edição de 9 de abril de 2018
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“Hoje, no Brasil, temos aproximadamente<br />
18 milhões <strong>de</strong><br />
lares com TV paga. Já a banda<br />
larga, são 29 milhões. Se pensarmos<br />
na penetração do celular<br />
estamos falando <strong>de</strong> 90%<br />
dos lares. Ou seja, estamos<br />
ampliando o acesso <strong>de</strong> nosso<br />
conteúdo para pessoas que antes<br />
não tinham oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> assinar um serviço pay-per-<br />
-view tradicional”, ressalta Sergio<br />
Domanico, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> marketing da Fox.<br />
Responsável por popularizar<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o sob <strong>de</strong>manda<br />
mundo afora, o YouTube<br />
tem no mercado brasileiro um<br />
<strong>de</strong> seus principais negócios. Segundo<br />
Nathalia Iervolino, head<br />
of brand product solutions<br />
do Google Brasil, o streaming<br />
proporciona verda<strong>de</strong>ira evolução<br />
do conteúdo hoje, principalmente<br />
se for encarado livre<br />
<strong>de</strong> amarras relacionadas aos<br />
formatos ou telas. A executiva<br />
traz como o exemplo o próprio<br />
YouTube, que surgiu como<br />
uma plataforma <strong>de</strong> tecnologia<br />
que dava voz às pessoas, mas<br />
que, com o tempo, evoluiu no<br />
conceito, se tornando um gran<strong>de</strong><br />
agregador <strong>de</strong> conteúdos sob<br />
<strong>de</strong>manda com forte apelo na intenção<br />
do público.<br />
“No YouTube você tem sempre<br />
intenção <strong>de</strong> alguma coisa<br />
quando digita um tema <strong>de</strong> seu<br />
interesse. Não faz nada passivamente.<br />
Você quer ter contato<br />
com ele, então, <strong>de</strong>dica sua atenção<br />
para aquela ativida<strong>de</strong>, algo<br />
ainda mais individualizado no<br />
celular”, <strong>de</strong>staca Nathalia. Des<strong>de</strong><br />
2007, quando chegou ao Brasil,<br />
o YouTube foi se adaptando<br />
aos novos hábitos da audiência,<br />
que incluem o consumo fragmentado,<br />
esten<strong>de</strong>ndo essa conversa<br />
também aos anunciantes.<br />
“As pessoas estão mais seletivas.<br />
Consomem mais, mas<br />
ficam entre os temas que têm<br />
afinida<strong>de</strong>. A tela tanto faz. Se<br />
estiverem com amigos, talvez<br />
prefiram sentar no sofá e ligar<br />
a TV. Mas se estiverem sozinhas<br />
no ônibus, o celular será a<br />
melhor pedida. O importante é<br />
que os produtores estejam em<br />
todas as telas. Devemos <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> pensar nos lugares e pensar<br />
mais nas pessoas”.<br />
Sergio Domanico: “I<strong>de</strong>ia é expandir acesso para pessoas que não têm TV paga”<br />
“como forma <strong>de</strong><br />
otimizar seu<br />
tempo, as pessoas<br />
querem coNsumir<br />
oN <strong>de</strong>maNd para<br />
escolher que<br />
horas coNsumir”<br />
NoVos papéis<br />
Atento ao movimento <strong>de</strong><br />
consumidores em busca <strong>de</strong><br />
conteúdos em novos formatos<br />
e com menos amarras, a<br />
Netshoes apostou em plataforma<br />
própria <strong>de</strong> streaming para<br />
funcionar como geradora <strong>de</strong><br />
conteúdos. Des<strong>de</strong> março na<br />
internet, a TV N Sports transmite<br />
jogos ao vivo e também<br />
os melhores momentos da Liga<br />
<strong>de</strong> Basquete Feminino, Liga Nacional<br />
<strong>de</strong> Futsal e Superliga <strong>de</strong><br />
Vôlei. Segundo André Shinohara,<br />
CSMO da Netshoes, nos últimos<br />
18 anos a empresa esteve<br />
mais focada na comercialização<br />
<strong>de</strong> artigos esportivos, mas agora<br />
quer evoluir sua missão <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>mocratizar o esporte.<br />
“Quando a gente fala <strong>de</strong> conexão,<br />
isso vai além da questão<br />
Nathalia Iervolino: “Consumo <strong>de</strong> streaming é ainda mais acentuado no mobile”<br />
Fotos: Divulgação<br />
comercial. Marcas que trabalham<br />
o ví<strong>de</strong>o em streaming já<br />
são uma realida<strong>de</strong> no mercado<br />
americano e europeu. Como<br />
forma <strong>de</strong> otimizar seu tempo,<br />
as pessoas querem consumir<br />
on <strong>de</strong>mand para escolher que<br />
horas consumir. É quando ganhamos<br />
relevância”.<br />
Fora do setor <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o<br />
mercado fonográfico passa<br />
por momento semelhante <strong>de</strong><br />
efervescência no streaming.<br />
Também na semana passada,<br />
o Spotify abriu seu capital na<br />
Bolsa <strong>de</strong> Valores <strong>de</strong> Nova York,<br />
marcando uma nova fase <strong>de</strong><br />
amadurecimento. E, como sinal<br />
<strong>de</strong> que <strong>de</strong>seja manter contato<br />
próximo com o mercado brasileiro,<br />
lançou ainda campanha<br />
no digital e OOH, que convida<br />
os consumidores a comparilharem<br />
suas experiências com<br />
o uso da plataforma <strong>de</strong> música.<br />
Quem também está <strong>de</strong> olho<br />
no mercado local é sua concorrente,<br />
a francesa Deezer.<br />
Segundo Bruno Vieira, CEO da<br />
operação brasileira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017<br />
o streaming <strong>de</strong> música se tornou<br />
a principal fonte <strong>de</strong> receita<br />
da indústria fonográfica. E isso<br />
graças ao seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
<strong>de</strong> remuneração e pagamento<br />
<strong>de</strong> royalties aos artistas.<br />
O conhecimento profundo<br />
<strong>de</strong> sua audiência também possibilitou<br />
projetos customizados<br />
para marcas, diversificando a<br />
receita e <strong>de</strong>ixando-a menos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assinatura.<br />
“Somos um player <strong>de</strong> conteúdo<br />
local, que enten<strong>de</strong> o que<br />
é consumido localmente. I<strong>de</strong>ntificamos<br />
no Brasil, por exemplo,<br />
gran<strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> da<br />
música gospel. É um segmento<br />
que não tinha virado a chave<br />
no digital e criamos um projeto<br />
para mostrar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
promoção na plataforma e isso<br />
foi superpositivo”, conta.<br />
Ainda no sentido <strong>de</strong> observar<br />
o comportamente <strong>de</strong> sua audiência,<br />
inaugurou em São Paulo<br />
no ano passado um estúdio,<br />
o único da Deezer no mundo,<br />
para receber artistas e veicular<br />
via streaming ao vivo shows<br />
exclusivos nas re<strong>de</strong>s sociais e<br />
<strong>de</strong>ntro da plataforma.<br />
A i<strong>de</strong>ia é que as marcas possam<br />
entrar como patrocinadoras<br />
<strong>de</strong>ssas transmissões. “A<br />
música transmite emoção, faz<br />
parte da vida das pessoas. O<br />
streaming acaba sendo uma<br />
ferramenta para as marcas se<br />
inserirem nesse sentimento.<br />
Nem todo mundo enten<strong>de</strong>u<br />
que não é só fazer um anúncio,<br />
mas olhar plataformas <strong>de</strong> streaming<br />
como uma re<strong>de</strong> social”,<br />
finaliza Vieira.<br />
jornal propmark - 9 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13