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156CAMINHOS CONVERGENTES: ESTADO E SOCIEDADE NA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASILprograma de ação afirmativa tem programa de permanência satisfatório.As ações afirmativas têm sido adota<strong>da</strong>s, grosso modo, a “custo zero”, oque torna o sistema precário e pode comprometer a eficácia acadêmica esocial desse tipo de política pública.Acreditamos que nesse ponto referente à permanência encontra-se achave do sucesso dos programas de ampliação do acesso para estu<strong>da</strong>ntesafrodescendentes no ensino superior. No cenário atual do debate no Brasil,o pior que pode acontecer em relação ao futuro destas políticas é o esvaziamento<strong>da</strong>s mesmas, seja pela evasão dos alunos beneficiados ou pelainsuficiência de condições para que os estu<strong>da</strong>ntes tenham um bom desempenhono curso superior. A vigilância <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil e principalmente<strong>da</strong>s organizações do movimento negro em relação à concretização destasmedi<strong>da</strong>s terá um papel fun<strong>da</strong>mental neste processo.III. CONSIDERAÇÕES FINAIS: LACUNAS, IMPASSES,ALTERNATIVASAo lado dos aspectos que já foram apontados no item anterior, consideramosimportante abor<strong>da</strong>r outras questões que se relacionam diretamentecom o debate sobre democratização e “desracialização” do ensino superiorno Brasil.Como argumentam muitos estudiosos, tanto críticos quanto entusiastas<strong>da</strong>s políticas de ação afirmativa, as origens do pequeno número de estu<strong>da</strong>ntesafrodescendentes no ensino superior devem-se, em grande medi<strong>da</strong>,ao processo de exclusão que estes estu<strong>da</strong>ntes sofrem em estágios anteriores<strong>da</strong> sua trajetória educacional (TEIXEIRA, 2003: 197). Apesar dos <strong>da</strong>dospositivos ao longo <strong>da</strong> última déca<strong>da</strong>, o Brasil não universalizou o acesso aoensino fun<strong>da</strong>mental, se tomamos como referência o número de concluintes<strong>da</strong> oitava série em relação aos que se matriculam nas primeiras séries.Situação ain<strong>da</strong> mais crítica ocorre no ensino médio, onde encontramos37,3% dos matriculados com mais de 18 anos, evidenciando uma grandedefasagem entre i<strong>da</strong>de e série (IBGE, 2005). Desnecessário dizer que este<strong>da</strong>do guar<strong>da</strong> perversa correspondência com a cor dos estu<strong>da</strong>ntes (33,1%entre os estu<strong>da</strong>ntes brancos e 49,6% entre os estu<strong>da</strong>ntes pretos e pardos).Diante deste quadro, medi<strong>da</strong>s que visem à promoção de igual<strong>da</strong>de noacesso à educação no âmbito <strong>da</strong> conclusão do ensino fun<strong>da</strong>mental e

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