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A STARTUP ENXUTA - ERIC RIES

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entrevistas com clientes pessoalmente, e nossa equipe de desenvolvimento de produto<br />

trabalhou sem parar.<br />

Análise de coorte<br />

Para interpretar o gráfico, você precisa entender algo denominado análise de coorte. 40 Essa é<br />

uma das ferramentas mais importantes da análise da startup. Embora pareça complexa, baseiase<br />

numa premissa simples: em vez de considerarmos totais acumulados ou quantidades brutas,<br />

tais como receita total e quantidade total de clientes, consideramos o desempenho de cada<br />

grupo de clientes que entra em contato com o produto independentemente. Cada grupo é<br />

denominado coorte. O gráfico expõe as taxas de conversão de novos clientes para a IMVU,<br />

que se cadastraram em cada mês indicado. Cada taxa de conversão apresenta a porcentagem<br />

de clientes que se cadastraram naquele mês e que, subsequentemente, empreenderam a ação<br />

indicada. Portanto, em fevereiro de 2005, entre todos os clientes que se associaram, cerca de<br />

60% logaram (se conectaram) ao nosso produto ao menos uma vez.<br />

Os gerentes com um background de vendas reconhecerão essa análise de funil como o funil<br />

de vendas tradicional utilizado para gerenciar prospectos na sua trajetória de se tornarem<br />

clientes. As startups enxutas também utilizam isso no desenvolvimento de produtos. Essa<br />

técnica é útil em diversos tipos de negócios, pois cada empresa depende, para sua<br />

sobrevivência, de sequências de comportamentos de clientes denominadas fluxos. Os fluxos<br />

de clientes regem a interação dos clientes com os produtos de uma empresa, permitem<br />

compreender um negócio em termos quantitativos e apresentam um poder preditivo muito<br />

maior do que a métrica bruta tradicional.<br />

Se você observar com atenção, perceberá que o gráfico revela algumas tendências claras.<br />

Algumas melhorias do produto estão ajudando um pouco. A porcentagem de novos clientes<br />

que continuam a utilizar o produto ao menos cinco vezes cresceu de menos de 5% para quase<br />

20%. No entanto, apesar desse aumento de quatro vezes, a porcentagem de novos clientes<br />

pagantes da IMVU está imobilizada em torno de 1%. Pense nisso por um momento. Após<br />

muitos meses de trabalho, milhares de melhorias individuais, grupos de foco, reuniões de<br />

projeto e testes de usabilidade, a porcentagem de novos clientes pagantes é exatamente a<br />

mesma do início, ainda que muito mais clientes estejam tendo a possibilidade de testar o<br />

produto.<br />

Graças ao poder da análise de coorte, não podíamos atribuir esse fracasso ao legado de<br />

clientes prévios que eram resistentes à mudança, às condições externas do mercado ou a<br />

qualquer outra desculpa. Cada coorte representava um “boletim escolar” independente, e<br />

estávamos tirando notas muito baixas. Isso nos ajudou a perceber que tínhamos um problema.<br />

Eu estava encarregado da equipe de desenvolvimento de produto, que era pequena naqueles<br />

dias, e compartilhei com meus cofundadores a ideia de que o problema tinha de estar com as<br />

iniciativas da minha equipe. Trabalhei mais duro, foquei em funcionalidades de qualidade<br />

cada vez maior, e perdi muitas horas de sono. Nossa frustração cresceu. Quando não consegui<br />

pensar em nada mais a fazer, enfim estava pronto para recorrer ao último recurso: conversar<br />

com os clientes. Munido do nosso fracasso de progredir regulando nosso motor de

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