que se refere ao <strong>cruzamento</strong> <strong>de</strong> indivíduos com certo grau <strong>de</strong> parentesco, leva à perda <strong>de</strong>vigor, fenômeno contrário da heterose. Hoje, sabe-se, entretanto, que <strong>em</strong> plantasautógamas, a autofecundação não é absolutamente prejudicial, mas muitas vezes notamseos efeitos benéficos da hibridação.Outras teorias sobre a heterose estão sendo explicadas por taxas comparativas <strong>de</strong>crescimento, genética clássica e, <strong>em</strong> menor grau, pela fisiologia e bioquímica, masnenh<strong>um</strong>a proporcionou tanta informação quanto à controvérsia dominância vs.sobredominância. Para o melhorista, essa controvérsia é secundária, pois ele estáinteressado <strong>em</strong> saber se a heterose po<strong>de</strong> ser manipulada a fim <strong>de</strong> gerar formas maisprodutivas (SPRAGUE, 1983).A epistasia também foi investigada por PATERNIANI (1974) quanto ao seupossível efeito sobre a heterose. Para o milho, ela se mostrou importante quanto ao diaspara o florescimento, altura <strong>de</strong> espiga e produtivida<strong>de</strong>.Segundo FALCONER (1981), a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> heterose produzida <strong>em</strong> <strong>um</strong><strong>cruzamento</strong> entre dois genitores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da diferença <strong>de</strong> freqüência gênica entre osmesmos para os locos envolvidos na expressão <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>terminada característica,portanto, se não houver diferença, não haverá heterose. Se a diferença existir <strong>em</strong> mais<strong>de</strong> <strong>um</strong> loco, os valores individuais <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>sses locos se combinaram aditivamentee a heterose produzida po<strong>de</strong>rá ser representada pelo efeito conjunto <strong>de</strong> todos os locoscomo a soma <strong>de</strong> suas contribuições separadas. Para que ocorra heterose é necessário queexista dominância. Se alguns locos for<strong>em</strong> dominantes <strong>em</strong> <strong>um</strong>a direção e outros <strong>em</strong>outra, seus efeitos ten<strong>de</strong>rão a se cancelar e nenh<strong>um</strong>a heterose po<strong>de</strong>rá ser observada,apesar da dominância nos locos individuais.Em geral, os híbridos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> parentais geneticamente divergentes e/ou <strong>de</strong>origens geográficas diferentes, expressam valores heteróticos maiores (MIRANDA,1987; TAVARES, 1993; MELO, 1997; SILVA, 2002).Em hortaliças t<strong>em</strong> sido possível explorar a heterose <strong>em</strong> espécies alógamas comoabóbora, brócolis, cebola, cenoura, couve-flor, melancia, melão, pepino e repolho(PEARSON, 1983); e autógamas como tomate (MELO, 1987) e pimentão (MIRANDA,1987; TAVARES, 1993; MELO, 1997; SILVA, 2002).Em relação à heterose <strong>em</strong> pimentão, MIRANDA (1987), obteve valoreselevados para produção total <strong>de</strong> frutos por planta, número total <strong>de</strong> frutos por planta,produção precoce-peso dos frutos, produção precoce-número <strong>de</strong> frutos e peso médio dosfrutos amostrados. E também observou que os híbridos F 1 superaram a cultivar-padrão16
Agronômico-10 G quanto à produção <strong>de</strong> planta, produção precoce-peso dos frutos,número total <strong>de</strong> frutos por planta, peso médio dos frutos e comprimento do fruto. ParaTAVARES (1993), a heterose foi positiva e significativa com relação a cultivar-padrãoMagda para produção total <strong>de</strong> frutos, número total <strong>de</strong> frutos, produção precoce-peso <strong>de</strong>frutos, produção precoce-número <strong>de</strong> frutos, largura <strong>de</strong> fruto, número <strong>de</strong> lóculos porfruto e peso médio <strong>de</strong> frutos. Já para MELO (1997), os valores mais elevados daheterose dos híbridos <strong>em</strong> relação a cultivar-padrão Magali foram para produção total <strong>de</strong>frutos por planta, peso dos frutos da produção precoce, número <strong>de</strong> frutos da produçãoprecoce e espessura <strong>de</strong> polpa. Ela também observou que os híbridos triplos sediferenciaram mais pelos caracteres <strong>de</strong> fruto do que pelos componentes <strong>de</strong> produção.Enquanto SILVA (2002) encontrou valores significativos <strong>de</strong> heterose <strong>em</strong> relação àmédia dos genitores para altura <strong>de</strong> planta na maturida<strong>de</strong>, produção <strong>de</strong> frutos por planta,número <strong>de</strong> frutos por planta, peso médio <strong>de</strong> fruto, comprimento <strong>de</strong> fruto, diâmetro dofruto, espessura <strong>de</strong> pericarpo <strong>de</strong> fruto e número <strong>de</strong> lóculos por fruto.3 MATERIAL E MÉTODOSOs experimentos foram conduzidos <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> ambiente protegido, noCentro <strong>de</strong> Horticultura, localizado no Centro Experimental do Instituto Agronômico, <strong>em</strong>Campinas-SP.3.1 Material ExperimentalPara a obtenção da geração F 1 foram utilizados sete genitores os quais se difer<strong>em</strong>quanto às suas reações e características agronômicas, <strong>de</strong>scritas a seguir.Pimentão HV-12 – Varieda<strong>de</strong> obtida <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>cruzamento</strong> entre a cultivar <strong>de</strong>pimenta ‘H3’, originária da Etiópia e o pimentão ‘Vânia’, respectivamente resistente esuscetível ao oídio. Plantas haplói<strong>de</strong>s foram obtidas por meio <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> anteras <strong>de</strong>plantas F 1 . Posteriormente, os haplói<strong>de</strong>s androgenéticos foram diploidizados com o uso<strong>de</strong> colchicina e selecionados para resistência ao oídio. Os frutos são precoces do tipocônico longo, com dois a três lóculos, polpa fina, coloração vermelha e s<strong>em</strong> valorcomercial. É altamente resistente ao oídio (BLAT, 2004).Pimenta #124 – Pimenta originária <strong>de</strong> Los Baños, Filipinas. A frutificação ébastante tardia e os frutos possu<strong>em</strong> formato cônico e pequeno, variando <strong>de</strong> 5 a 10 cm,coloração vermelha. É resistente ao oídio (BLAT, 2004).17
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