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transporte<br />
Fernando Martinho<br />
❙❙Adailton Dias, da Yasuda Marítima<br />
baixo risco para roubo de carga. Segundo<br />
o executivo da Yasuda Marítima, isso<br />
tem a ver muito mais com as características<br />
específicas desses Estados, como<br />
baixo investimento em infraestrutura<br />
rodoviária, grande número de bacias<br />
hidrográficas, cidades isoladas e de difícil<br />
acesso; do que mais propriamente<br />
por razões de segurança.<br />
Ações específicas não acabam com<br />
esses entraves, mas podem contribuir<br />
para minimizá-los. “Em caso de roubo e<br />
acidente, podemos treinar os motoristas<br />
e monitorar os veículos. Ao cliente final<br />
é preciso aproximação, levar as informações<br />
de mercado e adequação da apólice à<br />
cobertura para cada negócio. Enfim, não<br />
há uma receita só”, declara Iramil Bueno<br />
de Araujo, da Rodobens.<br />
22<br />
Projeções<br />
Mesmo diante de um cenário macroeconômico<br />
adverso, os executivos<br />
apontam para uma perspectiva positiva.<br />
Eles confirmam que o mercado<br />
securitário, no geral, projeta um 2016<br />
mais desafiador, mas destacam que este<br />
também será um ano para aproveitar as<br />
oportunidades. “Nossos esforços têm<br />
sido constantes para, cada vez mais,<br />
levar aos clientes e corretores mais<br />
flexibilidade e benefícios em nossos<br />
produtos, buscando resultados assertivos<br />
para todos os envolvidos”, garante<br />
a executiva da Porto Seguro.<br />
A ênfase sobre a obrigatoriedade<br />
dos seguros de RCTR-C – Seguro de<br />
Responsabilidade Civil do Transporta-<br />
❙❙Rose Matos, da Porto Seguro<br />
dor Rodoviário Carga, ação realizada<br />
pela Agência Nacional de Transportes<br />
Terrestres (ANTT) em conjunto com a<br />
Susep, também dá fôlego neste momento.<br />
Para Claudinei Costa, superintendente de<br />
Transportes da Seguros Sura Brasil, este<br />
maior controle na regulamentação da<br />
legislação gera uma expectativa positiva<br />
para o segmento de seguros de transportes.<br />
“As seguradoras que assumirem um<br />
papel consultivo, auxiliando seus clientes<br />
na gestão de riscos, estarão mais preparadas<br />
para conquistar este mercado”,<br />
frisa Costa.<br />
Adailton Dias, da Yasuda Marítima,<br />
também identifica uma janela de<br />
oportunidade justamente porque muitos<br />
concorrentes deixaram o mercado por<br />
não alcançar rentabilidade em suas<br />
carteiras.<br />
Por sua vez, Sergio Caron frisa que<br />
a perspectiva depende muito de cada<br />
empresa e o setor de atuação dela. Alguns<br />
clientes prevêem um crescimento<br />
entre 20% a 30% em seus faturamentos,<br />
embora a realidade aponte para uma visão<br />
mais conservadora. Normalmente, as<br />
companhias têm declarado uma previsão<br />
com redução de faturamento na ordem<br />
de 20%.<br />
“Contudo, como há outros fatores<br />
que influenciam o valor final dos<br />
prêmios de seguro (como reposição da<br />
inflação, câmbio, franquias, cenário<br />
micro e macroeconômico, ajustes de<br />
taxas, investimentos em maior ou menor<br />
escala em gestão de riscos, entre outros),<br />
entendemos que os prêmios totais de<br />
❙❙Sergio Caron, da Marsh<br />
seguro devem ter uma elevação de até<br />
5% em nossas linhas de atuação”, diz o<br />
executivo da Marsh.<br />
Números alarmantes<br />
Considerado um importante centro<br />
logístico do Estado do Rio de Janeiro<br />
pela proximidade com vias importantes,<br />
Pavuna, na zona norte, vê as empresas de<br />
logística locais desaparecerem. Segundo<br />
polo empresarial da região, apenas em<br />
2015 cerca de 10% das 45 empresas que<br />
integravam o grupo fecharam as portas.<br />
Além da saída de algumas empresas,<br />
outras que não têm filiais no local estão<br />
evitando fazer entregas na região.<br />
No Estado, os números preocupam.<br />
Enquanto em 2014 foram registrados<br />
5890 roubos de cargas, segundo o Instituto<br />
de Segurança Pública (ISP), no ano<br />
passado o número saltou 22,66% e chegou<br />
a 7225. Dados mais recentes indicam<br />
que apenas nos primeiros três meses de<br />
2016 houve 1988 roubos de carga, número<br />
11% maior do que o registrado no mesmo<br />
período do ano anterior (1790).<br />
Já São Paulo foi na contramão no<br />
mês de março. Dados divulgados pela<br />
Secretaria de Segurança Pública (SSP)<br />
indicam que os roubos de carga no<br />
Estado recuaram 7,74% no período e<br />
passaram de 879 ocorrências registradas<br />
em 2015, para 811, em 2016. O índice<br />
segue a tendência de queda para essa<br />
categoria de crime, que no primeiro<br />
trimestre deste ano sofreu redução em<br />
9,31% em relação aos três primeiros<br />
meses de 2015.