I <strong>Congresso</strong> Internacional <strong>Rousseau</strong> x <strong>Kant</strong> – UFMA Página | 136 III <strong>Congresso</strong> Nacional Jean-Jacques <strong>Rousseau</strong> – UFMA: estética e representação I <strong>Congresso</strong> <strong>Kant</strong> – UFMA: liberda<strong>de</strong>, justiça e dignida<strong>de</strong> PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO E A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA PENSADA POR ROUSSEAU André Rezen<strong>de</strong> Soares Correia Prof. Renato Moscateli - UFG/PPGF andre.rezend<strong>de</strong>@gmail.com RESUMO: O presente trabalho se proporá em refletir o tema do presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão diante da representação política analisada por <strong>Rousseau</strong>, em sua obra Do Contrato Social. Primeiro, exporá o conceito <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão, logo, sua problemática das coalizões partidárias constituídas em torno dos po<strong>de</strong>res Executivo e Legislativo. Em seguida, expor-se-á o dilema <strong>de</strong>ste presi<strong>de</strong>ncialismo praticado por meio <strong>de</strong> coalizão multipartidária que, porventura, po<strong>de</strong> permitir, maior <strong>de</strong>bate público chegando-se a um consenso entre várias vonta<strong>de</strong>s suscitadas, isto é, uma <strong>de</strong>mocracia representativa majoritária possibilitada pelo diálogo e consenso. De outro modo, se analisará as dificulda<strong>de</strong>s a serem enfrentadas pela coalizão partidária formada diante dos princípios políticos pensados por <strong>Rousseau</strong>, por exemplo, sua recusa à representação política, cuja vonta<strong>de</strong> geral não po<strong>de</strong> ser em sua soberania, jamais, representada, isto é, alienada ou <strong>de</strong>legada ou divisível. Nesse sentido, a perspectiva <strong>de</strong>ste trabalho é refletir se este presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão diante <strong>de</strong> suas práticas e exercícios políticos é capaz <strong>de</strong> fazer, como pensa <strong>Rousseau</strong> em suas reflexões acerca da representação política: se diante da festa popular, transportada para a política, os representados no presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão são tão somente “espectadores” ou têm ou existem possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> participarem da festa como principais “atores” ou “coadjuvantes”. Assim, o tema proposto é se este presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão fundado na representação política concebe a participação efetiva do povo na vida pública, por exemplo, na elaboração <strong>de</strong> leis. Assim como, se é capaz <strong>de</strong> tornar aqueles “espectadores”, os quais, são os verda<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>tentores da soberania, em “atores” <strong>de</strong> uma festa coletiva com plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> suas liberda<strong>de</strong>s. Desse modo, preten<strong>de</strong>-se observar se o presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão tanto em suas maneiras <strong>de</strong> constituição como em suas práticas perante a festa republicana, pensada por <strong>Rousseau</strong>, torna o espetáculo político <strong>de</strong> caráter privado ou coletivo. Porquanto, o tema aventado emerge em raciocinar se a representação política neste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ncialismo praticado confere ou não legitimida<strong>de</strong> ao espetáculo republicano, pensado pelo filósofo, ao enten<strong>de</strong>r que aquela representação não oferece “transparência” à cena política, isto é, separa-se a relação entre ator e espectador, solapando <strong>de</strong>ste a espontaneida<strong>de</strong> e ação política. Logo, o fim a que se quer chegar é se o
I <strong>Congresso</strong> Internacional <strong>Rousseau</strong> x <strong>Kant</strong> – UFMA Página | 137 III <strong>Congresso</strong> Nacional Jean-Jacques <strong>Rousseau</strong> – UFMA: estética e representação I <strong>Congresso</strong> <strong>Kant</strong> – UFMA: liberda<strong>de</strong>, justiça e dignida<strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão é a<strong>de</strong>quado a manter a soberania do corpo político, aon<strong>de</strong> todos os membros são, simultaneamente, “atores e espectadores”, ou seja, soberanos e súditos <strong>de</strong> si mesmos, isto é, todos fazem parte do soberano e participam <strong>de</strong> todas as ações, livres e iguais. Palavras-chave: Presi<strong>de</strong>ncialismo <strong>de</strong> coalizão. <strong>Rousseau</strong>. Representação. Política. Soberania.