contos lauro ferrao

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108 Meu coração ficou na curva do Rio Paranaíba ela está dirigindo e não pode atender... é, mas ela não vai atender... mesmo você sendo o patrão dela – e desligou. Clara ficou assustada com a atitude de Alfredo. – Tá doido, Alfredo. Pode ser alguma coisa importante do meu serviço. – Nada é mais importante que a lei. O celular, que ainda estava na mão do Alfredo, tocou novamente. – Já disse que ela não vai atender... Eu sei que você é o patrão, mas ela está dirigindo. Tá, então se fosse você atenderia o celular dirigindo? É... então, o senhor é um infrator costumário e minha mulher não atende pessoas assim – e desligou novamente o celular. Clara com uma mão no volante e a outra estendida não estava acreditando na cena que tinha presenciado. Olhou para o Alfredo com uma cara desolada, já pensando em desemprego. Freou o carro. – Alfredo, desce do meu carro e vai para o inferno com suas leis. Alfredo desceu do carro resignado, sabendo que para desaforo da esposa não havia lei que o amparasse.
CRÔNICAS E CONTOS 109 Sofia e a Flor Florisbela, chamada simplesmente de Flor, tinha uma cachorra chamada Sofia, que era linda, bem cuidada, pelo sempre brilhoso, uma coleira de pedras, uma xuxa no alto da cabeça e até esmalte nas unhas. O pessoal do bairro achava brega, mas Flor achava o máximo. Era uma comédia ver as duas passeando pela praça. A Flor conversando com a Sofia que corria como se não ouvisse. – Sai da rua, Sofia. Passa pra cá. E a Sofia, nem te ligo, só abanava o rabo quando era chamada para comer. A dedicação da Flor para com a Sofia era religiosa. Prestava atenção em todas as suas peripécias, mas fazia uma cara de paisagem e ficava conferindo as nuvens no céu, se Sofia estivesse fazendo cocô. Quando a Sofia estava no cio, a cachorrada ficava arranhando o portão com as unhas. Flor ficava no alpendre com uma vassoura espantando os pretendentes. A
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Notas Dedico este livro ao meu pai
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© Copyright 2014, Lauro Ferrão Me
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O escritor e suas vítimas Lauro Fe
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Sumário CRÔNICAS E CONTOS........
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