Apesar <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada <strong>um</strong>a planta autógama, a taxa <strong>de</strong> <strong>cruzamento</strong> naturalpo<strong>de</strong> atingir até 36 %. As flores são hermafroditas, com cinco anteras e <strong>um</strong> estigma. Aabertura da flor ocorre com maior freqüência nas três primeiras horas do dia,permanecendo abertas, <strong>em</strong> média, durante 24 horas. A receptivida<strong>de</strong> do estigma po<strong>de</strong>ocorrer <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong> botão, na véspera da antese, até duas ou três horas após aabertura (CASALI et al., 1984).Os frutos <strong>de</strong> pimentão não se <strong>de</strong>stacam somente pelo seu fruto atrativo, <strong>de</strong> odor epaladar agradável, mas também por seu valor nutricional, pois possu<strong>em</strong> alto teor <strong>de</strong>vitamina C, a qual foi purificada pela primeira vez <strong>em</strong> Capsic<strong>um</strong> pelo bioquímicohúngaro Albert Szent-Györgyi que ganhou o Prêmio Nobel por seu trabalho(BOSLAND, 1993).2.2 Taxonomia, Sintomatologia e Epi<strong>de</strong>miologia <strong>de</strong> OídioOs agentes causais dos oídio são da classe dos Ascomicetos, famíliaErysiphaceae. A espécie <strong>de</strong> Leveillula taurica possui estágio assexual, anamórfico econidial on<strong>de</strong> é conhecida por Oidiopsis taurica (E.S. Salmon). O fungo produz hifasclaras e septadas, que formam <strong>um</strong> micélio branco ou cinza claro. As hifas dão orig<strong>em</strong> aconidióforos curtos, eretos e não ramificados, a partir dos quais se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> osconídios, arranjados <strong>em</strong> ca<strong>de</strong>ia. Os conídios são hialinos, unicelulares, <strong>de</strong> formaligeiramente retangular a ovalada. As hifas também formam haustórios, que sãoestruturas especializadas na retirada <strong>de</strong> nutrientes diretamente das células dohospe<strong>de</strong>iro. Estas estruturas, provenientes do int<strong>um</strong>escimento das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s dashifas que penetram no interior das células, permit<strong>em</strong> que o fungo exerça <strong>um</strong>a formaevoluída <strong>de</strong> parasitismo, proporcionando <strong>um</strong>a longa convivência entre patógeno ehospe<strong>de</strong>iro (CLERK & AYESU-OFFEI, 1967; BERGAMIN FILHO et al., 1995;BORÉM & MIRANDA, 2005).No estágio sexual, on<strong>de</strong> o fungo é chamado L. taurica (Lév.) G. Arnaud, omicélio forma corpos <strong>de</strong> frutificação do tipo cleistotécio, inicialmente claros, <strong>de</strong>poisescuros, <strong>de</strong> forma a tornar<strong>em</strong>-se visíveis, <strong>em</strong> contraste com o micélio branco. As ascasfreqüent<strong>em</strong>ente possu<strong>em</strong> dois ascósporos. Esta fase perfeita nunca foi encontrada <strong>em</strong>pimentão (PALTI, 1988; STADNIK & RIVERA, 2001).O que diferencia L. taurica dos outros oídios é o fato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver micéliointerno causando necrose <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as células. Produz dois tipos <strong>de</strong> conídios, o primário,com o formato lanceolado, e o secundário, com o formato cilíndrico. Ao infectar<strong>em</strong> a4
planta, os esporos germinam produzindo tubos germinativos prolongados, que<strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> lobos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são na superfície epidérmica do tecido da planta. Após acolonização do tecido, ocorre a proliferação <strong>de</strong> conidióforos através da abertura ostiolar,interferindo nas trocas gasosas das plantas infectadas (CAFÉ FILHO et al., 2001). Osesporos <strong>de</strong> oídio do pimentão po<strong>de</strong>m germinar <strong>em</strong> condições extr<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>um</strong>ida<strong>de</strong>relativa (<strong>de</strong> 0% a 100%), diferent<strong>em</strong>ente da maioria dos tipos <strong>de</strong> oídio que normalmentegerminam <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> <strong>um</strong>ida<strong>de</strong> relativa baixa, porém é <strong>em</strong> ambientes com<strong>um</strong>ida<strong>de</strong> relativa alta que melhor se <strong>de</strong>senvolve, variando <strong>de</strong> 85% a 100% (CLERK &AYESU-OFFEI, 1967; CAESAR & CLERK, 1984) A t<strong>em</strong>peratura i<strong>de</strong>al para oestabelecimento do oídio na planta hospe<strong>de</strong>ira é <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 32°C (SHIFRISS et al.,1992), já para o seu <strong>de</strong>senvolvimento é a 20°C, observando-se <strong>um</strong>a alta taxa <strong>de</strong><strong>de</strong>foliação e esporulação do patógeno (REUVENI et al., 1974).No pimentão, <strong>um</strong> dos sintomas mais observados e prejudiciais é a <strong>de</strong>foliação,que leva à redução do número <strong>de</strong> frutos, <strong>de</strong>vido à queima dos frutos pela alta incidênciado sol, e à obtenção <strong>de</strong> frutos menores, pela redução na absorção dos nutrientes daplanta produzidos através da fotossíntese (REUVENI et al., 1998).O prejuízo na nutrição da planta é <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> acúmulo e cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong>fotossintatos nas áreas infectadas. Isso ocorre <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> alteração napermeabilida<strong>de</strong> celular das células infectadas, havendo <strong>um</strong>a absorção mais rápida daglicose, causada pelo fungo, que acelera o metabolismo citoplasmático das células,assim, tornando-as mais competitivas (LOPEZ & RIVERA, 2001).A abscisão foliar po<strong>de</strong> ser atribuída à ação hormonal do patógeno (WIESE &DEVAY, 1970), hormônios produzidos pela planta hospe<strong>de</strong>ira após a infecção pelopatógeno (WILLIAMSON, 1950) ou inibidores da ação <strong>de</strong> enzimas da plantahospe<strong>de</strong>ira (SEQUEIRA & STEEVES, 1954). Segundo REUVENI et al. (1976), aabscisão foliar também po<strong>de</strong> ser influenciada pela presença do manganês a<strong>um</strong>entando aativida<strong>de</strong> da peroxidase, e, <strong>de</strong> acordo com REUVENI & PERL (1979), por elevadaativida<strong>de</strong> da isoenzimas <strong>de</strong> peroxidase no pedúnculo foliar.Segundo LIMA et al. (2004), existe correlação negativa altamente significativaentre o número <strong>de</strong> dias do transplante ao florescimento e o grau <strong>de</strong> resistência. Háindícios <strong>de</strong> que à medida que o genótipo floresce mais precoc<strong>em</strong>ente ocorre maiorpredisposição para a suscetibilida<strong>de</strong>. Assim, a precocida<strong>de</strong> no florescimento efrutificação po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rada na expressão da doença. SOUZA & CAFÉ FILHO5
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