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76CAMINHOS CONVERGENTES: ESTADO E SOCIEDADE NA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASILquilombolas, sugiro que a interpretação desta política, assim como dofuturo próximo destes grupos estará seriamente limita<strong>da</strong> se não levarmosem conta o conjunto <strong>da</strong>s demais políticas públicas que hoje, para obem e para o mal, acompanham, sucedem ou, mais frenquentemente,antecedem a política fundiária em seus efeitos práticos locais. Assim,sob o risco de nos mantermos excessivamente colados aos documentos eaos <strong>da</strong>dos oficiais (<strong>da</strong><strong>da</strong> a escassez de material analítico de apoio), estetexto tem por objetivo esboçar uma visão de conjunto <strong>da</strong>s atuais políticaspúblicas para a população quilombola, sugerindo a partir <strong>da</strong>íalgumas questões para análise.Trata-se, portanto, de um esforço inicial e parcial, em função de limitespara os quais é necessário chamar atenção. Em primeiro lugar, este textose concentra em três políticas, aqui considera<strong>da</strong>s as mais importantes,seja diante do conjunto de deman<strong>da</strong>s apresenta<strong>da</strong>s pelas próprias comuni<strong>da</strong>des,seja diante do volume de investimentos oficiais mobilizados, oudos efeitos sociais que podem obter: regularização fundiária, saúde eeducação. Em segundo lugar, este texto concentra-se nas iniciativas dogoverno federal, não levando em conta iniciativas importantes que vemsendo toma<strong>da</strong>s por governos estaduais, principalmente nos campos <strong>da</strong>regularização fundiária e <strong>da</strong> educação. Finalmente, não pudemos incluirnesta análise, em função dos seus limites de tempo e espaço, <strong>da</strong>dos sobrea efetiva execução destas políticas, seus modelos de gestão, sua recepçãoe seus efeitos locais. Ain<strong>da</strong> assim, tal esforço nos parece fun<strong>da</strong>mentalpara estabelecer um ponto de parti<strong>da</strong>, cujos limites constituem uma pautapara novos investimentos analíticos.O PÚBLICOComecemos pela tentativa de delimitar qual seria o público <strong>da</strong>s políticaspara quilombos, segundo os números do próprio governo, em si mesmosbastante imprecisos. Acompanhando a indicação numérica do movimentoquilombola, a Secretaria Especial de Promoção <strong>da</strong> Igual<strong>da</strong>de Racial(Seppir) estima a existência de 3.900 comuni<strong>da</strong>des quilombolas em todoo país, acrescentando a esta estimativa a de que tais comuni<strong>da</strong>descorresponderiam a 325 mil famílias, numa razão de pouco mais de 80famílias por comuni<strong>da</strong>de. Este, ao menos do ponto de vista <strong>da</strong>s manifestaçõespúblicas desta secretaria, é o horizonte populacional para o qual

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