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A STARTUP ENXUTA - ERIC RIES

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uma longa viagem atravessando todos os cinquenta estados norte-americanos, todas as treze<br />

províncias e territórios canadenses, e todas as regiões do México. No total, seriam mais de 85<br />

mil quilômetros a percorrer. Nas pequenas e grandes cidades, Yokoya alugaria um modelo<br />

corrente do Sienna, conduzindo o veículo e também conversando e observando clientes reais.<br />

A partir dessas observações diretas, Yokoya era capaz de começar a testar suas suposições<br />

básicas a respeito do que os consumidores norte-americanos queriam de uma minivan.<br />

É comum achar a venda para consumidores mais fácil do que a venda para empresas, pois<br />

estas carecem da complexidade de diversos departamentos e inúmeras pessoas desempenham<br />

funções diferentes no processo de compra. Yokoya descobriu que isso não era verdade em<br />

relação a seus clientes: “Os pais e os avós podem ser os donos da minivan. Mas são as<br />

crianças que mandam. São elas que ocupam os dois terços traseiros do veículo. E são as<br />

crianças que dão as opiniões mais críticas, e também as mais apreciativas a respeito do<br />

ambiente delas. Se aprendi algo em minhas viagens, foi que o novo Sienna precisaria de apelo<br />

infantojuvenil”. 24 Identificar essas suposições ajudou a orientar o desenvolvimento do carro.<br />

Por exemplo, Yokoya gastou uma quantia incomum do orçamento de desenvolvimento do<br />

Sienna em conforto interno, que é decisivo em uma viagem familiar de longa distância (essas<br />

viagens são muito mais comuns nos Estados Unidos do que no Japão).<br />

Os resultados foram impressionantes, aumentando muito a participação de mercado do<br />

Sienna. As vendas do modelo 2004 foram 60% maiores do que as de 2003. Naturalmente, um<br />

produto como o Sienna é uma clássica inovação de sustentação, 25 o tipo em que as empresas<br />

estabelecidas mais bem gerenciadas do mundo, como a Toyota, se destacam. Os<br />

empreendedores enfrentam um conjunto diferente de desafios, pois atuam com uma incerteza<br />

muito maior. Enquanto uma empresa trabalhando numa inovação de sustentação sabe o<br />

suficiente a respeito de quem são seus clientes e onde eles estão para utilizar o genchi<br />

gembutsu a fim de descobrir o que os clientes querem, o contato inicial das startups com<br />

possíveis clientes meramente revela que suposições requerem o teste mais urgente.<br />

SAIA DO PRÉDIO<br />

Os números contam uma história convincente, mas sempre recordo os empreendedores de que<br />

as métricas também são pessoas. Não importa quantos intermediários estejam entre uma<br />

empresa e seus clientes, no fim do dia, os clientes respiram, pensam, compram coisas<br />

pessoais. O comportamento deles é mensurável e variável. Mesmo quando uma pessoa está<br />

vendendo para grandes instituições, como no modelo de empresa para empresa (B2B, do<br />

inglês Business to Business), ajuda lembrar que esses negócios são constituídos de indivíduos.<br />

Todos os modelos bem-sucedidos de vendas dependem da decomposição da visão monolítica<br />

das organizações nas pessoas díspares que as constituem.<br />

Como Steve Blank ensinou aos empreendedores durante anos, os fatos que precisamos<br />

coletar a respeito de clientes, mercados, fornecedores e canais existem apenas “fora do<br />

prédio”. As startups precisam de contato extensivo com possíveis clientes para entendê-los;<br />

assim, levante-se da cadeira e vá conhecê-los.<br />

Nesse processo, o primeiro passo é confirmar que suas questões de salto de fé se baseiam

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