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A STARTUP ENXUTA - ERIC RIES

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era projetado para perguntas subjetivas, as respostas requeriam julgamento humano. Portanto,<br />

os experimentos iniciais do Aardvark tentaram diversas variações sobre esse tema,<br />

desenvolvendo uma série de protótipos de maneira que os clientes pudessem interagir com o<br />

assistente virtual e ter suas perguntas respondidas. Todos os primeiros protótipos falharam em<br />

envolver os clientes.<br />

Como Max descreve: “Financiamos a empresa com recursos próprios e lançamos protótipos<br />

muito baratos para teste. O que se tornou o Aardvark foi o sexto protótipo. Cada protótipo<br />

representou um esforço de duas a quatro semanas. Utilizamos pessoas para replicar o backend<br />

o máximo possível. Convidávamos de cem a duzentos amigos para testar os protótipos e<br />

medíamos quantos deles voltavam. Os resultados foram inequivocamente negativos até o<br />

Aardvark”.<br />

Por causa do cronograma curto, nenhum dos protótipos envolveu tecnologia avançada. Em<br />

vez disso, foram MVPs projetados para testar uma pergunta mais importante: o que seria<br />

necessário para que os clientes se envolvessem com o produto e falassem com seus amigos a<br />

respeito?<br />

“Depois que escolhemos o Aardvark”, Ventilla afirma, “continuamos o processamento com<br />

pessoas, que replicaram partes do back-end por nove meses. Contratamos oito pessoas para<br />

gerenciar perguntas, classificar conversas etc. Na realidade, começamos a buscar capital de<br />

risco antes da automatização do sistema; a suposição era de que as linhas entre pessoas e<br />

inteligência artificial se cruzariam, e, no mínimo, provamos que desenvolvíamos coisas a que<br />

as pessoas responderiam.<br />

Conforme refinávamos o produto, trazíamos de seis a doze pessoas semanalmente para<br />

reagir a modelos, protótipos ou simulações que estávamos trabalhando. Era uma combinação<br />

de usuários existentes e pessoas que nunca viram o produto antes. Nosso engenheiros<br />

participaram de muitas dessas reuniões, para que pudessem fazer modificações em tempo real,<br />

e também para que pudessem sentir a aflição do usuário ao não saber o que fazer”. 34<br />

O produto Aardvark lançado funcionava por meio de mensagem instantânea (MI). O cliente<br />

podia enviar uma pergunta via MI e o Aardvark lhe apresentaria uma resposta que era obtida<br />

da rede social do cliente: o sistema procuraria os amigos dos amigos dos amigos do cliente e<br />

apresentaria a pergunta para eles. Depois de obter uma resposta adequada, a informaria para o<br />

cliente inicial.<br />

Claro que um produto como esse requer um algoritmo muito importante: formulada uma<br />

pergunta a respeito de um determinado tópico, quem é a melhor pessoa na rede social do<br />

cliente para respondê-la? Por exemplo, uma pergunta sobre os restaurantes de San Francisco<br />

não deveria ser encaminhada para alguém em Seattle. Mais desafiador ainda, uma pergunta<br />

sobre programação de computador não deveria ser encaminhada a um estudante de artes.<br />

Durante o processo de teste, Max e Damon depararam com diversos problemas tecnológicos<br />

difíceis como esses. Mas todas as vezes eles se recusaram, de modo enfático, a solucioná-los<br />

num estágio inicial. Em vez disso, utilizaram o teste Mágico de Oz para simular a solução.<br />

Nesse teste, os clientes acreditam que estão interagindo com o produto real, mas, nos<br />

bastidores, pessoas estão fazendo o trabalho. Assim como o MVP com concierge, essa<br />

abordagem é incrivelmente ineficaz. Imagine um serviço que permitia aos clientes formular

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