RENASCENDO DAS CINZAS(1)
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar. Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar.
Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
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Uma acordada rápida, o deslocamento ligeiro até a cantina e<br />
uma voltinha curta pela área externa, só pra esticar os músculos e<br />
lá vai mais uma soneca.<br />
Na hora do jantar, costumeiramente era um dos primeiros da<br />
fila, e um dos últimos a sair do refeitório, sempre pedindo para<br />
repedir o prato.<br />
E de onde o infeliz tirava sono para dormir à noite inteira acho<br />
que nem a ciência conseguiria explicar.<br />
– Ele está dormindo de novo, João?<br />
– Esse aí não tem jeito. Só come e dorme, come e dorme.<br />
– Amanhã vou fazer uma brincadeira com ele pra ver se ele faz<br />
alguma coisa.<br />
– Rá! Rá! Rá! Conhecendo bem o seu jeito brincalhão, até<br />
imagino o tipo de coisa que vai aprontar.<br />
– Eu acho que deveríamos colocá-lo pra dormir com o bumbum<br />
de veludo.<br />
– E já vem com essa palhaçada de bumbum de veludo de novo.<br />
Não tem outra coisa pra fazer, não?<br />
– Ei, essa ideia é ótima!<br />
– O quê? Já vai começar com as piadinhas também?<br />
Exatamente! Amanhã vou pôr um boneco de pano para dormir<br />
com ele!<br />
– Rá! Rá! Rá! Rá! Você não vale nada! O que vai fazer?<br />
Espere ele sair pra tomar café, amanhã, e verão.<br />
– E a noite passou bem rapidinho, afinal todos queriam ver<br />
mesmo a brincadeira do boneco.<br />
Sabino acordou pontualmente, pedindo cachaça:<br />
– Será que hoje vão me deixar beber uma cachaça? Já tem cinco<br />
dias que estou aqui.<br />
– De novo essa história, Sabino? Olha só, João, ele ainda insiste<br />
na cachaça. Rá! Rá! Rá!<br />
– Pede lá na cantina, de repente eles te dão.<br />
rENASCENDO DA CINZA - vITOR MOREIRA