16.07.2018 Views

A STARTUP ENXUTA - ERIC RIES

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

expectativa desse tipo de eventualidade.<br />

As startups são diferentes: um orçamento muito grande é tão prejudicial quanto um muito<br />

pequeno – como os incontáveis fracassos das ponto-com podem atestar –, e as startups são<br />

muito sensíveis às mudanças orçamentárias no meio do caminho. É extremamente raro para<br />

uma startup independente perder 10% do seu dinheiro em caixa de maneira repentina. Em<br />

diversos casos, isso seria um golpe fatal, pois as startups independentes são administradas<br />

com pequena margem para erro. Dessa maneira, as startups são, ao mesmo tempo, mais fáceis<br />

e mais exigentes de administrar do que as divisões de companhias tradicionais: requerem<br />

muito menos capital total, mas esse capital deve estar absolutamente seguro em relação a<br />

interferências.<br />

Autoridade independente para desenvolvimento<br />

As equipes da startup precisam de autonomia completa para construir e comercializar novos<br />

produtos dentro do seu mandato limitado. Têm de poder conceber e executar experimentos<br />

sem ter de obter uma quantidade excessiva de aprovações.<br />

Recomendo enfaticamente que as equipes da startup sejam completamente multifuncionais,<br />

isto é, tenham a representação em tempo integral de todos os departamentos funcionais da<br />

empresa que estarão envolvidos na criação ou lançamento dos produtos iniciais. Elas devem<br />

ser capazes de construir e lançar produtos e serviços reais que funcionam, não apenas<br />

protótipos. Interferências e aprovações desaceleram o ciclo de feedback construir-mediraprender,<br />

inibindo a aprendizagem e a responsabilização. As startups requerem que tais<br />

obstáculos sejam mantidos num mínimo absoluto.<br />

Naturalmente, esse nível de autonomia de desenvolvimento está sujeito a despertar receios<br />

em uma organização controladora (como é o caso de uma startup dentro de uma grande<br />

corporação). Mitigar esses receios é o objetivo principal do método recomendado a seguir.<br />

Um interesse pessoal no resultado<br />

Terceiro, os empreendedores precisam ter interesse pessoal no resultado de suas criações.<br />

Nos novos empreendimentos independentes, isso em geral se alcança por meio de opções de<br />

compra de ações ou outras formas de participação acionária. Onde um sistema de bônus<br />

precisa ser utilizado, os melhores incentivos são vinculados ao desempenho a longo prazo da<br />

nova inovação.<br />

No entanto, não acho que o interesse pessoal tenha de ser financeiro. Isso é importante, em<br />

particular, no caso de organizações sem fins lucrativos e governamentais, em que a inovação<br />

não está vinculada a objetivos financeiros. Nesses casos, ainda é possível para as equipes<br />

terem um interesse pessoal. A organização controladora precisa deixar claro quem é o<br />

inovador, e assegurar que este receba o crédito por ter trazido à vida um novo produto – se for<br />

bem-sucedido. Como uma empreendedora que administra a própria divisão numa empresa de<br />

mídia importante me disse: “Incentivos financeiros à parte, sempre senti que, já que meu nome<br />

estava na porta, tinha mais a perder e mais a provar do que qualquer outra pessoa. Essa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!