br />

* Foi aprovada pela maior autoridade da organização;<br />

* Depois de aprova<strong>do</strong>, só pode ser altera<strong>do</strong> em condições especiais;<br />

* O desempenho financeiro real é compara<strong>do</strong> com o orçamento e com as<br />

variações analisadas e explicadas.<br />

Desta maneira, plano orçamentário possui quatro finalidades básicas:<br />

* Fornecer uma forma pormenorizada ao planejamento estratégico;<br />

* Auxiliar a coordenação das várias atividades da empresa;<br />

* Definir as responsabilidades <strong>do</strong>s executivos, autorizan<strong>do</strong> limites de gastos;<br />

* Obter o reconhecimento de que o orçamento é o instrumento de avaliação<br />

<strong>do</strong> real desempenho <strong>do</strong>s executivos.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, conforme o pensamento de Nascimento (2007), a<br />

controla<strong>do</strong>ria vem definir-se como gestora <strong>do</strong> sistema de informação, agin<strong>do</strong> como<br />

informante na fase de planejamento e execução. Assim, identificará possíveis<br />

desvios <strong>do</strong>s objetivos planeja<strong>do</strong>s, induzin<strong>do</strong> ações corretivas para regularizar tais<br />

situações.


55<br />

A figura a seguir explica o sistema da informação de controla<strong>do</strong>ria e a<br />

interação com o processo de gestão.<br />

Figura 6: Sistema de informação de controla<strong>do</strong>ria e a interação com o processo de gestão.<br />

Fonte: Nascimento (p.140).<br />

De acor<strong>do</strong> com esta figura percebe-se o constante envolvimento <strong>do</strong>s<br />

processos de gestão com permanente feedback para alimentar com as informações<br />

necessárias requeridas no ambiente.<br />

A organização Como Sistema<br />

O ser humano se organiza com o propósito de satisfazer suas necessidades.<br />

Constitui diversos organismos sob a forma de entidade. Pode ser industrial,<br />

comercial, religiosa, familiar, política, etc. Essas entidades geram benefícios, sen<strong>do</strong><br />

de natureza material (bens, serviços, riqueza) ou não material (de ordem religiosa,<br />

afetiva, intelectual). Elas são voltadas ao próprio ser humano, caracterizan<strong>do</strong>-as<br />

assim como organizações sociais. Porém, ao mesmo tempo podem ser<br />

consideradas econômicas, pois consomem, produzem e distribuem bens e serviços.<br />

Dessa forma, a entidade é um sistema organizacional, pois exerce alguma atividade<br />

econômica, não importan<strong>do</strong> a sua natureza jurídica.


56<br />

Sistema é defini<strong>do</strong> como um conjunto de partes interagentes e<br />

interdependentes, que, conjuntamente, formam um to<strong>do</strong> unitário com<br />

determina<strong>do</strong> objetivo e efetuan<strong>do</strong> uma função. (OLIVEIRA, 2003, p.53).<br />

A inserção da organização no ambiente faz com que haja uma permanente<br />

comunicação e se crie uma interdependência com inúmeras variáveis, seja de cunho<br />

externo ou interno. Ora, o intercâmbio da organização com o meio em que está<br />

inserida, faz com que esta seja identificada como um sistema aberto. Essa interação<br />

com o meio externo faz com que a empresa seja afetada pelos fatores externos.<br />

No contexto das atividades desenvolvidas em uma empresa, sistema pode<br />

ser entendi<strong>do</strong> como um conjunto de relacionamentos dinâmicos das<br />

diferentes áreas que otimiza a utilização <strong>do</strong>s recursos por ela consumi<strong>do</strong>s.<br />

Nesse caso, deve-se priorizar a integração ótima entre todas as áreas, de<br />

mo<strong>do</strong> a beneficiar a empresa em sua totalidade. (NASCIMENTO, 2007<br />

p.19).<br />

A contínua interação da empresa com o meio ambiente caracteriza o<br />

sistema aberto em que a empresa está inserida. Assim, tanto as variáveis<br />

ambientais, quanto as interações com os seus elementos, exige um constante<br />

processo de mudança, trazen<strong>do</strong> dinamismo à empresa. Neste senti<strong>do</strong>, a empresa é<br />

um sistema aberto, pois se encontra em constante processo de interação com o<br />

ambiente, e é dinâmica, pois realiza atividades que a mantém em constante mutação<br />

e requerem constante orientação e reorientação para sua finalidade principal.<br />

Consideran<strong>do</strong> a idéia de que nos sistemas são introduzi<strong>do</strong>s inputs que,<br />

processa<strong>do</strong>s, se transformam em certos outputs, a empresa vale-se de<br />

recursos materiais, humanos e tecnológicos, cujo processamento resulta em<br />

bens e serviços, riqueza, emprego, e muitos outros, que são forneci<strong>do</strong>s para<br />

a sociedade. Cumprin<strong>do</strong> este papel, a empresa desenvolve grande número<br />

de atividades de compras, produção, vendas, etc que, direta ou<br />

indiretamente, contribuem para que seu objetivo final seja alcança<strong>do</strong>.<br />

(FIGUEIREDO, 2006, p.24).<br />

Através da figura a seguir, pode-se verificar como funciona o processo de<br />

sistema aberto da empresa e sua constante interação com o ambiente.


57<br />

Figura 7: A empresa como sistema aberto.<br />

Fonte: NAKAGAWA p. 24<br />

Esta figura reporta como o sistema aberto importa recursos diversos que,<br />

após serem transforma<strong>do</strong>s em produtos e serviços, são exporta<strong>do</strong>s ao ambiente<br />

externo da empresa.<br />

Subsistemas Empresariais<br />

De acor<strong>do</strong> com Figueire<strong>do</strong> (2006), os sistemas são dividi<strong>do</strong>s em<br />

subsistemas que assim podem ser elenca<strong>do</strong>s: institucional, administração,<br />

organização, produção, sócio-psico-cultural, informação. Estes subsistemas<br />

interagem no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> cumprimento de sua missão.<br />

* Institucional – missão, crenças, valores. Uma empresa nasce da<br />

necessidade ou <strong>do</strong> desejo de um ou mais indivíduos que têm expectativas a serem<br />

atingidas e que, por isso, se dispõem a investir em um empreendimento. A empresa,<br />

em sua origem, sempre terá pessoas com crenças e valores frutos de sua formação<br />

social e moral. Essas crenças e valores impactarão em toda a organização, sen<strong>do</strong><br />

que, somadas às expectativas de seus investi<strong>do</strong>res, se converterão em diretrizesmestras,<br />

que nortearão os outros subsistemas da empresa. Através <strong>do</strong> conjunto de<br />

valores, crenças e expectativas, o subsistema institucional trata <strong>do</strong> posicionamento<br />

da empresa frente ao ambiente externo, ten<strong>do</strong> importância fundamental, pois<br />

influencia profundamente to<strong>do</strong>s os demais subsistemas da empresa.


58<br />

* Administração – planejamento, controle, gerenciamento, mecanismo e<br />

controle. É caracteriza<strong>do</strong> pelo processo de planejamento, execução e controle que<br />

perfaz o processo decisório da empresa. É influencia<strong>do</strong> pelo subsistema institucional<br />

e suporta<strong>do</strong> pelo subsistema da informação.<br />

* Organização – estrutura, autoridade, responsabilidade, adequação da<br />

estrutura, adaptação, modificação. Também chama<strong>do</strong> de subsistema formal, diz<br />

respeito de como a empresa está organizada, isto é, como estão agrupadas suas<br />

diversas atividades, o tipo de estrutura utilizada (vertical ou horizontal), a definição<br />

da amplitude administrativa (se é ou não descentralizada), o grau de delegação de<br />

poder e atribuição de responsabilidade, entre outros. Tem por objetivo principal<br />

assegurar que todas as atividades sejam desenvolvidas.<br />

* Produção – modus operandi por área funcional:<br />

técnicas/méto<strong>do</strong>s/objetivos, modificações/adaptação. Constitui-se no conjunto de<br />

elementos físicos (excluin<strong>do</strong>-se pessoas) necessários à operacionalização, ou seja,<br />

à execução e ao Know How (como fazer esses elementos físicos se transformarem<br />

em produtos) É nesse subsistema que as coisas acontecem; que o planeja<strong>do</strong> se<br />

materializa, ou seja, vira realidade.<br />

* Psico/sócio/político/cultural – cultura, comportamento humano,<br />

harmonização das características, unidades para atingir objetivos. Refere-se ao<br />

conjunto de pessoas que formam a empresa em to<strong>do</strong>s os seus escalões, com todas<br />

as suas variáveis associadas aos indivíduos de forma isolada ou em grupos. Fazem<br />

parte desse subsistema: as necessidades vitais, a cultura, a criatividade, a<br />

motivação, a liderança, o treinamento, os objetivos individuais e grupais.<br />

* Informação – suporte <strong>do</strong> planejamento e controle, reflexos, decisão, qual a<br />

informação/como/onde/quan<strong>do</strong>, unidade na linguagem da organização. É o<br />

subsistema que coleta e processa da<strong>do</strong>s, geran<strong>do</strong> informações que atendam às<br />

necessidades de seus usuários. Por da<strong>do</strong>, pode-se entender um componente da<br />

informação que, toma<strong>do</strong> de forma isolada, não tem significa<strong>do</strong> intrínseco. Quan<strong>do</strong><br />

trata<strong>do</strong> e estrutura<strong>do</strong>, o da<strong>do</strong> gera uma informação ten<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>. Uma<br />

informação de um setor da empresa pode ser um da<strong>do</strong> para outro setor da própria


59<br />

empresa. Assim, a informação está ligada ao conceito de significância. Este<br />

subsistema serve de apoio para o sistema de administração, a fim de reduzir as<br />

incertezas quanto às decisões a serem tomadas pelos gestores (planejamento),<br />

correções <strong>do</strong>s desvios que podem ocorrer (controle) e determinação de parâmetros<br />

para a execução. Sem informações úteis e confiáveis não se pode reduzir incertezas<br />

e nem corrigir desvios.<br />

Para Santos (2005), há mais um subsistema a ser acrescenta<strong>do</strong>: o<br />

subsistema econômico (figura a seguir). Este é caracteriza<strong>do</strong> pela natureza<br />

econômica <strong>do</strong>s recursos utiliza<strong>do</strong>s e transforma<strong>do</strong>s pela empresa. Como que a<br />

empresa está inserida em um ambiente econômico, o valor econômico é decorrente<br />

das leis de oferta e procura.<br />

Figura 8: Subsistemas <strong>do</strong> sistema empresa.<br />

Fonte: Santos (2005, p.17).<br />

Como se pode notar na figura, Roberto Vatan <strong>do</strong>s Santos (2005) coloca o<br />

subsistema de informação no <strong>centro</strong>. Na verdade é pela informação que se dá a<br />

comunicação entre to<strong>do</strong>s os subsistemas. To<strong>do</strong>s estão intrinsecamente liga<strong>do</strong>s,<br />

porém é pela informação que se dá a comunicação entre to<strong>do</strong>s os subsistemas.<br />

Como anteriormente afirma<strong>do</strong>, é a unidade da linguagem da organização.


60<br />

Voltan<strong>do</strong> ao processo de sistema da empresa, composto pelos seus<br />

subsistemas vistos, pode-se afirmar que o sistema empresa absorve inputs<br />

(recursos de entrada), transforman<strong>do</strong>-os em outputs (produtos de saída). Os inputs<br />

são os recursos econômicos, constituí<strong>do</strong>s pelos recursos financeiros, humanos,<br />

materiais, tecnológicos e de informação, que são transforma<strong>do</strong>s em produtos (bens<br />

ou serviços). No senti<strong>do</strong> da empresa garantir sua continuidade produtiva o valor<br />

desses inputs deve ser menor que <strong>do</strong>s outputs.<br />

A complexidade de manter a diferença positiva desses valores, de acor<strong>do</strong><br />

com as variáveis desse sistema, resultou na criação de um órgão responsável pela<br />

otimização <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> econômico da empresa, designa<strong>do</strong> como controla<strong>do</strong>ria.<br />

Controla<strong>do</strong>ria<br />

Origem da controla<strong>do</strong>ria<br />

A controla<strong>do</strong>ria nasceu da necessidade de organizar e controlar as<br />

organizações. O processo de evolução <strong>do</strong>s meios sociais e de produção que<br />

ocorreram com o advento da Revolução Industrial, fez com que as organizações,<br />

cada vez mais complexas, desenvolvessem meios de controlar suas ações, seus<br />

processos e suas relações com o ambiente. De acor<strong>do</strong> com Paulo Schmidt (2006),<br />

há quatro fatores que podem ser considera<strong>do</strong>s como principais influxiona<strong>do</strong>res da<br />

origem da controla<strong>do</strong>ria.<br />

O primeiro fator está liga<strong>do</strong> ao aumento em tamanho e complexidade das<br />

organizações, poden<strong>do</strong> este, ser um <strong>do</strong>s que tenha maior importância. No final <strong>do</strong><br />

século XIX e início <strong>do</strong> seguinte, as grandes corporações, principalmente <strong>do</strong>s países<br />

mais desenvolvi<strong>do</strong>s passaram por uma remodelação estrutural em função <strong>do</strong> novo<br />

processo industrial. Este veio da substituição da produção manufaturada pelo início<br />

de um processo industrial mecaniza<strong>do</strong>. Ora, trocou-se uma produção com base na<br />

mão-de-obra direta de pouca complexidade organizacional, basicamente artesanal,<br />

por um processo industrial mecaniza<strong>do</strong> com produção em larga escala e<br />

conseqüentemente um aumento no espaço físico das organizações. Isso fez com


61<br />

que surgisse a necessidade de criação de um mecanismo de acompanhamento da<br />

gestão.<br />

O segun<strong>do</strong> fator que o autor expõe, envolve a globalização física das<br />

empresas a partir <strong>do</strong>s mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX, com a criação de filiais de grandes<br />

corporações ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. A complexidade das organizações foi aumentan<strong>do</strong><br />

gradativamente no momento em que confirmaram o sucesso <strong>do</strong> novo modelo de<br />

produção. Daí a necessidade de desenvolvimento de mecanismos de controle, para<br />

que se pudesse gerir e integrar diversas unidades que as corporações criaram.<br />

O crescimento nas relações governamentais com negócios das companhias é<br />

evidencia<strong>do</strong> como o terceiro fator <strong>do</strong> surgimento da controla<strong>do</strong>ria. Ora, o governo<br />

necessitava poder fiscalizar diretamente as empresas. Nesse senti<strong>do</strong>, caracterizouse<br />

a necessidade das empresas criarem mecanismos de controle por meio de suas<br />

demonstrações contábeis.<br />

Como último fator explana<strong>do</strong> pelo autor, está liga<strong>do</strong> à quebra da Bolsa de<br />

Valores de Nova York em 1929. A partir daí, foram cria<strong>do</strong>s mecanismos de reporte<br />

com maior qualidade ao usuário externo, pois houve um grande abalo na<br />

confiabilidade das demonstrações contábeis das organizações.<br />

Definição de controla<strong>do</strong>ria<br />

Como visto, a controla<strong>do</strong>ria nasceu da necessidade de responder-se à<br />

especialização, crescimento e aumento da complexidade das organizações. A<br />

necessidade de descentralização e da delegação de poderes a fim de que se<br />

cumprissem com eficiência todas as etapas vitais da organização, distanciou os<br />

principais executivos <strong>do</strong>s processos produtivos e administrativos das entidades. Mas<br />

então, como se pode definir controla<strong>do</strong>ria?<br />

Pode-se entender Controla<strong>do</strong>ria como o departamento responsável pelo<br />

projeto, elaboração, implementação e manutenção <strong>do</strong> sistema integra<strong>do</strong> de<br />

informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade,<br />

com ou sem finalidades lucrativas, sen<strong>do</strong> considerada por muitos autores<br />

como o atual estágio evolutivo da Contabilidade. (OLIVEIRA, 2007, p.13).


62<br />

Para Pa<strong>do</strong>vese:<br />

A controla<strong>do</strong>ria pode ser definida, então, como a unidade administrativa<br />

responsável pela utilização de to<strong>do</strong> o conjunto da Ciência Contábil dentro da<br />

empresa. Como a Ciência Contábil é a ciência <strong>do</strong> controle em to<strong>do</strong>s os<br />

aspectos temporais – passa<strong>do</strong>, presente, futuro -, e como a Ciência Social<br />

exige a comunicação de informação, no caso a econômica, à Controla<strong>do</strong>ria<br />

cabe a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e coordenar to<strong>do</strong><br />

o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas suas mais<br />

diversas necessidades. (PADOVESE, 2007, p.03).<br />

Após a explanação destes conceitos, pode-se verificar que controla<strong>do</strong>ria e<br />

contabilidade estão extremamente interligadas, já que a contabilidade controla e<br />

registra os fatos e atos da administração econômica da empresa e a controla<strong>do</strong>ria<br />

usa estes registros para o processo de tomada de decisões.<br />

A globalização da economia trouxe maior competitividade ente as empresas,<br />

assim como a abertura das fronteiras comerciais, a constante preocupação com a<br />

corrupção e aspectos sociais. Isso tu<strong>do</strong> fez com que se exigisse um gerenciamento<br />

cada vez mais eficiente e eficaz das entidades. Portanto:<br />

A Controla<strong>do</strong>ria deve exercer um papel preponderante, apoian<strong>do</strong> e<br />

fornecen<strong>do</strong> subsídios para os diversos gestores no planejamento e controle<br />

das atividades operacionais, comerciais, financeiras, administrativas,<br />

tributárias, etc., por meio da manutenção de um sistema de informações que<br />

permita integrar as várias funções e especialidades. (OLIVEIRA, 2007 p.14).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a controla<strong>do</strong>ria deve dar o suporte informacional em todas as<br />

etapas <strong>do</strong> processo de gestão, visan<strong>do</strong> assegurar o conjunto de interesses da<br />

empresa. Assim, a controla<strong>do</strong>ria exerce o controle das atividades de uma<br />

organização. Ora, o controle se refere ao conhecimento da realidade, sen<strong>do</strong> que<br />

este conhecimento é compara<strong>do</strong> ao que realmente deveria ser. Desta forma, o<br />

objetivo da controla<strong>do</strong>ria é constatar o mais rápi<strong>do</strong> possível as divergências e suas<br />

origens, a fim de que sejam tomadas as providências sanea<strong>do</strong>ras para a melhor<br />

gestão da organização.


63<br />

Estruturação da controla<strong>do</strong>ria<br />

A controla<strong>do</strong>ria, nos tempos atuais, deve estar voltada a atender a<br />

necessidade de controles sobre as ações das organizações servin<strong>do</strong> como<br />

ferramenta para o monitoramento permanente. Pode-se afirmar, então, que a<br />

<strong>estruturação</strong> da controla<strong>do</strong>ria deve estar ligada aos sistemas de informações<br />

necessárias à gestão, tanto nos aspectos gerenciais e rotineiros, como nos<br />

gerenciais e estratégicos.<br />

De acor<strong>do</strong> com Oliveira (2007), pode-se visualizar a controla<strong>do</strong>ria<br />

estruturada em <strong>do</strong>is grandes segmentos: o contábil e fiscal e o planejamento e<br />

controle. No segmento contábil e fiscal, são exercidas as atividades da<br />

contabilidade. Aí entram a escrituração contábil e fiscal com geração das<br />

informações e relatórios com fins societários, de auditoria, fiscalização, publicações,<br />

entre outros. Ainda podem-se relacionar o controle patrimonial de bens e direitos, a<br />

conciliação de contas contábeis, apuração de impostos, etc. Já o segun<strong>do</strong> segmento<br />

é caracteriza<strong>do</strong> pelo aspecto moderno das funções e atividades da controla<strong>do</strong>ria.<br />

São incorporadas as atribuições que envolvem a gestão <strong>do</strong>s negócios,<br />

compreendidas pelas questões orçamentárias, projeções e simulações, aspectos<br />

estratégicos da apuração e de análise de custos e projeção de cenários futuros.<br />

A figura 9 mostra os <strong>do</strong>is segmentos bem estrutura<strong>do</strong>s, com base no<br />

sistema de informações gerenciais.


64<br />

Figura 9 Estrutura da controla<strong>do</strong>ria.<br />

Fonte: Oliveira (p.16).<br />

O ambiente e as funções da controla<strong>do</strong>ria<br />

Em meio ao torvelinho moderno, na árdua tarefa de administrar, o ambiente<br />

empresarial encontra-se incerto e dinâmico. Os produtos têm seus ciclos de vida<br />

cada vez mais curtos, a concorrência aumentou nos últimos anos, os merca<strong>do</strong>s<br />

estão globaliza<strong>do</strong>s, o avanço da tecnologia está presente, se renovan<strong>do</strong><br />

constantemente.<br />

Perante este cenário, o processo de decisão é executa<strong>do</strong> de maneira mais<br />

importante numa organização. Aí a necessidade <strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r da decisão ter<br />

habilidade em desenvolver e analisar as alternativas disponíveis para a solução <strong>do</strong>s<br />

problemas. “A controla<strong>do</strong>ria serve como órgão de observação e controle da cúpula<br />

administrativa, preocupan<strong>do</strong>-se com a constante avaliação da eficácia e eficiência<br />

<strong>do</strong>s vários departamentos no exercício de suas atividades.” (Oliveira, 2007 p.16). Ela<br />

fornece os da<strong>do</strong>s e as informações, mostran<strong>do</strong> os problemas e os pontos onde está<br />

a razão da redução da rentabilidade da empresa.<br />

Seguin<strong>do</strong> este raciocínio,


65<br />

A área de controla<strong>do</strong>ria tem a função de promover a eficácia dessas<br />

decisões, monitoran<strong>do</strong> a execução <strong>do</strong>s objetivos estabeleci<strong>do</strong>s,<br />

investigan<strong>do</strong> e diagnostican<strong>do</strong> as razões para a ocorrência de eventuais<br />

desvios entre os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s e os espera<strong>do</strong>s, indican<strong>do</strong> as<br />

correções de rumo, quan<strong>do</strong> necessárias, e, principalmente, suavizan<strong>do</strong> para<br />

os gestores as imponderabilidades das variáveis econômicas, através <strong>do</strong><br />

provimento de informações sobre operações passadas e presentes e de sua<br />

adequada comunicação, de forma a sustentar a integridade <strong>do</strong> processo<br />

decisório. (NASCIMENTO, 2007, p.2).<br />

Assim a controla<strong>do</strong>ria deve apoiar o processo de decisão por meio de<br />

sistemas de informações, possibilitan<strong>do</strong> o controle operacional, monitoran<strong>do</strong> as<br />

atividades da empresa. Ora, por que se afirma que a controla<strong>do</strong>ria deve apoiar o<br />

processo de decisão? À controla<strong>do</strong>ria não compete dirigir o veículo no percurso <strong>do</strong><br />

raly, pois esta tarefa é <strong>do</strong> motorista, no caso da entidade, o primeiro executivo. A<br />

controla<strong>do</strong>ria simplesmente tem a função <strong>do</strong> navega<strong>do</strong>r, aquele que cuida <strong>do</strong>s<br />

mapas de navegação e informa o caminho a trilhar.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a controla<strong>do</strong>ria tem como funções básicas a informação, a<br />

motivação, a coordenação, a avaliação, o planejamento e o acompanhamento. A<br />

informação compreende os sistemas contábil-financeiro-gerenciais, isto é, tu<strong>do</strong> o<br />

que acontece é informa<strong>do</strong> à controla<strong>do</strong>ria, sen<strong>do</strong> que esta, por sua vez, processa e<br />

repassa as informações aos gestores. A motivação tem referência aos efeitos <strong>do</strong>s<br />

sistemas de controle sobre o comportamento. A coordenação centraliza informações<br />

visan<strong>do</strong> a aceitação de planos. A avaliação interpreta fatos, informações e relatórios,<br />

monitoran<strong>do</strong> e avalian<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s, orientan<strong>do</strong> o processo de estabelecimento<br />

de padrões. O planejamento assessora a direção da empresa na determinação e<br />

mensuração <strong>do</strong>s planos e objetivos. Por fim, o acompanhamento verifica e controla a<br />

evolução e o desempenho <strong>do</strong>s planos traça<strong>do</strong>s, corrigin<strong>do</strong> falhas e revisan<strong>do</strong> os<br />

mesmos.<br />

Em suma, a função da controla<strong>do</strong>ria está voltada à prestação de uma<br />

assessoria contínua no processo de decisão, através de sistemas de informações<br />

possibilitan<strong>do</strong> o controle operacional, monitoran<strong>do</strong> as atividades e contribuin<strong>do</strong> ao<br />

aprimoramento da empresa, através de críticas construtivas e inteligentes.


66<br />

Instrumentos da controla<strong>do</strong>ria<br />

No ambiente em que as organizações estão inseridas, como anteriormente<br />

visto, a controla<strong>do</strong>ria exerce função de assessoria contínua. De acor<strong>do</strong> com Catelli<br />

(2001), a controla<strong>do</strong>ria, na execução de suas atividades, deve utilizar-se de <strong>do</strong>is<br />

instrumentos fundamentais. O processo de gestão e sistema de informações.<br />

No processo de gestão, os gestores devem planejar cuida<strong>do</strong>samente suas<br />

ações, implementan<strong>do</strong> planos adequa<strong>do</strong>s proceden<strong>do</strong> a uma avaliação sistemática<br />

<strong>do</strong> desempenho realiza<strong>do</strong> frente os planos idealiza<strong>do</strong>s. Este processo de gestão,<br />

analiticamente se compõe das etapas como o planejamento estratégico, execução e<br />

controle. No planejamento estratégico, são analisa<strong>do</strong>s os cenários futuros e<br />

identificadas as oportunidades e ameaças. O produto disso é um conjunto de<br />

diretrizes estratégicas que orientam o planejamento operacional, formulan<strong>do</strong> vários<br />

planos e optan<strong>do</strong> por um. A programação <strong>do</strong> planejamento operacional é<br />

caracterizada pela execução <strong>do</strong> mesmo, sen<strong>do</strong> que na etapa <strong>do</strong> controle se visa<br />

garantir que as atividades sejam realizadas de acor<strong>do</strong> com o previamente<br />

estabeleci<strong>do</strong> nos planos.<br />

O sistema de informações suporta o processo de gestão com informações<br />

adequadas, requeridas nas decisões de cada etapa. Este sistema é forma<strong>do</strong> por<br />

subsistemas que incluem simulações, orçamentos, padrões e o realiza<strong>do</strong>. Esse<br />

conjunto de subsistemas viabiliza a induzir os gestores à decisão correta, apuram os<br />

resulta<strong>do</strong>s econômicos <strong>do</strong>s produtos, refletem o físico-operacional, permitem a<br />

avaliação <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> e permitem a avaliação de desempenho. A tabela seguinte<br />

mostra como os sistemas de informação estão totalmente integra<strong>do</strong>s ao processo de<br />

gestão em todas as fases. Esta integração é capaz de produzir informações<br />

comparativas entre desempenhos orça<strong>do</strong>s, padrões e realiza<strong>do</strong>s, obedecen<strong>do</strong> a<br />

uma mesma base conceitual.


67<br />

Quadro 4: Processo de gestão e sistemas de informações<br />

PROCESSO DE GESTÃO<br />

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES<br />

Planejamento Estratégico Sistemas de informações sobre variáveis ambientais<br />

Planejamento operacional:<br />

Pré-planejamento<br />

Sistema de simulações de resulta<strong>do</strong>s econômicos (préorçamentário)<br />

Planejamento de longo, Sistema de orçamentos (gerenciais)<br />

médio e curto prazos<br />

Execução<br />

Sistema de padrões<br />

Sistema de informações de resulta<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s<br />

(integra<strong>do</strong> ao sistema de orçamentos)<br />

Controle Sistema de informações para avaliação de<br />

desempenhos e de resulta<strong>do</strong>s<br />

Fonte: Catelli (p.353).<br />

É importante ressaltar que o dinamismo <strong>do</strong> dia a dia nas organizações<br />

obriga alterações, impon<strong>do</strong> novas realidades às atividades. O sistema de<br />

informações capta essas modificações de cenário, refletin<strong>do</strong> diretamente nos<br />

orçamentos flexíveis, permitin<strong>do</strong> ajustes necessários, identifican<strong>do</strong> as causas das<br />

variações entre os desempenhos planeja<strong>do</strong>s e realiza<strong>do</strong>s.<br />

Papel <strong>do</strong> Controller<br />

Observa-se em jornais, revistas, principalmente as especializadas no<br />

segmento de gestão, anúncios recrutan<strong>do</strong> finance controller, corporative controller,<br />

planting controller, sênior controller, controller para unidade de negócios, diretor ou<br />

gerente de controla<strong>do</strong>ria. Contu<strong>do</strong>, pode-se entender por controller um <strong>do</strong>s principais<br />

executivos da empresa, sen<strong>do</strong> este o gestor <strong>do</strong> sistema de informações gerenciais.<br />

Em empresas de menor porte o controller pode ainda acumular outras funções como<br />

informática, finanças, vendas, departamento de pessoal, entre outros. Assim pode<br />

também ser denomina<strong>do</strong> como gerente administrativo financeiro.


68<br />

Pela importância da controla<strong>do</strong>ria como órgão de controle e assessoria, o<br />

controller é caracteriza<strong>do</strong> como um profissional de alto nível na empresa. Seu<br />

posicionamento na pirâmide da organização está no nível de diretoria, atuan<strong>do</strong><br />

diretamente no processo decisório. Não é este quem tomará as decisões, porém,<br />

dará o suporte necessário para que os principais gestores possam tomá-las. O<br />

controller se reportará diretamente ao presidente, ou proprietário (no caso de<br />

entidades menores), dan<strong>do</strong> suporte necessário para que sejam tomadas as decisões<br />

inteligentes, aumentan<strong>do</strong> a eficiência e a eficácia da empresa.<br />

A visão <strong>do</strong> controller deve ser pro ativa, voltada ao futuro. Ele deve ter a<br />

capacidade de analisar cenários, coletan<strong>do</strong> informações necessárias para a tomada<br />

de decisões. A interpretação destes da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s na análise de cenários deve<br />

ser útil aos executivos, a fim de que possam ser executadas políticas voltadas à<br />

superação de eventuais problemas que possam vir.<br />

Este profissional não pode ficar esperan<strong>do</strong> que lhe sejam solicitadas<br />

informações sobre a organização. Deve ter iniciativa e discernimento na elaboração<br />

de relatórios de acor<strong>do</strong> com a necessidade. Em conjunto com os executivos, deve<br />

prever a necessidade de cada setor na entidade, buscan<strong>do</strong> meios de obtenção de<br />

planilhas comparativas que ofereçam a informação necessária para cada momento.<br />

A informação fornecida, deve estar preparada na linguagem <strong>do</strong> executivo que as<br />

recebe, facilitan<strong>do</strong> a interpretação e a comunicação. As planilhas e gráficos<br />

comparativos devem traduzir desempenhos passa<strong>do</strong>s por meio de índices. Assim,<br />

poderá resumir-se desde da<strong>do</strong>s e análises de desempenhos complica<strong>do</strong>s, até<br />

relatórios sumariza<strong>do</strong>s em algumas linhas. A apresentação de da<strong>do</strong>s globais permite<br />

uma análise mais adequada e justa de desempenho, facilitan<strong>do</strong> a tomada de<br />

decisão para decidirem-se quais as ações mais adequadas para cada situação.<br />

Os relatórios elabora<strong>do</strong>s pelo controller devem conter informações<br />

atualizadas e confiáveis. As mudanças, em meio ao turbulento mun<strong>do</strong><br />

contemporâneo, estão cada vez mais rapidamente processadas, exigin<strong>do</strong> respostas<br />

urgentes para a solução <strong>do</strong>s novos problemas. A persistência na análise de certos<br />

tipos de problemas poderá trazer benefícios aos gestores, pois estes, às vezes<br />

podem não estar dan<strong>do</strong> a devida importância a certos fatos relevantes. Daí a


69<br />

necessidade <strong>do</strong> profissional de controla<strong>do</strong>ria manter o assunto presente, até que<br />

seja tomada uma decisão de fato.<br />

A posição <strong>do</strong> controller é de conselheiro ou consultor, na busca da solução<br />

de problemas. É necessário que ele seja imparcial e justo em suas críticas e<br />

comentários, ten<strong>do</strong> que “vender” a sua idéia e não impor a sua opinião, mesmo que<br />

estas sejam válidas. Deve compreender que, no desempenho de suas funções, suas<br />

contribuições para as outras áreas sofrem limitações, nunca poden<strong>do</strong> se impor sobre<br />

a decisão <strong>do</strong>s gestores. Tem que ter em mente que ele é um membro da alta<br />

diretoria e atuan<strong>do</strong> como consultor, isto é, ele mostra os caminhos que podem ser<br />

trilha<strong>do</strong>s, mas não decidirá a escolha <strong>do</strong> caminho.<br />

Em suma, o controller deve ser um profissional multifuncional, que acumula<br />

experiências nas áreas contábeis, financeiras e administrativas.<br />

Em decorrência das profundas mudanças que estão ocorren<strong>do</strong> nos<br />

processos produtivos e nas técnicas gerenciais e administrativas, as<br />

exigências para o exercício <strong>do</strong> cargo de controller tornaram-se complexas e<br />

desafia<strong>do</strong>ras. Não há mais espaço para o profissional <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, contente<br />

apenas em cumprir satisfatoriamente as tarefas rotineiras. (OLIVEIRA,<br />

2007, p.21).<br />

Neste senti<strong>do</strong> o controller deverá ter conhecimentos em diversas áreas<br />

como contabilidade e finanças, sistema de informações gerenciais, tecnologia de<br />

informação, aspectos legais de negócios e visão empresarial, méto<strong>do</strong>s quantitativos,<br />

processos informatiza<strong>do</strong>s da produção de bens e serviços, entre outros.<br />

O profissional de controla<strong>do</strong>ria pode ser chama<strong>do</strong> como uma espécie de<br />

“almoxarife” da base de da<strong>do</strong>s da empresa, onde são encontra<strong>do</strong>s os critérios de<br />

mensuração e de valoração e as regras de decisão entre outras informações. Podese<br />

afirmar que, na prática, o controller é o “cérebro” da empresa, acumulan<strong>do</strong> em<br />

seu “disco rígi<strong>do</strong>” todas as vertentes de decisão da empresa, sen<strong>do</strong> elas<br />

operacionais, econômicas ou financeiras.


70<br />

Planejamento Financeiro e Tributário<br />

No mun<strong>do</strong> atual, as informações são transmitidas quase que<br />

instantaneamente. Não há mais espaço nem tempo para improvisação. Como já<br />

visto, a análise de cenários faz-se necessária para que não haja surpresas<br />

desagradáveis para a organização. O planejamento dará base a um controle<br />

eficiente para que os resulta<strong>do</strong>s sejam compara<strong>do</strong>s aos projeta<strong>do</strong>s, permitin<strong>do</strong> a<br />

aplicação de medidas de correção em tempo hábil.<br />

O orçamento é instrumento utiliza<strong>do</strong> para realizar, de forma eficaz e<br />

eficiente, o planejamento e o controle financeiro das atividades operacionais<br />

e de capital da empresa, auxilian<strong>do</strong> à tomada de decisão. Assim, o<br />

orçamento é a técnica, que toma por base, informações e da<strong>do</strong>s de<br />

experiências passadas, mas deverá constituir-se, também, em ferramenta<br />

de orientação no processo de tomada de decisão da empresa para o futuro.<br />

(ZDANOWICZ, 1998, p. 20).<br />

Neste modelo, a técnica orçamentária proporciona uma prévia formulação de<br />

um plano geral de ação para a organização, conforme os objetivos, metas e políticas<br />

de curto e longo prazo. Tem como princípios a otimização no emprego <strong>do</strong>s recursos<br />

físicos, materiais e monetários, disponíveis durante o perío<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong>.<br />

Conforme Zdanowicz (1998), o orçamento deve apresentar flexibilidade em<br />

sua aplicação, dan<strong>do</strong> condições de correção a quaisquer desvios sugeri<strong>do</strong>s, assim<br />

como utilização <strong>do</strong>s mesmos de forma adequada no processo de retro alimentação<br />

<strong>do</strong> sistema de planejamento global da empresa.<br />

Segun<strong>do</strong> Oliveira (2007), o papel <strong>do</strong> orçamento na gestão de uma empresa<br />

é melhor compreendi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> às funções administrativas. Tem três<br />

funções básicas:<br />

a) Planejar: representa a forma como ele e sua empresa pretendem atingir<br />

os objetivos propostos;<br />

b) Organizar: representa a melhor disposição <strong>do</strong>s recursos da empresa.<br />

Suas atividades, as de seus subordina<strong>do</strong>s e to<strong>do</strong>s os recursos disponíveis<br />

deverão estar dispostos de maneira a alcançar os objetivos propostos de<br />

forma mais eficiente e eficaz;<br />

c) Controlar: representa a segurança de que sua própria energia e ações,<br />

bem como a de seus subordina<strong>do</strong>s, estejam coordenadas com a<br />

implementação <strong>do</strong>s objetivos da organização. (OLIVEIRA, 2007, p.118).


71<br />

Para Oliveira (2007), toda organização é responsável pela elaboração <strong>do</strong><br />

orçamento, sen<strong>do</strong> que cada área tem a responsabilidade de alcançar determinadas<br />

metas que, por sua vez, devem estar harmonizadas com as metas de toda entidade.<br />

Há várias definições para orçamento que envolve plano, meta, expressão<br />

quantitativa e qualitativa, méto<strong>do</strong> de planejamento e controle, técnica de<br />

planejamento global, entre outras. Porém, para sintetizar o entendimento, pode-se<br />

dizer que:<br />

O orçamento é o instrumento que traz a definição quantitativa <strong>do</strong>s objetivos<br />

e o detalhamento <strong>do</strong>s fatores necessários para atingi-los, assim como o<br />

controle de desempenho. A elaboração <strong>do</strong> orçamento tem por base o<br />

Planejamento Estratégico da entidade, e seu acompanhamento sistemático<br />

resulta o controle. (OLIVEIRA, 2007, p.119).<br />

Figura 9: aspectos mais importantes inerentes ao planejamento e controle orçamentário de uma<br />

organização<br />

Fonte: Oliveira (2007, p.119).<br />

A figura anterior mostra os aspectos mais importantes inerentes ao<br />

planejamento e controle orçamentário de uma organização. O autor faz um paralelo<br />

entre planejamento e orçamento.


72<br />

Orçamento de caixa<br />

O orçamento de caixa é um instrumento que possibilita ter conhecimento de<br />

todas as entradas e saídas de recursos monetários no âmbito de uma empresa em<br />

determina<strong>do</strong> intervalo de tempo. Assim, pode estabelecer o equilíbrio financeiro para<br />

evitar possíveis faltas ou sobras no caixa. Pode ser defini<strong>do</strong> como:<br />

Procedimento técnico de acompanhamento entre encaixes e desencaixes<br />

obten<strong>do</strong>-se o valor líqui<strong>do</strong> entre tais confrontos em perío<strong>do</strong>s sucessivos.<br />

Tecnicamente, o fluxo de caixa é de natureza previsional e visa a observar,<br />

quase sempre, a possibilidade de resgatar dívidas, ou cobrir investimentos<br />

que demandam desembolsos adicionais ou suplementares. (SÁ, 1995<br />

p.217).<br />

Com isso, através <strong>do</strong> fluxo de caixa é possível se saber a capacidade da<br />

empresa de liquidar seus compromissos e também ter conhecimento <strong>do</strong> retorno de<br />

seus investimentos. Com seu uso, pode-se identificar como está a empresa e a sua<br />

continuidade, que é o alvo da controla<strong>do</strong>ria.<br />

Conforme Zdanowicz (1998), a complexidade na elaboração <strong>do</strong> orçamento<br />

de caixa pode variar de uma organização para outra. Mas em sua essência é<br />

semelhante, visto que busca o planejamento e controle financeiro. Através <strong>do</strong><br />

orçamento de caixa é que a empresa terá o equilíbrio financeiro ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />

orça<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> alocar recursos de maneira eficiente.<br />

Situações como a existência de possíveis excedentes financeiros<br />

possibilitará à administração financeira dar uma destinação mais eficaz a<br />

esses recursos, assim como a escassez de caixa determinará a busca em<br />

fontes menos onerosas os recursos necessários. Uma vez elabora<strong>do</strong> o<br />

orçamento de caixa, o comitê de planejamento financeiro e orçamento terá<br />

condições de planejar, em termos financeiros, o que fazer no próximo<br />

perío<strong>do</strong>. (ZDANOWICZ, 1998, p.94).<br />

Elaboran<strong>do</strong> o orçamento de caixa, são utilizadas as projeções de vendas,<br />

produção e despesas operacionais, consideran<strong>do</strong> os prazos de compra e venda com<br />

suas datas de pagamento e recebimento no perío<strong>do</strong> orça<strong>do</strong>.


73<br />

Para Zdanowicz (1998), o principal objetivo <strong>do</strong> orçamento de caixa é a<br />

projeção da disponibilidade necessária de recursos financeiros para a execução <strong>do</strong><br />

plano geral de operações, assim como estabelecer o nível deseja<strong>do</strong> de caixa. Desta<br />

maneira, a empresa deve funcionar normalmente com os recursos financeiros<br />

projeta<strong>do</strong>s no plano geral de operações e investimento.<br />

O projeta<strong>do</strong>, no orçamento de caixa, significa os ingressos na empresa<br />

decorrentes de vendas à vista e a prazo, aumentos de capital, recebimentos de<br />

aluguéis e receitas financeiras. Em suma, é tu<strong>do</strong> aquilo que está programa<strong>do</strong> para<br />

ser recebi<strong>do</strong>. Já os desembolsos de caixa, estão caracteriza<strong>do</strong>s pelos pagamentos<br />

de compras à vista ou a prazo de matéria-prima, salários, encargos sociais, assim<br />

como todas as despesas diretas e indiretas de fabricação e de operação na empresa<br />

durante o perío<strong>do</strong> orça<strong>do</strong>.<br />

Demonstrativo de resulta<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong><br />

O planejamento econômico-financeiro vai dar condições para a elaboração<br />

<strong>do</strong> Demonstrativo de Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exercício.<br />

Essa demonstração permitirá visualizar, de forma sintética, to<strong>do</strong>s os<br />

instrumentos auxiliares, que comporão o planejamento econômicofinanceiro,<br />

ou seja, os orçamentos de vendas, produção e despesas<br />

operacionais, bem como o lucro líqui<strong>do</strong> operacional ou prejuízo operacional<br />

projeta<strong>do</strong>s. Essas informações serão importantes para que o comitê de<br />

planejamento financeiro e orçamento possam analisar, e concluir se o<br />

retorno sobre o investimento será ou não aceitável, compara<strong>do</strong> às<br />

aplicações <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s acionário e financeiro. (ZDANOWICZ, 1998,<br />

p.108).<br />

Através <strong>do</strong> Demonstrativo de Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exercício é possível comparar-se<br />

os valores projeta<strong>do</strong>s e realiza<strong>do</strong>s para conferir a eficiência e eficácia no plano geral<br />

de operações da empresa. Ainda informa aos acionistas os prováveis rendimentos<br />

<strong>do</strong>s seus investimentos. Assim, o Demonstrativo de Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exercício permite<br />

o conhecimento antecipa<strong>do</strong> sobre a capacidade da empresa em gerar lucros para o<br />

perío<strong>do</strong> orça<strong>do</strong>, bem como a taxa de retorno sobre o investimento.


74<br />

Balanço patrimonial<br />

O Balanço Patrimonial revela a situação financeira e patrimonial da empresa,<br />

possibilitan<strong>do</strong> a comparação <strong>do</strong>s valores que o integram. Define-se, basicamente,<br />

por Ativo (aplicação <strong>do</strong>s recursos), Passivo e Patrimônio Líqui<strong>do</strong> (origem <strong>do</strong>s<br />

recursos).<br />

Dessa forma, o Balanço Patrimonial projeta<strong>do</strong> irá relacionar, no la<strong>do</strong><br />

esquer<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os futuros bens e direitos e, no la<strong>do</strong> direito, todas as futuras<br />

obrigações de curto e longo prazo assumidas com fornece<strong>do</strong>res, bancos,<br />

governo e acionistas da empresa. (ZDANOWICZ, 1998, p.115).<br />

A projeção <strong>do</strong>s itens <strong>do</strong> ativo obedece à classificação conforme o grau de<br />

liquidez decrescente. Já nos itens <strong>do</strong> passivo e patrimônio líqui<strong>do</strong> obedecem ao grau<br />

de exigibilidade decrescente.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, pode-se afirmar que o Balanço Patrimonial projeta<strong>do</strong> é o<br />

demonstrativo que relaciona o conjunto de bens, direitos e obrigações da empresa<br />

para o perío<strong>do</strong> orça<strong>do</strong>.<br />

Através <strong>do</strong> Balanço Patrimonial, podem-se realizar diversas análises, que<br />

auxiliarão para comparar os principais aspectos financeiros da empresa entre os<br />

valores projeta<strong>do</strong>s e realiza<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>.<br />

Ponto de equilíbrio<br />

O ponto de equilíbrio nasce da conjugação <strong>do</strong>s custos totais com as<br />

despesas totais. Ponto de equilíbrio é o valor ou a quantidade que a empresa<br />

precisa vender para cobrir o custo das merca<strong>do</strong>rias vendidas, as despesas variáveis<br />

e as despesas fixas. Portanto, no ponto de equilíbrio, a empresa não tem lucro nem<br />

prejuízo, somente empata.<br />

A análise <strong>do</strong> ponto de equilíbrio numa empresa é importante, pois os<br />

decisores da organização devem compreender a relação entre custo de realização


75<br />

<strong>do</strong>s negócios e pelas receitas geradas com a venda. Desta maneira, os lucros<br />

obti<strong>do</strong>s na empresa estão com receitas acima <strong>do</strong> ponto de equilíbrio. Por<br />

conseguinte, o que está abaixo <strong>do</strong> ponto de equilíbrio é prejuízo.<br />

O cálculo <strong>do</strong> ponto de equilíbrio se dá pela margem de contribuição, onde o<br />

valor total das despesas fixas é dividi<strong>do</strong> pelo percentual da margem de contribuição.<br />

Indica<strong>do</strong>res financeiros<br />

Os da<strong>do</strong>s conti<strong>do</strong>s nos balanços e demonstrativos de resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

exercício podem ser compara<strong>do</strong>s em diferentes datas e contextos. Faz-se<br />

necessário a correta interpretação <strong>do</strong>s mesmos, visto que podem ocorrer diversas<br />

distorções, geran<strong>do</strong> erros e conclusões equivocadas.<br />

É, neste contexto, que os indica<strong>do</strong>res demonstram utilidade e importância<br />

no processo de planejamento e controle operacionais da empresa. O<br />

indica<strong>do</strong>r é, na verdade, um fator calcula<strong>do</strong> ou estima<strong>do</strong>, que expressa a<br />

perda de poder aquisitivo da moeda em circulação no tempo.<br />

(ZDANOWICZ, 1998, p.135).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, os valores monetários são atualiza<strong>do</strong>s, procuran<strong>do</strong> corrigir as<br />

possíveis distorções existentes em determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Eliminam-se, assim,<br />

diferenças inflacionárias, pois os da<strong>do</strong>s são trazi<strong>do</strong>s para a mesma base.<br />

São diversos os tipos de indica<strong>do</strong>res que podem ser utiliza<strong>do</strong>s para<br />

comparação de determina<strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> que se quer saber, utilizamse<br />

indica<strong>do</strong>res diferentes, pois estes possibilitam a realização de análises,<br />

interpretações e comparações em tempos reais. Podem ser utilizadas diferentes<br />

formas de cálculo para obtenções <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s, dependen<strong>do</strong> de qual<br />

critério previamente defini<strong>do</strong>.<br />

O sistema de planejamento financeiro e orçamento deverão utilizar os mais<br />

diversos indica<strong>do</strong>res em seu processo de análise, interpretação e projeção<br />

econômico-financeiras e patrimoniais, mas deverá escolher aqueles que mais se<br />

identificarão com o tipo de atividade da empresa. Os indica<strong>do</strong>res poderão ser


76<br />

classifica<strong>do</strong>s como: operacionais e não operacionais, internos e externos à empresa,<br />

e locais e de comércio exterior. (ZDANOWICZ, 1998, p.141)<br />

Assim, os indica<strong>do</strong>res são instrumentos ou técnicas de apuração de valores<br />

para medirem-se eventos passa<strong>do</strong>s e futuros com maior exatidão, corrigin<strong>do</strong><br />

eventuais processos inflacionários <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.


77<br />

2 METODOLOGIA<br />

Tipos de Pesquisa<br />

Segun<strong>do</strong> Gil (2002), há diversas razões determinantes para a realização de<br />

uma pesquisa. Podem ser classificadas em <strong>do</strong>is grandes grupos: razões de ordem<br />

intelectual e razões práticas. A primeira provem da própria satisfação de<br />

conhecimento <strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r e a outra, <strong>do</strong> desejo que o pesquisa<strong>do</strong>r tem de<br />

conhecer o assunto com o objetivo de fazer algo mais eficaz.<br />

[...] é transmiti<strong>do</strong> por intermédio de treinamento de apropria<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> um<br />

conhecimento obti<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> racional, conduzi<strong>do</strong> por meio de<br />

procedimentos científicos. Visa a explicar “por que” e “como” os fenômenos<br />

ocorrem, na tentativa de evidenciar os fatos que estão correlaciona<strong>do</strong>s,<br />

numa visão mais globalizada de que estão relacionadas com um simples<br />

fato (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.75).<br />

Neste estu<strong>do</strong>, é fundamental destacar-se os méto<strong>do</strong>s e processos<br />

emprega<strong>do</strong>s, a fim de traçar o caminho para alcançar os objetivos ora estabeleci<strong>do</strong>s.<br />

Utilizar-se-á a forma científica da pesquisa bibliográfica e o estu<strong>do</strong> de caso com o<br />

méto<strong>do</strong> comparativo. São as abordagens mais adequadas para compreender e<br />

analisar a realidade a ser investigada.<br />

Bibliografia<br />

Pesquisa bibliográfica, onde é feito um levantamento através de fontes<br />

secundárias e teóricas já existentes. Os principais objetivos que condizem com a<br />

realização de uma pesquisa bibliográfica são: redefinição de um problema, obtenção


78<br />

de informações acerca de técnicas de coleta de da<strong>do</strong>s, obtenção de da<strong>do</strong>s em<br />

resposta ao problema formula<strong>do</strong>, interpretação de resulta<strong>do</strong>s. (GIL, 2002).<br />

Estu<strong>do</strong> de Caso<br />

O estu<strong>do</strong> de caso, como forma de pesquisa, parte <strong>do</strong> pressuposto de que tal<br />

estratégia é especialmente adequada aos trabalhos a serem realiza<strong>do</strong>s numa<br />

empresa de comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s, porque focalizam a pesquisa em<br />

ambientes defini<strong>do</strong>s.<br />

É comum proceder-se a um estu<strong>do</strong> de caso partin<strong>do</strong> da leitura de<br />

<strong>do</strong>cumentos, passan<strong>do</strong> para a observação de entrevistas, coleta de da<strong>do</strong>s e<br />

culminan<strong>do</strong> com obtenção de vida <strong>do</strong> caso em estu<strong>do</strong>. Para realização<br />

deste trabalho será utilizada a empresa. Esta meto<strong>do</strong>logia busca casos<br />

típicos, seleciona casos extremos e toma casos marginais. (GIL, 2002,<br />

p.122).<br />

Conforme Yin (2001), o estu<strong>do</strong> de caso é encara<strong>do</strong> como o delineamento<br />

mais adequa<strong>do</strong> para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu<br />

contexto real, no qual os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente<br />

percebi<strong>do</strong>s.<br />

De acor<strong>do</strong> com o que propõe Triviños (1987), a pesquisa surgiu através da<br />

Antropologia, já que várias informações sobre a vida <strong>do</strong>s povos não poderiam ser<br />

quantificadas, somente interpretadas de forma mais abrangente. Desta forma, não<br />

importa a quantidade de participantes a serem observa<strong>do</strong>s, mas sim, os elementos<br />

significativos de determinadas situações.<br />

O estu<strong>do</strong> de caso da empresa é aborda<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> nos<br />

anos de 2007 e 2008.<br />

O estu<strong>do</strong> de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas<br />

ciências sociais [...] consiste no estu<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> e exaustivo de um ou<br />

poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalha<strong>do</strong><br />

conhecimento” (GIL, 2002, p.54).


79<br />

Segun<strong>do</strong> Yin (2001), a estratégia <strong>do</strong> caso é uma forma de pesquisa que<br />

aponta a tendência ao uso de estu<strong>do</strong> de caso como estratégia de pesquisa e não<br />

apenas de ensino. Assim, propõe-se neste projeto, utilizar-se a observação da<br />

empresa a fim de oportunizar o estu<strong>do</strong> como pesquisa, procuran<strong>do</strong> influenciar o<br />

processo de tomada de decisões através <strong>do</strong> planejamento estratégico.<br />

O estu<strong>do</strong> de caso, Segun<strong>do</strong> Gil (2002), possui uma característica diferente<br />

de outros pesquisa<strong>do</strong>s, pois utiliza mais de uma técnica. Para a coleta de da<strong>do</strong>s,<br />

pode envolver a observação de uma ocorrência <strong>do</strong> fato, entrevistas estruturadas,<br />

entrevistas não estruturadas, levantamentos bibliográficos e levantamentos<br />

<strong>do</strong>cumentais. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> de caso devem ser provenientes da<br />

convergência ou da divergência das observações obtidas de diferentes<br />

procedimentos. Dessa maneira é que se torna possível conferir validade ao estu<strong>do</strong>,<br />

evitan<strong>do</strong> que ele fique subordina<strong>do</strong> à subjetividade <strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r.<br />

Técnicas de coleta de da<strong>do</strong>s<br />

Pesquisa <strong>do</strong>cumental, baseada em relatórios e indica<strong>do</strong>res de desempenho<br />

que permitem medir a eficácia das ações tomadas, bem como medir os desvios<br />

entre o programa<strong>do</strong> e o realiza<strong>do</strong>. Os da<strong>do</strong>s são computa<strong>do</strong>s através da pesquisa<br />

na empresa e pelos demonstrativos contábeis. Faz-se, ainda, a análise das planilhas<br />

a serem formuladas e preenchidas durante a fase de estu<strong>do</strong>.<br />

Méto<strong>do</strong> para análise de da<strong>do</strong>s<br />

Para a análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, pode-se dizer que,<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade<br />

pode ser considera<strong>do</strong> representativo de muitos outros ou até de to<strong>do</strong>s os<br />

casos semelhantes, o méto<strong>do</strong> monográfico consiste no estu<strong>do</strong> de<br />

determina<strong>do</strong>s indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou<br />

comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação<br />

deve examinar o tema escolhi<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os fatores que o<br />

influenciaram e analisan<strong>do</strong>-o em to<strong>do</strong>s os seus aspectos. (LAKATOS;<br />

MARCONI, 1991, p.108).


80<br />

Conforme Lakatos e Marconi (1991), no início, o méto<strong>do</strong> examinava<br />

aspectos particulares como o orçamento familiar, as características de profissões ou<br />

de indústrias <strong>do</strong>miciliares, entre outros. Porém, em vez de se concentrar em um<br />

aspecto, pode abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular.<br />

Ainda,<br />

A vantagem <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> consiste em respeitar a ‘totalidade solidária’ <strong>do</strong>s<br />

grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida <strong>do</strong> grupo na sua unidade<br />

concreta, evitan<strong>do</strong>, portanto, a prematura dissociação de seus elementos.<br />

São exemplos desse tipo de estu<strong>do</strong> as monografias regionais, as rurais, as<br />

de aldeia e, até, as urbanas. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.108).<br />

No estu<strong>do</strong> de caso, o méto<strong>do</strong> a ser utiliza<strong>do</strong> para realização deste trabalho,<br />

a fim de alcançar os objetivos estabeleci<strong>do</strong>s, é o méto<strong>do</strong> da pesquisa monográfica.<br />

São relaciona<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s com a referência bibliográfica, para chegar à<br />

elaboração de um planejamento estratégico e de controla<strong>do</strong>ria. Esse méto<strong>do</strong><br />

alternativo pressupõe uma abordagem mais adequada para compreender e analisar<br />

a realidade a ser investigada.<br />

A análise e interpretação destes da<strong>do</strong>s permitem a elaboração <strong>do</strong><br />

planejamento estratégico e de controla<strong>do</strong>ria na empresa. Assim, verifica-se nas<br />

raízes da estrutura a situação vivenciada, a fim de ser comparada com a teoria para<br />

posteriormente ser elabora<strong>do</strong> o projeto.


81<br />

3 ESTUDO DE CASO<br />

Neste capítulo apresentar-se-á o estu<strong>do</strong> de caso referente a uma empresa<br />

de comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s. Por questão de sigilo e, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> diretor da<br />

empresa, não será divulga<strong>do</strong> o nome da mesma. Opta-se então por chamá-la de<br />

empresa “Veículos”. To<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s referentes à empresa também são manti<strong>do</strong>s<br />

em sigilo, sen<strong>do</strong> que, no caso de números contábeis é aplica<strong>do</strong> um coeficiente, para<br />

que o pesquisa<strong>do</strong>r e o diretor da empresa possam calcular e debater sobre os<br />

mesmos.<br />

Histórico da Empresa<br />

A empresa Veículos é oriunda de uma oficina mecânica, fundada no ano de<br />

1976 pelo seu atual diretor. Num primeiro momento a sede era alugada, passan<strong>do</strong>,<br />

em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 80 a ter sede própria na cidade de Novo Hamburgo. Com a<br />

abertura <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> no início da década de 90, verificou-se a necessidade de<br />

agregar valor ao produto. Assim, expandiu-se para o merca<strong>do</strong> de autopeças,<br />

comercializan<strong>do</strong> peças para automóveis. Num determina<strong>do</strong> momento, optou-se por<br />

entrar no merca<strong>do</strong> de veículos sinistra<strong>do</strong>s, visto a facilidade, pelo menor custo de<br />

mão-de-obra e de peças de reposição. Percebeu-se um nicho de merca<strong>do</strong> a ser<br />

explora<strong>do</strong>, voltan<strong>do</strong>-se à realização de novos negócios.<br />

Ora, com o passar <strong>do</strong> tempo abriram-se novos caminhos, oportunizaram-se<br />

novas relações comerciais; novos contratos foram geri<strong>do</strong>s. Esse fato avolumou o<br />

número de veículos a serem negocia<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que já não havia mais como se dar


82<br />

conta <strong>do</strong> conserto <strong>do</strong>s mesmos na oficina da empresa. Decidiu-se então,<br />

comercializar parte <strong>do</strong>s veículos adquiri<strong>do</strong>s.<br />

Hoje, a empresa Veículos conta com uma nova sede, própria, financiada<br />

pelo Banco Regional de Desenvolvimento <strong>do</strong> Extremo Sul – BRDE. Esse fator<br />

contribuiu para o aumento de volume de negócios realiza<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> motivo de<br />

expansão no merca<strong>do</strong> de comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s.<br />

Diagnóstico da Empresa<br />

Através de arrolamento de da<strong>do</strong>s internos da empresa nos últimos três anos,<br />

foram levanta<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s importantes para avaliar a situação atual da empresa,<br />

poden<strong>do</strong> assim, dar curso ao plano da estratégia de crescimento proposto. Ainda<br />

foram realizadas reuniões com a direção, gerência e terceiros para coleta de da<strong>do</strong>s.<br />

Estrutura organizacional<br />

A empresa Veículos pode ser considerada uma empresa familiar, pois é uma<br />

sociedade por cotas, onde três pessoas da família se uniram para trabalharem<br />

juntas. O atual diretor é o funda<strong>do</strong>r que, na década de 70 deu início a estrutura hoje<br />

existente. Os outros sócios auxiliam na gestão na parte financeira e administrativa.<br />

A estrutura da empresa é própria, sen<strong>do</strong> financiada pelo BRDE. Esse fator<br />

faz com que, aos olhos <strong>do</strong>s clientes e parceiros, haja maior confiança, segurança e<br />

estabilidade. A área da empresa conta com 15.000 m², sen<strong>do</strong> que, neste to<strong>do</strong> há em<br />

torno de 10000m² de área coberta.<br />

Não há um planejamento estratégico defini<strong>do</strong> e formaliza<strong>do</strong> na empresa. As<br />

decisões são tomadas de forma centralizada pelo diretor da empresa. Este conduz a<br />

empresa de acor<strong>do</strong> com as necessidades oriundas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> econômico e<br />

financeiro. As ações são realizadas com certa agilidade, pois não há engessamento<br />

burocrático para ser respeita<strong>do</strong> a eventuais mudanças. Essa característica é<br />

histórica da empresa, visto que sempre foi gerida e organizada pelo seu funda<strong>do</strong>r.


83<br />

Há necessidade de mudanças na gestão, que são percebidas pelos sócios<br />

da empresa, pois as alterações de merca<strong>do</strong> exigem tais ações. Neste senti<strong>do</strong>, há<br />

necessidade de um estu<strong>do</strong> aprofunda<strong>do</strong> da empresa, formulação de um<br />

planejamento que coordene de forma sincronizada a gestão da empresa.<br />

O organograma a seguir representa como a empresa está dividida<br />

operacionalmente.<br />

ORGANOGRAMA GERAL<br />

DIRETOR<br />

DIRETOR<br />

FINANCEIRO<br />

DIRETOR<br />

ADMINISTRATIVO<br />

CONTADOR<br />

JURÍDICO<br />

COMERCIAL<br />

VENDAS<br />

LOGÍSTICA<br />

Figura 10: Organograma da empresa.<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s internos da empresa (2008).<br />

Com intuito de redução de custos, os setores de contabilidade e jurídico são<br />

terceiriza<strong>do</strong>s. Os outros setores são to<strong>do</strong>s internos da empresa. A estrutura enxuta<br />

da empresa ajuda no processo de tomada de decisões, pois os responsáveis pelos<br />

departamentos estão incumbi<strong>do</strong>s de poder de decisão, reportan<strong>do</strong>-se diretamente<br />

ao diretor. Este, por sua vez, mantém contato diário com to<strong>do</strong>s os setores,<br />

acompanhan<strong>do</strong> de perto o andamento <strong>do</strong>s negócios. São realizadas reuniões<br />

semanais com to<strong>do</strong>s os colabora<strong>do</strong>res internos, a fim de promover contato direto<br />

entre to<strong>do</strong>s e explanação de metas a serem alcançadas. Os sócios reúnem-se


84<br />

diariamente, sen<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> diretamente a situação econômica e financeira da<br />

empresa. A organização não participa de nenhum programa de gestão da qualidade.<br />

Trabalha com os procedimentos necessários que fazem parte de um programa<br />

interno de treinamento volta<strong>do</strong> para suas necessidades.<br />

Recursos humanos<br />

O pequeno número de funcionários possibilita o recrutamento e seleção por<br />

parte da administração. A integração e treinamento se dão diretamente no setor em<br />

que o novo funcionário atuará. Portanto, os próprios colegas de trabalho são<br />

responsáveis por passarem as informações sobre o funcionamento da organização<br />

ao recruta<strong>do</strong>. A qualificação se dá pelo entrosamento nos setores, onde num<br />

primeiro momento os recruta<strong>do</strong>s são avalia<strong>do</strong>s diretamente pelos colegas, a fim de<br />

saberem das capacidades em assumir os cargos. A baixa rotatividade de pessoal é<br />

característica da empresa, sen<strong>do</strong> que os funcionários capacita<strong>do</strong>s são incentiva<strong>do</strong>s<br />

e valoriza<strong>do</strong>s, aumentan<strong>do</strong> a auto-estima e o compromisso com a empresa.<br />

Finanças<br />

O departamento financeiro é gerencia<strong>do</strong> por um <strong>do</strong>s sócios, que se reporta<br />

diretamente ao diretor geral da empresa. Em reuniões diárias são apresenta<strong>do</strong>s os<br />

sal<strong>do</strong>s bancários, contas a serem pagas e contas a serem recebidas. Uma das<br />

características das vendas é a venda à vista, sen<strong>do</strong> autoriza<strong>do</strong> pelo diretor geral<br />

eventualmente alguma venda a prazo. Não há software especializa<strong>do</strong> em dar<br />

suporte de apoio ao fluxo de caixa, contas a pagar e receber e financeiro. O software<br />

utiliza<strong>do</strong> pela empresa se limita em gerenciar estoques e emissão de notas fiscais.<br />

No final <strong>do</strong> mês, essas informações são passadas ao conta<strong>do</strong>r, para que este realize<br />

os lançamentos de escrita fiscal e contabilidade, calculan<strong>do</strong> os impostos a serem<br />

pagos.<br />

O processo de gestão desse departamento é realiza<strong>do</strong> pelo méto<strong>do</strong> de<br />

anotações em papel, caracterizan<strong>do</strong> um planejamento financeiro de curto prazo. Isso<br />

impossibilita visões de longo prazo, visto que é de praxe apresentação de planilha<br />

com da<strong>do</strong>s projeta<strong>do</strong>s para um mês.


85<br />

Não há cálculo defini<strong>do</strong> de custos, consideran<strong>do</strong>-se apenas uma visão<br />

superficial. Esses custos são efetua<strong>do</strong>s de maneira genérica, dan<strong>do</strong> somente um<br />

conhecimento por alto. A falta de informações exatas pode distorcer os resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s por esse méto<strong>do</strong>.<br />

Administração<br />

A característica de vendas da empresa, como já menciona<strong>do</strong>, se dá pela<br />

venda à vista. Os clientes são previamente cadastra<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que há grande<br />

entrosamento com os mesmos, pois são de número restrito e previamente<br />

qualifica<strong>do</strong>. O cadastramento de novos clientes só é efetua<strong>do</strong> mediante a indicação<br />

prévia por parte de parceiros ou outros clientes. Visto que este segmento se<br />

caracteriza por diversas oportunidades de contravenções, há um rigoroso controle<br />

de vendas, exigin<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s clientes diversos <strong>do</strong>cumentos, inclusive com contratos<br />

assina<strong>do</strong>s em cartório para a aquisição <strong>do</strong>s veículos. Desta forma, a empresa se<br />

resguarda juridicamente pela responsabilidade <strong>do</strong> conserto <strong>do</strong>s veículos, sen<strong>do</strong> que<br />

o contrato, vincula<strong>do</strong> à nota fiscal de venda, dá suporte e é prova <strong>do</strong> negócio<br />

efetua<strong>do</strong>. Os funcionários da empresa são to<strong>do</strong>s treina<strong>do</strong>s para executarem os<br />

procedimentos exigi<strong>do</strong>s, o que traz um envolvimento de to<strong>do</strong>s com o compromisso<br />

de transparência nos negócios efetua<strong>do</strong>s.<br />

A logística é administrada pelo departamento administrativo, onde<br />

diariamente são roteiriza<strong>do</strong>s os destinos de coleta e entrega. To<strong>do</strong>s os veículos<br />

sinistra<strong>do</strong>s são coleta<strong>do</strong>s mediante autorização prévia e por escrito de companhias<br />

segura<strong>do</strong>ras. Essas autorizações são entregues às oficinas, onde estão deposita<strong>do</strong>s<br />

os veículos. No ato da coleta é efetua<strong>do</strong> um check list onde são observadas todas<br />

as características, situação e acessórios que o veículo possui. No momento <strong>do</strong><br />

recebimento <strong>do</strong> veículo na empresa, uma equipe especializada e treinada realiza a<br />

vistoria, comparan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s de identificação com o histórico de como o<br />

veículo saiu de fábrica. Este histórico é compra<strong>do</strong> mediante pesquisa eletrônica<br />

efetuada em site especializa<strong>do</strong>. Além <strong>do</strong> histórico, que funciona como um registro de<br />

nascimento <strong>do</strong> veículo, há comparação com da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s pelo DETRAN, que


86<br />

também são acessa<strong>do</strong>s via internet e adquiri<strong>do</strong>s por contrato e pagamento mensal a<br />

esta instituição.<br />

Os veículos que, após a vistoria estão de acor<strong>do</strong> com as informações<br />

fornecidas pela monta<strong>do</strong>ra e o DETRAN, são deposita<strong>do</strong>s na empresa, aguardan<strong>do</strong><br />

liberação de venda por parte das segura<strong>do</strong>ras. Os veículos que são nega<strong>do</strong>s pela<br />

vistoria são imediatamente devolvi<strong>do</strong>s à sua origem.<br />

Após nova análise da <strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong> veículo, é procedida a negociação<br />

junto à segura<strong>do</strong>ra para aquisição <strong>do</strong> mesmo. Esta negociação se dá única e<br />

exclusivamente pelo diretor da empresa. Depois de efetuada essa negociação, os<br />

veículos são disponibiliza<strong>do</strong>s para venda.<br />

Os clientes, após comprarem os veículos, recebem-nos para que efetuem o<br />

conserto. Não é cobrada a entrega, sen<strong>do</strong> que os custos de logística e<br />

<strong>do</strong>cumentação são arca<strong>do</strong>s pela empresa. Após conclusão <strong>do</strong>s reparos <strong>do</strong>s<br />

veículos, os clientes telefonam para a empresa, a fim de que se possa regularizar a<br />

<strong>do</strong>cumentação junto ao DETRAN. Efetuada a vistoria no DETRAN, é emitida a<br />

<strong>do</strong>cumentação que, posteriormente, a empresa entrega ao cliente.<br />

Proposição e Elaboração <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> de Caso<br />

Planejamento estratégico<br />

Foram realizadas algumas reuniões no perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre o<br />

segun<strong>do</strong> semestre de 2007 e início <strong>do</strong> primeiro semestre de 2008 com os diretores<br />

da empresa Veículos. A fim de um melhor entendimento da operacionalização <strong>do</strong><br />

processo, foram discuti<strong>do</strong>s e aborda<strong>do</strong>s diversos temas respectivos ao histórico,<br />

planejamento e estrutura organizacional.<br />

Conforme menciona<strong>do</strong> no referencial teórico deste estu<strong>do</strong>, há autores que<br />

defendem a implementação <strong>do</strong> planejamento estratégico e outros que argumentam a<br />

dispensabilidade <strong>do</strong> mesmo. O planejamento estratégico numa empresa pode trazer<br />

benefícios para a organização de to<strong>do</strong> o sistema. Já não ter um planejamento


87<br />

estratégico bem defini<strong>do</strong>, pode trazer benefícios de como despertar talentos, além<br />

de não engessar a empresa na tomada de decisões.<br />

Lembran<strong>do</strong> que cada empresa tem sua particularidade no processo de<br />

gestão, não há o intuito de discutir aqui se o planejamento ou a falta deste é váli<strong>do</strong><br />

ou não. Propõe-se sim, apresentar uma proposta de planejamento, a fim de<br />

proporcionar à organização um melhor entendimento <strong>do</strong> que é e como implementalo.<br />

Cabe a empresa aceitar ou não a proposta.<br />

Negócio<br />

Como visto no referencial teórico, o negócio deve despertar o desejo <strong>do</strong><br />

cliente. Neste caso, a empresa comercializa veículos sinistra<strong>do</strong>s. Há possibilidade<br />

de promover a pergunta de como evidenciar o negócio estratégico, pois o produto<br />

parece mais uma comoditie, sen<strong>do</strong> que pode ser agrega<strong>do</strong> valor. Então, como<br />

despertar interesse <strong>do</strong> cliente ao produto?<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o negócio deve proporcionar interesse <strong>do</strong> compra<strong>do</strong>r. Ora, se<br />

o negócio, visto de mo<strong>do</strong> míope, é a venda de veículos sinistra<strong>do</strong>s, pode-se dizer<br />

que o negócio estratégico é:<br />

• Proporcionar alternativas de lucratividade aos clientes.<br />

Missão<br />

A determinação da missão pode ser a etapa mais crítica <strong>do</strong> planejamento da<br />

empresa, sen<strong>do</strong> que ela atua como referência na orientação de to<strong>do</strong> o processo de<br />

planejamento empresarial e decisório, em seu senti<strong>do</strong> mais amplo.<br />

A missão escrita deve refletir uma visão explícita <strong>do</strong> negócio da empresa e<br />

de seu âmbito e forma de atuação. Oliveira (2007), fala que, quan<strong>do</strong> ao definir-se a<br />

missão da empresa, pode-se optar, através de diretrizes empresariais, por um<br />

âmbito de maior ou de menor abrangência. Quanto maior o âmbito de abrangência,<br />

as ameaças e também as oportunidades ambientais serão maiores.


88<br />

Portanto a missão da empresa é:<br />

• Criar oportunidades de negócio com agilidade e transparência,<br />

oferecen<strong>do</strong> comodidade e segurança a fornece<strong>do</strong>res e clientes.<br />

Princípios<br />

Os princípios envolvem o conceito de alicerce para o processo decisório da<br />

empresa. A maneira de como a empresa se comporta no cumprimento de sua<br />

missão.<br />

Os princípios criam um diferencial competitivo, balizan<strong>do</strong> o processo<br />

decisório. Orientam o comportamento, o recrutamento, a seleção e o treinamento,<br />

determinan<strong>do</strong> as estratégias e fundamentan<strong>do</strong> a avaliação.<br />

Assim, os princípios englobam:<br />

• Responsabilidade corporativa e social.<br />

• Honestidade e integridade.<br />

• Foco no resulta<strong>do</strong>.<br />

• Compromisso com a verdade.<br />

• Transparência nas ações.<br />

Análise de ambiente<br />

O ambiente organizacional em que se encontra a empresa pode ser<br />

classifica<strong>do</strong> em ambiente interno e externo. O ambiente interno envolve os meios<br />

utiliza<strong>do</strong>s pela empresa para o cumprimento de sua missão. Já o ambiente externo é<br />

o conjunto de variáveis que afetam a empresa direta ou indiretamente. Essas<br />

variáveis exercem influência sobre o seu comportamento e sobre a forma de<br />

comunicação com estes fatores. O diagnóstico <strong>do</strong> ambiente é uma oportunidade de<br />

mostrar o comprometimento da alta administração com o trabalho em equipe, de se


89<br />

conhecer atitudes e opiniões sobre a organização e analisar a satisfação <strong>do</strong>s<br />

financia<strong>do</strong>res, parceiros, colabora<strong>do</strong>res e beneficiários <strong>do</strong>s serviços da organização.<br />

Ambiente Externo<br />

O ambiente externo envolve a empresa. É forma<strong>do</strong> por diversas variáveis<br />

que esta não pode controlar, mas que influenciam o seu comportamento. A análise<br />

deste ambiente é realizada sob vários pontos de vista, consideran<strong>do</strong> aspectos<br />

importantes, tais como a análise de cenário e análise das forças competitivas.<br />

Análise de Cenário<br />

Existe uma forte tendência de alteração no cenário brasileiro no que diz<br />

respeito a veículos sinistra<strong>do</strong>s. Estu<strong>do</strong>s recentes pretendem modificar o processo de<br />

avaliação <strong>do</strong>s veículos. A proposta afirma que, uma vez acidenta<strong>do</strong>s e indeniza<strong>do</strong>s<br />

integralmente pelas companhias segura<strong>do</strong>ras, devem ser sucatea<strong>do</strong>s, não poden<strong>do</strong><br />

mais ser comercializa<strong>do</strong>s como recuperáveis.<br />

Variável Política<br />

Está tramitan<strong>do</strong> no congresso nacional a chamada “CPI <strong>do</strong>s Salva<strong>do</strong>s” em<br />

que se estuda a possibilidade de criação de uma lei, onde não mais será possível a<br />

recuperação <strong>do</strong>s veículos que sofreram indenização integral por parte das<br />

companhias segura<strong>do</strong>ras. Ora, o veículo, uma vez indeniza<strong>do</strong>, só será libera<strong>do</strong> para<br />

ser vendi<strong>do</strong> para a sucata, ten<strong>do</strong> como destino o desmanche (ferro velho) ou a<br />

siderúrgica.<br />

Variável Econômica<br />

Uma vez promulgada a lei que destina to<strong>do</strong>s os veículos com indenização<br />

integral pelas segura<strong>do</strong>ras, o merca<strong>do</strong> de reposição de peças será incha<strong>do</strong>. O<br />

número de veículos a serem recupera<strong>do</strong>s diminuirá em muito, sen<strong>do</strong> que o preço<br />

das peças de reposição usadas também diminuirá. A oferta de peças usadas será<br />

muito maior que o consumo, ten<strong>do</strong> que, obrigatoriamente, enviar à siderúrgicas


90<br />

materiais passíveis de recuperação. A venda para a siderúrgica é feita por peso e<br />

não por qualificação <strong>do</strong> produto, uma vez que os preços pagos são extremamente<br />

inferiores aos pratica<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> de usa<strong>do</strong>s.<br />

Variável Social<br />

A nova prática acarretará numa completa inversão de valores da população.<br />

Se hoje, muitas pessoas podem adquirir um veículo com mais idade ou recupera<strong>do</strong><br />

por preços menores, no futuro, praticamente só poderão adquirir veículos novos.<br />

Ora, no Brasil, no momento, não há condições de pessoas mais humildes possuírem<br />

um veículo zero quilômetro, visto que o valor é eleva<strong>do</strong> e a carga tributária sobre<br />

veículos novos é maior <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>s.<br />

Variável Tecnológica<br />

Com a diminuição de veículos usa<strong>do</strong>s rodan<strong>do</strong> nas estradas, também<br />

haverá automaticamente a renovação de frota. Este fator faz com que cada vez mais<br />

veículos tenham o alia<strong>do</strong> da eletrônica embarcada à sua disposição. Se os veículos<br />

mais antigos estiverem fora das estradas, as pessoas serão obrigadas a adquirir<br />

veículos novos, trazen<strong>do</strong> consigo novidades e descobertas no campo tecnológico de<br />

segurança viária, economia, performance e menor poluição.<br />

Análise das Forças Competitivas<br />

A saída de merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s veículos indeniza<strong>do</strong>s integralmente pelas<br />

segura<strong>do</strong>ras, surtirá diversos efeitos no merca<strong>do</strong>.<br />

Fornece<strong>do</strong>res<br />

Os fornece<strong>do</strong>res poderão ter que vender os produtos por um preço mais<br />

baixo, devi<strong>do</strong> a não recuperabilidade <strong>do</strong>s veículos. Ainda podem se juntar para criar<br />

uma espécie de “tabela”, que uniformizará os preços das sucatas e sugerirá que<br />

to<strong>do</strong>s os veículos sejam passíveis de venda para empresas que comercializam<br />

peças usadas (desmanches). Não levan<strong>do</strong> em conta, assim, que muitos serão<br />

vendi<strong>do</strong>s para siderúrgicas por peso e não por qualidade.


91<br />

Compra<strong>do</strong>res<br />

Os compra<strong>do</strong>res podem, devi<strong>do</strong> à alta oferta, escolher os produtos que<br />

melhor lhe convirem. O restante <strong>do</strong>s veículos, obrigatoriamente terá que ser vendi<strong>do</strong><br />

por peso, acumulan<strong>do</strong> prejuízos às empresa que comercializam veículos sinistra<strong>do</strong>s.<br />

Produtos Substitutos<br />

Produtos substitutos terão que ser desenvolvi<strong>do</strong>s. Como que, neste caso, os<br />

produtos sofrerão enorme depreciação, novas ações terão de ser desenvolvidas. A<br />

empresa, possuin<strong>do</strong> uma frota de caminhões com mecanismo operacional, poderá<br />

entrar no merca<strong>do</strong> de prestação de serviços às segura<strong>do</strong>ras. Nasce assim, um novo<br />

nicho de merca<strong>do</strong>.<br />

Concorrentes<br />

Os concorrentes pressionam as Companhias Segura<strong>do</strong>ras a centralizarem<br />

os negócios nos grandes <strong>centro</strong>s. Podem oferecer melhores preços pagos aos<br />

produtos, devi<strong>do</strong> ao melhor custo de logística. Enquanto que a empresa estudada se<br />

delimita no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, outras empresas trabalham a nível<br />

nacional. Ora, o custo de transporte se reduz, pois há maior facilidade de volume<br />

transporta<strong>do</strong> em veículos pesa<strong>do</strong>s, diminuin<strong>do</strong> o custo <strong>do</strong> frete.<br />

Novos Entrantes<br />

A ameaça de novos entrantes no merca<strong>do</strong> é eminente, visto o interesse de<br />

certos setores fazerem parte deste merca<strong>do</strong>. A pressão <strong>do</strong>s novos entrantes com<br />

grande quantidade de capital a disposição é preocupante para a empresa Veículos,<br />

pois, com enorme quantidade de capital de giro, podem oferecer melhores condições<br />

de negociação junto às companhias segura<strong>do</strong>ras.


92<br />

Ambiente Interno<br />

Quadro 5:Pontos fortes e pontos fracos<br />

PONTOS FORTES<br />

Equipe treinada e qualificada<br />

Localização estratégica<br />

Falta de concorrência no Vale <strong>do</strong> Sinos<br />

Controle sobre os clientes<br />

Logística otimizada<br />

PONTOS FRACOS<br />

Falta de planejamento<br />

Falta de uma política de preço<br />

Definição de uma estratégia de merca<strong>do</strong><br />

Carência de capital para investimento<br />

em novas tecnologias<br />

Definição de uma política de marketing<br />

Quadro 6: Oportunidades e ameaças<br />

OPORTUNIDADES<br />

Falta de concorrência no vale<br />

Penetração no merca<strong>do</strong><br />

Frota de veículos novos<br />

AMEAÇAS<br />

Mudança na legislação<br />

Rescisão de contratos<br />

Custos de transporte<br />

Visão<br />

A visão, diferentemente <strong>do</strong> negócio, missão e princípios, que são defini<strong>do</strong>s<br />

consideran<strong>do</strong> o momento atual e projeta<strong>do</strong>s em função de tendências futuras, está<br />

focada diretamente no futuro.<br />

A visão descreve o futuro deseja<strong>do</strong> e o que se deve realizar para que seja<br />

alcança<strong>do</strong>. Define o que se quer alcançar; que tipo de empresa se quer, e como a<br />

empresa quer que os clientes a vejam. Para isso, faz-se necessário o uso de<br />

palavras simples e significativas, fáceis de serem reconhecidas. Com validade para


93<br />

longo tempo, não deven<strong>do</strong> ser trocada por um perío<strong>do</strong> curto de tempo, e deve ser<br />

geral, sem especificações.<br />

Portanto, a visão da empresa Veículos pode:<br />

• Até 2015, ser uma empresa de ponta no merca<strong>do</strong> de veículos sinistra<strong>do</strong>s,<br />

conjugan<strong>do</strong> modernidade e competitividade através de otimização de<br />

forma transparente nos serviços presta<strong>do</strong>s.<br />

Objetivos<br />

Os objetivos explicitam os resulta<strong>do</strong>s que a organização deve alcançar em<br />

determina<strong>do</strong> tempo. Podem ser apresenta<strong>do</strong>s em um gráfico, explicitan<strong>do</strong> cada<br />

elemento.<br />

Tecnologia – A área de informática da empresa desenvolverá e fará, se<br />

necessário, parcerias com empresas, a fim de instalar softwares capazes de<br />

identificar o processo de ações diárias da empresa. Assim, será necessário alto<br />

investimento inicial para que, até 2009 estes softwares estejam funcionan<strong>do</strong>.<br />

Rentabilidade – Espera-se que o retorno <strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong>, seja inicia<strong>do</strong><br />

em 2010. Os <strong>do</strong>is primeiros anos serão de investimentos, para que a empresa se<br />

posicione no merca<strong>do</strong>. Após 2010, a rentabilidade começará a se evidenciar, visto<br />

os investimentos realiza<strong>do</strong>s.<br />

Projeção de novos clientes – O propósito da empresa é de aumentar, a partir<br />

de 2009, em 20% ao ano o número de clientes.<br />

Busca de novos fornece<strong>do</strong>res – A partir <strong>do</strong> ano de 2009 pretende-se firmar<br />

novas parcerias com fornece<strong>do</strong>res, aumentan<strong>do</strong> assim em 10% ao ano.


94<br />

Quadro 7: Painel de controle <strong>do</strong>s objetivos<br />

PAINEL DE CONTROLE DOS OBJETIVOS<br />

RESULTADOS PLANEJADOS<br />

ATUAL<br />

TEMAS INDIC<br />

DE SETOR<br />

DESEMP RESPONSÁVEL<br />

TECNOLOGIA % INFORMÁTICA 0 50 50 - - - - - -<br />

RENTABILID % FINANCEIRO 0 5 10 20 35 50 70 90 100<br />

CLIENTES % MARKETING 0 0 20 20 20 20 20 20 20<br />

FORNEC % ADMINISTRAÇÃO 0 0 10 10 10 10 10 10 10<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

De acor<strong>do</strong> com o painel de controle <strong>do</strong>s objetivos, se desenvolve o plano de<br />

ação apresenta<strong>do</strong> a seguir.<br />

Plano de ação<br />

empresa.<br />

As tabelas a seguir mostram o plano de ação que pode ser defini<strong>do</strong> pela


95<br />

Quadro 8: Plano de ação A<br />

Cord.:<br />

Diretor<br />

Admin.<br />

PLANO DE AÇÃO<br />

Participante: Equipe de Informática Exercício: 2008 a 2015<br />

Objetivo: Investimento em tecnologia<br />

Estratégia: Estabelecer parcerias com empresas especializadas para desenvolver e instalar sofwares para identificação,<br />

mensuração e desenvolvimento <strong>do</strong>s processos diários.<br />

Ações<br />

Resu<br />

lta<strong>do</strong><br />

s<br />

espe<br />

ra<strong>do</strong><br />

s<br />

Respo<br />

nsável<br />

Rec<br />

urso<br />

s<br />

Adic<br />

iona<br />

is<br />

Cronograma semestre/ano<br />

08 09 10 11 12 13 14 15<br />

1º 2 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2<br />

Realiz<br />

ar<br />

contat<br />

o com<br />

empre<br />

sas<br />

especi<br />

alizad<br />

as<br />

Firmar<br />

contrat<br />

os<br />

Desen<br />

volver<br />

softwa<br />

re<br />

Cont<br />

ato<br />

Parc<br />

eria<br />

com<br />

as<br />

empr<br />

esas<br />

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Diretor<br />

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Admin<br />

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X


96<br />

Quadro 9: Plano de ação B<br />

Cord: Diretor<br />

Financeiro<br />

PLANO DE AÇÃO<br />

Participante: Administração Exercício: 2008 a 2015<br />

Objetivo: Retorno <strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong><br />

Estratégia: Acelerar processo de investimento para ter retorno <strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong> a partir de 2010<br />

Ações Result Respo Rec<br />

Cronograma semestre/ano<br />

a<strong>do</strong>s nsável urso<br />

espera<br />

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<strong>do</strong>s<br />

Adici<br />

08 09 10 11 12 13 14 15<br />

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1º 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2<br />

Captaç<br />

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Direcio<br />

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X X X X<br />

X<br />

X<br />

X X X X X X X X X X X X


97<br />

Quadro 10: Plano de ação C<br />

Cordenad:<br />

Diretoria<br />

PLANO DE AÇÃO<br />

Participante: Equipe de Marketing Exercício: 2008 a 2015<br />

Objetivo: Aumento <strong>do</strong> número de clientes<br />

Estratégia: Estabelecer ações de marketing<br />

Açõe<br />

s<br />

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Cronograma semestre/ano<br />

08 09 10 11 12 13 14 15<br />

1º 2 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2<br />

X X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X X X X X X X X X X X


98<br />

Quadro 11: Plano de ação D<br />

Cordenad<br />

or: Diretor<br />

Participante: Diretoria e Equipe de<br />

Marketing<br />

Objetivo: Buscar novos fornece<strong>do</strong>res<br />

Estratégia: Firmar contratos com novos fornece<strong>do</strong>res<br />

Açõe<br />

s<br />

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s<br />

Adic<br />

iona<br />

is<br />

PLANO DE AÇÃO<br />

Exercício: 2008 a 2015<br />

Cronograma semestre/ano<br />

08 09 10 11 12 13 14 15<br />

1º 2 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2<br />

X X<br />

X<br />

X<br />

X X X X X X X X X X X X<br />

X X X X X X X X X X X X


99<br />

Planejamento Orçamentário<br />

O planejamento orçamentário da empresa Veículos terá como base o<br />

balanço e o demonstrativo de resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercício <strong>do</strong> ano de 2007. A seguir,<br />

será apresenta<strong>do</strong> o demonstrativo de resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercício onde as contas estão<br />

explicitadas. A receita operacional bruta integra os recebimentos de comercialização<br />

de veículos. As deduções desta conta se referem às devoluções de vendas<br />

realizadas. Resulta assim, a receita operacional líquida, onde se deduz das receitas<br />

as devoluções efetuadas.<br />

O lucro operacional bruto é obti<strong>do</strong> através da dedução <strong>do</strong>s impostos e <strong>do</strong><br />

custo das merca<strong>do</strong>rias vendidas. Desta maneira, as despesas com impostos incluem<br />

os tributos pagos pela empresa. São eles: COFINS, ICMS, IRPJ, PIS,<br />

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL e ISSQN. A forma de tributação da empresa é pelo lucro<br />

presumi<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> que a alíquota <strong>do</strong>s impostos foi calculada através de uma média<br />

de tributação, já que há alíquotas diferentes, dependen<strong>do</strong> cada caso de venda. O<br />

custo das merca<strong>do</strong>rias vendidas é composto pela soma <strong>do</strong>s custos com aquisição<br />

<strong>do</strong>s veículos, isto é, o que foi pago na compra destes junto aos fornece<strong>do</strong>res.<br />

As despesas comerciais resultam da soma das despesas com pessoal,<br />

incluin<strong>do</strong> contribuição de FGTS, décimo terceiro salário, aviso prévio, indenizações<br />

trabalhistas, contribuições com a previdência social, pró-labore, salários e férias.<br />

Outra conta das despesas comerciais envolve despesas com administração e<br />

benefícios concedi<strong>do</strong>s a emprega<strong>do</strong>s, como assistência médica ou farmácia,<br />

material de segurança e vale transporte. As despesas comerciais, em geral, resultam<br />

da amortização de sistemas de software, combustíveis e lubrificantes, portes e<br />

telegramas, comunicação e telefone, despesas com veículos, viagens e estadias,<br />

energia elétrica, honorários contábeis, despesas com IPVA, licenciamento e seguro<br />

sobre veículos, impostos e taxas, manutenções com imobiliza<strong>do</strong>, máquinas e<br />

prédios, material de consumo, limpeza e expediente, mensalidades e contribuições,<br />

multas e moras fiscais, seguros da frota e prédios, multas de veículos, serviços


100<br />

presta<strong>do</strong>s por outras empresas, despesas com tabelionatos e despesas com<br />

processamento de da<strong>do</strong>s.<br />

As despesas administrativas referem-se a depreciações. Despesas<br />

financeiras são despesas oriundas de pagamento de juros sobre financiamentos e<br />

juros sobre capital de giro. As despesas financeiras diversas incluem despesas com<br />

CPMF, IOF e IOC, despesas bancárias e juros passivos. Receitas financeiras<br />

representam descontos obti<strong>do</strong>s e juros ganhos.<br />

Subtrain<strong>do</strong>-se as despesas comerciais, administrativas e financeiras, e<br />

soman<strong>do</strong>-se as receitas financeiras ao lucro operacional bruto, obtém-se o lucro<br />

operacional líqui<strong>do</strong>. Deste valor ainda são deduzidas as despesas não operacionais<br />

que incluem perdas de capital, são somadas receitas não operacionais oriundas de<br />

recebimentos de aluguéis e ganhos de capital. Resulta daí o lucro líqui<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

exercício, sen<strong>do</strong> que pela forma de tributação pelo lucro presumi<strong>do</strong>, não é mais<br />

desconta<strong>do</strong> imposto de renda e contribuição social. É importante salientar que as<br />

vendas são efetuadas somente à vista e o pagamento <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res também se<br />

dá à vista.<br />

Com base no DRE de dezembro de 2007, elaborar-se-á o fluxo de caixa<br />

para vendas estimadas em janeiro, fevereiro e março de 2008. Sabe-se que o<br />

faturamento de dezembro de 2007 foi de R$ 735.528,14 (setecentos e trinta e cinco<br />

mil, quinhentos e vinte e oito reais e quatorze centavos). Foram devolvidas<br />

merca<strong>do</strong>rias no valor de R$ 18.425,38 (dezoito mil, quatrocentos e vinte e cinco<br />

reais e trinta e oito centavos). O custo das merca<strong>do</strong>rias adquiridas em dezembro<br />

soma R$ 537.827,08 (quinhentos e trinta e sete mil, oitocentos e vinte e sete reais e<br />

oito centavos).<br />

Os impostos são incidentes sobre a receita operacional líquida, sen<strong>do</strong><br />

aplicadas as seguintes alíquotas sem direito a créditos: COFINS 0,80% pago<br />

mensalmente, ICMS 0,90% pago mensalmente, IRPJ 1,90% pago trimestralmente,<br />

PIS 0,20% pago mensalmente, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 0,80%, pago<br />

trimestralmente.


101<br />

As despesas comerciais com pessoal incluem contribuição para FGTS no<br />

valor de R$ 1.642,53 (um mil, seiscentos e quarenta e <strong>do</strong>is reais e cinqüenta e três<br />

centavos) mensais, décimo terceiro salário pago em dezembro de R$ 20.142,40<br />

(vinte mil, cento e quarenta e <strong>do</strong>is reais e quarenta centavos). Foi demiti<strong>do</strong> um<br />

funcionário, sen<strong>do</strong> pago ainda em dezembro o aviso prévio de R$ 1.201,72 (um mil,<br />

duzentos e um reais e setenta e <strong>do</strong>is centavos). A indenização trabalhista em<br />

dezembro deste funcionário importou em R$ 1.006,83 (um mil e seis reais e oitenta e<br />

três centavos). A contribuição para a Previdência Social importa to<strong>do</strong> mês em R$<br />

7.776,25 (sete mil setecentos e setenta e seis reais e vinte e cinco centavos). Os<br />

sócios retiram mensalmente juntos a importância de R$ 9.500,00 (nove mil e<br />

quinhentos reais). A soma <strong>do</strong>s salários <strong>do</strong>s funcionários importa em R$ 17.871,41<br />

(dezessete mil, oitocentos e setenta e um reais e quarenta e um centavos) pagos<br />

mensalmente. No mês de dezembro e março foram pagos R$ 1.777,42 (um mil,<br />

setecentos e setenta e sete reais e quarenta e <strong>do</strong>is centavos) por conta de férias.<br />

Em Janeiro e fevereiro este valor foi de R$ 5.332,26 (cinco mil, trezentos e trinta e<br />

<strong>do</strong>is reais e vinte e seis centavos).<br />

No mês de dezembro, a assistência médica/farmácia aos emprega<strong>do</strong>s foi no<br />

valor de R$ 2.413,75 (<strong>do</strong>is mil quatrocentos e treze reais e setenta e cinco<br />

centavos). Para os meses seguintes, a projeção com estes gastos é de R$ 1.500,00<br />

(um mil e quinhentos reais). Com material de segurança é gasto mensalmente R$<br />

216,15 (duzentos e dezesseis reais e quinze centavos) e com vale transporte R$<br />

61,25 (sessenta e um reais e vinte e cinco centavos) mensais.<br />

Outras despesas comerciais são referentes à amortização de sistemas de<br />

software R$ 62,02 (sessenta e <strong>do</strong>is reais e <strong>do</strong>is centavos) mensais. Combustíveis e<br />

lubrificantes no mês de dezembro foram pagos R$ 7.180,79 (sete mil, cento e oitenta<br />

reais e setenta e nove centavos), em janeiro e fevereiro R$ 6.000,00 (seis mil reais)<br />

por mês e em março, R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais). Portes e telegramas<br />

representam um gasto de R$ 169,82 (cento e sessenta e nove reais e oitenta e <strong>do</strong>is<br />

centavos) mensais. A conta de telefone importa no mês de dezembro R$ 2.150,89<br />

(<strong>do</strong>is mil cento e cinqüenta reais e oitenta e nove centavos). Este valor também será<br />

projeta<strong>do</strong> para os meses subseqüentes. Despesas diversas com veículos no mês de<br />

dezembro foram de R$ 1.419,43 (um mil quatrocentos e dezenove reais e quarenta e


102<br />

três centavos). Para os outros meses, estima-se gastar R$ 1.800,00 (um mil e<br />

oitocentos reais). No mês de dezembro foi desembolsa<strong>do</strong> com despesas de viagens<br />

e estadias R$ 2.000,00 (<strong>do</strong>is mil reais). Prevê-se para janeiro, fevereiro e março<br />

gastar-se R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais mensais). A conta de energia<br />

elétrica implica um gasto mensal de R$ 1.431,55 (um mil quatrocentos e trinta e um<br />

reais e cinqüenta e cinco centavos). Honorários contábeis custam R$ 550,00<br />

(quinhentos e cinqüenta reais mensais). Em dezembro, foram gastos com IPVA,<br />

licenciamentos e multas de veículos, tanto da frota como <strong>do</strong>s negocia<strong>do</strong>s R$<br />

33.962,30 (trinta e três mil novecentos e sessenta e <strong>do</strong>is reais e trinta centavos).<br />

Para os meses seguintes estima-se um gasto mensal de R$ 38.000,00 (trinta e oito<br />

mil reais). Com manutenção <strong>do</strong> imobiliza<strong>do</strong> foi desembolsa<strong>do</strong> em dezembro R$<br />

4.491,01 (quatro mil quatrocentos e noventa e um reais e um centavo). Para os<br />

próximos meses avalia-se em R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) estes gastos.<br />

Com material de limpeza e expediente emprega-se mensalmente R$ 227,55<br />

(duzentos e vinte e sete reais e cinqüenta e cinco centavos) e mensalidades e<br />

contribuições R$ 242,51 (duzentos e quarenta e <strong>do</strong>is reais e cinqüenta e um<br />

centavos). Multas e moras fiscais foram pagas em dezembro no valor de R$ 134,66<br />

(cento e trinta e quatro reais e sessenta e seis centavos). As despesas com seguros<br />

importam R$ 2.022,04 (<strong>do</strong>is mil e vinte e <strong>do</strong>is reais e quatro centavos) mensais. Já<br />

serviços presta<strong>do</strong>s por pessoa jurídica somam R$ 4.139,69 (quatro mil, cento e trinta<br />

e nove reais e sessenta e nove centavos) a cada mês. Despesas com tabelionatos<br />

em Dezembro resultaram em R$ 1.650,56 (um mil, seiscentos e cinqüenta reais e<br />

cinqüenta e seis centavos), sen<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong> para os próximos meses R$ 1.200,00<br />

(um mil e duzentos reais). As despesas com processamento de da<strong>do</strong>s custam R$<br />

2.000,00 (<strong>do</strong>is mil reais mensais).<br />

As despesas administrativas, em geral, referem-se a depreciações no valor<br />

de R$ 5.299,44 (cinco mil, duzentos e noventa e nove reais e quarenta e quatro<br />

centavos mensais. Despesas financeiras somam despesas com juros e<br />

financiamentos de R$ 5.242,01 (cinco mil, duzentos e quarenta e <strong>do</strong>is reais e um<br />

centavo) por mês. Juros sobre capital de giro pagos em dezembro no valor de R$<br />

1.000,26 (um mil reais e vinte e seis centavos). Em dezembro gastos com CPMF,<br />

IOF e IOC significaram desembolso de R$ 2.861,31 (<strong>do</strong>is mil, oitocentos e sessenta<br />

e um reais e trinta e um centavos. Este valor representou R$ 2.793,00 (<strong>do</strong>is mil,


103<br />

setecentos e noventa e três reais) em janeiro, visto que o banco debitou o valor na<br />

conta no início <strong>do</strong> mês. Outras despesas bancárias resultam em R$ 294,37<br />

(duzentos e noventa e quatro reais e trinta e sete centavos) mensais. São cobra<strong>do</strong>s<br />

por conta de juros, 3,5% (três e meio por cento) mensais sobre eventual sal<strong>do</strong><br />

deve<strong>do</strong>r de caixa e há ganhos sobre eventuais sal<strong>do</strong>s de caixa, juros de 0,95% (zero<br />

noventa e cinco por cento) mensais. As receitas financeiras não são muito<br />

representativas, sen<strong>do</strong> que em dezembro, a título de arre<strong>do</strong>ndamento foram obti<strong>do</strong>s<br />

R$ 0,07 (sete centavos) de desconto. Em dezembro foram pagos R$ 155,31 (cento e<br />

cinqüenta e cinco reais e trinta e um centavos) de juros passivos e foram recebi<strong>do</strong>s<br />

R$ 0,58 (cinqüenta e oito centavos) por conta de juros ativos.<br />

Foram registra<strong>do</strong>s em dezembro, perdas de capital no valor de R$ 7.674,62<br />

(sete mil seiscentos e setenta e quatro reais e sessenta e <strong>do</strong>is centavos). Por outro<br />

la<strong>do</strong>, ganhos de capital representaram em dezembro R$ 4.541,67 (quatro mil<br />

quinhentos e quarenta e um reais e sessenta e sete centavos). A empresa conta<br />

com um rendimento de aluguel de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) por mês.<br />

Como que em janeiro e fevereiro geralmente as vendas decaem, visto que<br />

são meses de férias, projetam-se vendas de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta<br />

mil reais) e R$ 620.000,00 (seiscentos e vinte mil reais) respectivamente. Para<br />

março, estima-se um faturamento de R$ 830.000,00 (oitocentos e trinta mil reais).<br />

No mês de fevereiro, calcula-se não haver devolução de venda. Porém, em janeiro e<br />

março há possibilidade de devolução de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais) e<br />

R$ 22.500,00 (vinte e <strong>do</strong>is mil e quinhentos reais) respectivamente. O custo das<br />

merca<strong>do</strong>rias vendidas em Janeiro, fevereiro e março foram de R$ 479.625,00<br />

(quatrocentos e setenta e nove mil, seiscentos e vinte e cinco reais), R$ 465.000,00<br />

(quatrocentos e sessenta e cinco mil reais) e R$ 605.625,00 (seiscentos e cinco mil,<br />

seiscentos e vinte e cinco reais) respectivamente. O sal<strong>do</strong> de caixa no final <strong>do</strong> mês<br />

de dezembro é de R$ 31.113,10 (trinta e um mil, cento e treze reais e dez centavos).<br />

O balanço de 31 de dezembro de 2007, é forneci<strong>do</strong> conforme a tabela a<br />

seguir. Deste mo<strong>do</strong> há possibilidade de calcular-se o DRE projeta<strong>do</strong> para três<br />

meses, o fluxo de caixa e o balanço final.


Quadro 12: Demonstrativo de resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercício<br />

104


105<br />

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO<br />

VENDAS BRUTAS<br />

DEVOLUÇÕES DE VENDAS<br />

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA<br />

DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO TOTAL<br />

R$ 735.528,14 R$ 650.000,00 R$ 620.000,00 R$ 830.000,00 R$ 2.835.528,14<br />

R$ 18.425,38 R$ 10.500,00 R$ - R$ 22.500,00 R$ 51.425,38<br />

R$ 717.102,77 R$ 639.500,00 R$ 620.000,00 R$ 807.500,00 R$ 2.784.102,77<br />

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS<br />

DESPESAS COM IMPOSTOS<br />

COFINS S/ VENDAS<br />

ICMS S/VENDAS<br />

IRPJ S/VENDAS<br />

PIS S/VENDAS<br />

CONTR SOCIAL S/VENDAs<br />

R$ 570.813,80 R$ 509.042,00 R$ 493.520,00 R$ 642.770,00 R$ 2.216.145,80<br />

R$ 32.986,73 R$ 29.417,00 R$ 28.520,00 R$ 37.145,00 R$ 128.068,73<br />

R$ 5.736,82 R$ 5.116,00 R$ 4.960,00 R$ 6.460,00 R$ 22.272,82<br />

R$ 6.453,92 R$ 5.755,50 R$ 5.580,00 R$ 7.267,50 R$ 25.056,92<br />

R$ 13.624,95 R$ 12.150,50 R$ 11.780,00 R$ 15.342,50 R$ 52.897,95<br />

R$ 1.434,21 R$ 1.279,00 R$ 1.240,00 R$ 1.615,00 R$ 5.568,21<br />

R$ 5.736,82 R$ 5.116,00 R$ 4.960,00 R$ 6.460,00 R$ 22.272,82<br />

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS<br />

CUSTO DAS COMPRAS DAS MERCADORIAS<br />

R$ 537.827,08 R$ 479.625,00 R$ 465.000,00 R$ 605.625,00 R$ 2.088.077,08<br />

R$ 537.827,08 R$ 479.625,00 R$ 465.000,00 R$ 605.625,00 R$ 2.088.077,08<br />

LUCRO OPERACIONAL BRUTO<br />

R$ 146.288,97 R$ 130.458,00 R$ 126.480,00 R$ 164.730,00 R$ 567.956,97<br />

DESPESAS COMERCIAIS<br />

DESPESAS COM PESSOAL<br />

CONTR P/ FGTS<br />

13° SALÁRIO<br />

AVISO PRÉVIO<br />

INDENIZAÇÕES TRABALHISTAS<br />

PREVIDÊNCIA SOCIAL<br />

PRO-LABORE<br />

SALÁRIOS<br />

FÉRIAS<br />

R$ 127.444,53 R$ 108.895,92 R$ 108.895,92 R$ 106.536,08 R$ 451.772,45<br />

R$ 60.918,56 R$ 42.122,45 R$ 42.122,45 R$ 38.562,61 R$ 183.726,07<br />

R$ 1.642,53 R$ 1.642,53 R$ 1.642,53 R$ 1.642,53 R$ 6.570,12<br />

R$ 20.142,40 R$ - R$ - R$ - R$ 20.142,40<br />

R$ 1.201,72 R$ - R$ - R$ - R$ 1.201,72<br />

R$ 1.006,83 R$ - R$ - R$ - R$ 1.006,83<br />

R$ 7.776,25 R$ 7.776,25 R$ 7.776,25 R$ 7.776,25 R$ 31.105,00<br />

R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 38.000,00<br />

R$ 17.871,41 R$ 17.871,41 R$ 17.871,41 R$ 17.871,41 R$ 71.485,64<br />

R$ 1.777,42 R$ 5.332,26 R$ 5.332,26 R$ 1.772,42 R$ 14.214,36<br />

DES COM ADM/BENEF EMPREGADOS<br />

ASSISTÊNCIA MÉDICA/FARMÁCIA<br />

MATERIAL DE SEGURANÇA<br />

VALE TRANSPORTE<br />

R$ 2.691,15 R$ 1.777,40 R$ 1.777,40 R$ 1.777,40 R$ 8.023,35<br />

R$ 2.413,75 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 6.913,75<br />

R$ 216,15 R$ 216,15 R$ 216,15 R$ 216,15 R$ 864,60<br />

R$ 61,25 R$ 61,25 R$ 61,25 R$ 61,25 R$ 245,00<br />

DESPESAS COMERCIAIS EM GERAL<br />

AMORTIZAÇÃO DE SIST DE SOFTWARE<br />

COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES<br />

PORTES E TELEGRAMAS<br />

DESPESAS COMUNICAÇÃO - TELEFONE<br />

DESPESAS COM VEÍCULOS<br />

DESPESAS COM VIAGENS E ESTADIAS<br />

ENERGIA ELÉTRICA<br />

HONORÁRIOS CONTÁBEIS<br />

IPVA, LICENC, MULTAS DE VEÍCULOS<br />

MANUTENÇÃO DO IMOBILIZADO<br />

MATERIAL DE LIMPEZA E EXPEDIENTE<br />

MENSALIDADES E CONTRIBUIÇÕES<br />

MULTAS E MORAS FISCAIS<br />

SEGUROS<br />

SERVIÇOS PRESTADOS POR P J<br />

DESPESAS COM TABELIONATOS<br />

DESPESAS COM PROC DE DADOS<br />

R$ 63.834,82 R$ 64.996,07 R$ 64.996,07 R$ 66.196,07 R$ 260.023,03<br />

R$ 62,02 R$ 62,02 R$ 62,02 R$ 62,02 R$ 248,08<br />

R$ 7.180,79 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 7.200,00 R$ 26.380,79<br />

R$ 169,82 R$ 169,82 R$ 169,82 R$ 169,82 R$ 679,28<br />

R$ 2.150,89 R$ 2.150,89 R$ 2.150,89 R$ 2.150,89 R$ 8.603,56<br />

R$ 1.419,43 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 R$ 6.819,43<br />

R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 6.500,00<br />

R$ 1.431,55 R$ 1.431,55 R$ 1.431,55 R$ 1.431,55 R$ 5.726,20<br />

R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 2.200,00<br />

R$ 33.962,30 R$ 38.000,00 R$ 38.000,00 R$ 38.000,00 R$ 147.962,30<br />

R$ 4.491,01 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 14.991,01<br />

R$ 227,55 R$ 227,55 R$ 227,55 R$ 227,55 R$ 910,20<br />

R$ 242,51 R$ 242,51 R$ 242,51 R$ 242,51 R$ 970,04<br />

R$ 134,66 R$ - R$ - R$ - R$ 134,66<br />

R$ 2.022,04 R$ 2.022,04 R$ 2.022,04 R$ 2.022,04 R$ 8.088,16<br />

R$ 4.139,69 R$ 4.139,69 R$ 4.139,69 R$ 4.139,69 R$ 16.558,76<br />

R$ 1.650,56 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 5.250,56<br />

R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 8.000,00<br />

DESPESAS ADMINISTRATIVAS<br />

DESPESAS ADMINISTRATIVAS EM GERAL<br />

DEPRECIAÇÕES<br />

R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 21.197,76<br />

R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 21.197,76<br />

R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 5.299,44 R$ 21.197,76<br />

DESPESAS FINANCEIRAS<br />

DESPESAS FINANCEIRAS<br />

DESPESAS COM JUROS S/FINANCIAMENTOS<br />

JUROS S/CAPITAL DE GIRO<br />

CPMF/IOF/IOC<br />

DESPESAS BANCÁRIAS<br />

JUROS PASSIVOS - 3,5%<br />

R$ 9.553,26 R$ 8.329,38 R$ 5.536,38 R$ 5.536,38 R$ 28.955,40<br />

R$ 9.553,26 R$ 8.329,38 R$ 5.536,38 R$ 5.536,38 R$ 28.955,40<br />

R$ 5.242,01 R$ 5.242,01 R$ 5.242,01 R$ 5.242,01 R$ 20.968,04<br />

R$ 1.000,26 R$ - R$ - R$ - R$ 1.000,26<br />

R$ 2.861,31 R$ 2.793,00 R$ - R$ - R$ 5.654,31<br />

R$ 294,37 R$ 294,37 R$ 294,37 R$ 294,37 R$ 1.177,48<br />

R$ 155,31 R$ - R$ - R$ - R$ 155,31<br />

RECEITAS FINANCEIRAS<br />

RECEITAS FINANCEIRAS<br />

DESCONTOS OBTIDOS<br />

JUROS ATIVOS - 0,95%<br />

R$ 0,65 R$ - R$ - R$ - R$ 0,65<br />

R$ 0,65 R$ - R$ - R$ - R$ 0,65<br />

R$ 0,07 R$ - R$ - R$ - R$ 0,07<br />

R$ 0,58 R$ - R$ - R$ - R$ 0,58<br />

LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO<br />

R$ 23.098,91 R$ 24.592,02 R$ 17.821,02 R$ 58.430,86 R$ 123.942,81<br />

DESPESAS NÃO OPERACIONAIS<br />

PERDAS DE CAPITAL<br />

R$ 7.674,62 R$ - R$ - R$ - R$ 7.674,62<br />

R$ 7.674,62 R$ - R$ - R$ - R$ 7.674,62<br />

RECEITAS NÃO OPERACIONAIS<br />

ALUGUÉIS<br />

R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 4.800,00<br />

R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 4.800,00<br />

GANHOS DE CAPITAL<br />

GANHOS DE CAPITAL<br />

R$ 4.541,67 R$ - R$ - R$ - R$ 4.541,67<br />

R$ 4.541,67 R$ - R$ - R$ - R$ 4.541,67<br />

LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL<br />

LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA<br />

RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO<br />

R$ 21.165,96 R$ 25.792,02 R$ 19.021,02 R$ 59.630,86 R$ 125.609,86<br />

R$ 21.165,96 R$ 25.792,02 R$ 19.021,02 R$ 59.630,86 R$ 125.609,86<br />

R$ 21.165,96 R$ 25.792,02 R$ 19.021,02 R$ 59.630,86 R$ 125.609,86


106<br />

Quadro 13: Fluxo de caixa<br />

FLUXO DE CAIXA<br />

VENDAS BRUTAS<br />

RECEITAS<br />

REC VENDAS A VISTA<br />

DEVOLUÇÕES DE VENDAS<br />

TOTAL A RECEBER SOBREVENDAS<br />

DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL<br />

R$ 735.528,14 R$ 650.000,00 R$ 620.000,00 R$ 830.000,00 R$<br />

-<br />

R$ 735.528,14 R$ 650.000,00 R$ 620.000,00 R$ 830.000,00 R$<br />

-<br />

R$ 18.425,38 R$ 10.500,00 R$ - R$ 22.500,00 R$<br />

-<br />

R$ 717.102,76 R$ 639.500,00 R$ 620.000,00 R$ 807.500,00 R$<br />

-<br />

DESPESAS<br />

IRPJ<br />

ICMS<br />

PIS<br />

COFINS<br />

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL<br />

FORNECEDORES A PAGAR<br />

CONTR P/ FGTS<br />

13° SALÁRIO<br />

AVISO PRÉVIO<br />

INDENIZAÇÕES TRABALHISTAS<br />

PREVIDÊNCIA SOCIAL<br />

PRO-LABORE<br />

SALÁRIOS<br />

FÉRIAS<br />

ASSISTÊNCIA MÉDICA/FARMÁCIA<br />

MATERIAL DE SEGURANÇA<br />

VALE TRANSPORTE<br />

COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES<br />

PORTES E TELEGRAMAS<br />

DESPESAS COMUNICAÇÃO - TELEFONE<br />

DESPESAS COM VEÍCULOS<br />

DESPESAS COM VIAGENS E ESTADIAS<br />

ENERGIA ELÉTRICA<br />

HONORÁRIOS CONTÁBEIS<br />

IPVA, LICENC, MULTAS DE VEÍCULOS<br />

MANUTENÇÃO DO IMOBILIZADO<br />

MATERIAL DE LIMPEZA E EXPEDIENTE<br />

MENSALIDADES E CONTRIBUIÇÕES<br />

MULTAS E MORAS FISCAIS<br />

SEGUROS<br />

SERVIÇOS PRESTADOS POR P J<br />

DESPESAS COM TABELIONATOS<br />

DESPESAS COM PROC DE DADOS<br />

DESPESAS COM JUROS S/FINANC<br />

JUROS S/CAPITAL DE GIRO<br />

CPMF/IOF/IOC<br />

DESPESAS BANCÁRIAS<br />

JUROS PASSIVOS<br />

RECEITAS NÃO OPERACIONAIS<br />

DESCONTOS OBTIDOS<br />

JUROS ATIVOS<br />

ALUGUÉIS<br />

SALDO ANTERIOR<br />

TOTAL DE RECEITAS<br />

TOTAL DE DESPESAS<br />

JUROS A PAGAR S/ FALTA DE CAIXA 3,5%<br />

JUROS A REC S/SOBRA CAIXA 1%<br />

SALDO DE CAIXA DO MÊS<br />

R$ 687.190,31 R$ 678.439,56 R$ 591.419,11 R$ 729.316,87 R$<br />

-<br />

R$ - R$ 48.234,12 R$ - R$ - R$ 39.273,00<br />

R$ 7.820,35 R$ 6.493,02 R$ 5.790,36 R$ 5.613,80 R$ 7.311,52<br />

R$ 1.458,99 R$ 1.249,77 R$ 1.114,52 R$ 1.080,54 R$ 1.407,31<br />

R$ 6.578,77 R$ 5.768,16 R$ 5.143,95 R$ 4.987,09 R$ 6.495,29<br />

R$ - R$ 19.906,22 R$ - R$ - R$ 16.536,00<br />

R$ 537.827,08 R$ 479.625,00 R$ 465.000,00 R$ 605.625,00 R$<br />

-<br />

R$ 1.642,53 R$ 1.642,53 R$ 1.642,53 R$ 1.642,53 R$ 1.642,53<br />

R$ 8.935,50 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 1.201,72 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 1.006,83 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 15.552,50 R$ 7.776,25 R$ 7.776,25 R$ 7.776,25 R$ 7.776,25<br />

R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00<br />

R$ 17.871,41 R$ 17.871,41 R$ 17.871,41 R$ 17.871,41 R$ 17.871,41<br />

R$ 1.777,42 R$ 5.332,26 R$ 5.332,26 R$ 1.772,42 R$<br />

-<br />

R$ 2.413,75 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$<br />

-<br />

R$ 216,15 R$ 216,15 R$ 216,15 R$ 216,15 R$<br />

-<br />

R$ 61,25 R$ 61,25 R$ 61,25 R$ 61,25 R$<br />

-<br />

R$ 7.180,79 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 7.200,00 R$<br />

-<br />

R$ 169,82 R$ 169,82 R$ 169,82 R$ 169,82 R$<br />

-<br />

R$ 2.150,89 R$ 2.150,89 R$ 2.150,89 R$ 2.150,89 R$<br />

-<br />

R$ 1.419,43 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 R$<br />

-<br />

R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$<br />

-<br />

R$ 1.431,55 R$ 1.431,55 R$ 1.431,55 R$ 1.431,55 R$<br />

-<br />

R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 550,00 R$<br />

-<br />

R$ 33.962,30 R$ 38.000,00 R$ 38.000,00 R$ 38.000,00 R$<br />

-<br />

R$ 4.491,01 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$<br />

-<br />

R$ 227,55 R$ 227,55 R$ 227,55 R$ 227,55 R$<br />

-<br />

R$ 242,51 R$ 242,51 R$ 242,51 R$ 242,51 R$<br />

-<br />

R$ 134,66 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 2.022,04 R$ 2.022,04 R$ 2.022,04 R$ 2.022,04 R$<br />

-<br />

R$ 4.139,69 R$ 4.139,69 R$ 4.139,69 R$ 4.139,69 R$<br />

-<br />

R$ 1.650,56 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$<br />

-<br />

R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$<br />

-<br />

R$ 5.242,01 R$ 5.242,01 R$ 5.242,01 R$ 5.242,01 R$<br />

-<br />

R$ 1.000,26 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 2.861,31 R$ 2.793,00 R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 294,37 R$ 294,37 R$ 294,37 R$ 294,37 R$<br />

-<br />

R$ 155,31 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 1.200,65 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$<br />

-<br />

R$ 0,07 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 0,58 R$ - R$ - R$ - R$<br />

-<br />

R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$<br />

-<br />

R$<br />

R$<br />

-<br />

107.813,31<br />

R$ - R$ 31.113,10 R$ (6.315,33) R$ 23.243,53 R$ 102.859,09<br />

R$ 718.303,41 R$ 640.700,00 R$ 621.200,00 R$ 808.700,00 R$<br />

-<br />

R$ 687.190,31 R$ 678.439,56 R$ 591.419,11 R$ 729.316,87 R$<br />

-<br />

R$ - R$ - R$ 222,04 R$ - R$<br />

-<br />

R$ - R$ 311,13 R$ - R$ 232,44 R$ 1.028,59<br />

R$ 31.113,10 R$ (6.315,33) R$ 23.243,53 R$ 102.859,09 R$ 103.887,68


107<br />

Quadro 14: Balanço patrimonial<br />

BALANÇO PATRIMONIAL<br />

ATIVO INICIAL FINAL PASSIVO INICIAL FINAL<br />

TOTAL DO ATIVO R$ 2.374.458,03 R$ 2.465.480,77 TOTAL DO PASSIVO R$ 2.374.458,03 R$ 2.465.480,77<br />

CIRCULANTE R$ 1.166.161,65 R$ 1.273.082,71 CIRCULANTE R$ 973.335,86 R$ 959.914,70<br />

CAIXA R$ 31.113,10 R$ 102.859,09 IMPOSTOS A PAGAR R$ 81.651,28 R$ 71.023,12<br />

BANCOS R$ - R$ -<br />

SALÁRIOS E PROLABORE A PAGAR R$ 27.371,41 R$ 27.371,41<br />

ESTOQUE MERCADORIAS R$ 304.777,06 R$ 339.952,13 ENCARGOS SOCIAIS A PAGAR R$ 9.418,78 R$ 9.418,78<br />

CREDITOS C/DEVEDORES DIVERSOS R$ 830.271,49 R$ 830.271,49 CPMF A PAGAR R$ 2.793,00 R$<br />

-<br />

PERMANENTE R$ 1.208.296,38 R$ 1.192.398,06 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS R$ 852.101,39 R$ 852.101,39<br />

PREDIOS R$ 234.002,65 R$ 234.002,65 EMPRESTIMOS/INVESTIMENTOS R$ 852.101,39 R$ 852.101,39<br />

MOVEIS E UTENSILIOS R$ 22.362,20 R$ 22.362,20<br />

INSTALAÇÕES R$ 43.141,13 R$ 43.141,13<br />

OBRAS EM ANDAMENTO R$ 317.431,53 R$ 317.431,53 PATR LÍQUIDO R$ 1.401.122,17 R$ 1.505.566,07<br />

TERRENOS R$ 102.000,00 R$ 102.000,00 CAPITAL SOCIAL R$ 1.000.000,00 R$ 1.000.000,00<br />

VEÍCULOS R$ 527.562,44 R$ 527.562,44<br />

COMPUTADORES E PERIFÉRICOS R$ 26.134,00 R$ 26.134,00 RESULTADOS A DESTINAR<br />

(-) DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS R$ (64.337,57) R$ (80.235,89) LUCROS ACUMULADOS R$ 401.122,17 R$ 505.566,07<br />

Indica<strong>do</strong>res financeiros<br />

A) Liquidez corrente<br />

O índice de liquidez corrente mede a capacidade de pagamento de curto<br />

prazo da empresa, ou seja, de quantos reais imediatamente disponíveis conversíveis<br />

em curto prazo em dinheiro, a empresa dispõe. Demonstra a relação existente entre<br />

o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja, quanto existe no ativo circulante<br />

para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo (passivo circulante).<br />

O cálculo deste índice se dá pela seguinte fórmula:<br />

LC = AC / PC<br />

onde LC indica LIQUIDEZ CORRENTE, AC indica ATIVO CIRCULANTE e<br />

PC<br />

indica PASSIVO CIRCULANTE.<br />

Assim tem-se em:


108<br />

Balanço inicial<br />

LC = 1.166.161,65 / 973.335,86<br />

LC = 1,19<br />

Balanço final<br />

LC = 1.273.082,97 / 959.914,70<br />

LC = 1,32<br />

Pelos cálculos, pode-se verificar que no balanço inicial, para cada real de<br />

dívida no curto prazo, há disponibilidade de um real e dezenove centavos<br />

disponíveis. No balanço final este índice melhorou para um real e trinta e <strong>do</strong>is<br />

centavos.<br />

B) Liquidez imediata<br />

O quociente de liquidez imediata reflete a relação existente entre o<br />

disponível (caixa, bancos, conta corrente e aplicações de liquidez imediata) e o<br />

passivo circulante. Evidencia a porcentagem de dívidas de curto prazo da empresa<br />

que podem ser saldadas imediatamente, utilizan<strong>do</strong> somente as disponibilidades.<br />

Calcula-se da seguinte forma:<br />

LI = Disp / PC<br />

Portanto,<br />

Balanço inicial<br />

LI = 31.113,10 / 973.335,86<br />

LI = 0,032<br />

Balanço final


109<br />

LI = 102.859,09 / 959.914,70<br />

LI = 0,11<br />

Conforme estes cálculos nota-se que a disponibilidade de caixa é baixa para<br />

liquidar imediatamente o passivo circulante, sen<strong>do</strong> que no balanço final este índice<br />

melhorou em vista <strong>do</strong> balanço inicial.<br />

C) Liquidez seca<br />

O indica<strong>do</strong>r de liquidez seca é um índice conserva<strong>do</strong>r, que indica o<br />

percentual de dívidas de curto prazo da empresa que pode ser liquida<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>se<br />

somente os ativos circulantes de maior liquidez, ou seja, excetuan<strong>do</strong>-se os<br />

estoques. Indica quanto a empresa possui no ativo líqui<strong>do</strong> para cada R$ 1,00 de<br />

passivo circulante. Seu caráter conserva<strong>do</strong>r deve-se à alta rotatividade <strong>do</strong>s estoques<br />

em algumas empresas.<br />

O índice é calcula<strong>do</strong> através da seguinte fórmula:<br />

LS = AC – Estoque / PC,<br />

onde LS significa LIQUIDEZ SECA, AC significa ATIVO CIRCULANTE e PC significa<br />

PASSIVO CIRCULANTE.<br />

Portanto,<br />

Balanço inicial<br />

LS = 1.166.161,65 – 304.777,06 / 973.335,86<br />

LS = 0,88<br />

Balanço final<br />

LS = 1.273.082,97 – 339.952,39 / 959.914,70<br />

LS = 0,97


110<br />

Sem contar os estoques, para cada real de dívida no balanço inicial, há falta<br />

de 12 centavos. No balanço final esse valor cai para 3 centavos, melhoran<strong>do</strong> o<br />

índice.<br />

D) Ponto de Equilíbrio<br />

O cálculo <strong>do</strong> ponto de equilíbrio indica o quanto a empresa necessita faturar<br />

para cobrir suas despesas. O calculo se dá obten<strong>do</strong>-se primeiro a margem de<br />

contribuição que é calculada pelo faturamento menos a despesa variável, divi<strong>do</strong><br />

novamente pelo faturamento multiplica<strong>do</strong> por 100. O ponto de equilíbrio se dá pela<br />

divisão da margem de contribuição pela despesa fixa.<br />

Assim,<br />

MC = [(FAT – DESP VARIÁVEL) / FAT] * 100<br />

PE = DESP FIXA / MC<br />

MC = [(2.835.528,14 – 2.380.693,59) / 2.835.528,14] * 100<br />

MC = (454.834,55 / 2.835.528,14) * 100<br />

MC = 0,1604 * 100<br />

MC = 16,04<br />

PE = 219.791,11 / 0,1604<br />

PE = 1.370.268,77<br />

Isto significa que, para que a empresa, nesta margem de contribuição, possa<br />

equilibrar suas receitas e despesas, deve faturar R$ 1.370.268,77 (um milhão,<br />

trezentos e setenta mil, duzentos e sessenta e oito reais e setenta e sete centavos)<br />

no perío<strong>do</strong>.


111<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O ambiente empresarial cada vez mais competitivo, com disputas e<br />

concorrências acirradas, vive transformação em crescente aceleração. A busca de<br />

informações com confiabilidade e em tempo e lugar correto, traz benefícios às<br />

organizações. O ambiente competitivo torna as relações cada vez mais impregnadas<br />

em competências de gestão. Quem não for criativo, organiza<strong>do</strong> e capaz, está fora <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>.<br />

Neste trabalho, foi evidenciada a importância <strong>do</strong> uso de ferramentas para<br />

auxiliarem no processo de gestão. O planejamento estratégico está intrinsecamente<br />

liga<strong>do</strong> a este processo, sen<strong>do</strong> que, através deste, há a possibilidade de projeção da<br />

empresa para o futuro. Não se deseja evidenciar se a organização que a<strong>do</strong>ta o<br />

planejamento estratégico tem mais sucesso <strong>do</strong> que a que não a<strong>do</strong>ta. Propõe-se sim,<br />

mostrar que o planejamento estratégico é importante como forma de controle,<br />

saben<strong>do</strong>-se o caminho a ser trilha<strong>do</strong> pela organização. A importância de uma<br />

meto<strong>do</strong>logia que beneficie as estratégias empresariais dentro <strong>do</strong>s conceitos teóricos<br />

de cada etapa serviu de base para atingir os objetivos deste trabalho.<br />

Como numa orquestra, to<strong>do</strong>s os instrumentos devem estar rigorosamente<br />

afina<strong>do</strong>s e em consonância uns com os outros. Assim também na empresa, to<strong>do</strong>s os<br />

setores, desde a alta administração até a mais simples e singela das ações<br />

desenvolvidas, devem nortear a partitura previamente escrita para dar harmonia à<br />

gestão. Pode-se chamar esta partitura de planejamento estratégico, que com seus<br />

meios de controle e ferramentas particulares emite as notas a serem emanadas <strong>do</strong>s<br />

diversos setores da organização.


112<br />

Evidentemente o assunto explana<strong>do</strong> neste trabalho não é definitivo, bem<br />

como não encerra o tema. Apenas iniciou-se um processo que muito ainda deve ser<br />

discuti<strong>do</strong> e desenvolvi<strong>do</strong>. A fundamentação teórica exposta no início deste estu<strong>do</strong><br />

serve como fonte de argumentação ao estu<strong>do</strong> de caso, basean<strong>do</strong> as ações a serem<br />

desenvolvidas na organização.<br />

É possível afirmar que a controla<strong>do</strong>ria exerce papel de extrema importância<br />

no cotidiano das empresas. Sua função de gerenciar, analisar e relatar informações<br />

e alternativas de ação para as organizações é fator decisivo para a otimização <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s e manutenção da saúde econômico-financeira da empresa.<br />

As diretrizes, pelas quais se pretende gerir os negócios da empresa,<br />

decorrem da missão estabelecida. Neste âmbito, a controla<strong>do</strong>ria toma parte <strong>do</strong><br />

modelo de gestão ideal, compreenden<strong>do</strong> o planejamento, execução e controle,<br />

proporcionan<strong>do</strong> a devida qualificação às tomadas de decisões.<br />

A partir de pesquisas bibliográficas, no primeiro capítulo, fundamentou-se a<br />

pesquisa realizada no estu<strong>do</strong> de caso. Através de citações, ficou claramente<br />

evidencia<strong>do</strong> o que, durante o processo de aprendizagem acadêmica, formalizam-se<br />

posições, estu<strong>do</strong>s, teorias para a gestão. A explanação da fundamentação teórica<br />

tem o senti<strong>do</strong> de argumentar e dar alicerce às práticas de gestão a serem<br />

desenvolvidas na empresa.<br />

O objetivo geral deste estu<strong>do</strong> orientou a elaboração de um planejamento e<br />

controla<strong>do</strong>ria estratégica para uma empresa de comércio de veículos sinistra<strong>do</strong>s,<br />

avalian<strong>do</strong> como este pode influenciar no processo de tomada de decisões. A partir<br />

<strong>do</strong> planejamento e de sua execução e controle, sob a perspectiva <strong>do</strong> processo de<br />

gestão, se entende o controle organizacional. Deste mo<strong>do</strong>, observa-se que a<br />

decisão é tarefa mais importante na organização. Porém, a habilidade <strong>do</strong> decisor em<br />

desenvolver e analisar as alternativas disponíveis para a solução de problemas, isto<br />

é, qual o caminho a trilhar, é de fundamental importância. Uma vez colocada de<br />

maneira não inteligível ou sem comprometimento, a proposta pode sucumbir e o<br />

problema persistir.


113<br />

No entanto, aprendeu-se durante a construção e desenvolvimento <strong>do</strong><br />

trabalho, a importância para a organização estudada, de por em prática um<br />

planejamento. Observou-se que não há nenhum registro por escrito das ações a<br />

serem seguidas, a não ser na mente <strong>do</strong>s gestores. Isso pode ser trata<strong>do</strong> como fator<br />

positivo para a habilidade de rápidas manobras e mudanças a serem tomadas. Por<br />

conseguinte, a estrutura como um to<strong>do</strong>, fica a mercê <strong>do</strong> andamento de determinadas<br />

ações, o que não impede a flexibilidade <strong>do</strong> planejamento estratégico para incorporar<br />

oportunidades. Isso faz com que as decisões venham prontas, na maioria das vezes<br />

passíveis só de aceitação sem questionamentos ou possíveis mudanças para serem<br />

melhor desenvolvidas.<br />

É sabi<strong>do</strong> que uma maior participação por to<strong>do</strong>s os integrantes da empresa<br />

no processo decisório pode ajudar no crescimento, alavancan<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong>. Esta<br />

crítica não quer demonstrar uma má gestão, mas sim, quer oferecer elementos para<br />

melhorar o processo decisório da organização.<br />

Finalizan<strong>do</strong>, pode-se afirmar que os objetivos <strong>do</strong> trabalho foram alcança<strong>do</strong>s,<br />

ajudan<strong>do</strong> o pesquisa<strong>do</strong>r na construção <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong>, fornecen<strong>do</strong> elementos<br />

conscientes para poder aplicar na práxis o que a academia enuncia. A elaboração<br />

de um planejamento de controla<strong>do</strong>ria foi exposta a fim de contribuir para o processo<br />

de tomada de decisões na empresa.<br />

Este estu<strong>do</strong> não encerra o assunto. Apenas apresenta elementos capazes<br />

de motivar e contribuir para o crescimento da organização. Depende agora <strong>do</strong>s<br />

gestores desta, para que o trabalho continue e surta efeito. Ainda há possibilidade<br />

de ampliação deste trabalho a outras empresas <strong>do</strong> segmento, ou mesmo ser<br />

aprofunda<strong>do</strong> na própria empresa.


114<br />

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