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PARANÁ CADERNO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA - Ministério do ...

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Caderno da Região Hidrográfica <strong>do</strong> Paraná122A imigração européia iniciou-se em 1847, com a instalação,na cidade de Limeira/SP, de 117 famílias italianas, alemãs,suíças e belgas, pelo sena<strong>do</strong>r Vergueiro. Entre 1850 e1889, entraram no país 871.981 imigrantes, a maioria destinadaao trabalho na cultura <strong>do</strong> café em terras paulistas. Omaior contingente foi de italianos, segui<strong>do</strong>s por espanhóis,portugueses, alemães, russos e poloneses.Além da cultura <strong>do</strong> café, a vida econômica da Bacia <strong>do</strong>rio Paraná era complementada com uma agricultura diversificada,com cana de açúcar, milho e trigo, além da criaçãoextensiva de ga<strong>do</strong>, esta desenvolvida nas regiões de tradiçãopecuária de Mato Grosso <strong>do</strong> Sul e Paraná.Coexistiam, então, duas situações: a área de agriculturacapitalista (café), já vinculada ao processo de industrializaçãoe as áreas tradicionais, dependentes da agropecuáriae com pouca assistência governamental. Desta situação, deexclusão da vida econômica moderna <strong>do</strong> país, resultou oepisódio da Guerra <strong>do</strong> Contesta<strong>do</strong>, na região limítrofe entreos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná e Santa Catarina, com lutas entre posseirose tropas federais, ao serem concedidas terras a duascompanhias americanas que fariam a construção de umaestrada de ferro entre São Paulo e Porto Alegre.No início da década de 1930, a região norte de Santa Catarinae Paraná foi alvo de grandes movimentos migratórios internos,com a transferência de grandes contingentes de gaúchos,em sua maioria da segunda geração de europeus, dedica<strong>do</strong>sinicialmente à exploração madeireira e, após, à agricultura. Namesma época, a capital paulista recebia quantidade expressivade migrantes nordestinos, fugitivos das secas e das dificuldadeseconômicas de seus Esta<strong>do</strong>s de origem.As dificuldades econômicas agravaram-se com a conjugaçãoda crise de 1929, na bolsa de Nova Iorque, e a superproduçãode café, sempre estimulada pelo Governo Federal.Com a Revolução de 1930, gerada pela revolta contraas oligarquias paulistas e mineiras (política <strong>do</strong> “Café comLeite”), e a crise econômica, começa a modificar-se a vidaeconômica e social <strong>do</strong> país.As reformas sociais introduzidas pela Carta de 1934, liberale nacionalista, produzem um novo caminho para odesenvolvimento econômico <strong>do</strong> país e, especialmente, daregião Sudeste. O Esta<strong>do</strong> de São Paulo, detentor de grandescapitais e incipientemente industrializa<strong>do</strong>, contava comexcedentes de mão-de-obra, aspecto contempla<strong>do</strong> pelo GovernoFederal em seu Plano de Desenvolvimento.A industrialização paulista foi crescente e dinâmica, superan<strong>do</strong>a da capital <strong>do</strong> país (Rio de Janeiro), com gradativainteriorização e disseminação para as regiões vizinhas. Entre1929 e 1937, o setor industrial brasileiro cresceu 50% ea metade <strong>do</strong> parque industrial era paulista.Com as dificuldades de alcançar o merca<strong>do</strong> externo, faceàs conseqüências da crise de 1929, acelerou-se a expansão <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> interno, com a consolidação de novas estruturas decomercialização, tanto da produção agrícola, quanto da industrial.Desta forma, as regiões mais distantes da Região Hidrográfica<strong>do</strong> Paraná foram incorporadas ao ciclo econômico.Durante e após a II Guerra Mundial, ocorre novo surtode industrialização no país, e prossegue a incorporação dasáreas da Região Centro-Oeste à vida econômica nacional.Outro ciclo de desenvolvimento que afetou de mo<strong>do</strong> extremamentepositivo todas as regiões da Bacia <strong>do</strong> Rio Paranáfoi o “desenvolvimentismo” <strong>do</strong> Governo JK, com seuPlano de Metas alcançan<strong>do</strong> a diversificação econômica, aindústria de bens de capital, energia, transporte, alimentose educação. Nesta época instala-se, em São Paulo, a industriaautomobilística, até hoje um <strong>do</strong>s grandes destaques <strong>do</strong>avanço industrial brasileiro.Concomitantemente ao crescimento <strong>do</strong> produto industrial,a agropecuária regional experimenta um processode modernização com base em novas tecnologias. Como aumento da população, decorrente de novas condiçõessanitárias e das migrações internas, a procura de empregoampliou-se assim como a necessidade de alimentos e matéria-primaagrícola, motivan<strong>do</strong> contingentes crescentes degaúchos, paranaenses e paulistas a incorporarem definitivamenteas áreas da Região Hidrográfica <strong>do</strong> Paraná situadasem Goiás e Mato Grosso <strong>do</strong> Sul à economia nacional.Fato marcante também para a consolidação deste processode interiorização foi a construção de Brasília, que continuasen<strong>do</strong> fonte de atração de trabalha<strong>do</strong>res e capitais nocontexto da Região Centro-Oeste (FGV, 1998).Mais recentemente, merecem atenção os seguintes aspectos:a) processo de desindustrialização da RM-SP e de ex-

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