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A STARTUP ENXUTA - ERIC RIES

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maneira que causa erros negligentes. O sistema dos Cinco Porquês impede isso, permitindo<br />

que as equipes encontrem seu ritmo ideal.<br />

Os Cinco Porquês vinculam a taxa de progresso à aprendizagem, não apenas à execução. As<br />

equipes de startup devem utilizar a abordagem dos Cinco Porquês sempre que deparam com<br />

algum tipo de falha, incluindo falhas técnicas, falhas de alcançar resultados comerciais ou<br />

mudanças inesperadas no comportamento dos clientes.<br />

Os Cinco Porquês é uma técnica organizacional poderosa. Alguns dos engenheiros que<br />

treinei para utilizá-la acreditam que podemos derivar todas as outras técnicas da startup<br />

enxuta a partir dos Cinco Porquês. Junto com o trabalho em pequenos lotes, proporciona a<br />

base necessária para a empresa reagir rapidamente aos problemas que aparecem, sem<br />

investimento excessivo ou engenharia excessiva.<br />

A MALDIÇÃO DAS CINCO CULPAS<br />

Quando as equipes adotam os Cinco Porquês como ferramenta de solução de problemas, elas<br />

deparam com algumas armadilhas comuns. Precisamos de sistemas como o Cinco Porquês<br />

para superar nossas limitações psicológicas, pois tendemos a reagir de forma exagerada ao<br />

que está acontecendo no momento. Também tendemos a ficar frustrados se as coisas acontecem<br />

de uma maneira que não previmos.<br />

Quando a abordagem dos Cinco Porquês dá errado, denomino isso de Cinco Culpas. Em vez<br />

de perguntar por que repetidas vezes, numa tentativa de entender o que deu errado, os<br />

membros frustrados da equipe começam a apontar os dedos uns contra os outros, procurando<br />

decidir quem é o culpado. Em vez de utilizar os Cinco Porquês para achar e corrigir<br />

problemas, os gerentes e os funcionários podem cair na armadilha de utilizar as Cinco Culpas<br />

como meio de descarregar suas frustrações e desafiar os colegas por meio de falhas<br />

sistêmicas. Embora seja da natureza humana supor que, ao vermos um erro, este se deve às<br />

falhas no departamento, no conhecimento ou no caráter de alguma outra pessoa, o objetivo dos<br />

Cinco Porquês é nos ajudar a enxergar a verdade objetiva de que problemas crônicos são<br />

causados por maus processos, não por más pessoas, e corrigi-los de maneira apropriada.<br />

Recomendo diversas táticas para escapar das Cinco Culpas. A primeira é assegurar que<br />

todos os afetados pelo problema estejam na sala durante a análise da causa-raiz. A reunião<br />

deve incluir a pessoa que descobriu ou diagnosticou o problema, incluindo, se possível, os<br />

representantes dos serviços de atendimento aos clientes que lidaram com as reclamações.<br />

Deve incluir a pessoa que tentou corrigir o sintoma, e também quem trabalhou nos subsistemas<br />

ou nas funcionalidades envolvidas. Se o problema subiu para a alta direção da empresa, os<br />

tomadores de decisão que se envolveram na escalada também devem estar presentes.<br />

Isso talvez lote a sala, mas é fundamental. Na minha experiência, quem quer que seja<br />

deixado fora da discussão acaba sendo o alvo da culpa. Isso é muito prejudicial, quer o bode<br />

expiatório seja um funcionário de baixo escalão ou o CEO. Quando se trata de um funcionário<br />

de baixo escalão, é muito fácil acreditar que aquela pessoa é substituível. Se o CEO não<br />

estiver presente, é muito fácil supor que seu comportamento é imutável. Em geral, nenhuma<br />

das duas presunções é correta.

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