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A STARTUP ENXUTA - ERIC RIES

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David enfrentou o difícil desafio de decidir entre pivotar ou perseverar. Essa é uma das<br />

decisões mais difíceis enfrentadas pelos empreendedores. O objetivo de criar marcos de<br />

aprendizagem não é facilitar a tomada de decisão, mas assegurar que há dados relevantes<br />

quando chega o momento de tomar a decisão.<br />

Lembremos que, naquele momento, David tivera muitas conversas com os clientes. Detinha<br />

muita aprendizagem, que podia utilizar para racionalizar o insucesso que vivenciou com o<br />

produto corrente. Isso é exatamente o que diversos empreendedores fazem. No Vale do Silício,<br />

essa experiência é denominada “ficar preso na terra dos mortos-vivos”. Ocorre quando uma<br />

empresa alcançou um sucesso módico – o suficiente para permanecer viva –, mas não está<br />

correspondendo às expectativas dos fundadores e investidores. Essas empresas são um dreno<br />

terrível de energia humana. Por lealdade, os funcionários e os fundadores não querem desistir;<br />

sentem que o sucesso talvez seja iminente.<br />

David tinha duas vantagens que o ajudaram a evitar esse destino:<br />

1. Apesar de estar comprometido com uma visão significativa, ele fez o máximo para<br />

lançar cedo o produto e iterar. Portanto, enfrentava o momento de pivotar ou<br />

perseverar apenas oito meses depois da fundação da empresa. Quanto mais<br />

dinheiro, tempo e energia criativa investidos numa ideia, mais difícil é pivotar.<br />

David tinha conseguido evitar essa armadilha.<br />

2. Ele identificara com clareza as questões associadas ao salto de fé no princípio e,<br />

mais importante, fizera predições quantitativas a respeito de cada uma delas. Não<br />

lhe teria sido difícil declarar o sucesso em termos retroativos a partir daquele<br />

empreendimento inicial arriscado. Afinal, algumas das suas métricas, como a<br />

ativação, estavam dando certo. Em termos de métricas brutas, como total de<br />

utilização, a empresa apresentava crescimento positivo. Somente porque David<br />

enfocou métricas acionáveis para cada uma das suas questões de salto de fé é que<br />

ele foi capaz de aceitar que sua empresa estava falhando. Além disso, como David<br />

não gastara energia em relações públicas prematuras, era capaz de fazer essa<br />

determinação sem constrangimento público ou distração.<br />

O fracasso é um pré-requisito para a aprendizagem. O problema com a noção de lançar um<br />

produto e então ver o que acontece é que você garantidamente terá sucesso... em ver o que<br />

acontece. E então? Assim que você tiver alguns clientes, tenderá a ter cinco opiniões a<br />

respeito do que fazer a seguir. Qual você deverá escutar?<br />

Os resultados da Votizen eram bons, mas não bons o suficiente. David sentiu que, embora<br />

sua otimização estivesse melhorando as métricas, estas não estavam tendendo a um modelo<br />

que sustentaria o negócio no todo. Mas como todos os bons empreendedores, ele não desistiu<br />

prematuramente, mas decidiu pivotar e testar uma nova hipótese. Tal atitude exige que

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