Caderno de Resumos Congresso Rousseau x Kant

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I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 124 III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade O LUGAR DA ÉTICA KANTIANA EM MEIO ÀS ÉTICAS DEONTOLÓGICAS Paulo Rangel Araújo Ferreira Orientador: Francisco Jozivan Guedes de Lima Universidade Federal do Piauí - UFPI araujo_rangel@hotmail.com RESUMO: As éticas deontológicas caracterizam-se por considerar certos atos obrigatórios ou proibidos sem estarem presas às consequências da ação. Estas dividemse, ainda, em teorias deontológicas de atos e da norma. As primeiras coincidem quando sustentam que o caráter específico de cada situação, ou de cada ato, impede que possa-se apelar para uma norma geral a fim de decidir o que deve-se fazer. Já as segundas sustentam que o dever, em cada caso particular, deve ser determinado por normas que são válidas independentemente das consequências de sua aplicação. São representantes deste modelo ético autores como John Rawls, Jürgen Habermas, filósofos que possuem o chamado “deontologismo processual” ou moderado; o filósofo escocês, W. D. Ross; e, até, filósofos pouco conhecidos e estudados, como o Padre Antonio Rosmini, que via na deontologia uma ciência que ditava a maneira como as coisas deveriam ser. Mas, a forma mais ilustrativa de deontologismo aparece no filósofo alemão Immanuel Kant, responsável por criar a mais influente e elaborada proposta de ética deontológica, fazendo com que as expressões “ética deontológica” e “ética kantiana” adquirissem a mesma equivalência na contemporaneidade. Nessa esteira, o presente trabalho visa formular alguns esclarecimentos acerca da teoria moral kantiana, uma vez que, a complexidade do pensamento de Kant fez com que surgissem interpretações e críticas das mais diversas ao seu deontologismo: do seu rigorismo à sua falta de estipulação de deveres concretos (motivado pela universalização), dentre tantas outras. Assim, pelas supracitadas e demais críticas que comumente faz-se à teoria moral kantiana é que, neste trabalho, procurase esclarecer que, é o respeito à fórmula “age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”, que vai dizer se o ato está de acordo com o dever. Então, as críticas que apontam para a impossibilidade de saber quais os valores que devem ser absolutamente respeitados, são infundadas, uma vez que, a bússola que vai guiar a atuação rumo ao ato moral é sempre o respeito à dignidade humana. E é por este motivo que, se ainda restam dúvidas acerca do lugar da proposta moral de Kant em meio às demais éticas deontológicas, talvez seja porque falte dizer que, nenhuma outra teoria deontológica colocou no cerne de sua estrutura a dignidade humana, mas apenas as
I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 125 III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade normas e o dever. Assim, se há um lugar em que a ética kantiana deva pairar é no centro de todo deontologismo, pois, além de sua originalidade, há uma preocupação que vai muito além do cumprimento de um dever ou apego à norma, há, sobretudo, o necessário respeito à dignidade dos seres humanos. Desta feita, para o estudo e discussão do tema proposto, recorreu-se ao uso de dicionários filosóficos, glossário de ética e de língua portuguesa, bem como naqueles específicos sobre o autor, além de outras obras, periódicos e trabalhos acadêmicos, tornando a pesquisa estritamente bibliográfica. Palavras-chave: Dever. Dignidade Humana. Éticas deontológicas. Immanuel Kant. Moralidade.
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