contos lauro ferrao

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126 Meu coração ficou na curva do Rio Paranaíba Desculpas pela minha existência Virando a lata de lixo à procura de pão, Olha para o céu e pergunta a Deus, Desconfiado da sua existência. Sou mesmo seu filho, Senhor? Então, faça alguma coisa pela minha fome, Acabe com a minha dor E peça aos homens mais amor. Os trapos que o encobre É a identificação de mendigo, Mas dentro de si nada vê. Seria necessária a sua existência Para alguns se sentirem melhor ao vê-lo, Constatando que existe pessoa em pior situação Não, isso seria conformismo. Seria um castigo de algo que fez? Não, pois ele já nasceu muito pobre. Seria um castigo de algo da outra existência? É difícil afirmar, só Deus saberia. Então, resta pedir compaixão aos irmãos, Resta rezar a Deus pedindo clemência, Resta pedir ao governo um auxílio, Resta chorar, porque a fome aperta o estômago. — Olha ali! Uma lata de lixo sem mexer. Viu, Deus não é tão mal assim.
POESIAS 127 Ser gente Sou gente. Como você, tenho coração, pernas, braços, olhos, lábios e uma mente, sou gente. Não é preciso lhe dizer tudo isso, mas no fundo da minha mente, quero que você me entenda, sou diferente. Diferente porque a gente sente, quando estou só sinto uma dor profunda ferindo a gente. Isso prova que sou gente. É difícil ser gente, alegrias, sofrimentos, prazeres. Isso marca a gente.
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Notas Dedico este livro ao meu pai
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© Copyright 2014, Lauro Ferrão Me
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O escritor e suas vítimas Lauro Fe
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Sumário CRÔNICAS E CONTOS........
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