Com o aparecimento do oídio nas plantações <strong>de</strong> pimentão, os agricultorespassaram a usar fungicidas sistêmicos e com especificida<strong>de</strong>, mas que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre sãoeficientes. Além disso, o uso indiscriminado po<strong>de</strong> induzir e promover o surgimento <strong>de</strong>raças resistentes do patógeno ao fungicida. Levando-se <strong>em</strong> conta que o cultivoprotegido <strong>de</strong> pimentão no Brasil é importante e crescente, a incorporação <strong>de</strong> genes queconfer<strong>em</strong> resistência ao oídio é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a manutenção <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> cultivo.Os híbridos F 1 têm sido a melhor estratégia para a<strong>um</strong>entar <strong>de</strong> imediato aprodutivida<strong>de</strong> e melhorar a qualida<strong>de</strong> dos frutos <strong>de</strong> pimentão, não excluindo apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se selecionar<strong>em</strong> linhagens superiores <strong>em</strong> populações segregantes<strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> genitores F 2 ou mesmo <strong>de</strong> retro<strong>cruzamento</strong>. Já foi verificado que opimentão apresenta vigor <strong>de</strong> híbrido (heterose) e que é possível produzir híbridos F 1resistentes ao vírus Y e mais produtivos do que as cultivares utilizadas pelosagricultores brasileiros (TAVARES, 1993).Em <strong>um</strong> programa <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong> hortaliças, os principais objetivos estãorelacionados com a introdução <strong>de</strong> resistência genética a doenças, produtivida<strong>de</strong> equalida<strong>de</strong> do produto. Entretanto a avaliação dos genitores torna-se fundamental para aescolha dos mesmos a ser<strong>em</strong> utilizados <strong>em</strong> programas <strong>de</strong> melhoramento.Uma forma <strong>de</strong> se avaliar o potencial genético dos genitores e híbridos triplos éutilizando <strong>um</strong> <strong>cruzamento</strong> dialélico <strong>parcial</strong> na avaliação dos caracteres agronômicos.Sua utilização t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> a partir do <strong>de</strong>senvolvimento dos conceitos das capacida<strong>de</strong>sgeral e específica <strong>de</strong> combinação, estabelecidos por SPRAGUE & TATUM (1942).Os objetivos <strong>de</strong>sse trabalho foram <strong>de</strong>terminar o potencial agronômico <strong>de</strong>híbridos triplos <strong>de</strong> pimentão, obtidos por meio <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>cruzamento</strong> dialélico <strong>parcial</strong> entrecinco híbridos comerciais suscetíveis e dois genótipos <strong>de</strong> C. annu<strong>um</strong> resistentes a L.taurica, visando i<strong>de</strong>ntificar e selecionar híbridos promissores, e avaliar a reação doshíbridos triplos ao oídio.2 REVISÃO DE LITERATURA2.1 Generalida<strong>de</strong>s Sobre o PimentãoO pimentão pertence à família Solanaceae, gênero Capsic<strong>um</strong>. O número <strong>de</strong>espécies nesse gênero varia entre os autores, sendo cerca <strong>de</strong> 20 a 25 espécies,normalmente classificadas <strong>de</strong> acordo com o nível <strong>de</strong> domesticação. As espécies2
cultivadas são diplói<strong>de</strong>s, com 2n=24 cromossomos, autocompatíveis, on<strong>de</strong> aautofecundação é com<strong>um</strong>, portanto, são classificadas como plantas preferencialmenteautógamas (CASALI et al., 1984). Embora, botanicamente, seja consi<strong>de</strong>rada <strong>um</strong>aespécie perene, do ponto <strong>de</strong> vista agrícola, o pimentão é tratado como anual(BERGAMIN FILHO et al., 1995; ZATARIM et al., 2005).A palavra pimentão, na maioria das línguas, <strong>de</strong>riva do greco-latino peperi oupiper, que significa pimentão preto, e a palavra Capsic<strong>um</strong> do grego kapso, kaptein(mor<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>vorar) ou kapsakes (saco, cápsula) (PICKERSGILL, 1971; EMBRAPA,2005).Segundo PICKERSGILL (1971), o centro <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> do gênero Capsic<strong>um</strong> é aAmérica tropical, mais especificamente o México e a Guat<strong>em</strong>ala. Então, as espéciesforam se espalhando para o norte até os Estados Unidos e ao sul até o Uruguai. Suaimportância cresceu após ter<strong>em</strong> sido levadas por Colombo para a Europa, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foramdifundidas por todo o continente europeu e, posteriormente, para a Ásia. Atualmente, opimentão é cultivado <strong>em</strong> todo o mundo, das regiões tropicais às t<strong>em</strong>peradas. Possui <strong>um</strong>aampla variabilida<strong>de</strong> genética, com vasta distribuição geográfica.As espécies cultivadas do gênero Capsic<strong>um</strong> são C. annu<strong>um</strong> (pimentão, pimentase pimentas ornamentais), C. baccat<strong>um</strong> (pimentas como <strong>de</strong>do-<strong>de</strong>-moça, cambuci echapéu-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong>), C. chinense (pimentas-<strong>de</strong>-cheiro ou pimenta-<strong>de</strong>-bo<strong>de</strong>, como murici,murupi e pimenta-<strong>de</strong>-bico), C. frutescens (pimentas malagueta e tabasco) e C.pubescens, que não é cultivada comercialmente no Brasil. O pimentão e várias pimentaspertenc<strong>em</strong> à espécie C. annu<strong>um</strong> e apresentam flores solitárias e corola branca. Adiferença entre pimenta e pimentão é <strong>de</strong> natureza genética e <strong>de</strong>vida, provavelmente, a<strong>um</strong>a mutação no caráter responsável pela pungência das pimentas, sendo a capsaicina<strong>um</strong> dos principais componentes responsáveis por esse caráter, dando orig<strong>em</strong> a plantasnão-pungentes. A pungência é <strong>um</strong> caráter dominante, mas bastante afetado peloambiente. A partir da <strong>de</strong>scoberta do tipo doce, a pimenta foi sendo selecionada pelohom<strong>em</strong>, visando a obtenção <strong>de</strong> frutos maiores e a manutenção do caráter não-pungente,originando o pimentão (PICKERSGILL, 1971; PICKERSGILL, 1997).As plantas <strong>de</strong> pimentão são termófilas e o intervalo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura para oseu <strong>de</strong>senvolvimento está entre 16 °C e 28 °C. Para o cultivo protegido, recomenda-set<strong>em</strong>peratura noturna <strong>de</strong> 20 °C e diurna entre 27 °C e 30 °C (BERGAMIN FILHO et al.,1995; ZATARIM et al., 2005).3
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5 CONCLUSÕESPara as condições em
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CAFÉ FILHO, A.C., COELHO, M.V.S.;
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7 ANEXOSAnexo I - Análise de solo